95 research outputs found

    Du roman au théâtre: adaptations théâtrales dans la dramaturgie franco-portugaise au XIXe siècle

    Get PDF
    L’adaptation de romans à la scène au XIXe siècle dans la dramaturgie franco-portugaise passe par l’étude des relations et des contaminations intergénériques et interculturelles qui s’établissent entre les genres romanesque et dramatique dans les deux cultures. Pour ce faire, nous nous sommes consacrés dans une première partie aux questions théoriques qu’un tel exercice soulève. Effectivement, nous ne pourrions pas prétendre étudier et cerner un tel phénomène littéraire et artistique sans un abordage pluridimensionnel qui nous mène vers son approche à la lumière des études de Traduction et de Réception, d’un côté et, de l’autre, des études sociologiques. Questionner les fondements théoriques de l’adaptation théâtrale, sa production et sa circulation dans les deux pays supposait, pour nous, dès le départ, délimiter non seulement l’horizon d’attente d’une telle pratique artistique mais aussi sa place et son impact dans le champ littéraire et le polysystème culturel de l’époque. En contrepoint, nous nous sommes ensuite intéressés à la question de l’adaptation théâtrale et des contact zones, cette fois en passant par la problématique de la transculturation qu’engendre le contact de deux littératures différentes, s’affrontant dans le champ culturel et littéraire d’arrivée. Dans une deuxième partie, nous nous sommes concentrés sur la contextualisation historico-générique de l’adaptation théâtrale. Le recours à la transposition scénique de romans révèle un désir de gloire au niveau financier et artistique. La pratique est courante, voire généralisée dans le champ littéraire français du XIXe siècle. Parmi les adeptes de l’exercice de transposition, Dumas père est certainement l’auteur le plus prolifique. En outre, la transmodalisation générique s’insère dans un mouvement de création collective, puisque la collaboration entre auteurs dramatiques est très répandue. Par la suite, nous nous sommes intéressés à la genèse des textes à travers la transmodalisation du roman au théâtre : du roman-feuilleton au roman naturaliste. Nous avons constaté que le genre romanesque comme le genre dramatique sont empreints de contaminations intergénériques qui passent par la théâtralisation du roman puis par la romanisation du théâtre. Ainsi, l’adaptation apparaît comme la concrétisation de la fusion des genres romanesque et dramatique qui donnent lieu à un genre hybride. L’adaptation est alors le résultat d’une série de procédés et de techniques : la transmodalisation du roman s’adapte aux nécessités génériques du théâtre. De la sorte, nous avons distingué cinq types d’adaptations : l’adaptation fidèle, l’adaptation partielle, l’adaptation libre, l’adaptation pastichée et l’adaptation de l’adaptation. Dans une troisième partie, nous avons abordé le phénomène de l’adaptation dans le contexte littéraire portugais au XIXe siècle. À travers la présence accrue du théâtre français sur les scènes lisboètes, nous avons observé les rouages de la transposition d’un modèle étranger qui peut passer par différents processus, comme la traduction ou l’appropriation par l’adaptation théâtrale. Cela nous a amené à présenter cinq modèles d’adaptations théâtrales issues d’hypotextes français : l’adaptation française, la traduction fidèle de l’adaptation française, la traduction libre de l’adaptation française, l’adaptation à la couleur locale de l’adaptation française et l’adaptation portugaise d’un roman français. Nous avons également présenté quelques exemples de cas concrets, notamment Le Comte de Monte-Cristo adapté au répertoire lisboète. L’étude de ce phénomène culturel nous a permis de mieux cerner son impact sur le champ théâtral lisboète du XIXe siècle, dans la mesure où il contribue à la transculturation de la dramaturgie portugaise de l’époque.A adaptação de romances à cena teatral no século XIX na dramaturgia franco-portuguesa passa pelo estudo das relações e das contaminações intergenéricas e interculturais que se estabelecem entre os géneros romanesco e dramático nas duas culturas. Nesse sentido, dedicámos uma primeira parte às questões teóricas que um exercício deste género levanta. Efetivamente, debruçámo-nos sobre a adaptação teatral do ponto de vista da cultura fonte, sob várias perspetivas, tais como os géneros literários, mas também a genética, o campo literário, o polisistema, o horizonte de espectativa, a estética da recepção. Em contraponto, interessámo-nos de seguida pela questão da adaptação nas contact zones, desta vez passando pela problemática da transculturação que nasce do contacto de duas literaturas diferentes, que se defrontam no campo cultural e literário de chegada. Numa segunda parte, concentrámo-nos na contextualização histórico-genérica da adaptação teatral. Com efeito, o recurso à transposição cénica de romances levantou certas questões relacionadas não só com o tipo de romance escolhido pelos adaptadores, mas também com os romancistas mais adaptados à cena, e com as motivações que levam numerosos dramaturgos a transpor romances ao teatro. De facto, tal exercício revela frequentemente um desejo de glória quer a nível financeiro, quer a nível artístico. A prática é corrente e até generalizada no campo literário francês do século XIX. Destacam-se aí vários tipos de adaptadores: os autores polígrafos, que são bem-sucedidos nos dois géneros; os dramaturgos aspirantes, que anseiam vencer nos palcos teatrais; e os adaptadores profissionais, que agrupam os dramaturgos especialistas na transmodalização genérica do romance ao teatro. Entre os prosélitos do exercício da transposição, Dumas pai é certamente o