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REDEFINIÇÕES DA CONDIÇÃO DE MORADOR: classificações das clientelas no mandato policial cotidiano e suas consequências nas relações entre polícia e população
Este artigo discute etnograficamente como estilos de patrulhamento policial interferem na situação de interpelação e resposta que envolve a interação entre policiais e moradores em espaços urbanos. Analisa como a condição de morador é mobilizada por policiais militares de uma área do Programa de Policiamento Ronda do Quarteirão, na cidade de Juazeiro do Norte, no sul do Ceará. Essa experiência de policiamento comunitário, nomeada como sendo “a polícia da boa vizinhança”, agrega, também, elementos de policiamento ostensivo convencional e nela os moradores são moralmente classificados pelos policiais em diversos rótulos, como revela o uso da oposição entre os termos “vagabundo” e “cidadão de bem”. Essas maneiras policiais de falar sobre moradores compõem agenciamentos de poder que atribuem formas de subjetividade aos moradores. O significado da “aplicação da lei” torna-se polissêmico, na medida em que os moradores são afetados por esses rótulos, sendo validados, revalidados, selecionados ou ignorados em cada situação.Palavras-chave: Polícia da Boa Vizinhança. Mandato Policial. Condição de Morador. REDEFINING THE CONDITION OF RESIDENT: classifications of the customers in daily police work and their consequences for the relationship between the police and population Wendell de Freitas Barbosa Leonardo Damasceno de Sá This article discusses ethnographically how police patrol styles interfere in interpellation situations and responses that involve the interaction between police and residents in urban areas. It analyzes how the resident’s condition is mobilized by military police from an area covered by the Round the Block Policing Program, in the city of Juazeiro do Norte, south of the state of Ceará. This experience of community policing, called “the good neighborhood police,” also employs conventional elements of ostensible police work and the residents of this community are morally classified by the police in various labels, represented by the opposition between “bum” and” good citizen.” These police ways of talking about residents are intermediations of power that attribute subjective forms to residents. The meaning of “law enforcement” becomes polysemic, in that residents are affected by these labels, and are validated, revalidated, selected or ignored in every situation. Keywords: Good neighborhood police. Police work. Resident condition. REDÉFINITIONS DU STATUT DE RÉSIDENT: les classifications de clientèles dans le mandat de police quotidien et leurs conséquences dans les relations entre la police et la population Wendell de Freitas Barbosa Leonardo Damasceno de Sá Cet article montre, dans une conception ethnographique, combien les manières d’intervenir des patrouilles de police interfèrent lors des interpellations et des réponses qui ont lieu dans l’interaction entre la police et les habitants au sein de l’espace urbain. On y analyse comment les personnes, en tant qu’habitants, sont mobilisées par les forces de police militaire dans le cadre du Programme de Rondes de Police de Quartier dans la ville de Juazeiro do Nord située dans le sud de l’Etat du Céara. Cette expérience de police communautaire, appelée aussi “police de quartier ou de bon voisinage” ajoute également des éléments ostensibles de maintien de l’ordre conventionnel où les habitants sont moralement classés par les policiers sous diverses étiquettes comme le montre l’utilisation de termes qui s’opposent, tels que “vaurien” et “homme de bien”. Ces manières de parler des habitants constituent des assemblages de pouvoir qui attribuent une subjectivité aux habitants. Le sens de “faire valoir la loi” devient polysémique dans la mesure où les habitants sont marqués par ces étiquettes qui peuvent être approuvées, ré-approuvées, sélectionnées ou ignorées dans chacun des cas. Mots-clés: Police de Quartier ou de Bon Voisinage. Mandat de Police. Statut de Résident. Publicação Online do Caderno CRH no Scielo: http://www.scielo.br/ccrh Publicação Online do Caderno CRH: http://www.cadernocrh.ufba.b
A condição do policial militar em atendimento clínico: uma análise das narrativas sobre adoecimento, sofrimento e medo no contexto profissional
Este artigo pretende discutir a condição social de policiais militares em fase de tratamento psicológico. Os sujeitos desta pesquisa estão em situação institucional de afastamento de suas funções laborativas para realização de atendimento clínico. O artigo está fundamentado em um trabalho de campo, no setor responsável pelo atendimento, e em entrevistas em profundidade com policiais militares, realizadas dentro e fora do contexto de interação simbólica no Centro Biopsicossocial da Polícia Militar do Ceará. Buscamos, neste caso, compreender como as experiências do medo, sofrimento e adoecimento são construídas por intermédio das percepções de nossos interlocutores. Deste modo, as narrativas policiais sobre o trabalho são explicitadas pela expressão simbólica do medo, entendido como produção social da indiferença, diante do jogo de atributos, segundo o qual coragem, valentia e a condição de “matador” se impõem sobre o destino social dessa categoria. Tal condição é refletida tanto pelo medo que provocam nas pessoas civis, enquanto “autoritários e violentos”, quanto pelo medo que sentem com o risco de perder a vida em ações violentas diárias. Quer-se, enfim, entender como esse sentimento perpassa o segmento social dos policiais militares, e de que forma seu significado moral e a maneira como se expressa, simbolicamente, revelam o funcionamento de um universo ocupacional, a partir de seus processos interativos, que levam ao adoecimento da pessoa na PM.
