49 research outputs found
Estudo das prevalências de distúrbios metabólicos em pacientes obesos e em portadores de hepatite C
Introdução: A infecção crônica pelo vírus da hepatite C (HCV) e a obesidade podem induzir esteatose hepática e diabetes mellitus (DM). Objetivo: Avaliar a prevalência de obesidade e de distúrbios metabólicos em pacientes com HCV; estudar a prevalência de HCV e os distúrbios metabólicos em pacientes obesos. Comparar o perfil glicêmico entre os grupos. Metodologia: estudo analítico, com pacientes acompanhados nos ambulatórios de Hepatite C e Obesidade. Variáveis analisadas: glicemia, hemoglobina glicada (A1C), esteatose hepática, HCV, estágio de fibrose hepática e dados sociodemográficos. Resultados: no ambulatório de obesidade 45 pacientes foram avaliados, dos quais 6,7% tinham hepatite C, 40% DM e 61-73% esteatose hepática. As médias das enzimas hepáticas (U/L) foram: AST 22,9; ALT 25,2; FAL 146,5 e GGT 63. Nos obesos com DM, 72,2% apresentavam A1C < 7%. A segunda amostra continha 159 portadores de HCV do ambulatório de hepatologia: 17,9% tinham obesidade, 18,9% DM e 27% esteatose hepática. As médias das enzimas hepáticas (U/L) consistiram em: AST 70,5; ALT 90,6; FAL 108,5 e GGT 131,7. Entre os diabéticos com HCV, 52% não apresentavam A1C < 7%. Conclusão: foi encontrada alta prevalência de hepatite C em pacientes com obesidade (6,7%) quando comparados com a população de Salvador (1,5-1,8%). Os distúrbios metabólicos foram mais frequentes entre obesos, porém os diabéticos com obesidade revelaram A1C menores do que os diabéticos com HCV, sugerindo, neste estudo, que pode existir interferência viral no controle glicídico. A esteatose hepática foi mais prevalente entre obesos
Avaliação da assistência pré-natal realizada na atenção primária: estudo transversal aninhado a uma coorte gestativa
Objetivos: avaliar a adequação da assistência pré-natal na atenção primária, classificar o pré-natal com os parâmetros de adequabilidade e determinar os fatores associados à assistência pré-natal das gestantes estudadas. Método: estudo analítico transversal realizado com 205 gestantes em dez unidades básicas de saúde, em São Luís- MA. As variáveis qualitativas foram apresentadas por meio de frequências absolutas e percentuais. Resultados: Na variável idade, houve predomínio da faixa etária entre 21-30 anos (49,44%). A variável raça/cor, a maior prevalência foi para as gestantes que se auto declararam pardas/outros 99 (55,62%), com prevalência menor para 6 consultas realizadas. Na variável benefícios pagos pelo governo, a maior prevalência, 110 (61,80%) deu-se para gestantes que os recebiam. Em relação ao estado civil, (76,97%) eram gestantes que possuíam companheiro, com prevalência menor para 6 consultas realizadas, 137 (76,97%). Quanto à escolaridade, houve predomínio de gestantes com ensino médio (68,18%). Em relação ao início do pré-natal, (66,85%) iniciaram o pré- natal. À prescrição do ferro após início do pré-natal houve maior prevalência em gestantes que faziam uso 124 (69,66%). Maior prevalência também se apresentou para as gestantes que realizaram os seguintes exames: exame preventivo do câncer de colo uterino, 147 (82,58%), sistema ABO-RH 129 (72,47%), Hemograma completo 121 (68,75%), e glicemia em jejum no primeiro trimestre, 107 (60,11%). Quanto ao exame anti-HIV, a maior prevalência foi para as gestantes que não realizaram o exame 103 (57,87 %). Ao exame veneral disease research laboratory, a maior prevalência foi para as gestantes que o realizaram 120 (67,42%). Ao exame dos elementos anormais de sedimento, maior prevalência foi observada em gestantes que o realizaram 122 (68,54%). Quanto à vacinação de influenza nas gestantes, maior prevalência foi para as que não foram vacinadas 104 (58,43%). Para a vacina antitetânica prévia, a maior prevalência foi para as gestantes que não receberam o imunizante 108 (60.67%). Vacina contra hepatite B, apresentou maior prevalência para as gestantes que receberam o imunizante 95 (53,37%). Foi mais prevalente as gestantes que não apresentaram sintomas, com diagnóstico e sem diagnóstico negativo para covid-19, 117 (65,73%). Conclusão: O estudo permitiu analisar que a qualidade da assistência pré-natal nas unidades de saúde onde foram realizadas o estudo, foi insatisfatória para alguns indicadores, visto que a prevalência foi menor que 6 consultas realizadas.Objectives: to assess the adequacy of prenatal care in primary care, to classify prenatal care according to the parameters of adequacy and to determine the factors