USO DE ESFOLIANTES QUÍMICOS NO TRATAMENTO DA ACNE

Abstract

A acne refere-se a uma enfermidade inflamatória da unidade pilossebácea da pele, caracterizada inicialmente pelo aparecimento de um comedão ou cravo, tal mecanismo se dá pela obstrução do orifício de saída do folículo, levando ao acúmulo de secreções, restos celulares e algumas vezes o ácaro chamado de demodex foliculorum. Os principais pilares do processo patogênico da acne são a formação do comedão, a produção de sebo, colonização bacteriana pelo Propionibacterium acnes e o processo inflamatório. Com relação ao tratamento da enfermidade, estão disponíveis diversas opções terapêuticas, desde esfoliantes, antibioticoterapia tópica e sistêmica até a isotretinoína sistêmica. Nesse sentido, o presente estudo teve como objetivo revisar na literatura científica esfoliantes químicos com propriedades ácidas e a forma como atuam no tratamento e remissão da acne. Realizou-se um estudo bibliográfico do tipo exploratório-descritivo, utilizando-se os bancos de dados Biblioteca Virtual em Saúde – BVS, Pubmed e o Banco de Teses e Dissertações, após análise e leitura dos resumos, foram selecionados apenas trabalhos que atendiam aos critérios de inclusão, no caso estudos que tratavam a respeito da utilização de esfoliantes com características ácidas no tratamento da enfermidade, peelings químicos, tendo sido extraídos informações constantes em trabalhos publicados entre os anos de 2006 a 2014. Desse modo, observou-se que a utilização de produtos com características ácidas na terapia contra acne é utilizada em associação ao uso de peelings ou esfoliantes químicos, sendo a mesma realizada através da aplicação de esfoliantes ou queratolíticos na pele, podendo ser substâncias de origem sintética ou vegetal, porém geralmente são ácidos orgânicos. Os esfoliantes químicos possuem como propriedade a capacidade de desorganizar quimicamente a molécula produtora de queratina, levando a descamação das células epidérmicas por meio de ação química. Dependendo do tipo de esfoliante, concentração do princípio ativo e de seu pH, o procedimento pode variar de superficial a mais profundo, atingindo desde a camada córnea até a derme reticular. Com relação a tais esfoliantes, os mais utilizados são ativos cosméticos como os alfahidroxiácidos (AHA): ácido glicólico, ácido mandélico, ácido lático, ácido málico; betahidroxiácidos (BHA): ácido salicílico e por fim os polihidroxiácidos (PHA): gluconolactona e ácido labtobiônico. Há também o ácido azeláico, que pode ser encontrado no trigo, centeio e cevada, o mesmo é uma excelente opção para indivíduos com pele seca e/ou clara, pois é hidratante e não provoca fotossensibilidade, com irritação cutânea mínima e provoca redução da hiperpigmentação pós-inflamatória. Observou-se também que a resorcina, ácido salicílico e o ácido lático são princípios ativos empregados como esfoliantes na execução de peelings químicos, são utilizados no tratamento das queratoses e rugas actínicas, discromias pigmentares, acnes vulgar e rosácea. Por fim, constatou-se que peelings e esfoliantes químicos são formulações utilizadas como principais adjuvantes no tratamento de casos de acne, e que os mais utilizados são o ácido salicílico e o ácido azeláico que apresenta boa aceitação e reduzidos efeitos indesejáveis com relação a fotossensibilidade

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