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    Um discípulo açoriano de Mahan : Alfredo Botelho de Sousa : subsídios para o estudo da sua vida e obra

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    Pareceu-me oportuno trazer aqui alguns subsídios para o estudo de um açoriano natural da ilha de S. Miguel, Alfredo Botelho de Sousa, cuja notoriedade no capítulo da História Militar portuguesa na primeira metade do século XX - quer pelo protagonismo político e militar desempenhado nas duas Grandes Guerras Mundiais, quer pelo labor historiográfico no domínio dos conflitos navais portugueses dos séculos XVI-XVII -, justifica sem dúvida a sua presença, enquanto objecto de estudo, no âmbito do presente Colóquio. Nascido na freguesia da Bretanha em 1880, Alfredo Botelho de Sousa passa a infância nas Capelas, sua terra adoptiva, após o que vem para Ponta Delgada onde frequenta o curso liceal, que completa em 1896. Parte da ilha de S. Miguel para ingressar na Escola Politécnica em Lisboa, donde transita em 1898 para a Escola Naval, dando aí entrada a 20 de Outubro como Aspirante de Marinha. [...

    José do Canto : retrato de um cavalheiro na primavera da vida

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    [...] O carácter multiforme de José do Canto, que se desdobra como que heteronímicamente por diferentes interesses ao longo da vida, já foi posto em evidência por muitos autores, designadamente aqueles que logo após a sua morte, em 1898, publicam na imprensa local linhas de homenagem que ultrapassam em muito o mero obituário elegíaco, assumindo-se desde logo como subsídios históricos para a biografia do falecido. Estão neste caso as extensas notas que sobre ele escrevem Eugenio Vaz Pacheco de Castro e Augusto Loureiro, ambos de gerações mais jovens6, mas ligados ao biografado por laços de parentesco e privança pessoal, sendo igualmente de destacar, embora num plano mais impessoal e sumário, as linhas que lhe dedica o inevitável Francisco Maria Supico, figura já então patriarcal do jornalismo e das letras micaelenses. O meu propósito não será o de aprofundar, cem anos depois, o retrato à vol d’oiseau que estes três autores então nos deixaram de José do Canto. Tal empresa já foi cumprida pelo Dr. Fernando Aires com o seu estudo publicado em 1982. O âmbito desta palestra, bem mais restrito, circunscreve-se cronologicamente ao período de 1820-1850 e procurará analisar José do Canto até aos 30 anos de idade, pelo que a intitulei de retrato de um cavalheiro na primavera da vida. [...

    Garrett de passagem por São Miguel : marcas e viagens do romantismo ilhéu

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    Perante tão eminentes especialistas dos estudos garrettianos, dita-me o bom senso que não fale muito de Almeida Garrett. Mas, por outro lado, manda a boa educação que não ignore aquele que hoje aqui homenageamos. Face a este dilema resolvi falar da sua passagem pela ilha de S. Miguel que, como é sabido, foi breve e poucas páginas ocupa nas biografias que lhe são dedicadas, para depois me deter com mais vagar sobre algumas manifestações locais dessa cultura romântica de que o autor das Viagens é o porta-estandarte nacional. [...

    A emigração açoriana para o Brasil no século XIX : braçais e intelectuais

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    No contexto das relações luso-brasileiras, quantas vezes ambiguamente separadas/unidas por esse grande oceano que alguém já teve a felicidade de chamar Rio Atlântico, é importante (e clarificador) deixar bem vincada a certidão de nascimento do nosso discurso, isto é, dizer de qual das margens desse rio nos encontramos a falar. No caso vertente, não me situo em nenhuma delas, pois vivo e trabalho há bastantes anos nos Açores, arquipélago oceânico português localizado, precisamente, quase a meio do Atlântico numa posição intercontinental que lhe conferiu sempre, sobretudo nos séculos que precederam o advento da navegação a vapor, uma centralidade muito peculiar no quadro das trocas entre o Velho e o Novo Mundo. Um geógrafo francês, Aubert de La Rue, definiu os Açores como archipel carrefour, expressão que resume de forma luminosa a função de placa rotativa desempenhada por este grupo de ilhas ao longo do processo expansionista português. Fosse à partida, como sucedeu na transição dos séculos XV-XVI com as expedições para a terra do bacalhau, fosse à chegada, caso da escala atlântica que nestas paragens se consolida da segunda metade do século XVI em diante, os Açores sempre foram um nó górdio das diferentes malhas que o império ultramarino português ia tecendo. Assim, nos séculos XVII-XVIII, quando ao ciclo da pimenta e da Índia se sucede o do açúcar e ouro do Brasil, as ilhas açorianas (que Magalhães Godinho qualifica de ponto de encontro de todos os regressos) interpõem-se de forma cada vez mais frequente nas rotas entre as terras de Vera Cruz e Portugal. [...

