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    Mesh networks for handheld mobile devices

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    Mesh communications emerge today as a very popular networking solution. Mesh networks have a decentralized and multihop design. These characteristics arouse interest in research for relevant novel features, such as cooperation among nodes, distribution of tasks, scalability, communication with limited infrastructure support, and the support of mobile devices as mesh nodes. In addition to the inexistence of a solution that implements mesh networks with mobile devices at the data link layer (Layer 2), there is also a need to reconsider existing metrics with new information to tackle the intrinsic characteristics of mobile devices, e.g., the limited energy resources of their battery. To tackle this problem, this thesis presents a detailed study about projects, routing protocols and metrics developed in the area of mesh networks. In addition, two data link layer solutions, Open802.11s and B.A.T.M.A.N-advanced, have been adapted and deployed in a real mesh network testbed with off the shelf routers devices installed with a customized operating system. From this testbed, Open802.11s has proved to offer better performance than B.A.T.M.A.N-advanced. Following this, a breakthrough in this work has been the integration of the 802.11s on an Android mobile device and its subsequent incorporation in the mesh network. This allowed the study of eventual limitations imposed by the mobile device on the operation of the mesh network, namely performance and energy scarcity. With this, another major novelty has followed, by designing, implementing and evaluating several energy related metrics regarding the battery status of mobile devices. This has enabled the participation of mobile devices in mesh routing paths in an efficient way. Our main objective was to implement a mesh network with mobile devices. This has been achieved and validated through the evaluation of diverse testing scenarios performed in a real mesh testbed. The obtained results also show that the operation of a mesh with mobile devices can be enhanced, including the lifetime of mobile devices, when an energy-aware metric is used.As redes mesh surgem hoje em dia como uma solução de rede em crescimento e expansão. Neste tipo de redes o comportamento entre os nós é descentralizado e numa topologia de multihop. Estas características despertam interesse na pesquisa e desenvolvimento de novas funcionalidades tais como: cooperação entre nós, distribuição de tarefas, escalabilidade da rede e comunicações mesmo em casos de uma infraestrutura limitada e o suporte de dispositivos móveis como nós de uma rede mesh. Associado à inexistência de um projecto que implemente redes mesh em dispositivos móveis na camada de ligação de dados (Layer 2), surge a necessidade de repensar as métricas já existentes com novas informações que façam face às novas características dos dispositivos móveis, neste caso, os recursos limitados de bateria. Por forma a resolver este problema, este trabalho apresenta um estudo detalhado sobre os projetos, protocolos de routing e métricas desenvolvidas na área das redes mesh. Além disso, duas soluções que utilizam a camada de ligação de dados, Open802.11s e BATMAN-advanced, estes foram adaptadao e implementados num testbed real utilizando routers com um sistema operacional costumizado instalado. Deste testbed, concluiu-se que o Open802.11s obtem um melhor desempenho que o BATMAN-advanced. Assim, um dos avanços deste trabalho foi a integração do Open802.11s num dispositivo móvel Android e sua posterior incorporação na rede mesh. Isto permitiu o estudo de eventuais limitações impostas pelo dispositivo móvel ao funcionar numa rede mesh, ou seja, desempenho e a escassez de energia. Com isso, foi concebida outra novidade, através da concepção, avaliação e implementação de várias métricas relacionadas com a energia e que têm por base o estado da bateria do dispositivo. Isto permitiu que os dispositivos móveis participem na rede mesh e a sua gestão de bateria seja feita de forma eficiente. O principal objectivo era a implementação de uma rede mesh com dispositivos móveis. Este foi alcançado e validado através de diversos cenários de teste reais. Os resultados obtidos demonstram também que o funcionamento de uma rede mesh com dispositivos móveis pode ser melhorada, incluindo o tempo de vida dos dispositivos móveis, quando uma métrica que considera a energia é utilizada

    Sound synchronization of bubble trains in a viscous fluid : Experiment and modeling

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    Acknowledgements: We thank the São Paulo State Agency FAPESP and the Federal Brazilian Agency CNPq for the financial support. M.S.B. acknowledges EPSRC Grant No. EP/IO32606/1.Peer reviewedPublisher PD

    Versão portuguesa reduzida da Escala de Avaliação da Aparência de Derriford (DAS-14): análise fatorial exploratória e confirmatória

