40 research outputs found
O direito à cidade e as transidentidades: que lugar é esse que não garante o direito às diferenças? = The right to the city and transidentities: which place is that does not guarantee the right to differences?
O DIREITO À CIDADE E AS TRANSIDENTIDADES: QUE LUGAR É ESSE QUE NÃO GARANTE O DIREITO ÀS DIFERENÇAS?
This theoretical essay aims to make some considerations about the (non) places destined for Transidentities in society, aiming at reflection on the right to the city and to difference in social spaces. It starts from the premise that the Transidentities, as well as the other segments considered as minorities, are still excluded and made invisible with regard to the recognition of their rights. In this sense, as a general objective, it reflects on (Trans) identities, as well as, in relation to some issues related to the exclusion and violation of their experiences, which are intertwined with the city, the street and non-places. As a methodological apparatus, the analytical approach is used, aiming to clarify concepts, and the hermeneutic approach, aiming to enable the understanding of the perspective of (Trans) identities, gender and sexualities, thus transcending a binary and very restricted understanding in this field of analysis, even today.Este ensaio teórico tem como objetivo tecer algumas considerações acerca dos (não) lugares destinados às Transidentidades na sociedade, visando à reflexão sobre o direito à cidade e à diferença nos espaços sociais. Parte-se da premissa de que as Transidentidades, assim como os demais segmentos tidos como minorias, ainda se encontram excluídos e invisibilizados no que concerne ao reconhecimento de seus direitos. Neste sentido, como objetivo geral, reflete-se acerca das (Trans) identidades, bem como, em relação a algumas questões atinentes à exclusão e violação de suas vivências, as quais se entrelaçam à cidade, a rua e aos não-lugares. Enquanto aparato metodológico, utiliza-se a abordagem analítica, visando esclarecer conceitos, e a abordagem hermenêutica, almejando possibilitar a compreensão da perspectiva das (Trans) identidades, gênero e sexualidades, transcendendo, assim, um entendimento binário e muito restrito neste campo de análise, ainda nos dias atuais
Obstrução e inflamação das vias aéreas na asma em idade pré-escolar
RESUMO: A asma brônquica é uma das doenças crónicas mais frequentes na criança, sendo
causa de elevada morbilidade, de recurso comum aos serviços de saúde e de um
enorme impacto familiar, social e económico.
Trata-se de uma doença heterogénea, cujos fenótipos dependentes da idade,
necessitam de melhor caracterização. Com início habitualmente precoce, o controlo da
asma em idade pré-escolar impõe vários desafios aos clínicos.
Com este projecto pretendeu-se responder às questões sobre o papel da obstrução
brônquica, da resposta ao broncodilatador (BD) e da inflamação das vias aéreas na
ausência do controlo da asma, no período entre crises, nesta faixa etária.
Relativamente à inovação do estudo, destaca-se a metodologia utilizada na avaliação
do controlo desta patologia, nomeadamente o uso do questionário “Test for
Respiratory and Asthma Control in Kids (TRACK)”, a avaliação funcional respiratória por
espirometria e oscilometria de impulso (IOS) e a medição dos biomarcadores de
inflamação do ar exalado.
Quanto às lacunas de conhecimento, decidimos focar-nos na identificação dos factores
de risco associados à ausência do controlo da asma, na confirmação de que a ausência
de controlo da asma se deve à presença de obstrução, hiperreactividade e inflamação
das vias aéreas e na caracterização dos fenótipos da asma.
Foram definidos os seguintes objectivos do estudo da asma em idade pré-escolar:
1) validação do questionário TRACK para uso na nossa população;
2) estudo da relação entre o nível de controlo da asma com parâmetros clínicos,
funcionais, tais como a presença de obstrução das vias aéreas e resposta ao BD;
3) estudo da relação entre o nível de controlo da asma e os biomarcadores;
4) identificação de fenótipos de asma. Desenvolveu-se um estudo observacional, controlado e transversal, em que se
incluíram 121 crianças entre os 3 e os 5 anos de idade, 107 com diagnóstico clínico de
asma, a quem o médico tinha solicitado testes de função pulmonar, e 14 controlos
saudáveis.
As crianças foram avaliadas no máximo de duas visitas com um intervalo até sete dias,
para completarem a realização de todos os exames. Procedeu-se à caracterização da
asma, avaliação do nível de controlo da mesma pelo médico e pelos pais, incluindo o
preenchimento por estes últimos da versão adaptada ao contexto português do
questionário TRACK. Os exames realizados foram a espirometria e a IOS com prova de
broncodilatação, medição da temperatura do ar exalado, medição de FENO e, numa
subamostra de crianças, o estudo do pH do condensado brônquico do ar exalado.