ACESSIBILIDADE PARA ALÉM DOS NORMATIVOS VIGENTES: UMA ANÁLISE DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ NA PERSPECTIVA DO MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO E DOS GESTORES ACADÊMICOS
O objetivo deste artigo é apresentar um estudo sobre a acessibilidade na Universidade Federal do Ceará (UFC), na perspectiva do Ministério da Educação (MEC) e dos gestores de cursos de graduação. Foram realizadas análises dos documentos oficiais e das normativas que trabalham com essa temática, intentando-se delinear o perfil de atendimentos da UFC em resposta aos critérios de acessibilidade estabelecidos pelo MEC, por meio dos relatórios de visitas in loco realizados por este Ministério, no período de 2010 a 2018. Ademais, foram realizadas entrevistas em profundidade com coordenadores dos cursos de graduação cujos cursos dispusessem de maior e menor pontuação para o quesito em tela nos registros do MEC. A pesquisa qualitativa de campo conjugada com a pesquisa documental foi a estratégia metodológica adotada. Entre os principais achados, destaca-se que a maior parte dos cursos avaliados possui boas condições de acessibilidade; contudo, as entrevistas revelaram que os agentes institucionais tentam promover a inclusão educacional de seus alunos, embora declarem existir incontáveis dificuldades ligadas à escassez de recursos disponíveis, bem como de infraestrutura e, sobretudo, questões atitudinais relacionadas ao baixo engajamento participativo subjetivo da comunidade nas políticas de acessibilidade da Universidade
RELATOS DE SI EM SITUAÇÃO DE CONDENAÇÃO PUNITIVA: A TRAJETÓRIA DE ADÃO
Adão é um detento da Casa de Privação Provisória de Liberdade III, estabelecimento integrante do sistema penitenciário do Ceará. No contexto de cumprimento da pena por assassinato, ele desenvolveu um reposicionamento discursivo sobre suas condições de existência, falando e escrevendo sobre sua experiência na prisão. Elaborou livros artesanais, usando as tampas das quentinhas1 como suporte da escrita, encadernando-as com fios feitos de saco plástico, e reformulou assim os seus relatos de si, numa busca por novas narrativas de sua vida. Adão fez experimentações literárias relacionadas com sua trajetória de vida no confronto com as questões da punição, do sofrimento e da liberdade. Do ponto de vista teórico, este artigo está apoiado nas considerações de Pierre Bourdieu e Judith Butler acerca da relação entre linguagem, sofrimento social e narrativas do eu. Metodologicamente, parte de trabalho de campo e entrevistas em profundidade com Adão, além de leitura de seus materiais. O objetivo do artigo é compreender como se articulam a fala e a escrita de um sujeito em luta contra a condição de despossessão do eu ligada à condenação punitiva prisional
"Uma voz contra a impunidade": Uma análise sobre o contexto da campanha eleitoral do Coronel Bezerra a Assembleia Legislativa do Ceará
Este trabalho tem por objetivo analisar as estratégias utilizadas pelo Coronel Bezerra, ex-secretário de Segurança Pública do Ceará, para conseguir a adesão do voto ao cargo de deputado estadual no pleito de 2014 no Ceará. Especificamente, pretendemos compreender como foram engendradas as práticas do referido candidato para ser caracterizado como representante da Segurança Pública; também é nosso objetivo lançar luzes sobre como foram acionadas as suas demais redes de pertencimento, com o intuito de criar novos vínculos com o campo político. Este esforço analítico se detém sobre dados etnográficos, vídeos publicados nas redes sociais e matérias vinculadas em jornais e blogs do estado do Ceará. É válido destacar que em seus discursos o Coronel Bezerra buscou associar-se à "legalidade", à defesa do “cidadão de bem” e à "luta contra a impunidade", tendo em vista que suas manifestações são permeadas por um forte teor moral, que visam à identificação com o cearense a partir de traços culturais compartilhados coletivamente