    Os antigos modernos : o liberalismo nos Açores : uma abordagem geracional

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    Tese de Doutoramento, História (especialidade de História Contemporânea), 2007, Universidade dos Açores.[…]. Jacques Le Goff, na entrada que redigiu sobre este tema para o 1º volume da Enciclopédia Einaudi, diz-nos o seguinte: O par antigo/moderno (…) durante o período pré-industrial, do século V ao XIX, marcou o ritmo de uma oposição cultural que, no fim da Idade Média e durante as Luzes, irrompeu na ribalta da cena intelectual. Conforme é seu timbre, dele e da chamada historiografia pós-moderna, Le Goff sublinha a ambiguidade e o relativismo histórico destes dois conceitos, debitando os exemplos clássicos do Renascimento – cuja modernidade passa pelo culto da Antiguidade – e do Romantismo, onde a rejeição dos tempos modernos se exprime pela valorização das tradições folclóricas e medievais. Dito de outro modo, antigo e moderno não são categorias com valor universal e absoluto, dependendo o seu significado do quadro histórico em que as analisamos. No caso da presente dissertação e sem prejuízo do seu carácter monográfico, o pano de fundo sobre o qual decorrem os acontecimentos é o da transição das Luzes para o Liberalismo ou, se preferirmos a linguagem cronológica, é o de um compasso com 60 anos de raio, da década de 1770 à de 1830. Ora, atendendo ao perímetro do campo de análise, há que manusear os conceitos de antigo e moderno com particular cautela, pois se é verdade que este arco cronológico, na perspectiva histórica do Ocidente, corresponde indiscutivelmente à Era das Revoluções e à passagem do Antigo Regime para a sociedade moderna, também não deixa de ser certo que, na perspectiva da História de Portugal e, mais restritamente, na da História dos Açores, este mesmo período representa um processo de viragem bem menos linear, pois o arquipélago experimentou não uma, mas duas experiências revolucionárias entre 1766 e 1832: a reforma pombalina (e centralizadora) do Governo dos Açores e a fragmentação política das ilhas por ocasião das marés Liberais das décadas de 1820 e 1830. Para acrescentar mais alguma densidade à questão e dissipar aquela ideia – tão afiada quanto a guilhotina – de que é a Revolução Liberal que faz rolar a cabeça do Ancien Régime em Portugal, recorde-se como os Republicanos celebraram no 1º centenário da morte do Marquês de Pombal a memória deste símbolo do Despotismo Iluminado como sendo o primeiro dos modernos portugueses. A atribuição de tal adjectivo a Sebastião José de Carvalho e Melo ainda faz mais sentido quando focamos o nosso olhar sobre os Açores, já que as reformas administrativas por ele operadas no arquipélago representaram – muito embora dentro da moldura institucional do Antigo Regime – a primeira experiência política moderna jamais ensaiada nestas ilhas desde o seu povoamento. Dir-se-ia, portanto, que Pombal é ao mesmo tempo uma coisa e o seu contrário, configurando um oxímoro político e cultural particularmente adequado ao tipo de abordagem aqui ensaiada em torno do par antigo/moderno pois, ao contrário de Le Goff, acreditamos que ela pode (e deve) ser feita no pressuposto de que estes dois conceitos não são necessariamente opostos. Colocando a tónica nas reformas pombalinas e delas partindo para a abordagem do Liberalismo nos Açores, procurámos ir contra aquela visão segmentada do passado que tem por hábito arrumá-lo em gavetas, período a período, como se os grandes