124 research outputs found

    Intelectuais, militares, diplomatas : uma genealogia da autonomia no Brasil (1946-1974)

    Get PDF
    Tese (doutorado)—Universidade de Brasília, Instituto de Relações Internacionais, Programa de Pós-Graduação em Relações Internacionais, 2019.Esta tese de doutorado pretende analisar o debate semântico e político acerca do conceito de autonomia, o qual teve lugar no Brasil entre o final dos anos 1940 e meados dos anos 1970. Nesse sentido, aplicamos dois tipos de ferramentas metodológicas. Por um lado, utilizamos a ferramenta foucaultiana de análise arqueo-genealógica com o fim de descrever três espécies de formação discursiva, as quais consideramos que estavam a um só tempo lutando e tentando acomodar-se uma a outra ao longo daquele período. Elas eram o que denominamos crononomia, geonomia e nomonomia. Por outro lado, usamos a abordagem koselleckeana da história dos conceitos alemã (Begriffsgeschichte) com o objetivo de entender como cada uma dessas formações discursivas moldou suas grades de inteligibilidade de acordo com diferentes concepções do que a autonomia deveria significar. De volta à genealogia, apontamos como saber e poder entrelaçaram-se através de um conjunto de práticas políticas que atravessaram a demarcação tradicional entre as políticas interna e externa. Em nossa perspectiva, cada uma dessas formações discursivas embasou práticas de identificação relacionadas respectivamente a intelectuais, militares e diplomatas. Para os intelectuais engajados, a crononomia significava que a autonomia brasileira deveria ser equiparada com a emancipação de seu povo a ser conquistada no tempo. Para os militares, a geonomia significava que a autonomia brasileira deveria ser entendida como a segurança de seu espaço territorial. Para os diplomatas, a nomonomia acarretava a equivalência entre a autonomia brasileira e suas normas jurídicas. Cada qual desses pontos de vista teve diferentes implicações para o que a identidade do Brasil deveria significar doméstica e internacionalmente. Por meio de uma genealogia da autonomia, almejamos desestabilizar não apenas as origens fundacionais do debate autonomista, mas também a avaliação corrente e disseminada de acordo com a qual a política externa brasileira é contínua e não perturbada por mudanças domésticas. Teoricamente, esta tese de doutorado pretende ser uma contribuição ao campo da Sociologia Política Internacional (IPS), assim como aos desenvolvimentos recentes da virada filosófica em Relações Internacionais. Com respeito a nosso período histórico de pesquisa, nossa hipótese geral é a de que crononomia, geonomia e nomonomia estavam lutando entre si e ajustando-se entre o final dos anos 1940 e meados dos anos 1960. Desse ponto no tempo até meados dos anos 1970, a crononomia radicaliza-se e começa a perder a batalha, ao passo que geonomia e nomonomia finalmente acomodam-se e dão nascimento a uma nova forma de dispositivo diplomático-militar no Brasil.This doctorate thesis intends to analyse the semantic and political debate over the concept of autonomy which took place in Brazil between late 1940s and mid-1970s. For that matter, it applies two different sorts of methodological tools. On the one hand, we deploy the Foucauldian archeo-genealogical tool of analysis in order to describe three types of discursive formations that we think were at once fighting and trying to accommodate to each other along that period. They were what we call chrononomy, geonomy and nomonomy. On the other, we use the Koselleckean approach to the German history of concepts (Begriffsgeschichte) with the aim of understanding how each of these discursive formations shaped their grids of intelligibility according to different grasps of what autonomy should mean. Back to genealogy, we point out how knowledge and power intertwined through a set of political practices which cut across the traditional demarcation between domestic and foreign policies. In our perspective, each of these discursive formations grounded identification practices respectively attached to intellectuals, the military and the diplomats. To the engaged intellectuals, chrononomy meant that Brazilian autonomy should be equated to its people’s emancipation to be conquered over time. To the military, geonomy meant that Brazilian autonomy should be understood as the security of its territorial space. To the diplomats, nomonomy entailed the equivalence between Brazilian autonomy and its juridical norms. Each of these points of view had different implications to what Brazil’s identity should mean domestically as well as internationally. By means of a genealogy of autonomy, we aim at destabilising not only the foundational origins of the autonomist debate but also the current and widespread evaluation according which the Brazilian foreign policy is continuous and not disturbed by domestic change. Theoretically, this doctorate thesis intends to be a contribution to the field of International Political Sociology (IPS) as well as to the recent developments of the philosophical turn in International Relations. With respect to our historical period of research, our general hypothesis is that chrononomy, geonomy and nomonomy were fighting each other and adjusting themselves from the late 1940s to the mid-1960s. From that point in time to the mid-1970s, chrononomy radicalizes and starts to lose the battle while geonomy and nomonomy finally accommodate to each other and give birth to a new form of diplomatic-military dispositif in Brazil

