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    PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DAS INTOXICAÇÕES POR MEDICAMENTOS NO BRASIL

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    As intoxicações são processos patológicos ocasionado por substâncias endógenas ou exógenas, determinado pelo desequilíbrio fisiológico, decorrente das alterações bioquímicas no organismo. A toxicidade entende o potencial, em maior ou menor grau, do aparecimento de um estado patológico como resposta. De acordo com o Sistema Nacional de Informações Tóxico-Farmacológicas (SINITOX), os medicamentos estão como um dos principais agentes causadores de intoxicação em seres humanos no Brasil. Sabe-se que o Brasil, ocupa o quinto lugar entre os países que mais consomem medicamentos, sendo o primeiro da América Latina no que corresponde a intoxicação por medicamento. Dessa maneira, o presente estudo tem como objetivo verificar as intoxicações por medicamentos no Brasil, quanto ao gênero, faixa etária, circunstância, evolução clínica e zona de ocorrência. Caracteriza-se como observacional, descritivo, transversal, retrospectivo, documental, de campo e com abordagem quantitativa, para obtenção dos dados foram analisadas as tabelas divulgadas no anuário estatístico do SINITOX, dos anos de 2006 a 2016. No período da pesquisa, houve uma média anual de 304.155 casos de intoxicação por medicamentos e de 896 óbitos. O número de casos seguiu com oscilações importantes ao longo do período analisado, diminuindo em um primeiro momento e apresentando um aumento exponencial de 2010 a 2011 voltando a reduzir nos anos seguintes, sendo tal fato decorrente das subnotificações. No que compete ao gênero, foi bastante visível o maior número de intoxicações por indivíduos do gênero feminino (62,18%). A faixa etária mais acometida foi de 01 a 04 anos (28,79%), podendo associar tal achado a exposição inadequada a medicamentos, a faixa etária menos frequente foi a de 60 anos ou mais (4,19%). Quanto as circunstâncias da intoxicação, em maior evidência encontram-se casos tentativa de suicídio e acidente individual. A zona de ocorrência que apresentou maior número de casos foi a zona urbana (90,23%), tendo-se em vista que indivíduos residentes em áreas urbanas possuem maior facilidade de acesso aos medicamentos. A evolução clinica mais prevalente foi a cura no decorrer dos anos. Os resultados apresentados, nesse estudo, através da análise das circunstâncias e outros dados epidemiológicos, chamam atenção para o problema das intoxicações por medicamentos no Brasil. Nesse sentido, é de fundamental importância a conscientização da população quanto aos riscos do uso de medicamentos, de que é essencial que tais produtos sejam utilizados de modo racional, reduzindo a possibilidade de riscos, efeitos adversos e possíveis intoxicações

    USO DE ESFOLIANTES QUÍMICOS NO TRATAMENTO DA ACNE

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    A acne refere-se a uma enfermidade inflamatória da unidade pilossebácea da pele, caracterizada inicialmente pelo aparecimento de um comedão ou cravo, tal mecanismo se dá pela obstrução do orifício de saída do folículo, levando ao acúmulo de secreções, restos celulares e algumas vezes o ácaro chamado de demodex foliculorum. Os principais pilares do processo patogênico da acne são a formação do comedão, a produção de sebo, colonização bacteriana pelo Propionibacterium acnes e o processo inflamatório. Com relação ao tratamento da enfermidade, estão disponíveis diversas opções terapêuticas, desde esfoliantes, antibioticoterapia tópica e sistêmica até a isotretinoína sistêmica. Nesse sentido, o presente estudo teve como objetivo revisar na literatura científica esfoliantes químicos com propriedades ácidas e a forma como atuam no tratamento e remissão da acne. Realizou-se um estudo bibliográfico do tipo exploratório-descritivo, utilizando-se os bancos de dados Biblioteca Virtual em Saúde – BVS, Pubmed e o Banco de Teses e Dissertações, após análise e leitura dos resumos, foram selecionados apenas trabalhos que atendiam aos critérios de inclusão, no caso estudos que tratavam a respeito da utilização de esfoliantes com características ácidas no tratamento da enfermidade, peelings químicos, tendo sido extraídos informações constantes em trabalhos publicados entre os anos de 2006 a 2014. Desse modo, observou-se que a utilização de produtos com características ácidas na terapia contra acne é utilizada em associação ao uso de peelings ou esfoliantes químicos, sendo a mesma realizada através da aplicação de esfoliantes ou queratolíticos na pele, podendo ser substâncias de origem sintética ou vegetal, porém geralmente são ácidos orgânicos. Os esfoliantes químicos possuem como propriedade a capacidade de desorganizar quimicamente a molécula produtora de queratina, levando a descamação das células epidérmicas por meio de ação química. Dependendo do tipo de esfoliante, concentração do princípio ativo e de seu pH, o procedimento pode variar de superficial a mais profundo, atingindo desde a camada córnea até a derme reticular. Com relação a tais esfoliantes, os mais utilizados são ativos cosméticos como os alfahidroxiácidos (AHA): ácido glicólico, ácido mandélico, ácido lático, ácido málico; betahidroxiácidos (BHA): ácido salicílico e por fim os polihidroxiácidos (PHA): gluconolactona e ácido labtobiônico. Há também o ácido azeláico, que pode ser encontrado no trigo, centeio e cevada, o mesmo é uma excelente opção para indivíduos com pele seca e/ou clara, pois é hidratante e não provoca fotossensibilidade, com irritação cutânea mínima e provoca redução da hiperpigmentação pós-inflamatória. Observou-se também que a resorcina, ácido salicílico e o ácido lático são princípios ativos empregados como esfoliantes na execução de peelings químicos, são utilizados no tratamento das queratoses e rugas actínicas, discromias pigmentares, acnes vulgar e rosácea. Por fim, constatou-se que peelings e esfoliantes químicos são formulações utilizadas como principais adjuvantes no tratamento de casos de acne, e que os mais utilizados são o ácido salicílico e o ácido azeláico que apresenta boa aceitação e reduzidos efeitos indesejáveis com relação a fotossensibilidade