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    Aim: The present study intends to evaluate the factorial validity and reliability of a reduced version of the Derriford Appearance Scale (DAS-14) for the Portuguese population. Method: After analysis of six samples collected between 2010 and 2017, a total of 1016 participant answered questions related to the schematic investment of appearance and self-consciousness of appearance (DAS-24), authorization was requested to the authors of the original and Portuguese version of the DAS-24 to reduce the scale to 14 items. Results: The DAS-14 presented good internal consistency to non-clinical sample (Cronbach's alpha = 0.91) and (Cronbach's alpha = 0.88) to clinical samples. The Confirmatory Factor Analysis of the DAS-14, presents an acceptable to non-clinical sample (chi(2)/gl = 1.17; GFI = 0.95; CFI = 0.99; TLI = 0.98; RMSEA = 0.028; p[rmsea <= .05] = 0.92), and clinical sample (chi(2)/gl = 1.36; GFI = 0.94; CFI = 0.98; TLI = 0.96; RMSEA = 0.047; p[rmsea <= .05] = 0.56). Conclusion: The Portuguese version of the DAS-14 is psychometrically robust in evaluating self-consciousness of appearance in general and clinical population.info:eu-repo/semantics/publishedVersio

    Technical Note : assessing predictive capacity and conditional independence of landslide predisposing factors for shallow landslide susceptibility models

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    The aim of this study is to identify the landslide predisposing factors' combination using a bivariate statistical model that best predicts landslide susceptibility. The best model is one that has simultaneously good performance in terms of suitability and predictive power and has been developed using variables that are conditionally independent. The study area is the Santa Marta de Penaguião council (70 km2) located in the Northern Portugal. In order to identify the best combination of landslide predisposing factors, all possible combinations using up to seven predisposing factors were performed, which resulted in 120 predictions that were assessed with a landside inventory containing 767 shallow translational slides. The best landslide susceptibility model was selected according to the model degree of fitness and on the basis of a conditional independence criterion. The best model was developed with only three landslide predisposing factors (slope angle, inverse wetness index, and land use) and was compared with a model developed using all seven landslide predisposing factors. Results showed that it is possible to produce a reliable landslide susceptibility model using fewer landslide predisposing factors, which contributes towards higher conditional independence

    Restless legs syndrome in subjects with a knee prosthesis: evidence that symptoms are generated in the periphery

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    OBJECTIVE: There are no data adressing the prevalence of restless legs syndrome in subjects who have knee prosthesis. Therefore, we conducted a cross-sectional survey of subjects who underwent knee prosthesis surgery. METHOD: A total of 107 subjects (30 male, 77 female) were interviewed over the telephone regarding restless legs syndrome symptoms. If the patients exhibited symptoms of the syndrome, we conducted face-to-face interviews. Lastly, a therapeutic test with pramipexole was proposed for each subject. RESULTS: In our cohort, 7 males (23%) and 30 females (39%) had restless legs syndrome. Of these, 6 males and 23 females were submitted to face-to-face-interview. Of the males, 5 (83%) had restless legs after the knee surgeryexclusively in the operated leg- and reported no family restless legs history. One man had a prior case of bilateral restless legs syndrome, a positive family history and claimed exacerbation of symptoms in the operated leg. Among the females, 16 (69%) had restless legs prior to surgery. A total of 10 female patients reported bilateral symptoms, with fewer symptoms in the operated leg, while 6 displayed a worse outcome in the operated leg. The 7 females (31%) without restless legs prior to surgery and without a family history experienced symptoms only in the operated leg. All subjects responded favorably to the pramipexole therapeutic test. CONCLUSION: Our results suggest that secondary unilateral restless legs syndrome may ensue from knee prosthesis surgery and that the symptoms are generated in the peripheral nervous system

    Desenvolvimento da saúde ocupacional em Portugal e a prática profissional dos médicos do trabalho