associated with prenatal care in the pregnant women studied. Method: an analytical cross-sectional study of 205 pregnant women in ten basic health units in São Luís, MA. The qualitative variables were presented using absolute and percentage frequencies. Results: In the age variable, there was a predominance of the 21-30 age group (49.44%). In the race/color variable, the highest prevalence was for pregnant women who declared themselves brown/other 99 (55.62%), with a lower prevalence for 6 consultations performed. With regard to the government benefits variable, the highest prevalence, 110 (61.80%), was for pregnant women who received them. Regarding marital status, 76.97% were pregnant women who had a partner, with a lower prevalence for 6 consultations, 137 (76.97%). As for schooling, there was a predominance of pregnant women with a high school education (68.18%). With regard to the start of prenatal care, 66.85% started prenatal care. With regard to the prescription of iron after starting prenatal care, there was a higher prevalence of pregnant women who used it (69.66%). Prevalence was also higher among pregnant women who underwent the following tests: cervical cancer screening, 147 (82.58%), ABO-RH system 129 (72.47%), complete blood count 121 (68.75%), and fasting blood glucose in the first trimester, 107 (60.11%). As for the anti-HIV test, the highest prevalence was for pregnant women who had not undergone the test, 103 (57.87%). With regard to the venereal disease research laboratory, the highest prevalence was among pregnant women who had undergone the test, 120 (67.42%). The highest prevalence of abnormal sediment elements was observed in pregnant women who underwent the test, 122 (68.54%). As for influenza vaccination among pregnant women, the highest prevalence was among those who had not been vaccinated 104 (58.43%). The highest prevalence of previous tetanus vaccination was among pregnant women who had not received the vaccine, 108 (60.67%). Hepatitis B vaccination was more prevalent among pregnant women who had received the vaccine 95 (53.37%). Pregnant women with no symptoms, with a diagnosis and without a negative diagnosis for Covid-19 were more prevalent, 117 (65.73%). Conclusion: The study allowed us to analyze that the quality of prenatal care in the health units where the study was carried out was unsatisfactory for some indicators, since the prevalence was less than 6 consultations
Impact of COVID-19 on cardiovascular testing in the United States versus the rest of the world
Objectives: This study sought to quantify and compare the decline in volumes of cardiovascular procedures between the United States and non-US institutions during the early phase of the coronavirus disease-2019 (COVID-19) pandemic.
Background: The COVID-19 pandemic has disrupted the care of many non-COVID-19 illnesses. Reductions in diagnostic cardiovascular testing around the world have led to concerns over the implications of reduced testing for cardiovascular disease (CVD) morbidity and mortality.
Methods: Data were submitted to the INCAPS-COVID (International Atomic Energy Agency Non-Invasive Cardiology Protocols Study of COVID-19), a multinational registry comprising 909 institutions in 108 countries (including 155 facilities in 40 U.S. states), assessing the impact of the COVID-19 pandemic on volumes of diagnostic cardiovascular procedures. Data were obtained for April 2020 and compared with volumes of baseline procedures from March 2019. We compared laboratory characteristics, practices, and procedure volumes between U.S. and non-U.S. facilities and between U.S. geographic regions and identified factors associated with volume reduction in the United States.
Results: Reductions in the volumes of procedures in the United States were similar to those in non-U.S. facilities (68% vs. 63%, respectively; p = 0.237), although U.S. facilities reported greater reductions in invasive coronary angiography (69% vs. 53%, respectively; p < 0.001). Significantly more U.S. facilities reported increased use of telehealth and patient screening measures than non-U.S. facilities, such as temperature checks, symptom screenings, and COVID-19 testing. Reductions in volumes of procedures differed between U.S. regions, with larger declines observed in the Northeast (76%) and Midwest (74%) than in the South (62%) and West (44%). Prevalence of COVID-19, staff redeployments, outpatient centers, and urban centers were associated with greater reductions in volume in U.S. facilities in a multivariable analysis.
