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Taxonomia e distribuição de Ophiocordyceps dipterigena (Ophiocordycipitaceae, Hypocreales)
Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Ciências Biológicas, Programa de Pós-Graduação em Biologia de Fungos, Algas e Plantas, Florianópolis, 2015.Ophiocordyceps representa o maior e mais variado táxon de Ophiocordycipitaceae, tanto morfologico quanto ecologicamente. Ophiocordyceps dipterigena foi descrito por Berkeley e Broome (Cordyceps dipterigena), em 1875, a partir de um material coletado em uma mosca adulta no Sri Lanka (Ceilão). Atualmente o táxon, apresentando distribuição pantropical, é caráterizado morfologicamente pelos estromas filiformes, capitados, marrom alaranjados a amarelados, região fértil terminal, hemisférica e bem definida. Apresenta uma ampla variedade de hospedeiros (moscas adultas) e atualmente possui seis sinônimos heterotípicos. Apesar das evidências de um complexo taxonômico, nenhum estudo mais aprofundado (morfológico e molecular) foi realizado com este táxon até o momento. Este trabalho apresenta aspectos taxonômicos, ecológicos e filogenéticos sobre O. dipterigena, a partir de análises morfológicas (macro, micro e ultraestruturais) e de biologia molecular. Ao todo, foram revisados 84 materiais parasitas de moscas adultas de espécimes morfologicamente e ecologicamente próxima de O. dipterigena. Uma filogenia (ITS) do complexo O. dipterigena é apresentada, assim como uma discussão geral sobre diferentes possíveis novos táxons existentes. Novos caráteres relevantes para a interpretação de hipóteses de espécies são apresentados. O nome Cordyceps muscicola é resgatado da sinonímia de O. dipterigena sendo caráterizada por parasitar moscas grandes, geralmente aderidas na superfície abaxial, mas sempre com micélio recobrindo todo hospedeiro, até o momento ocorrente na Floresta Ombrófila Densa do território Catarinense. Além da lectotipificação do desenho do protólogo de C. muscicola e da epitipificação de um espécime da localidade do tipo (Blumenau) a espécie é combinada em Ophiocordyceps, O. muscicola. Outras três espécies (Ophiocordyceps sp. 1, sp. 2 e sp. 3), que se diferenciam no complexo O. dipterigena, são apresentadas, são caráterizadas pela combinação de caráteres morfológicos e ecológicos. Outras possíveis espécies novas são discutidas. Este trabalho demonstra uma grande diversidade no complexo O. dipterigena e prevê o elevado potencial de revelar uma diversidade maior ainda com pesquisas futuras.Abstract : Ophiocordyceps is the largest and most varied taxon of Ophiocordycipitaceae, both morphologically and ecologically. Ophiocordyceps dipterigena was described by Berkeley and Broome (as Cordyceps dipterigena) in 1875 from material collected on an adult fly in Sri Lanka (Ceylon). Currently, the taxon presents pantropical distribution and is morphologically characterized by having filiform, capitate, orange-brown to yellowish stromata and a terminal, hemispheric, well defined fertile region. Ophiocordyceps dipterigena occurs on a wide variety of hosts (adult flies) and currently has six heterotypic synonyms. Despite the evidence of a possible taxonomic complex, no detailed investigation into the possibility of cryptic species has yet been conducted. This work offers the first comprehensive taxonomic, ecological and phylogenetic treatment of the O. dipterigena complex, supported by morphological and molecular analyses. In all, eighty-five collections morphologically and ecologically related to O. dipterigena were examined. A phylogeny (ITS) of the O. dipterigena complex is presented, as well as a general discussion on potentially new taxa in the complex. New characters relevant to the interpretation of species hypotheses are presented. The name Cordyceps muscicola is recovered from synonymy with O. dipterigena, characterized by a thoroughly myceliated host which often adheres to the abaxial surface of leaves, until the moment occurring in the Ombrophilous