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    A importância e a magnitude da saúde da população trabalhadora advém, em primeiro lugar, da justa consideração de que se trata do elemento mais dinâmico e numeroso da sociedade, do factor essencial da produção de bens e serviços e do garante da produtividade económica (Lefranc, 1988). O desenvolvimento sustentado das sociedades modernas conta com os trabalhadores como o meio de trabalho vivo mais valioso, pelo que a valorização da sua saúde está com ele directamente correlacionado (Duclos,1984; Dias, 1993). O conhecimento das relações trabalho e saúde foi e continuará a ser condição necessária, mas não suficiente, para a organização de intervenções promotoras da saúde e do bemestar no local de trabalho e de medidas profilácticas das doenças e lesões relacionadas com o trabalho e com as condições em que este é efectuado (OMS, 1981). É preciso que a sociedade e as suas estruturas políticas e económicas assumam a Saúde Ocupacional (SO) como objectivo prioritário e criem as condições legais, técnico-profissionais e materiais para a levar à prática (Portugal, 1991a e 2001). O actual estádio da organização e da prestação de cuidados de Saúde Ocupacional em Portugal é fruto de um processo complexo onde intervêm factores de natureza política, social, económica e técnico-científica. Estes, interactuando entre si, criaram as condições objectivas e subjectivas para o lançamento, na década de sessenta, de um modelo legal de serviços de Medicina do Trabalho o qual influenciou o desenvolvimento da saúde dos trabalhadores e a prática profissional dos médicos do trabalho (Faria et al., 1985 ). A Medicina do Trabalho como especialidade médica apresenta a característica ímpar de, ao contrário de outras especialidades, ter sido precedida pela lei, regulamento ou norma (Larche-Mochel, 1996). A sua prática, também muitas vezes entendida como de Saúde Ocupacional, integra-se desde o início na lógica do sistema legal criado em Portugal na década de sessenta que privilegia os cuidados médicos (Faria et al., 1985). Na evolução interactiva da saúde no mundo do trabalho, as condições objectivas de natureza estrutural, próprias do crescimento económico de cada país ou região, assumem um papel essencial. No entanto, como a outros níveis sociais, os factores subjectivos ligados aos conhecimentos, experiências e organização dos parceiros sociais e do poder político influenciam a estrutura formal da organização da Saúde Ocupacional (Duclos, 1984; Dias, 1993). O que ressalta da realidade portuguesa é que o inadequado e incongruente modelo político organizacional de prestação de cuidados de medicina do trabalho dos anos sessenta (Faria et al., 1985), foi substituído pela nova legislação de 1994 e 1995, (Decreto Lei 26/94 e Lei 7/95) que dá suporte a uma nova estrutura formal de serviços de Segurança, Higiene e Saúde no Trabalho (SHST) que está longe de corresponder à realidade da evolução das forças produtivas, da sua organização e das necessidades de saúde e bem-estar dos trabalhadores (Santos, 1998; Graça, 1999). A reformulação da política de Saúde Ocupacional, com a correspondente reorganização de serviços de saúde dirigidos à população trabalhadora, tem sido defendida por alguns autores e entidades desde o início da década de oitenta (Faria et al., 1985; BIT, 1985; Santos; Faria, 1988; Graça, 1999). Recentemente tal necessidade tornou-se uma evidência constatada por todos os parceiros sociais e pelo poder político, o que levou ao desencadear do processo de mudança em curso, que conta como primeiro facto, a aprovação do “Acordo de Segurança, Higiene e Saúde no Trabalho”, pelo Conselho Permanente de Consertação Social, em Julho de 1991, renovado pelo “Acordo sobre Condições de Trabalho, Higiene e Segurança no Trabalho e Combate à Sinistralidade” do Conselho Económico e Social de Fevereiro de 2001 (Portugal, 1991a e 2001). De tempos a tempos, a falta de médicos do trabalho em termos absolutos é referenciada na comunicação social por responsáveis políticos ou profissionais de saúde ocupacional sem, no entanto, ser conhecida qualquer análise suficientemente rigorosa da prática profissional dos actuais médicos do trabalho diplomados ou legalmente habilitados. Os médicos do trabalho não são os únicos profissionais de saúde ocupacional, e o seu contributo, apesar de importante, não é determinante no desenvolvimento histórico da organização dos cuidados de saúde à população trabalhadora. Reconhece-se que os parceiros sociais e o poder político são os intervenientes principais da evolução das políticas de saúde ocupacional (Graça, 1993a; Dias, 1993). No entanto, os médicos do trabalho são necessários e mesmo fundamentais para pôr em prática as políticas (implícitas e explícitas) de saúde ocupacional. O papel dos médicos do trabalho é tão primordial que, não raras