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Alice no País da Contabilidade: a Aventura de Duas Historiadoras Econômicas em Registros Contábeis do Século XIX
This article aims to share our experience of working with São Paulo's municipal budgets published during the 19th century and discuss the difficulties of using this kind of source to analyze the municipal public finance from a historical perspective. The budget laws published draw the researcher's attention because they are abundant and relatively easy to work with, providing a huge documentary set that may be used as a means for studies in the fields of economic history, political history, and cultural history within the imperial period. These laws are printed, therefore, readable, and easily accessible through the digital web portal Acervo Histórico da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo Historical Collection of the São Paulo State Legislative Assembly]. They detail the origins and destinations of public resources, municipality by municipality, allowing the researcher to reconstruct the financial life of municipalities, identifying changes in time and space of the fortunes of the 19th-century São Paulo state communities. However, may we really trust these budgets? Conversations and collaborations between two researchers showed that these accessible, readable, and abundant sources are not as appropriate as they seem at first glance. This article reports our troubled and even contradictory journey into the world of municipal public accounting, in order to detail our findings and provide a warning on these sources. A comparative methodology between budget laws and handwritten balance sheets was used at time intervals of 1, 2, and 3 years, in search of correlations and adjustment patterns between budgeted and spent amounts of money. Our experience has shown that budget laws do not have much in common with the actual financial experience of municipalities within the imperial period, therefore, they are not the most appropriate sources to know the financial daily life in the 19th-century São Paulo state villages.Este artigo tem por objetivo compartilhar nossa experiência de trabalho com os orçamentos municipais paulistas publicados durante o século XIX e discutir as dificuldades de se usar esse tipo de fonte para analisar as finanças públicas municipais em perspectiva histórica. As leis orçamentárias publicadas atraem a atenção do pesquisador por ser abundantes e relativamente fáceis de trabalhar, constituindo um amplo conjunto documental que pode ser utilizado como subsídio para estudos nas áreas de história econômica, história política e história cultural no período imperial. Essas leis são impressas e, portanto, legíveis, e de fácil acesso pelo portal digital do Acervo Histórico da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo. Elas detalham as origens e destinos de recursos públicos, município por município, permitindo ao pesquisador reconstituir a vida financeira das municipalidades, identificando mudanças no tempo e no espaço das fortunas das comunidades paulistas oitocentistas. Entretanto, será que realmente podemos confiar nesses orçamentos? Conversas e colaborações entre duas pesquisadoras mostraram que essas fontes acessíveis, legíveis e abundantes não são tão adequadas como parecem à primeira vista. Este artigo relata nossa viagem conturbada e até contraditória pelo mundo da contabilidade pública municipal, a fim de detalhar nossos descobrimentos e fazer uma advertência sobre essas fontes. Foi utilizada uma metodologia comparativa entre leis orçamentárias e balanços manuscritos com intervalos temporais de 1, 2 e 3 anos, em busca de correlações e padrões de ajustamento entre montantes orçados e efetivados. A nossa experiência mostrou que as leis orçamentárias não têm muito em comum com a real experiência financeira dos municípios no período imperial, não sendo, portanto, as fontes mais adequadas para conhecer o cotidiano financeiro das vilas paulistas oitocentistas
Saldos e sobras: finanças públicas municipais na primeira metade do Oitocentos (Província de São Paulo, 1834-1850)