terramotos da vida política que dividem o antigo regime e a modernidade liberal ou, noutra variante do vocabulário académico, a História Moderna e a História Contemporânea, fossem uma espécie de cronologia meridiana de Greenwich que regula o discurso historiográfico europeu. Se nos é permitida uma metáfora geográfica, o último quartel do século XVIII em Portugal e, muito particularmente, nos Açores, é como um rio a atravessar determinado território. Há quem nele veja a marca separadora entre duas províncias, concelhos, ou freguesias, e há quem o olhe como factor inclusivo de união entre as duas margens. Ora, tal como a geografia administrativa diverge da geografia humana na análise do mesmo objecto, também no campo historiográfico existem abordagens diferentes do processo de transição do absolutismo para o liberalismo, isto é, do antigo para o moderno. No caso vertente, aquela que adoptamos situa-se na esteira de uma tradição historiográfica inaugurada por José de Arriaga no século XIX e, nesse sentido, não apresenta qualquer ponta de originalidade, embora não se trate tanto aqui de escolher modelos historiográficos prêt à porter, mas sim de explicar as razões que nos levaram a segui-lo. A primeira delas foi a forma como o modelo se prestava muito naturalmente à abordagem geracional deste período de transição e, além disso, pareceu-nos interessante assumir uma grelha de leitura – geracional – que desde os tempos de Oliveira Martins e da geração de 70 enforma a percepção colectiva da nossa contemporaneidade e, mais ainda, que marca a própria separação meridiana entre o antigo e o moderno em Portugal. Outra das razões que nos levou a abraçar este modelo prende-se com o facto dele estar em contratempo com uma certa tradição historiográfica açoriana que, desde os tempos do Liberalismo, cavou uma trincheira muito funda entre o século XVIII e o século XIX, isto para não falar do enorme silêncio que pairava sobre a sociedade setecentista insular até ao último terço do século passado, desfeito a partir do trabalho pioneiro de José Guilherme Reis Leite e depois prosseguido, já no quadro institucional da Universidade dos Açores, pela investigação aprofundada de Avelino de Freitas de Meneses sobre o meio-dia do século XVIII nos Açores. Apesar do grande mérito desses trabalhos e também do contributo de José Damião Rodrigues para o conhecimento da ilha de S. Miguel na centúria de setecentos, julgamos persistir no campo historiográfico açoriano uma fronteira a separar os séculos XVIII e XIX, fronteira essa recentemente esbatida, é certo, pelo trabalho de Ricardo Manuel Madruga da Costa sobre Os Açores em finais do regime de Capitania-Geral (1800-1820), mas ainda assim tacitamente presente na sua própria moldura cronológica, o mesmo se podendo dizer da investigação de Maria Fernanda Teixeira Enes sobre O Liberalismo nos Açores, cujas coordenadas de estudo se situaram entre 1800 e 1832. Dito isto, não presumimos ocupar com a presente dissertação um hiato – se é que ele existe – na historiografia açoriana, mas, por outro lado, estamos conscientes dela representar uma abordagem do Liberalismo que, embora consagrada há muito pela velha historiografia republicana, tem estado ausente das investigações feitas entre nós neste último quarto de século, facto tanto mais notável quanto a periodização histórica açoriana até oferece uma moldura política e administrativa – a do regime da Capitania-Geral – particularmente convidativa para esse tipo de enquadramento. [da Introdução