    A renovação de credenciais no Brasil: indicações para uma análise à luz da governamentalidade

    Get PDF
    É de nosso entendimento que a narrativa brasileira em Relações Internacionais deve ser submetida à investigação crítica, especialmente quando se trata de analisar o fenômeno dos regimes internacionais nos termos de uma teoria de autonomia. Tal narrativa emprega categorias essencialistas que incluem a separação entre interno e externo, a centralidade do Estado soberano e a necessidade de se descobrir características duradouras de identidade nacional. Com o objetivo de se descartar tais instrumentos positivistas e interpretar o fenômeno dos regimes internacionais em meados da década de 1980 com foco nas contingências internas e nas lutas transversais, este artigo indica a ferramenta genealógica Foucaultiana de análise do discurso como um caminho alternativo. Nesse sentido, acreditamos que ao partir de seu conceito de governamentalidade seria possível desestabilizar a narrativa brasileira de autonomia e analisar o fenômeno dos regimes internacionais por meio de uma epistemologia interpretativa

    O Conceito de autonomia em Puig e Jaguaribe: uma análise comparativa intertextual

    Get PDF
    Este artigo pretende analisar e comparar o conceito de autonomia tal como se apresenta em dois textos diferentes: O nacionalismo na atualidade brasileira (1958) de Helio Jaguaribe e La política exterior argentina: incongruencia epidérmica y coherencia estructural (1982) de Juan Carlos Puig. Em primeiro lugar, será indispensável prover o leitor com seus respectivos contextos de publicação, bem como salientar os objetivos políticos e as fidelidades de grupo de cada autor. Na primeira seção, afirmamos como suas táticas textuais mantêm similitudes no que se refere ao modo como ambos os autores contrastam autonomia e dependência e almejam que o processo de autonomização de seus países emule a bem sucedida experiência histórica norte-americana. Na sequência, tentamos demonstrar que esses textos diferem em seus entendimentos do que a Terceira Posição deva ser, e ademais apoiam escopos opostos para a integração da América Latina. Finalmente, relacionamos as agendas políticas específicas de cada autor com suas interpretações enviesadas da história da política exterior de seus países

    Autonomia na política externa brasileira: uma história do conceito no pós-guerra

    Get PDF
    In this paper we write a history of the concept of autonomy in Brazilian foreign policy afterWorld War II. Conceptual history (Begriffsgeschichte) is our theoretical and methodologicaloption. We analyse the opposite meanings the concept bears in Golbery do Couto e Silva andHelio Jaguaribe’s thinking. We argue such semantic dispute implied different formulationsof foreign policy. On the one hand, Jânio Quadros’ Independent Foreign Policy conceivedautonomy as non-alignment to either Cold War blocs. On the other, Castello Branco assumedthere would be no autonomy without special relations with the US.En este artículo escribimos una historia del concepto de autonomía en la política exteriorbrasileña tras la Segunda Guerra Mundial. La historia de los conceptos (Begriffsgeschichte)es nuestra opción teórica y metodológica. Analizamos los significados opuestos que elconcepto conlleva en el pensamiento de Golbery do Couto e Silva y de Helio Jaguaribe.Argumentamos que esta disputa semántica implicó diferentes formulaciones de la políticaexterior. Por un lado, la Política Exterior Independiente de Jânio Quadros concebía laautonomía como no alineamiento con ningún bloque de la Guerra Fría. Por otro, CastelloBranco asumió que no habría autonomía sin relaciones especiales con los EE.UU.Neste artigo descrevemos uma história do conceito de autonomia na política externa brasileira após a Segunda Guerra Mundial. A história dos conceitos (Begriffsgeschichte) é nossa opção teórica e metodológica. Analisamos os significados opostos que o conceito carrega no pensamento de Golbery do Couto e Silva e de Helio Jaguaribe. Argumentamos que essa disputa semântica implicou formulações diferentes da política externa. Por um lado, a Política Externa Independente de Jânio Quadros concebeu a autonomia como não-alinhamento a quaisquer blocos da Guerra Fria. Por outro, Castello Branco assumiu que não haveria autonomia sem as relações especiais com os EUA