autor mais prolífico. Observámos também que os subgéneros romanescos mais adaptados à cena são o roman-feuilleton e o romance naturalista. Além disto, a transmodalização genérica insere-se num movimento de criação coletiva, dado que a colaboração entre autores dramáticos estava vulgarizada. Assim sendo, distinguimos vários tipos de colaboração: a colaboração efetiva, onde os autores trabalham em conjunto na criação da peça; a colaboração aparente, onde um dos autores apenas é referido para contribuir para o sucesso e publicidade da adaptação; e a colaboração oculta, onde um dos autores é omisso. Posteriormente, interessámo-nos igualmente pela génese dos textos, através da transmodalização do romance ao teatro: do roman-feuilleton ao romance naturalista. Constatámos que o género romanesco tal como o género dramático estão impregnados de contaminações intergenéricas que passam pela teatralização do romance e depois pela romanização do teatro. A teatralização do romance é fruto da hierarquização dos géneros literários, onde o teatro predomina. Desta forma, o texto romanesco deixa transparecer índices transtextuais e intergenéricos que contribuem para a sua teatralização. Paralelamente, o teatro sofre o fenómeno inverso, situação que se deve nomeadamente à explosão do romance. Assim, o romance inunda e influencia o teatro, na medida em que o género dramático recorre a alguns processos narrativos, tais como a narrativização de certas réplicas e didascálias. Esta abordagem permitiu-nos sublinhar a dimensão híbrida que os géneros romanesco e dramático adquirem e, por conseguinte, o diálogo intergenérico que existe entre o romance e o teatro. Deste modo, a adaptação surge como a concretização da fusão dos géneros romanesco e dramático que dão lugar a um género verdadeiramente híbrido. Verificámos que a adaptação é, assim, o resultado de uma série de processos e técnicas, pois a transmodalização de romances adapta-se às necessidades genéricas do teatro. O adaptador deve praticar a arte da condensação mas, ao mesmo tempo, não pode perder de vista a sensibilização do público-alvo e o seu horizonte de expectativa no século XIX. Contudo, este processo transgenérico suscita problemas de criatividade e originalidade. Com efeito, o exercício da adaptação encontra-se ligado às noções de imitação, empréstimo, mas também de contrafação. Vimos que rapidamente os romancistas se sentem explorados, o que leva os dramaturgos-adaptadores a pagar direitos de autor aos romancistas cujos romances são transpostos para a cena teatral. Por outro lado, através das questões de fidelidade, de imitação e de originalidade, pretendemos distinguir os vários tipos de adaptação praticados no século XIX. De tal forma, diferenciámos cinco tipos de adaptação: adaptação fiel, que aborda o romance-fonte na íntegra mas de forma condensada; adaptação parcial, que se concentra num episódio ou numa determinada parte da ação do hipotexto romanesco; a adaptação livre, que adapta livremente o romance à cena teatral; adaptação pastiche, que apresenta sob forma de paródia uma versão teatral do romance; e a adaptação da adaptação que, como o nome indica, resulta numa nova peça cuja fonte é um texto já transposto genericamente. do roman-feuilleton ao romance naturalista. Constatámos que o género romanesco tal como o género dramático estão impregnados de contaminações intergenéricas que passam pela teatralização do romance e depois pela romanização do teatro. A teatralização do romance é fruto da hierarquização dos géneros literários, onde o teatro predomina. Desta forma, o texto romanesco deixa transparecer índices transtextuais e intergenéricos que contribuem para a sua teatralização. Paralelamente, o teatro sofre o fenómeno inverso, situação que se deve nomeadamente à explosão do romance. Assim, o romance inunda e influencia o teatro, na medida em que o género dramático recorre a alguns processos narrativos, tais como a narrativização de certas réplicas e didascálias. Esta abordagem permitiu-nos sublinhar a dimensão híbrida que os géneros romanesco e dramático adquirem e, por conseguinte, o diálogo intergenérico que existe entre o romance e o teatro. Deste modo, a adaptação surge como a concretização da fusão dos géneros romanesco e dramático que dão lugar a um género verdadeiramente híbrido. Verificámos que a adaptação é, assim, o resultado de uma série de processos e técnicas, pois a transmodalização de romances adapta-se às necessidades genéricas do teatro. O adaptador deve praticar a arte da condensação mas, ao mesmo tempo, não pode perder de vista a sensibilização do público-alvo e o seu horizonte de expectativa no século XIX. Contudo, este processo transgenérico suscita problemas de criatividade e originalidade. Com efeito, o exercício da adaptação encontra-se ligado às noções de imitação, empréstimo, mas também de contrafação. Vimos que rapidamente os romancistas se sentem explorados, o que leva os dramaturgos-adaptadores a pagar direitos de autor aos romancistas cujos romances são transpostos para a cena teatral. Por outro lado, através das questões de fidelidade, de imitação e de originalidade, pretendemos distinguir os vários tipos de adaptação praticados no século XIX. De tal forma, diferenciámos cinco tipos de adaptação: adaptação fiel, que aborda o romance-fonte na íntegra mas de forma condensada; adaptação parcial, que se concentra num episódio ou numa determinada parte da ação do hipotexto romanesco; a adaptação livre, que adapta livremente o romance à cena teatral; adaptação pastiche, que apresenta sob forma de paródia uma versão teatral do romance; e a adaptação da adaptação que, como o nome indica, resulta numa nova peça cuja fonte é um texto já transposto genericamente