    Os Açores e os Estados Unidos da América no "longo século XIX"

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    Contrariando a ideia generalizada de que as relações bilaterais luso-americanas (e o papel nelas desempenhado pelos Açores) se circunscrevem à Base das Lajes e ao chamado “short american century”, este artigo procura abordar numa perspetiva histórica as relações entre as ilhas dos Açores e os Estados Unidos da América no transcurso do “longo século XIX”, ou seja, desde os finais do século XVIII até ao deflagrar da Grande Guerra de 1914-1918.info:eu-repo/semantics/publishedVersio

    In Memoriam : Alberto Vieira (1956-2019)

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    Esta edição foi financiada pela Secretaria Regional do Mar, Ciência e Tecnologia do Governo Regional dos Açores (M3.3.c/Edições/002/2019) e contou com o apoio da Direção Regional da Cultura | Centro de Estudos de História do Atlântico Alberto Vieira, no âmbito do projeto de Pós- doutoramento com a referência “M3.1.a/F/003/2016” do Fundo Regional da Ciência e Tecnologia.info:eu-repo/semantics/publishedVersio

    Expert range maps of global mammal distributions harmonised to three taxonomic authorities

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    AimComprehensive, global information on species' occurrences is an essential biodiversity variable and central to a range of applications in ecology, evolution, biogeography and conservation. Expert range maps often represent a species' only available distributional information and play an increasing role in conservation assessments and macroecology. We provide global range maps for the native ranges of all extant mammal species harmonised to the taxonomy of the Mammal Diversity Database (MDD) mobilised from two sources, the Handbook of the Mammals of the World (HMW) and the Illustrated Checklist of the Mammals of the World (CMW).LocationGlobal.TaxonAll extant mammal species.MethodsRange maps were digitally interpreted, georeferenced, error-checked and subsequently taxonomically aligned between the HMW (6253 species), the CMW (6431 species) and the MDD taxonomies (6362 species).ResultsRange maps can be evaluated and visualised in an online map browser at Map of Life (mol.org) and accessed for individual or batch download for non-commercial use.Main conclusionExpert maps of species' global distributions are limited in their spatial detail and temporal specificity, but form a useful basis for broad-scale characterizations and model-based integration with other data. We provide georeferenced range maps for the native ranges of all extant mammal species as shapefiles, with species-level metadata and source information packaged together in geodatabase format. Across the three taxonomic sources our maps entail, there are 1784 taxonomic name differences compared to the maps currently available on the IUCN Red List website. The expert maps provided here are harmonised to the MDD taxonomic authority and linked to a community of online tools that will enable transparent future updates and version control

    Optimasi Portofolio Resiko Menggunakan Model Markowitz MVO Dikaitkan dengan Keterbatasan Manusia dalam Memprediksi Masa Depan dalam Perspektif Al-Qur`an

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    Risk portfolio on modern finance has become increasingly technical, requiring the use of sophisticated mathematical tools in both research and practice. Since companies cannot insure themselves completely against risk, as human incompetence in predicting the future precisely that written in Al-Quran surah Luqman verse 34, they have to manage it to yield an optimal portfolio. The objective here is to minimize the variance among all portfolios, or alternatively, to maximize expected return among all portfolios that has at least a certain expected return. Furthermore, this study focuses on optimizing risk portfolio so called Markowitz MVO (Mean-Variance Optimization). Some theoretical frameworks for analysis are arithmetic mean, geometric mean, variance, covariance, linear programming, and quadratic programming. Moreover, finding a minimum variance portfolio produces a convex quadratic programming, that is minimizing the objective function ðð¥with constraintsð ð 𥠥 ðandð´ð¥ = ð. The outcome of this research is the solution of optimal risk portofolio in some investments that could be finished smoothly using MATLAB R2007b software together with its graphic analysis

    Search for heavy resonances decaying to two Higgs bosons in final states containing four b quarks

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    A search is presented for narrow heavy resonances X decaying into pairs of Higgs bosons (H) in proton-proton collisions collected by the CMS experiment at the LHC at root s = 8 TeV. The data correspond to an integrated luminosity of 19.7 fb(-1). The search considers HH resonances with masses between 1 and 3 TeV, having final states of two b quark pairs. Each Higgs boson is produced with large momentum, and the hadronization products of the pair of b quarks can usually be reconstructed as single large jets. The background from multijet and t (t) over bar events is significantly reduced by applying requirements related to the flavor of the jet, its mass, and its substructure. The signal would be identified as a peak on top of the dijet invariant mass spectrum of the remaining background events. No evidence is observed for such a signal. Upper limits obtained at 95 confidence level for the product of the production cross section and branching fraction sigma(gg -> X) B(X -> HH -> b (b) over barb (b) over bar) range from 10 to 1.5 fb for the mass of X from 1.15 to 2.0 TeV, significantly extending previous searches. For a warped extra dimension theory with amass scale Lambda(R) = 1 TeV, the data exclude radion scalar masses between 1.15 and 1.55 TeV
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