Conclusions: We observed marked reductions in U.S. cardiovascular testing in the early phase of the pandemic and significant variability between U.S. regions. The association between reductions of volumes and COVID-19 prevalence in the United States highlighted the need for proactive efforts to maintain access to cardiovascular testing in areas most affected by outbreaks of COVID-19 infection
Heterogeneous contributions of change in population distribution of body mass index to change in obesity and underweight NCD Risk Factor Collaboration (NCD-RisC)
From 1985 to 2016, the prevalence of underweight decreased, and that of obesity and severe obesity increased, in most regions, with significant variation in the magnitude of these changes across regions. We investigated how much change in mean body mass index (BMI) explains changes in the prevalence of underweight, obesity, and severe obesity in different regions using data from 2896 population-based studies with 187 million participants. Changes in the prevalence of underweight and total obesity, and to a lesser extent severe obesity, are largely driven by shifts in the distribution of BMI, with smaller contributions from changes in the shape of the distribution. In East and Southeast Asia and sub-Saharan Africa, the underweight tail of the BMI distribution was left behind as the distribution shifted. There is a need for policies that address all forms of malnutrition by making healthy foods accessible and affordable, while restricting unhealthy foods through fiscal and regulatory restrictions
Arq Bras Endrocrinol Metab
p.557-562Objetivo: Avaliar a associação da gama-glutamil transferase (GGT) com a presença e número de co-morbidades da síndrome metabólica (SM). Casuística e Métodos: Foram estudadas 353 mulheres consecutivamente admitidas num ambulatório de obesidade, com idade de 39,0 ± 11,4 anos e IMC de 41,3 ± 7,3kg/m2. Todas as pacientes eram assintomáticas, não tinham história de ingestão excessiva de álcool ou de doença hepática. Pelo critério do National Cholesterol Education Program – Adult Treatment Panel III foi avaliada a presença de SM. Resultados: A freqüência de SM nos pacientes foi de 50,7%. A presença de GGT elevada foi maior nas pacientes com SM em relação às sem SM (32% versus 20,7%; p= 0,05). A média da GGT foi significativamente maior nas pacientes com SM do que naquelas sem SM (52,8 ± 42,3mg/dl; Md: 40,0 versus 40,1 ± 28,8mg/dl; Md: 33,0, p= 0,0001) e naquelas com cada comorbidade isoladamente quando comparado às pacientes sem elas. Nas pacientes com associação de 3 co-morbidades da SM, a média de GGT foi 51,0 ± 39,2mg/dl (Md: 36,0), com 4 foi de 50,8 ± 50,4mg/dl (Md: 40,5) e com 5 foi de 64,8 ± 32,3mg/dl (Md: 61,0) (p= 0,0002). Houve correlação positiva entre glicose, triglicérides e pressão arterial sistólica e diastólica. Conclusão: Observou-se associação da GGT com a presença da SM ou de suas co-morbidades isoladamente em mulheres obesas.São Paul
Arq Bras Endrocrinol Metab
p.509-518O diabetes mellitus do tipo 2 (DM2) resulta de defeitos na secreção e ação da insulina. Ele está freqüentemente associado à resistência à insulina, obesidade andróide, dislipidemia e hipertensão arterial, constituindo a síndrome metabólica. O tratamento atual visa diminuir a resistência à insulina e melhorar a função da célula beta pancreática com dieta, exercícios, hipoglicemiantes orais, anti-hiperglicemiantes e/ou drogas anti-obesidade. Novas drogas no tratamento do DM estão surgindo, tornando possíveis múltiplas opções terapêuticas. Este artigo apresenta uma revisão sobre o assunto.São Paul
Arquivos Brasileiros de Endocrinologia & Metabologia
p. 475 - 480Fora do Brasil a prevalência de diabetes mellitus (DM) tipo 2 é maior em negros do que em brancos. Mulheres do ambulatório de obesidade do Hospital Universitário Professor Edgard Santos, Salvador - BA, foram estudadas para avaliar se a cor de pele escura tem prevalência mais alta de