Este artículo presenta los primeros resultados de una investigación en curso que tiene como tema central las finanzas públicas municipales en la provincia de São Paulo durante 1834-1850. La provincia de São Paulo, en la primera mitad del siglo XIX, fue un verdadero mosaico de actividades económicas y contextos sociales. En algunas regiones, el cultivo del café era una promesa de desarrollo económico, mientras que, en otras, la producción de caña de azúcar absorbía la mayor parte de los recursos; la ganadería también estuvo presente en varios puntos de la provincia, y finalmente, hubo áreas donde predominó la agricultura de subsistencia. El tema tributario, secundario a los problemas políticos, de este período, terminó definido por las leyes presupuestarias. Sin embargo, a pesar de la urgente necesidad de organizar la situación financiera, el Imperio recién formado tendría su primera ley presupuestaria sólo en 1830. Si había lagunas en la legislación existente, ciertamente no constituía un impedimento para los impuestos, principalmente porque las necesidades de ambos –municipios y provincia– no cesó. Entonces, ¿cómo estructuraron las ciudades y pueblos su recaudación de impuestos y sus gastos? Con el fin de aclarar cuestiones aún no consideradas por la historiografía, este estudio propone analizar un conjunto de municipios de la Provincia de São Paulo con el fin de identificar su estructura financiera, las principales fuentes de ingresos, cómo se gastaron los recursos y si las diferencias económicas se reflejaron en las finanzas municipales. Además, compararemos la estructura tributaria mostrada en las leyes de presupuesto con la evidenciada en los balances generales manuscritos para verificar si los recursos de los municipios fueron suficientes para cubrir sus gastos.This paper presents the first results of an ongoing research that has as its central theme the municipal public finances in the Province of São Paulo during 1834-1850. The province of São Paulo, in the first half of the nineteenth century, was a true mosaic of economic activities and social contexts. In some regions, coffee cultivation was a promise of economic development while, in others, sugarcane and sugar production absorbed most of the resources; livestock were also present in various parts of the province, and finally, there were areas where subsistence agriculture was predominant. The tax issue, secondary to the political problems, of this period, ended up defined by the budgetary laws. However, despite the urgent need to organize the financial situation the newly formed Empire would have its first budget law only in 1830. If there were gaps in existing legislation, it certainly did not constitute an impediment to taxation, mainly because the needs of both –municipalities and province– did not cease. So, how did cities and towns structure their tax collection and their expenses? In order to clarify questions not yet considered by the historiography, this study proposes to analyze a set of municipalities in the Province of São Paulo in order to identify their financial structure, the main sources of income, how the resources were spent and if different economic enviroments were reflected in municipal finances. Furthermore we shall compare the tax structure shown in the budget laws with that evidenced in the handwritten balance sheets in order to verify if the resources of the municipalities were sufficient to cover their expenses.O presente artigo apresenta os primeiros resultados de uma pesquisa em andamento, que tem como tema central as finanças públicas municipais paulistas no período 1834-1850. A província paulista, durante a primeira metade do século XIX, constituía verdadeiromosaico de atividades econômicas e contextos sociais. Em algumas regiões, a cultura cafeeira despontava como uma promessa de desenvolvimento econômico; em outras, o plantio da cana e a produção de açúcar absorviam a maior parte dos recursos; a criação de gado, sua engorda e comercialização também estavam presentes em diversas partes da província; e por fim, havia as regiões em que predominava a agricultura de subsistência e a pequena criação de animais. A questão tributária, secundária em meio aos problemas políticos do período, acabou por ficar a cargo das leis orçamentárias. Todavia, a