Violência Doméstica no Jornalismo Paraense Durante a Pandemia de COVID-19

Resumo: A pesquisa investiga a cobertura da violência doméstica no portal OLiberal durante o primeiro ano da pandemia de COVID-19. O referencial teórico é baseado em Saffioti (2015), Pateman (1993) e Wolf (1994). Foram analisadas 06 notícias de janeiro a dezembro de 2020, por meio da análise de conteúdo (BARDIN, 2011). Objetivo é compreender como essa problemática é abordada na Amazônia, bem como identificar as estratégias jornalísticas utilizadas; definir um perfil das mulheres; definir um perfil dos homens. A abordagem é superficial, pouco engajada na luta contra a violência, com predomínio de vítimas brancas – destacando a invisibilidade racial, culpabilizadora, que se utiliza de narrativas do crime passional como justificativa à violência, carente de dados relevantes sobre o perfil das vítimas e de seus agressores, e com predomínio do uso de fontes oficiais e institucionais.Palavras Chave: Violência Doméstica. Jornalismo. Valor-notícia. Cultura da Violência

A Justiça é uma Mulher Negra?: uma reflexão sobre os marcadores sociais da diferença de raça e gênero na composição do Sistema de Justiça paraense

Resumo: O presente artigo buscou refletir sobre a atual composição de gênero e raça do Sistema de Justiça brasileiro, especialmente no contexto paraense. A pesquisa combinou revisão teórica, análise documental e entrevistas com mulheres negras que atuam na seara jurídica, para responder ao seguinte questionamento: Como as relações de gênero, raça e classe influenciam e são influenciadas pelo universo jurídico? Além da exposição teórica acerca de conceitos como “racismo” e “patriarcado" e a relação destes com a estruturação do Sistema de Justiça, analisou-se as particularidades enfrentadas pelas mulheres negras que ingressam em carreiras jurídicas no judiciário paraense. Conclui-se que, mesmo diante de evidentes avanços na luta por representatividade, o Sistema de Justiça e o Ensino Jurídico permanecem majoritariamente branco, masculino e elitista.Palavras Chave: Mulheres negras. Sistema de Justiça. Pará. Gênero e raça

Qual Constitucionalismo Brasileiro? Alguns elementos constitutivos de uma interpretação constitucional autoritária

Autocracias têm surgido em democracias ocidentais, alterando fundamentalmente o quadro institucional e constitucional democrático. A terceira onda de autocratização utiliza-se de meios legais para erodir normas jurídico-democráticas sem abolir suas instituições. Esse fenômeno é exemplificado no período de 2018-2022 no Brasil, marcado pela vitória eleitoral do populista de extrema-direita Jair Messias Bolsonaro, acelerando a autocratização. Essas questões não são exclusivas do “eixo norte”, mas também afetam o “eixo sul”, por onde cientistas políticos destacam a expropriação da engenharia  constitucional. Assim, juristas desempenham um papel fundamental na construção da legalidade autoritária. Por esse motivo, o artigo explora alguns dos elementos da interpretação constitucional autoritária no Brasil, utilizando-se de métodos qualitativos e exploratórios para analisar as conexões entre ideologias políticas e constitucionalistas que participaram da Assembleia Constituinte de 1987. Na sequência, também extrai algumas epistemes dos juristas conservadores associados à crise da democracia sob Bolsonaro, tendo como fonte suas obras escritas. Além disso, ensaia-se como essas interpretações influenciam o Supremo Tribunal Federal. Postula-se que esses elementos interpretativos constituem um terreno fértil dentro do espectro político de extrema-direita, com Bolsonaro proporcionando uma plataforma proeminente, por onde simultaneamente permeia o constitucionalismo brasileiro e também enfrenta resistência no STF

APRESENTAÇÃO

Nesta edição apresentamos o Volume 8, Número 1 da Revista PETInterdisciplinar Conexões de Saberes, intitulado “Educação, Identidade e Inclusão: Experiências Formativas na Amazônia”. Esta edição, referente ao ano de 2024 e publicada em julho de 2025, reúne experiências e reflexões que expressam a pluralidade das vivências acadêmicas e sociais de estudantes e comunidades inseridas em diferentes contextos da Região Norte e da Amazônia Legal. Os artigos aqui apresentados fazem parte do XXVII FORPET – Fórum Paraense dos Grupos PET que tratam de temas diversos, mas conectados pelo compromisso com a formação crítica, a inclusão e a valorização dos saberes locais