vezes, estes assumem um tal protagonismo que é susceptível de ser considerado como uma prática profissional mais dirigida aos seus próprios interesses, do que virada para as necessidades de saúde dos trabalhadores (Walters, 1984). O papel dos médicos e a prática de medicina do trabalho são elementos relevantes no processo de desenvolvimento histórico da saúde dos trabalhadores, de tal modo que a adopção de um determinado modelo de serviços de SHST sendo, num dado momento, a resultante da interacção dos diversos factores em presença, torna-se por sua vez um elemento condicionante do pensamento e da prática profissional dos diversos técnicos de saúde ocupacional, entre os quais figuram os médicos do trabalho (BIT, 1985; WHO, 1986 e 1995; Directiva CEE n.º 391/1989; Rantanen, 1990). Um primeiro inquérito aos diplomados com o curso de medicina do trabalho (cerca de 500) realizado pela Cadeira de Saúde Ocupacional da ENSP, em 1982, mostrou que cerca de um terço (34,6%) não exercia qualquer actividade profissional relacionada com a saúde ocupacional e os que a praticavam faziam-no essencialmente como actividade secundária (74,4%), em regime de pluriemprego, de tempo parcial (horário semanal igual ou inferior a 20 horas em 73,4% dos casos e inferior a 10 horas em 24,1%) e em empresas industriais de grande dimensão (66,9%), em unidades de 500 ou mais trabalhadores (Faria et al., 1985). Em 1993, altura em que se inicia o presente estudo, é efectuado um novo inquérito aos antigos alunos que representam o núcleo mais numeroso de médicos com actividade profissional em Saúde Ocupacional no início da década de noventa. A estes junta-se um número, relativamente pequeno, de médicos de empresa habilitados ao abrigo de disposições transitórias e excepcionais contempladas na legislação de organização de serviços médicos do trabalho de 1962 e 1967 (Portugal, 1991b). A partir de 1991 têm início os Cursos de Medicina do Trabalho das Universidades de Coimbra e do Porto, com a admissão anual e bianual de candidatos, respectivamente. Os diplomados destas escolas representam um número acrescido de profissionais que iniciam a sua actividade neste período de transição na organização dos cuidados de Segurança, Higiene e Saúde no Trabalho (Decreto Lei nº 441/91; Decreto Lei n.º 26/94; Lei n.º 7/95). A Estratégia Global da Saúde Ocupacional para Todos aprovada pela Assembleia Mundial da Saúde em 1995 constitui a estrutura de enquadramento da nova política de saúde ocupacional que inclui entre as suas dez prioridades o desenvolvimento de serviços orientados para a população trabalhadora (WHO, 1995). Estes serviços devem funcionar bem, de forma competente e compreensiva, centrados na prevenção multidisciplinar e incluir a vigilância do ambiente de trabalho e da saúde dos trabalhadores e a promoção da saúde, conforme a Declaração de Saúde Ocupacional Para Todos aprovada no segundo encontro de Centros Cooperativos para a SO da OMS, realizado em Pequim, em 1994. Este trabalho tem como finalidade conhecer as eventuais inter-relações entre o novo modelo legal de organização dos cuidados de Segurança, Higiene e Saúde no Trabalho (SHST), instituído em Portugal nos anos de 1994/1995, e o pensamento e a prática profissional dos médicos do trabalho diplomados pela Escola Nacional de Saúde Pública da Universidade Nova de Lisboa (ENSP/UNL). De um modo mais específico pretende-se descrever em que medida o novo enquadramento jurídico da MT/SHST/SO, correspondente genericamente à fase da Nova Saúde Ocupacional, foi acompanhado de alterações: (1) da percepção do grau de satisfação dos médicos do trabalho quanto ao seu papel e estatuto profissionais; (2) do nível de satisfação relativo à formação especializada formal (Curso de Medicina do Trabalho da ENSP/UNL) versus as necessidades da prática profissional; (3) da efectividade do desempenho profissional e (4) da adequação do novo modelo de organização de serviços de MT/ SHST/SO ao contexto do desenvolvimento sócio-económico e científico nacional e ao sentir dos médicos do trabalho. Quatro grandes temáticas vão ser abordadas: (1) politicas, organização e desenvolvimento da saúde ocupacional nacional e de empresa; (2) papel e funções dos médicos do trabalho; (3) ensino e necessidades formativas em saúde ocupacional; (4) prática profissional dos médicos do trabalho de empresa. Os resultados obtidos serão contextualizados através do enquadramento num modelo teórico explicativo da evolução histórica dos cuidados de saúde à população trabalhadora em meio laboral e que é alvo de revisão no presente trabalho. Este estudo enquadra-se nos objectivos e temas de investigação prioritários da Saúde Para Todos (SPT) da região europeia da OMS, nomeadamente o estudo do funcionamento dos actuais sistemas de assistência sanitária, tendo em vista a adequada cobertura das necessidades de saúde d