DM tipo 2 e de intolerância à glicose (ITG), com diagnóstico baseado nos critérios da Organização Mundial da Saúde, independentemente da idade e do índice de massa corporal (IMC). A cor da pele foi classificada como clara (n= 166), intermediária (n= 186) ou escura (n= 128). Determinouse o nível de glicose plasmática pelo método da glicose-oxidase. O teste
de tolerância à glicose oral foi realizado em todas as pacientes, com exceção de 14 que já sabiam ser diabéticas. Pacientes com pele clara, intermediária e escura foram semelhantes em idade, IMC e relação cintura/
quadril. A prevalência de DM, contudo, foi significantemente maior (p< 0,05) nas de pele escura (13,3%) quando comparadas com as de pele clara (7,2%). A prevalência de ITG foi também maior, embora estatisticamente
não significante (p= 0,088), nas de pele escura (18,8%) do que nas de pele clara (12,7%). A relação entre o número de pacientes com e sem o diagnóstico de DM ou ITG foi 1,9 vezes maior no grupo pele escura, comparado com clara [odds ratio (OR)= 1,9; intervalo de confiança (IC) 95%=
1,1-3,2; p< 0,05]. Esta associação não foi alterada (OR= 1,7; IC 95%= 1,0-2,9)
e permaneceu moderadamente significante (p= 0,069), mesmo após o ajuste para idade e IMC, através de regressão logística. Neste estudo, as mulheres obesas com pele escura tiveram maior associação com DM e ITG,
independentemente da idade e IMC
Arquivos Brasileiros de Endocrinologia & Metabologia
p. 68-77OBJETIVO: Identificar fatores associados ao baixo risco cardiometabólico (RCM) em mulheres obesas (MOb) atendidas em ambulatórios especializados do Sistema Único de Saúde (SUS), Salvador, Bahia, Brasil.
SUJEITOS E MÉTODOS: Estudo caso-controle, pareado pela idade com 306 MOb, índice de massa corporal (IMC) > 30 kg/m2, sendo 66 (21,6%) casos - todos não hipertensos, normolipídicos e não diabéticos e 240 (78,4%) controles. Dados secundários foram obtidos dos prontuários médicos e primários por meio de inquérito domiciliar e exames laboratoriais. Foram realizadas análises descritiva, bivariada e regressão logística condicional.
RESULTADOS: Associações positivas, estatisticamente significantes, foram detectadas entre baixo RCM e consumo de frutas (> 3 porções/dia) (ORaj= 20,1; IC 95%: 5,6-71,9); PCR do 1º. quartil (ORaj= 4,1; IC 95%: 2,0-8,3) e da adiponectina plasmática (AdipoQ) a partir do 3º. quartil (ORaj = 2,3; IC 95%: 1,1-4,8).
CONCLUSÃO: Este estudo sugere que dieta rica em fibras solúveis (> 3 porções de frutas/dia), valores da PCR 10,00 µg/mL podem dificultar, retardar ou impedir o aparecimento de outros fatores de risco ou doenças metabólicas em MOb
Arq Bras Endocrinol Metab.
p.456-460Diversas alterações histológicas hepáticas são descritas em indivíduos obesos,sendo a esteatose a mais comum. Avaliamos 132 mulheres obesas assintomáticas pela ultra-sonografia hepática (USG), as quais foram divididas em: grupo 1 (n = 68), obesas com USG compatível com esteatose e grupo
2 (n = 64), obesas com USG normal. Estas pacientes foram pareadas quanto
a idade e índice de massa corpórea (IMC). A idade média ± DP destes grupos foi 35,3 ± 7,2 anos e 34,7 ± 9,0 anos para o grupo 1 e 2, respectivamente, e o IMC médio ± DP do grupo 1 foi 40,5 ± 5,6 kg/m2 e do grupo 2
foi 39,5 + 7,1 kg/m2. Foi colhido amostra para dosagens bioquímicas e perfil
hepático antes do início do tratamento. Os grupos foram comparados pelo teste "t" de Student e análise de variância. Os resultados mostraram que as obesas do grupo 1 tinham maiores níveis de triglicérides e ácido úrico do que as obesas do grupo 2 (p < 0,05). Os níveis de glicemia, colesterol
total, HDL-colesterol, alanina aminotransferase, aspartato aminotransferase
e gama-glutamil transpeptidase foram semelhantes. Concluímos que em mulheres obesas com USG sugestiva de esteatose, as alterações metabólicas são mais freqüentes do que em obesas sem esteatose.São Paul