Editorial

A Revista Arteriais chega ao seu décimo ano de atividades, colaborando com a comunidade científica como espaço de difusão das produções acadêmicas em/sobre Artes e suas interfaces. Estamos preparando algumas novidades para este ano, por meio do projeto de extensão Revista Arteriais: práticas de escritas acadêmicas em Artes, que tem por objetivo promover atividades de formação sobre os modos de produção de escrita acadêmica e fomentar as políticas editoriais de periódicos na área de Artes, principalmente a partir das novas diretrizes das políticas de pós-graduação no Brasil. A presente edição da Arteriais, volume 11, número 19, organiza-se em duas partes: a primeira é composta por artigos e partituras do dossiê temático Música na Amazônia, a  segunda por artigos e uma tradução na seção de fluxo contínuo

AÇÕES COLETIVAS E PRÁTICAS SUSTENTÁVEIS NA AGRICULTURA FAMILIAR: EXPERIÊNCIAS NO NORDESTE PARAENSE

Este relato de experiência explora a importância das ações coletivas no Nordeste Paraense para o uso de práticas sustentáveis entre agricultores familiares. O estudo baseia-se em observação de campo e relatos de agricultores visitados durante uma viagem de campo da disciplina de Agroecologia e Sistemas Agroflorestais da UFPA, nos municípios de Irituia, São Domingos do Capim e Tomé-Açu. Destacou-se a importância da organização social para fortalecer a agricultura familiar, facilitar a adoção de práticas sustentáveis como a agricultura orgânica e os sistemas agroflorestais e impulsionar a economia local. Somado a isso, a união dos agricultores permitiu parcerias com instituições de pesquisa, assistência técnica e acesso a políticas públicas, evidenciando que esse processo é crucial para o desenvolvimento sustentável do meio rural

Programa Ciência na Escola: possibilidade de inclusão de mulheres nas ciências no Sul do Amazonas

Resumo: Este estudo, de mapeamento em pesquisa educacional (BIEMBENGUT, 2008) com abordagem qualitativa e documental (LÜDKE; ANDRÉ, 2012), situa-se nos estudos de gênero e ciência (SCOTT,1995; SCHIEBINGER, 2008; LETA, 2014). Tem como objetivo analisar políticas de incentivo à participação de mulheres em pesquisas científicas apoiadas pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas e seu alcance em municípios do interior.  Os resultados mostram que, comparadas aos primeiros estudos que interseccionam gênero e ciência, datados de 1960, as políticas para corrigir desigualdades estruturais na participação das mulheres na atividade científica foram tardias no Amazonas. Além disso, a concentração dos projetos de pesquisa na capital do Estado perpetua desigualdades de participação das pesquisadoras.Palavras Chave: Iniciação científica. Questões de gênero. FAPEAM

O PARÁ E A ROTA RIO SOLIMÕES DIANTE DAS DINÂMICAS DO TRÁFICO INTERNACIONAL DE COCAÍNA

RESUMOO presente estudo objetivou analisar a atualidade das dinâmicas territoriais do tráfico de cocaína na Rota Rio Solimões, com especial enfoque para o papel desempenhado pelo estado do Pará. Sob uma natureza exploratória e uma abordagem qualitativa, o trabalho se utilizou de dados qualitativos oriundos da tese de doutorado denominada Ouro de Tolo, concernentes a entrevistas que, dentre vários aspectos, analisou a Rota Rio Solimões e sua relação com o espaço geográfico do estado do Pará. A pesquisa lançou mão, igualmente, de técnicas transversais de pesquisa para análise e triangulação dos dados acima, concernentes à realização de visitas de campo aos diversos órgãos e uso de um diário de campo, alimentado até o presente momento pelo primeiro pesquisador em ações de campo. Como resultados, identificou-se o comportamento atual da Rota Rio Solimões, bem como suas dinâmicas e fluxos alternantes, sobretudo, em decorrência das bases fluviais recentemente instaladas, com predomínio do modal fluvial, a despeito da alternância com modais aéreos e rodoviários.PALAVRAS-CHAVE: Rota Rio Solimões; Tráfico de Drogas; Cocaína; Estado do Pará; Amazônia.