Análise da eficácia do uso terapêutico da trimetazidina nas principais síndromes coronarianas agudas
A injúria de reperfusão, ou isquemia, é um mecanismo fisiopatológico que ocorre nas etiopatogenias do miocárdio, como na angina instável. Assim, são utilizados fármacos adjuvantes citoprotetores, como a trimetazidina (TMZ), que visam à diminuição do tempo de hospitalização e melhora na função cardíaca com ação profilática contra essa lesão. No entanto, apesar dos seus potenciais benefícios no tratamento da síndrome coronariana aguda, ainda não está clara a sua eficácia em relação a outras terapias disponíveis. Nesse sentido, o objetivo do estudo é analisar a eficácia do uso terapêutico da trimetazidina nas principais síndromes coronarianas agudas. Foi realizada uma revisão sistemática usando as bases de dados PubMed, Cochrane Library e Embase. Um total de 3 estudos foi incluído na análise. Os resultados mostraram que a terapia com trimetazidina reduziu significativamente a incidência de eventos cardíacos adversos maiores (ECAM) (OR = 0,33, IC 95% 0,15-0,75, p = 0,007), menor dano miocárdico (p < 0,05) e fração de ejeção ventricular esquerda mais elevada e menos eventos adversos em comparação com o grupo placebo (p < 0,05). Não foram observadas diferenças significativas entre os grupos de trimetazidina e controle em termos de mortalidade por todas as causas, mortalidade cardiovascular ou incidência de eventos adversos. Os resultados deste estudo sugerem que a terapia adjuvante com trimetazidina pode melhorar os resultados clínicos e a função cardíaca em pacientes com IAM sem aumentar o risco de eventos adversos. No entanto, são necessários mais ensaios clínicos randomizados em larga escala para confirmar esses resultados e determinar a duração e dose ideais da terapia com trimetazidina nessa população de pacientes
Erratum: Global, regional, and national comparative risk assessment of 84 behavioural, environmental and occupational, and metabolic risks or clusters of risks for 195 countries and territories, 1990–2017: a systematic analysis for the Global Burden of Disease Study 2017
Interpretation: By quantifying levels and trends in exposures to risk factors and the resulting disease burden, this assessment offers insight into where past policy and programme efforts might have been successful and highlights current priorities for public health action. Decreases in behavioural, environmental, and occupational risks have largely offset the effects of population growth and ageing, in relation to trends in absolute burden. Conversely, the combination of increasing metabolic risks and population ageing will probably continue to drive the increasing trends in non-communicable diseases at the global level, which presents both a public health challenge and opportunity. We see considerable spatiotemporal heterogeneity in levels of risk exposure and risk-attributable burden. Although levels of development underlie some of this heterogeneity, O/E ratios show risks for which countries are overperforming or underperforming relative to their level of development. As such, these ratios provide a benchmarking tool to help to focus local decision making. Our findings reinforce the importance of both risk exposure monitoring and epidemiological research to assess causal connections between risks and health outcomes, and they highlight the usefulness of the GBD study in synthesising data to draw comprehensive and robust conclusions that help to inform good policy and strategic health planning
Global, regional, and national comparative risk assessment of 84 behavioural, environmental and occupational, and metabolic risks or clusters of risks for 195 countries and territories, 1990-2017: a systematic analysis for the Global Burden of Disease Study 2017.