    Pervasive gaps in Amazonian ecological research

    Get PDF
    Biodiversity loss is one of the main challenges of our time,1,2 and attempts to address it require a clear un derstanding of how ecological communities respond to environmental change across time and space.3,4 While the increasing availability of global databases on ecological communities has advanced our knowledge of biodiversity sensitivity to environmental changes,5–7 vast areas of the tropics remain understudied.8–11 In the American tropics, Amazonia stands out as the world’s most diverse rainforest and the primary source of Neotropical biodiversity,12 but it remains among the least known forests in America and is often underrepre sented in biodiversity databases.13–15 To worsen this situation, human-induced modifications16,17 may elim inate pieces of the Amazon’s biodiversity puzzle before we can use them to understand how ecological com munities are responding. To increase generalization and applicability of biodiversity knowledge,18,19 it is thus crucial to reduce biases in ecological research, particularly in regions projected to face the most pronounced environmental changes. We integrate ecological community metadata of 7,694 sampling sites for multiple or ganism groups in a machine learning model framework to map the research probability across the Brazilian Amazonia, while identifying the region’s vulnerability to environmental change. 15%–18% of the most ne glected areas in ecological research are expected to experience severe climate or land use changes by 2050. This means that unless we take immediate action, we will not be able to establish their current status, much less monitor how it is changing and what is being lostinfo:eu-repo/semantics/publishedVersio

    Pervasive gaps in Amazonian ecological research

    Get PDF

    Supplement: "Localization and broadband follow-up of the gravitational-wave transient GW150914" (2016, ApJL, 826, L13)

    Get PDF
    This Supplement provides supporting material for Abbott et al. (2016a). We briefly summarize past electromagnetic (EM) follow-up efforts as well as the organization and policy of the current EM follow-up program. We compare the four probability sky maps produced for the gravitational-wave transient GW150914, and provide additional details of the EM follow-up observations that were performed in the different bands

    Pervasive gaps in Amazonian ecological research

    Get PDF
    Biodiversity loss is one of the main challenges of our time,1,2 and attempts to address it require a clear understanding of how ecological communities respond to environmental change across time and space.3,4 While the increasing availability of global databases on ecological communities has advanced our knowledge of biodiversity sensitivity to environmental changes,5,6,7 vast areas of the tropics remain understudied.8,9,10,11 In the American tropics, Amazonia stands out as the world's most diverse rainforest and the primary source of Neotropical biodiversity,12 but it remains among the least known forests in America and is often underrepresented in biodiversity databases.13,14,15 To worsen this situation, human-induced modifications16,17 may eliminate pieces of the Amazon's biodiversity puzzle before we can use them to understand how ecological communities are responding. To increase generalization and applicability of biodiversity knowledge,18,19 it is thus crucial to reduce biases in ecological research, particularly in regions projected to face the most pronounced environmental changes. We integrate ecological community metadata of 7,694 sampling sites for multiple organism groups in a machine learning model framework to map the research probability across the Brazilian Amazonia, while identifying the region's vulnerability to environmental change. 15%–18% of the most neglected areas in ecological research are expected to experience severe climate or land use changes by 2050. This means that unless we take immediate action, we will not be able to establish their current status, much less monitor how it is changing and what is being lost

    Centrality evolution of the charged-particle pseudorapidity density over a broad pseudorapidity range in Pb-Pb collisions at root s(NN)=2.76TeV

    Get PDF
    Peer reviewe
    corecore