    A aprendizagem do conceito de limite de uma sucessão : uma experiência no 11º ano

    Get PDF
    Trabalho de Projeto de Mestrado, Educação (Área de especialidade de Didática da Matemática), Universidade de Lisboa, Instituto de Educação, 2018Este trabalho de projeto tem como objetivo compreender como alunos do 11.º ano podem mobilizar os seus conhecimentos matemáticos e intuitivos de convergência para construir uma definição formal de limite de uma sucessão. Este foi orientado pelas seguintes questões: Que conhecimentos matemáticos são utilizados pelos alunos no estudo intuitivo do limite de uma sucessão?; De que forma o recurso a representações numéricas e gráficas contribui para a aprendizagem de conceitos ligados ao limite de sucessões?; e Quais as principais dificuldades manifestadas pelos alunos relativamente à noção de limite?. O trabalho foi desenvolvido com uma turma de 11.º ano, no âmbito do tema Sucessões, lecionado no final do 2.º período e início do 3.º período do ano letivo 2017/2018 numa escola secundária do concelho de Oeiras. As tarefas propostas aos alunos no decorrer da intervenção foram voltadas para o desenvolvimento do conceito de limite de uma sucessão, tanto do ponto de vista intuitivo, como a definição formal. A construção de conjeturas, ao longo das tarefas, foi auxiliada pela utilização de tecnologias, calculadora e computador, de modo a representar, tanto gráfica como numericamente um grande número de sucessões. Seguindo uma metodologia de natureza qualitativa assente num paradigma interpretativo, a recolha de dados baseou-se, essencialmente, na observação participante, através de registos áudio e escritos, e na recolha documental das resoluções dos alunos, tendo sido também aplicado um questionário a todos os alunos. Da implementação da unidade de ensino verificou-se que a maioria dos alunos evidenciou saber aplicar a definição formal de limite de uma sucessão do ponto de vista operacional. Numa fase inicial, estes revelaram conceções erróneas já esperadas na construção da noção de limite, tais como a ideia de que uma sucessão constante não tem limite e de que o limite é um valor que não é alcançado. Com o auxílio das tarefas implementadas, estas conceções erróneas iniciais foram sendo discutidas e esclarecidas. No entanto, o estudo evidencia que os alunos têm alguma dificuldade em conceber sucessões não monótonas, o que, no caso da noção de limite de uma sucessão, pode contribuir para as tais conceções erróneas.This project work aims to understand how students of the 11th grade can mobilize their mathematical and intuitive convergence knowledge to construct a formal definition of the limit of a sequence. This was oriented by the following questions: What mathematical knowledge are used by students in the intuitive study of the limit of a sequence?; How does the use of numerical and graphical representations contribute to the learning of concepts linked to the limit of sequences?; and What are the main difficulties expressed by the students regarding the notion of limit?. This work was developed with a class of the 11th grade, under the theme Sequences, taught at the end of the second period and beginning of the third period of the 2017/2018 school year in a secondary school in the county of Oeiras. The tasks proposed to the students during the intervention were aimed at developing the concept of limit of a sequence, both from the intuitive point of view and from the formal definition. The construction of conjectures, along the tasks, was aided by the use of technologies, calculator and computer, in order to represent both graphically and numerically a large number of successions. Following a methodology of a qualitative nature based on an interpretative paradigm, the data collection was essentially based on participant observation, through audio and written records, and in the documentary collection of students' resolutions, and a questionnaire was also applied to all the students. From the implementation of the teaching unit it was verified that the majority of the students evidenced how to apply the formal definition of the limit of a sequence from the operational point of view. At an early stage, they revealed misconceptions already expected in the construction of the notion of limit, such as the idea that a constant succession has no limit and that the limit is a value that is not reached. With the aid of the implemented tasks, these initial misconceptions were discussed and clarified. However, the study shows that students have some difficulty in conceiving non-monotonous sequences, which, in the case of the notion of the limit of a sequence, can contribute to such misconceptions