despeito da urgência em organizar sua situação financeira, o recém-constituído Império teria sua primeira lei orçamentária promulgada somente em 1830. Se havia lacunas na legislação vigente, certamente isso não constituía empecilho à tação, até mesmo porque as necessidades, tanto de municípios como de províncias, não cessaram devido à imprecisão legislativa. Então, como as cidades e vilas truturavam a arrecadação de impostos e quais eram suas despesas? A fim de sclarecer questões ainda não trabalhadas pela historiografia, o presente estudo propõe a análise de um conjunto de localidades paulistas a fim de identificar a sua estrutura financeira, suas principais fontes de renda, principais despesas e se diferentes panos de fundo econômicos se veem refletidos nas finanças públicas municipais. Ademais, busca-se na comparação da estrutura tributária identificada nas leis orçamentárias com aquela identificada nas prestações de contas manuscritas verificar se as fontes de renda das municipalidades eram suficientes para cobrir seus gastos.peerReviewe
Os proprietários de escravos e a estrutura da posse na antiga freguesia de São Simão, 1835
Este artigo estuda a estrutura da posse de escravos em São Simão, localidade do nordeste paulista, utilizando a lista nominativa de 1835. O objetivo principal é analisar a estrutura da posse de escravos na região pouco antes da chegada do café, pois, ao que tudo indica, a estrutura produtiva formada nesse período teria contribuído para o rápido desenvolvimento da cultura cafeeira durante a segunda metade do século XIX. Destaca-se o caso de Ribeirão Preto, localidade desmembrada de São Simão nos primeiros anos da década de 1870, que chegou a ser a maior produtora de café do Estado de São Paulo
Os proprietários de escravos e a estrutura da posse na antiga freguesia de São Simão, 1835
Este artigo estuda a estrutura da posse de escravos em São Simão, localidade do nordeste paulista, utilizando a lista nominativa de 1835. O objetivo principal é analisar a estrutura da posse de escravos na região pouco antes da chegada do café, pois, ao que tudo indica, a estrutura produtiva formada nesse período teria contribuído para o rápido desenvolvimento da cultura cafeeira durante a segunda metade do século XIX. Destaca-se o caso de Ribeirão Preto, localidade desmembrada de São Simão nos primeiros anos da década de 1870, que chegou a ser a maior produtora de café do Estado de São Paulo.This paper analyses the slaveholding structure in São Simão, a town northeast of São Paulo, using the manuscript known as lista nominativa of 1835. The objective is to analyze the structure of ownership of slaves in the region before the arrival of coffee. Apparently, the production structure formed in this period gave conditions, among other factors, for the rapid development of coffee cultivation during the second half of the nineteenth century, especially in the town of Ribeirão Preto, separated from São Simão in the early years of the 1870s. Ribeirão Preto, in the last decade of the nineteenth century, became one of the largest producers of coffee in the State of Sao Paulo
O café e a cidade: a evolução das atividades urbanas Ribeirão Preto, 1890-1933 * El café y la ciudad: la evolución de las actividades urbanas en Ribeirão Preto, 1890-1933
O texto considera a evolução das atividades urbanas em Ribeirão Preto – comércio, indústria e prestação de serviços – no período 1890-1933. Nessa época, diversos fatores contribuíram para o crescimento da população economicamente ativa em Ribeirão Preto, sendo o principal deles o início da atividade cafeeira durante a década de 1860. A ferrovia foi igualmente importante, tornando mais eficiente a comunicação com as demais cidades e com o porto de Santos, facilitando o transporte de mercadorias, a diversificação e a especialização dos negócios estabelecidos. A ferrovia promoveu também a chegada dos imigrantes, contribuindo com o aumento da população economicamente ativa e também com a expansão das atividades urbanas. Para analisar esse movimento, foram utilizadas como fontes de dados: almanaques, censos e publicações da época, além de material iconográfico.
A evolução da carga tributária na Província de São Paulo, 1835-1889.