Para a validação das características psicométricas do questionário TRACK realizou-se
um outro estudo, prospectivo, no qual foram incluídas 141 crianças com asma, tendo
este estudo compreendido a realização de duas visitas separadas entre si por duas a
seis semanas.
Esta versão do questionário TRACK revelou ter boas características psicométricas,
nomeadamente em termos de consistência interna e fiabilidade, assim como aceitável
acuidade discriminativa, identificando correctamente o nível de controlo da asma em
cerca de 80% das crianças asmáticas.
Utilizaram-se os critérios GINA (Global INitiative for Asthma) como padrão para definir
os níveis de asma: “controlado” e “não controlado”. Não se encontrou associação
entre os níveis de obstrução das vias aéreas e os vários marcadores de inflamação,
dependentes do nível de controlo da asma. Esta conclusão pode dever-se ao facto de
cerca de 73% das crianças com asma não controlada versus 27% das que têm a asma
controlada estarem medicadas com corticóides inalados, atenuando deste modo as
potenciais diferenças.No entanto, a asma não controlada associou-se a uma maior reversibilidade do FEV1 e
do FVC na resposta à prova de broncodilatação e encontrou-se uma associação
significativa entre vários parâmetros espirométricos e oscilométricos.
Na análise multivariável realizada, as variáveis associadas a um risco aumentado de
asma não controlada foram as seguintes: “Mais de 3 crises nos últimos 12 meses”,
“Rinite moderada a grave”, “Variação relativa na FVC e FEV1 após-broncodilatador”. As
AUC dos modelos finais, que incluíram a variação da FVC ou FEV1, foram de 0,82 e
0,81, respectivamente.
Em termos de fenótipos identificaram-se duas classes latentes de asma,
nomeadamente “Não atópica, mãe fumadora” e “Atópica, mãe não fumadora”, numa
proporção de 1 para 4, em que cerca de metade dos casos de ambos os grupos, tinham
a sua doença não controlada.
Em conclusão, para este grupo etário, este projecto permitiu:
1) validar uma nova versão do questionário TRACK para uso nacional;
2) criar um modelo preditivo da ausência de controlo da asma, que incluiu parâmetros
objectivos clínicos e funcionais, para utilização em complemento ao reporte dos
sintomas pelos pais;
3) mostrar que quer a obstrução brônquica, quer a inflamação eosinofílica se associam
à presença de asma, mesmo quando esta se encontra controlada;
4) c,onfirmou a heterogeneidade de fenótipos da asma.
Entende-se que são ainda necessários mais estudos para confirmar, neste grupo
etário, o papel dos modelos preditivos descritos, da oscilometria de impulso e dos
biomarcadores na monitorização do controlo da asma em contexto clínico.ABSTRACT: Bronchial asthma is one of the most common chronic diseases in children, with high
morbidity, emergency health service use, and an enormous family, social and
economic impact.
It is a heterogeneous disease whose age-dependent phenotypes need to be better
characterized. Usually, asthma control at preschool age is very challenging for
clinicians.
This project aimed to answer the question about the role of bronchial obstruction,
bronchodilator (BD) responsiveness, and airway inflammation in non controlled
asthma, inter-crisis.
Regarding innovation, the methodology used to evaluate the control of this pathology
stands out, namely the use of the questionnaire “Test for Respiratory and Asthma
Control in Kids (TRACK)”, the respiratory functional evaluation by spirometry and
impulse oscillometry (IOS), and the assessment of inflammatory biomarkers in the
exhaled air.
Concerning knowledge gaps, we decided to focus on identifying the risk factors
associated with the lack of asthma control, verifying that uncontrolled asthma is
associated with the presence of airway obstruction, BD hyperresponsiveness, and
inflammation, and on the characterization of the asthma phenotypes.
The objectives of the study concerning preschool asthma were:
1) to validate the TRACK questionnaire for use in our population
2) to study the relationship between the level of asthma control and clinical,
functional parameters, such as the presence of airway obstruction and BD
responsiveness
3) to analyze the relationship between the level of asthma control and biomarkers
4) to identify possible asthma phenotypes.An observational, cross-sectional study was carried out, including 121 children
between 3 and 5 years of age, 107 with a clinical diagnosis of asthma and to whom the
doctor requested pulmonary function tests, and 14 controls.