BACKGROUND: The Global Burden of Diseases, Injuries, and Risk Factors Study (GBD) 2017 comparative risk assessment (CRA) is a comprehensive approach to risk factor quantification that offers a useful tool for synthesising evidence on risks and risk-outcome associations. With each annual GBD study, we update the GBD CRA to incorporate improved methods, new risks and risk-outcome pairs, and new data on risk exposure levels and risk-outcome associations. METHODS: We used the CRA framework developed for previous iterations of GBD to estimate levels and trends in exposure, attributable deaths, and attributable disability-adjusted life-years (DALYs), by age group, sex, year, and location for 84 behavioural, environmental and occupational, and metabolic risks or groups of risks from 1990 to 2017. This study included 476 risk-outcome pairs that met the GBD study criteria for convincing or probable evidence of causation. We extracted relative risk and exposure estimates from 46 749 randomised controlled trials, cohort studies, household surveys, census data, satellite data, and other sources. We used statistical models to pool data, adjust for bias, and incorporate covariates. Using the counterfactual scenario of theoretical minimum risk exposure level (TMREL), we estimated the portion of deaths and DALYs that could be attributed to a given risk. We explored the relationship between development and risk exposure by modelling the relationship between the Socio-demographic Index (SDI) and risk-weighted exposure prevalence and estimated expected levels of exposure and risk-attributable burden by SDI. Finally, we explored temporal changes in risk-attributable DALYs by decomposing those changes into six main component drivers of change as follows: (1) population growth; (2) changes in population age structures; (3) changes in exposure to environmental and occupational risks; (4) changes in exposure to behavioural risks; (5) changes in exposure to metabolic risks; and (6) changes due to all other factors, approximated as the risk-deleted death and DALY rates, where the risk-deleted rate is the rate that would be observed had we reduced the exposure levels to the TMREL for all risk factors included in GBD 2017
Global, regional, and national comparative risk assessment of 84 behavioural, environmental and occupational, and metabolic risks or clusters of risks for 195 countries and territories, 1990–2017: a systematic analysis for the Global Burden of Disease Study 2017
Stanaway JD, Afshin A, Gakidou E, et al. Global, regional, and national comparative risk assessment of 84 behavioural, environmental and occupational, and metabolic risks or clusters of risks for 195 countries and territories, 1990–2017: a systematic analysis for the Global Burden of Disease Study 2017. Lancet. 2018;392(10159):1923-1994.Background The Global Burden of Diseases, Injuries, and Risk Factors Study (GBD) 2017 comparative risk assessment (CRA) is a comprehensive approach to risk factor quantification that offers a useful tool for synthesising evidence on risks and risk outcome associations. With each annual GBD study, we update the GBD CRA to incorporate improved methods, new risks and risk outcome pairs, and new data on risk exposure levels and risk outcome associations. Methods We used the CRA framework developed for previous iterations of GBD to estimate levels and trends in exposure, attributable deaths, and attributable disability-adjusted life-years (DALYs), by age group, sex, year, and location for 84 behavioural, environmental and occupational, and metabolic risks or groups of risks from 1990 to 2017. This study included 476 risk outcome pairs that met the GBD study criteria for convincing or probable evidence of causation. We extracted relative risk and exposure estimates from 46 749 randomised controlled trials, cohort studies, household surveys, census data, satellite data, and other sources. We used statistical models to pool data, adjust for bias, and incorporate covariates. Using the counterfactual scenario of theoretical minimum risk exposure level (TMREL), we estimated the portion of deaths and DALYs that could be attributed to a given risk. We explored the relationship between development and risk exposure by modelling the relationship between the Socio-demographic Index (SDI) and risk-weighted exposure prevalence and estimated expected levels of exposure and risk-attributable burden by SDI. Finally, we explored temporal changes in risk-attributable DALYs by decomposing those changes into six main component drivers of change as follows: (1) population growth; (2) changes in population age structures; (3) changes in exposure to environmental and occupational risks; (4) changes in exposure to behavioural risks; (5) changes in exposure to metabolic risks; and (6) changes due to all other factors, approximated as the risk-deleted death and DALY rates, where the risk-deleted rate is the rate that would be observed had we reduced the exposure levels to the TMREL for all risk factors included in GBD 2017. Findings In 2017,34.1 million (95% uncertainty interval [UI] 33.3-35.0) deaths and 121 billion (144-1.28) DALYs were attributable to GBD risk factors. Globally, 61.0% (59.6-62.4) of deaths and 48.3% (46.3-50.2) of DALYs were attributed to the GBD 2017 risk factors. When ranked by risk-attributable