Através da análise documental das Leis Orçamentárias e dos Relatórios de Presidente de Província, compreendendo os anos de 1835 a 1889, este trabalho busca demonstrar a evolução histórica da estrutura tributária na Província de São Paulo, levando em consideração aspectos históricos, econômicos e políticos existentes na região em meados do período imperial. A evolução das novas formas de tributos que foram criadas no decorrer do tempo envolve a elevação dos valores orçados e a concentração de expectativa de arrecadação em determinados tributos
Alice in Accounting Land: The Adventure of Two Economic Historians in Accounting Records of the 19th Century
This article aims to share our experience of working with São Paulo's municipal budgets published during the 19th century and discuss the difficulties of using this kind of source to analyze the municipal public finance from a historical perspective. The budget laws published draw the researcher's attention because they are abundant and relatively easy to work with, providing a huge documentary set that may be used as a means for studies in the fields of economic history, political history, and cultural history within the imperial period. These laws are printed, therefore, readable, and easily accessible through the digital web portal Acervo Histórico da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo Historical Collection of the São Paulo State Legislative Assembly]. They detail the origins and destinations of public resources, municipality by municipality, allowing the researcher to reconstruct the financial life of municipalities, identifying changes in time and space of the fortunes of the 19th-century São Paulo state communities. However, may we really trust these budgets? Conversations and collaborations between two researchers showed that these accessible, readable, and abundant sources are not as appropriate as they seem at first glance. This article reports our troubled and even contradictory journey into the world of municipal public accounting, in order to detail our findings and provide a warning on these sources. A comparative methodology between budget laws and handwritten balance sheets was used at time intervals of 1, 2, and 3 years, in search of correlations and adjustment patterns between budgeted and spent amounts of money. Our experience has shown that budget laws do not have much in common with the actual financial experience of municipalities within the imperial period, therefore, they are not the most appropriate sources to know the financial daily life in the 19th-century São Paulo state villages
Height and body-mass index trajectories of school-aged children and adolescents from 1985 to 2019 in 200 countries and territories: a pooled analysis of 2181 population-based studies with 65 million participants
Summary Background Comparable global data on health and nutrition of school-aged children and adolescents are scarce. We aimed to estimate age trajectories and time trends in mean height and mean body-mass index (BMI), which measures weight gain beyond what is expected from height gain, for school-aged children and adolescents. Methods For this pooled analysis, we used a database of cardiometabolic risk factors collated by the Non-Communicable Disease Risk Factor Collaboration. We applied a Bayesian hierarchical model to estimate trends from 1985 to 2019 in mean height and mean BMI in 1-year age groups for ages 5–19 years. The model allowed for non-linear changes over time in mean height and mean BMI and for non-linear changes with age of children and adolescents, including periods of rapid growth during adolescence. Findings We pooled data from 2181 population-based studies, with measurements of height and weight in 65 million participants in 200 countries and territories. In 2019, we estimated a difference of 20 cm or higher in mean height of 19-year-old adolescents between countries with the tallest populations (the Netherlands, Montenegro, Estonia, and Bosnia and Herzegovina for boys; and the Netherlands, Montenegro, Denmark, and Iceland for girls) and those with the shortest populations (Timor-Leste, Laos, Solomon Islands, and Papua New Guinea for boys; and Guatemala, Bangladesh, Nepal, and Timor-Leste for girls). In the same year, the difference between the highest mean BMI (in Pacific island countries, Kuwait, Bahrain, The Bahamas, Chile, the USA, and New Zealand for both boys and girls and in South Africa for girls) and lowest mean BMI (in India, Bangladesh, Timor-Leste, Ethiopia, and Chad for boys and girls; and in Japan and Romania for girls) was approximately 9–10 kg/m2. In some countries, children aged 5 years started with healthier height or BMI than the global median and, in some cases, as healthy as the best performing countries, but they became progressively less healthy compared with their comparators as they grew older by not growing as tall (eg, boys in Austria and Barbados, and girls in Belgium and Puerto Rico) or gaining too much weight for their height (eg, girls and boys in Kuwait, Bahrain, Fiji, Jamaica, and Mexico; and girls in South Africa and New Zealand). In other countries, growing children overtook the height of their comparators (eg, Latvia, Czech Republic, Morocco, and Iran) or curbed their weight gain (eg, Italy, France, and Croatia) in late childhood and adolescence. When changes in both height and BMI were considered, girls in South Korea, Vietnam, Saudi Arabia, Turkey, and some central Asian countries (eg, Armenia and Azerbaijan), and boys in central and western Europe (eg, Portugal, Denmark, Poland, and Montenegro) had the healthiest changes in anthropometric status over the past 3·5 decades because, compared with children and adolescents in other countries, they had a much larger gain in height than they did in BMI. The unhealthiest changes—gaining too little height, too much weight for their height compared with children in other countries, or both—occurred in many countries in sub-Saharan Africa, New Zealand, and the USA for boys and girls; in Malaysia and some Pacific island nations for boys; and in Mexico for girls. Interpretation The height and BMI trajectories over age and time of school-aged children and adolescents are highly variable across countries, which indicates heterogeneous nutritional quality and lifelong health advantages and risks
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