Children were evaluated at most of two visits, with an interval of up to 7 days, to
complete all tests. The data about the characterization of asthma, assessment of
asthma level control by the doctor, and parents, with the last ones filling in the TRACK
questionnaire, were collected. Spirometry and IOS with bronchodilation test, and
exhaled air temperature and FENO measurements and, in a sub-sample of children, the
study of the pH of the exhaled bronchial condensate, were performed.
For the validation of the psychometric characteristics of the TRACK questionnaire,
another prospective study was carried out, including 141 children with asthma,
comprising two visits, separated between them, for two to six weeks.
This version of the TRACK questionnaire was found to have good psychometric
characteristics, namely in terms of internal consistency, reliability, as well as
acceptable discriminative acuity, to correctly identifying the level of asthma control in
about 80% of asthmatic children.
The GINA (Global INitiative for Asthma) criteria were used as a standard to define the
levels of asthma as controlled and uncontrolled.
No association was found between the levels of airway obstruction or the various
inflammation markers, depending on the level of asthma control, which may be due to
73% of children with uncontrolled asthma, versus 27% of those having controlled
asthma were taking inhaled corticosteroids, mitigating possible potential differences.However, uncontrolled asthma was associated with greater variability in FEV1 and FVC
in response to the bronchodilation test. Also, significant associations were found
between various spirometric and oscillometric parameters.
In the multivariable analysis, the variables associated with increased risk of
uncontrolled asthma were: “More than 3 crises in the last 12 months”, “Moderate to
severe rhinitis”, “Relative variation in FVC and FEV1 after bronchodilator”. The AUC of
the final models that included the FVC or FEV1 variation were 0.82 and 0.81,
respectively.
About phenotypes, two latent classes of asthma were identified, namely “Non-atopic,
smoking mother” and “Atopic, non-smoking mother” in a ratio of 1 to 4. About half of
the cases in both groups had their illness uncontrolled.
In conclusion, this project allowed:
1) to validate a new version of the TRACK questionnaire for national use
2) to create a predictive model of the absence of asthma control, which included
objective clinical and functional parameters, for use in addition to the reporting
of symptoms by parents
3) to show that bronchial obstruction and eosinophilic airway inflammation were
associated with the presence of asthma, even when controlled
4) to confirm the heterogeneity of phenotypes.
Further studies are needed to confirm the role of the described predictive models,
impulse oscillometry, and biomarkers for monitoring asthma control in a clinical
context in this age group
Fibrilaçao atrial durante taquicardia por reentrada nodal atrioventricular: achado sugestivo da presença de via superior comum nodal
Na taquicardia por reentrada nodal atrioventricular, a necessidade do átrio para a manutençao da taquicardia é controverso. Descrevemos um caso de fibrilaçao atrial ocorrendo durante taquicardia por reentrada nodal atrioventricular sem afetar o ciclo da arritmia, e discutimos as evidências favorecendo a presença de uma via comum superior
Fibrilaçao atrial durante taquicardia por reentrada nodal atrioventricular: achado sugestivo da presença de via superior comum nodal
Na taquicardia por reentrada nodal atrioventricular, a necessidade do átrio para a manutençao da taquicardia é controverso. Descrevemos um caso de fibrilaçao atrial ocorrendo durante taquicardia por reentrada nodal atrioventricular sem afetar o ciclo da arritmia, e discutimos as evidências favorecendo a presença de uma via comum superior
Morphological and Postural changes in the foot during pregnancy and puerperium : a longitudinal study
The aim of this study is to observe the morphological and postural changes to the foot that take place during pregnancy and the puerperium. Method: In this descriptive, observational, longitudinal study, we analysed 23 pregnant women, with particular attention to morphological and postural aspects of the foot, at three time points during and after pregnancy: in weeks 9-13 of gestation, weeks 32-35 of gestation and weeks 4-6 after delivery. The parameters considered were changes in foot length, the Foot Posture Index (FPI) and the Hernández Corvo Index, which were analysed using a pedigraph and taking into account the Body Mass Index (BMI). The same procedure was conducted in each review. Results: The statistical analyses obtained for each foot did not differ significantly between the three measurement times. A pronator-type footprint was most frequently observed during the third trimester of pregnancy; it was predominantly neutral during the postpartum period. Statistically significant differences between the measurement times were obtained in the right foot for cavus vs. neutral foot type (between the first and third trimesters and also between the first trimester and the puerperium) (in both cases, p < 0.0001). Conclusions: Foot length increases in the third trimester and returns to normal in the puerperium. According to FPI findings, the third trimester of pregnancy is characterised by pronation, while the posture returns to neutrality during the postpartum period. During pregnancy, the plantar arch flattens, and this persists during the puerperium. The incidence of cavus foot increases significantly in the third trimester and in the puerperium