DALYs, high systolic blood pressure (SBP) was the leading risk factor, accounting for 10.4 million (9.39-11.5) deaths and 218 million (198-237) DALYs, followed by smoking (7.10 million [6.83-7.37] deaths and 182 million [173-193] DALYs), high fasting plasma glucose (6.53 million [5.23-8.23] deaths and 171 million [144-201] DALYs), high body-mass index (BMI; 4.72 million [2.99-6.70] deaths and 148 million [98.6-202] DALYs), and short gestation for birthweight (1.43 million [1.36-1.51] deaths and 139 million [131-147] DALYs). In total, risk-attributable DALYs declined by 4.9% (3.3-6.5) between 2007 and 2017. In the absence of demographic changes (ie, population growth and ageing), changes in risk exposure and risk-deleted DALYs would have led to a 23.5% decline in DALYs during that period. Conversely, in the absence of changes in risk exposure and risk-deleted DALYs, demographic changes would have led to an 18.6% increase in DALYs during that period. The ratios of observed risk exposure levels to exposure levels expected based on SDI (O/E ratios) increased globally for unsafe drinking water and household air pollution between 1990 and 2017. This result suggests that development is occurring more rapidly than are changes in the underlying risk structure in a population. Conversely, nearly universal declines in O/E ratios for smoking and alcohol use indicate that, for a given SDI, exposure to these risks is declining. In 2017, the leading Level 4 risk factor for age-standardised DALY rates was high SBP in four super-regions: central Europe, eastern Europe, and central Asia; north Africa and Middle East; south Asia; and southeast Asia, east Asia, and Oceania. The leading risk factor in the high-income super-region was smoking, in Latin America and Caribbean was high BMI, and in sub-Saharan Africa was unsafe sex. O/E ratios for unsafe sex in sub-Saharan Africa were notably high, and those for alcohol use in north Africa and the Middle East were notably low. Interpretation By quantifying levels and trends in exposures to risk factors and the resulting disease burden, this assessment offers insight into where past policy and programme efforts might have been successful and highlights current priorities for public health action. Decreases in behavioural, environmental, and occupational risks have largely offset the effects of population growth and ageing, in relation to trends in absolute burden. Conversely, the combination of increasing metabolic risks and population ageing will probably continue to drive the increasing trends in non-communicable diseases at the global level, which presents both a public health challenge and opportunity. We see considerable spatiotemporal heterogeneity in levels of risk exposure and risk-attributable burden. Although levels of development underlie some of this heterogeneity, O/E ratios show risks for which countries are overperforming or underperforming relative to their level of development. As such, these ratios provide a benchmarking tool to help to focus local decision making. Our findings reinforce the importance of both risk exposure monitoring and epidemiological research to assess causal connections between risks and health outcomes, and they highlight the usefulness of the GBD study in synthesising data to draw comprehensive and robust conclusions that help to inform good policy and strategic health planning. Copyright (C) 2018 The Author(s). Published by Elsevier Ltd
Experiências de Perda e Ressignificação da Moradia: sobre sofrimento social de mulheres macapaenses no contexto de uma tragédia urbana
This article describes and analyzes, through an ethnobiographic perspective, the social situation of four women living in Macapá’s Perpétuo Socorro neighborhood after a fire of tragic proportions destroyed their homes, lives, and social ties. This research focused on how they tried to reestablish their everyday living and other aspects of their lives impacted by the catastrophic event that occurred in October 2013. The text presents an analysis of the existential conditions and sociocultural practices carried while these individuals, who experienced extensive violence throughout their lives, attempted to reestablish their daily routine. It also examines the way in which these women were reassessed through the framework of their losses and the redefining of their social reality through their own oral reports obtained in the field by socio-analytic listening of what was said and what was not.Este artigo descreve e analisa, numa perspectiva etnobiográfica, a situação social de mulheres moradoras do bairro Perpétuo Socorro, em Macapá, após um incêndio de proporções trágicas que destruiu suas casas, vidas e laços sociais. A partir deste evento crítico, ocorrido em outubro de 2013, a pesquisa deteve-se nos percursos das mulheres em busca da reconstrução do cotidiano e dos sentidos de vida que foram impactados pela tragédia. O texto propõe uma reflexão sobre as práticas socioculturais e condições existenciais imbricadas na reconfiguração do cotidiano de quatro mulheres que vivenciaram violências difusas ao longo da vida. E discute o modo como os sujeitos foram redimensionados no contexto da perda e da ressignificação da realidade social por meio dos relatos das mulheres, obtidos em campo pela escuta socioanalítica de falas e silêncios