    Osteoporosis management during the COVID-19 pandemic - Position paper

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    verCOVID-19 pandemic significantly increased the already large number of victims of osteoporosis in Portugal. Osteoporosis outpatient clinics were either closed or had limited presential appointments. Many hospitals reduced orthopaedic services to make space for patients with COVID-19. In addition, the volunteer or forced sedentarism, as imposed by the pandemic, increased the risk of falls and fractures drastically. It urges to intensify the current efforts to improve the management of bone health and to prioritize fragility fracture care and prevention. This paper addresses the challenges in osteoporosis management during the COVID-19 pandemic and provides guidance on osteoporosis management. This position paper is a joint initiative of several health professionals and patients dedicated to osteoporosis.publishersversionpublishe

    Desenvolvimento da saúde ocupacional em Portugal e a prática profissional dos médicos do trabalho

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    A importância e a magnitude da saúde da população trabalhadora advém, em primeiro lugar, da justa consideração de que se trata do elemento mais dinâmico e numeroso da sociedade, do factor essencial da produção de bens e serviços e do garante da produtividade económica (Lefranc, 1988). O desenvolvimento sustentado das sociedades modernas conta com os trabalhadores como o meio de trabalho vivo mais valioso, pelo que a valorização da sua saúde está com ele directamente correlacionado (Duclos,1984; Dias, 1993). O conhecimento das relações trabalho e saúde foi e continuará a ser condição necessária, mas não suficiente, para a organização de intervenções promotoras da saúde e do bemestar no local de trabalho e de medidas profilácticas das doenças e lesões relacionadas com o trabalho e com as condições em que este é efectuado (OMS, 1981). É preciso que a sociedade e as suas estruturas políticas e económicas assumam a Saúde Ocupacional (SO) como objectivo prioritário e criem as condições legais, técnico-profissionais e materiais para a levar à prática (Portugal, 1991a e 2001). O actual estádio da organização e da prestação de cuidados de Saúde Ocupacional em Portugal é fruto de um processo complexo onde intervêm factores de natureza política, social, económica e técnico-científica. Estes, interactuando entre si, criaram as condições objectivas e subjectivas para o lançamento, na década de sessenta, de um modelo legal de serviços de Medicina do Trabalho o qual influenciou o desenvolvimento da saúde dos trabalhadores e a prática profissional dos médicos do trabalho (Faria et al., 1985 ). A Medicina do Trabalho como especialidade médica apresenta a característica ímpar de, ao contrário de outras especialidades, ter sido precedida pela lei, regulamento ou norma (Larche-Mochel, 1996). A sua prática, também muitas vezes entendida como de Saúde Ocupacional, integra-se desde o início na lógica do sistema legal criado em Portugal na década de sessenta que privilegia os cuidados médicos (Faria et al., 1985). Na evolução interactiva da saúde no mundo do trabalho, as condições objectivas de natureza estrutural, próprias do crescimento económico de cada país ou região, assumem um papel essencial. No entanto, como a outros níveis sociais, os factores subjectivos ligados aos conhecimentos, experiências e organização dos parceiros sociais e do poder político influenciam a estrutura formal da organização da Saúde Ocupacional (Duclos, 1984; Dias, 1993). O que ressalta da realidade portuguesa é que o inadequado e incongruente modelo político organizacional de prestação de cuidados de medicina do trabalho dos anos sessenta (Faria et al., 1985), foi substituído pela nova legislação de 1994 e 1995, (Decreto Lei 26/94 e Lei 7/95) que dá suporte a uma nova estrutura formal de serviços de Segurança, Higiene e Saúde no Trabalho (SHST) que está longe de corresponder à realidade da evolução das forças produtivas, da sua organização e das necessidades de saúde e bem-estar dos trabalhadores (Santos, 1998; Graça, 1999). A reformulação da política de Saúde Ocupacional, com a correspondente reorganização de serviços de saúde dirigidos à população trabalhadora, tem sido defendida por alguns autores e entidades desde o início da década de oitenta (Faria et al., 1985; BIT, 1985; Santos; Faria, 1988; Graça, 1999). Recentemente tal necessidade tornou-se uma evidência constatada por todos os parceiros sociais e pelo poder político, o que levou ao desencadear do processo de mudança em curso, que conta como primeiro facto, a aprovação do “Acordo de Segurança, Higiene e Saúde no Trabalho”, pelo Conselho Permanente de Consertação Social, em Julho de 1991, renovado pelo “Acordo sobre Condições de Trabalho, Higiene e Segurança no Trabalho e Combate à Sinistralidade” do Conselho Económico e Social de Fevereiro de 2001 (Portugal, 1991a e 2001). De tempos a tempos, a falta de médicos do trabalho em termos absolutos é referenciada na comunicação social por responsáveis políticos ou profissionais de saúde ocupacional sem, no entanto, ser conhecida qualquer análise suficientemente rigorosa da prática profissional dos actuais médicos do trabalho diplomados ou legalmente habilitados. Os médicos do trabalho não são os únicos profissionais de saúde