    Problematização de temáticas de promoção da saúde do idoso a partir de uma vivência dramatúrgica

    Get PDF
    This article presents a teaching-learning experience about elderly people's health promotion in the family context, using problematization as the educational approach and employing the collective construction, discussion and presentation of a theatrical text. This experience involved the participation of researchers, technicians and students from the Elderly Healthcare Nucleus of the Federal University of Pernambuco, Brazil, as well as managers, technicians and users of the Elderly Centers supported by the municipal government of Recife. The experience was evaluated as capable of providing content integration, articulating knowledge from different health subjects and professions, besides allowing the dialogue between the concepts brought by the social actors involved, using both verbal and body language. It was considered that a theoretical construction shared by the educational system and by the public service provider was achieved through the combination between the accumulated knowledge and the observations that resulted from the relationship between them.Este artigo apresenta o relato de uma experiência de ensino-aprendizagem tendo como temática a promoção da saúde do idoso no contexto familiar, utilizando uma abordagem pedagógico-construtivista, seguindo-se uma linha problematizadora, optando-se por uma estratégia pautada na construção coletiva de um texto dramatúrgico, na sua encenação e discussão. Participaram da experiência docentes pesquisadores, técnicos e alunos de graduação estagiários do Núcleo de Atenção ao Idoso da Universidade Federal de Pernambuco, além de dirigentes, técnicos e usuários dos Centros de Convivência de Idosos mantidos pela Prefeitura de Recife. Avaliou-se a experiência como capaz de integrar os conteúdos em questão, articulando os saberes de diferentes disciplinas e profissões da saúde, além de permitir o diálogo não apenas utilizando a expressão verbal, mas também corporal das concepções trazidas pelos diversos atores envolvidos. Considera-se que uma construção teórica partilhada pelo aparelho formador e pelo aparelho utilizador de profissionais de saúde foi obtida mediante a conjugação do conhecimento acumulado sobre os conteúdos e das observações resultantes do relacionamento entre aquelas instâncias

    Search for dark matter produced in association with bottom or top quarks in √s = 13 TeV pp collisions with the ATLAS detector

    Get PDF
    A search for weakly interacting massive particle dark matter produced in association with bottom or top quarks is presented. Final states containing third-generation quarks and miss- ing transverse momentum are considered. The analysis uses 36.1 fb−1 of proton–proton collision data recorded by the ATLAS experiment at √s = 13 TeV in 2015 and 2016. No significant excess of events above the estimated backgrounds is observed. The results are in- terpreted in the framework of simplified models of spin-0 dark-matter mediators. For colour- neutral spin-0 mediators produced in association with top quarks and decaying into a pair of dark-matter particles, mediator masses below 50 GeV are excluded assuming a dark-matter candidate mass of 1 GeV and unitary couplings. For scalar and pseudoscalar mediators produced in association with bottom quarks, the search sets limits on the production cross- section of 300 times the predicted rate for mediators with masses between 10 and 50 GeV and assuming a dark-matter mass of 1 GeV and unitary coupling. Constraints on colour- charged scalar simplified models are also presented. Assuming a dark-matter particle mass of 35 GeV, mediator particles with mass below 1.1 TeV are excluded for couplings yielding a dark-matter relic density consistent with measurements
    corecore