    O Programa de Cidades Históricas (PCH) no âmbito das políticas culturais dos anos 1970: cultura, planejamento e nacional desenvolvimentismo

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    Este artigo analisa o Programa de Cidades Históricas (PCH) como parte da rede de relações e de poder que implementou as políticas culturais nos anos 1970 no Brasil, de modo integrado ao setor econômico do governo, com base nas linhas do projeto desenvolvimentista orientadas para o regionalismo associado à descentralização. Apresenta, inicialmente, documentos oficiais que orientaram a formulação da Política Nacional de Cultura na década de 1970 e a rede de intelectuais envolvidos na sua elaboração, contemplando diferentes agências do Estado, historicamente atuantes no campo da cultura. Destaca em tais documentos a naturalização da associação entre turismo, cultura e patrimônio, via pela qual se deu a incorporação do campo da cultura nas discussões sobre o desenvolvimento socioeconômico brasileiro. Analisa as parcerias estabelecidas entre o MEC e a Secretaria de Planejamento da Presidência da República para a criação e implantação do PCH, compreendido como um projeto de ações interministeriais integradas. Busca evidenciar os modos de incorporação das políticas culturais nos planos de desenvolvimento do Brasil Grande e apontamos a complexificação das redes e das representações acerca dos valores da brasilidade associados ao tradicional popular nordestino. Foram trazidas para a análise memórias de protagonistas do alto escalão do regime militar e de técnicos que compartilharam vivências, relacionadas àquela conjuntura e ao próprio PCH, cotejadas com uma diversificada documentação.The article analyzes the Program of Historical Cities - PCH (Programa de Cidades Históricas) as part of the network of relations and power that implemented cultural policies in the 1970s in Brazil, in an integrated manner to the government's economic sector, based on the lines of development project, oriented to a regionalism associated with decentralization. It presents first official documents that guided the formulation of the National Cultural Policy in the 1970s and the intellectual network involved in its preparation, comprising officers from different state agencies, historically active in the cultural field. The article highlights the naturalization of the association between tourism, culture and heritage and the inclusion of the cultural field in the discussions about the Brazilian socioeconomic development. It analyzes partnerships between the Ministry of Education and Culture and the Secretariat of Planning of the Presidence of the Republic (Secretaria de Planejamento da Presidência da República) for the creation and implementation of the PCH, understood as a project of integrated ministerial actions. We identify the ways of incorporation of cultural policies in development plans of the ideological program called "Great Brasil" (Brasil Grande), and pointed out the complexity of networks and representations about the Brazilianness values associated with the traditional folk Northeastern. We brought for analysis the memories of high-ranking military regime protagonists and technicians who shared experiences related to the PCH, and collated them with a diverse documentation

    Height and body-mass index trajectories of school-aged children and adolescents from 1985 to 2019 in 200 countries and territories: a pooled analysis of 2181 population-based studies with 65 million participants