ocupacional, e o seu contributo, apesar de importante, não é determinante no desenvolvimento histórico da organização dos cuidados de saúde à população trabalhadora. Reconhece-se que os parceiros sociais e o poder político são os intervenientes principais da evolução das políticas de saúde ocupacional (Graça, 1993a; Dias, 1993). No entanto, os médicos do trabalho são necessários e mesmo fundamentais para pôr em prática as políticas (implícitas e explícitas) de saúde ocupacional. O papel dos médicos do trabalho é tão primordial que, não raras vezes, estes assumem um tal protagonismo que é susceptível de ser considerado como uma prática profissional mais dirigida aos seus próprios interesses, do que virada para as necessidades de saúde dos trabalhadores (Walters, 1984). O papel dos médicos e a prática de medicina do trabalho são elementos relevantes no processo de desenvolvimento histórico da saúde dos trabalhadores, de tal modo que a adopção de um determinado modelo de serviços de SHST sendo, num dado momento, a resultante da interacção dos diversos factores em presença, torna-se por sua vez um elemento condicionante do pensamento e da prática profissional dos diversos técnicos de saúde ocupacional, entre os quais figuram os médicos do trabalho (BIT, 1985; WHO, 1986 e 1995; Directiva CEE n.º 391/1989; Rantanen, 1990). Um primeiro inquérito aos diplomados com o curso de medicina do trabalho (cerca de 500) realizado pela Cadeira de Saúde Ocupacional da ENSP, em 1982, mostrou que cerca de um terço (34,6%) não exercia qualquer actividade profissional relacionada com a saúde ocupacional e os que a praticavam faziam-no essencialmente como actividade secundária (74,4%), em regime de pluriemprego, de tempo parcial (horário semanal igual ou inferior a 20 horas em 73,4% dos casos e inferior a 10 horas em 24,1%) e em empresas industriais de grande dimensão (66,9%), em unidades de 500 ou mais trabalhadores (Faria et al., 1985). Em 1993, altura em que se inicia o presente estudo, é efectuado um novo inquérito aos antigos alunos que representam o núcleo mais numeroso de médicos com actividade profissional em Saúde Ocupacional no início da década de noventa. A estes junta-se um número, relativamente pequeno, de médicos de empresa habilitados ao abrigo de disposições transitórias e excepcionais contempladas na legislação de organização de serviços médicos do trabalho de 1962 e 1967 (Portugal, 1991b). A partir de 1991 têm início os Cursos de Medicina do Trabalho das Universidades de Coimbra e do Porto, com a admissão anual e bianual de candidatos, respectivamente. Os diplomados destas escolas representam um número acrescido de profissionais que iniciam a sua actividade neste período de transição na organização dos cuidados de Segurança, Higiene e Saúde no Trabalho (Decreto Lei nº 441/91; Decreto Lei n.º 26/94; Lei n.º 7/95). A Estratégia Global da Saúde Ocupacional para Todos aprovada pela Assembleia Mundial da Saúde em 1995 constitui a estrutura de enquadramento da nova política de saúde ocupacional que inclui entre as suas dez prioridades o desenvolvimento de serviços orientados para a população trabalhadora (WHO, 1995). Estes serviços devem funcionar bem, de forma competente e compreensiva, centrados na prevenção multidisciplinar e incluir a vigilância do ambiente de trabalho e da saúde dos trabalhadores e a promoção da saúde, conforme a Declaração de Saúde Ocupacional Para Todos aprovada no segundo encontro de Centros Cooperativos para a SO da OMS, realizado em Pequim, em 1994. Este trabalho tem como finalidade conhecer as eventuais inter-relações entre o novo modelo legal de organização dos cuidados de Segurança, Higiene e Saúde no Trabalho (SHST), instituído em Portugal nos anos de 1994/1995, e o pensamento e a prática profissional dos médicos do trabalho diplomados pela Escola Nacional de Saúde Pública da Universidade Nova de Lisboa (ENSP/UNL). De um modo mais específico pretende-se descrever em que medida o novo enquadramento jurídico da MT/SHST/SO, correspondente genericamente à fase da Nova Saúde Ocupacional, foi acompanhado de alterações: (1) da percepção do grau de satisfação dos médicos do trabalho quanto ao seu papel e estatuto profissionais; (2) do nível de satisfação relativo à formação especializada formal (Curso de Medicina do Trabalho da ENSP/UNL) versus as necessidades da prática profissional; (3) da efectividade do desempenho profissional e (4) da adequação do novo modelo de organização de serviços de MT/ SHST/SO ao contexto do desenvolvimento sócio-económico e científico nacional e ao sentir dos médicos do trabalho. Quatro grandes temáticas vão ser abordadas: (1) politicas, organização e desenvolvimento da saúde ocupacional nacional e de empresa; (2) papel e funções dos médicos do trabalho; (3) ensino e necessidades formativas em saúde ocupacional; (4) prática profissional dos médicos do trabalho de empresa. Os resultados obtidos serão contextualizados através do enquadramento num modelo teórico explicativo da evolução histórica dos cuidados de saúde à população trabalhadora em meio laboral e que é alvo de revisão no presente trabalho. Este estudo enquadra-se nos objectivos e temas de investigação prioritários da Saúde Para Todos (SPT) da região europeia da OMS, nomeadamente o estudo do funcionamento dos actuais sistemas de assistência sanitária, tendo em vista a adequada cobertura das necessidades de saúde d