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    Summary Background Comparable global data on health and nutrition of school-aged children and adolescents are scarce. We aimed to estimate age trajectories and time trends in mean height and mean body-mass index (BMI), which measures weight gain beyond what is expected from height gain, for school-aged children and adolescents. Methods For this pooled analysis, we used a database of cardiometabolic risk factors collated by the Non-Communicable Disease Risk Factor Collaboration. We applied a Bayesian hierarchical model to estimate trends from 1985 to 2019 in mean height and mean BMI in 1-year age groups for ages 5–19 years. The model allowed for non-linear changes over time in mean height and mean BMI and for non-linear changes with age of children and adolescents, including periods of rapid growth during adolescence. Findings We pooled data from 2181 population-based studies, with measurements of height and weight in 65 million participants in 200 countries and territories. In 2019, we estimated a difference of 20 cm or higher in mean height of 19-year-old adolescents between countries with the tallest populations (the Netherlands, Montenegro, Estonia, and Bosnia and Herzegovina for boys; and the Netherlands, Montenegro, Denmark, and Iceland for girls) and those with the shortest populations (Timor-Leste, Laos, Solomon Islands, and Papua New Guinea for boys; and Guatemala, Bangladesh, Nepal, and Timor-Leste for girls). In the same year, the difference between the highest mean BMI (in Pacific island countries, Kuwait, Bahrain, The Bahamas, Chile, the USA, and New Zealand for both boys and girls and in South Africa for girls) and lowest mean BMI (in India, Bangladesh, Timor-Leste, Ethiopia, and Chad for boys and girls; and in Japan and Romania for girls) was approximately 9–10 kg/m2. In some countries, children aged 5 years started with healthier height or BMI than the global median and, in some cases, as healthy as the best performing countries, but they became progressively less healthy compared with their comparators as they grew older by not growing as tall (eg, boys in Austria and Barbados, and girls in Belgium and Puerto Rico) or gaining too much weight for their height (eg, girls and boys in Kuwait, Bahrain, Fiji, Jamaica, and Mexico; and girls in South Africa and New Zealand). In other countries, growing children overtook the height of their comparators (eg, Latvia, Czech Republic, Morocco, and Iran) or curbed their weight gain (eg, Italy, France, and Croatia) in late childhood and adolescence. When changes in both height and BMI were considered, girls in South Korea, Vietnam, Saudi Arabia, Turkey, and some central Asian countries (eg, Armenia and Azerbaijan), and boys in central and western Europe (eg, Portugal, Denmark, Poland, and Montenegro) had the healthiest changes in anthropometric status over the past 3·5 decades because, compared with children and adolescents in other countries, they had a much larger gain in height than they did in BMI. The unhealthiest changes—gaining too little height, too much weight for their height compared with children in other countries, or both—occurred in many countries in sub-Saharan Africa, New Zealand, and the USA for boys and girls; in Malaysia and some Pacific island nations for boys; and in Mexico for girls. Interpretation The height and BMI trajectories over age and time of school-aged children and adolescents are highly variable across countries, which indicates heterogeneous nutritional quality and lifelong health advantages and risks

    Rationale, study design, and analysis plan of the Alveolar Recruitment for ARDS Trial (ART): Study protocol for a randomized controlled trial

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    Background: Acute respiratory distress syndrome (ARDS) is associated with high in-hospital mortality. Alveolar recruitment followed by ventilation at optimal titrated PEEP may reduce ventilator-induced lung injury and improve oxygenation in patients with ARDS, but the effects on mortality and other clinical outcomes remain unknown. This article reports the rationale, study design, and analysis plan of the Alveolar Recruitment for ARDS Trial (ART). Methods/Design: ART is a pragmatic, multicenter, randomized (concealed), controlled trial, which aims to determine if maximum stepwise alveolar recruitment associated with PEEP titration is able to increase 28-day survival in patients with ARDS compared to conventional treatment (ARDSNet strategy). We will enroll adult patients with ARDS of less than 72 h duration. The intervention group will receive an alveolar recruitment maneuver, with stepwise increases of PEEP achieving 45 cmH(2)O and peak pressure of 60 cmH2O, followed by ventilation with optimal PEEP titrated according to the static compliance of the respiratory system. In the control group, mechanical ventilation will follow a conventional protocol (ARDSNet). In both groups, we will use controlled volume mode with low tidal volumes (4 to 6 mL/kg of predicted body weight) and targeting plateau pressure <= 30 cmH2O. The primary outcome is 28-day survival, and the secondary outcomes are: length of ICU stay; length of hospital stay; pneumothorax requiring chest tube during first 7 days; barotrauma during first 7 days; mechanical ventilation-free days from days 1 to 28; ICU, in-hospital, and 6-month survival. ART is an event-guided trial planned to last until 520 events (deaths within 28 days) are observed. These events allow detection of a hazard ratio of 0.75, with 90% power and two-tailed type I error of 5%. All analysis will follow the intention-to-treat principle. Discussion: If the ART strategy with maximum recruitment and PEEP titration improves 28-day survival, this will represent a notable advance to the care of ARDS patients. Conversely, if the ART strategy is similar or inferior to the current evidence-based strategy (ARDSNet), this should also change current practice as many institutions routinely employ recruitment maneuvers and set PEEP levels according to some titration method.Hospital do Coracao (HCor) as part of the Program 'Hospitais de Excelencia a Servico do SUS (PROADI-SUS)'Brazilian Ministry of Healt
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