    A “fala do desenvolvimento” em Belterra e a transformação do lugar em dois contextos de modernização

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    Sessenta e seis anos separam o fim da experiência do plantation de seringa de Henry Ford (1945) da presença da soja na cidade paraense de Belterra, na Amazônia brasileira. No primeiro caso, temos a construção de uma cidade na floresta e a criação de uma hierarquia sociofuncional com base no sistema fordista de produção. No segundo, uma ação planejada e seletiva que teve apoio político em diversos níveis, financiamento público, flexibilização da legislação ambiental e estudos científicos que subsidiaram a melhor localização do empreendimento. A ligação entre os dois períodos encontra-se na produção do desarranjo dos modos de vida preexistentes, no uso predatório da natureza e na enunciação de estereótipos pelos “de fora” contra a população do lugar sob o abrigo da “fala do desenvolvimento”

    Prática docente de planejamento didático: implicações no design de ambiente virtual para mediar à atividade

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    O planejamento da prática didático-pedagógica dos professores inclui os momentos antes, durante e depois das aulas. Sob esse ponto de vista, este estudo teve como objetivo modelar o processo de planejamento das atividades docentes que antecedem a docência, uma vez que diversos fatores socioculturais podem inibir direta ou indiretamente a dinâmica do ensino. Através de abordagens etnográficas, acompanhamos as práticas de 10 professores em 4 Escolas de Referência do Ensino Médio (EREM) em Recife, Pernambuco, Brasil. Obtivemos resultados de práticas instrucionais (com análise diagnóstica e preparativos) e de planejamento que ocorreram antes de entrar na sala de aula (a curto, médio ou longo prazo). Os resultados nos permitiram modelagens de processo das improvisações criativas feitas pelos professores ao lidar com contingências e eventos, o que nos permitiu compreender as experiências individuais ou coletivas que os professores adquiriram ao longo da vida profissional
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