Dense Forest territory of Santa Catarina. In addition to the lectotypification of the protologue drawing of C. muscicola and epityfication of a specimen from the type locality (Atlantic rainforest of Blumenau), the species is recombined in Ophiocordyceps as O. muscicola. Three additional species are described (Ophiocordyceps sp. 1, sp. 2 and sp. 3) which differ in the O. dipterigena complex on the basis of morphological and ecological characters. Other possible new species are discussed. This work demonstrates both a greater diversity within O. dipterigena complex than previously considered, and forecasts the high potential for revealing greater diversity with further research
Aspectos taxonômicos de fungos entomopatógenos (Cordyceps s. l.) da Mata Atlântica Catarinense
TCC(graduação) - Universidade Federal de Santa Catarina. Centro de Ciências Biológicas. Biologia.Grande parte dos fungos entomopatógenos pertence à Ascomycota, e são comumente encontrados em estado conidial (anamórfico). Cordyceps s.l. é caracterizado por apresentar a maior parte de suas espécies patógenas de artrópodes, sendo o hospedeiro usado para concluir parte do seu ciclo de vida. São conhecidas em torno de 400 espécies de Cordyceps, porém estudos moleculares recentes demonstraram que este é um grupo polifilético. Atualmente, Cordyceps se encontra distribuído dentro de três famílias (Cordycipitaceae, Ophiocordycipitaceae e Clavicipitaceae) de Hypocreales, em distintos gêneros. Tanto artrópodes quanto as espécies de Cordyceps podem ser encontrados em qualquer ambiente terrestre, com exceção da Antártica. Porém, apesar de sua expressiva importância ecológica, no Brasil a maior parte das pesquisas sobre Cordyceps s.l. aborda temas relacionados apenas à aplicabilidade de fungos entomopatógenos relacionados a biocontrole na agricultura. O país, apesar de apresentar uma das maiores diversidades de artrópodes, não apresenta trabalhos que reflitam a realidade sobre a diversidade e/ou ecologia de Cordyceps s.l. Em Santa Catarina, os distintos ecossistemas da Mata Atlântica não foram explorados adequadamente, sendo que as poucas expedições a campo nessa região, vinculadas a busca desse tipo de material, datam de mais de 100 anos atrás. Com o intuito de registrar as espécies de Cordyceps s.l. que ocorrem no Estado foram realizadas expedições em diversas regiões, privilegiando Unidades de Conservação. Destas expedições foram coletados 54 morfoespécies, sendo que 24 destes encontrados na fase assexual (anamórfos) e os 30 restantes encontrados na fase sexual (teleomórfos). Devido à dificuldade de trabalho com materiais fúngicos que apresentam apenas estruturas assexuais, os esforços foram voltados à identificação dos materiais com estruturas sexuais, resultando em 15 espécies de Cordyceps s.s., 13 de Ophiocordyceps e 2 de Torrubiella. Dos materiais isolados em meio BDA 18 estão sendo mantidos na Micoteca do Laboratório de Micologia. Neste trabalho são apresentadas a descrição, discussão e distribuição de 11 espécies taxonomicamente estudadas: Cordyceps sp1, Cordyceps sp2, Cordyceps sp3; Cordyceps martialis, Ophiocordyceps australis, O. communis e O. gracilioides (estes dois últimos são novos registros para os Neotrópicos), O. kniphofioides var. kniphofioides e O. nutans (novos registros para a Região Sul do Brasil), Torrubiella arachnophila var. pulchra (novo registro para o Brasil) e Torrubiella sp1.Most of the entomopathogenic fungi belong to Ascomycota, and are commonly found in conidial state (anamorphic). Cordyceps s.l. is characterized by having most of their species entomopathogenic as host to complete part of their life cycle. There are known around 400 species of Cordyceps, but recent molecular studies showed it is a polyphyletic group. Currently, Cordyceps is distributed in three families (Cordycipitaceae, Ophiocordycipitaceae and Clavicipitaceae) of Hypocreales, comprising different genus. Both, arthropods and species of Cordyceps, can be found in any terrestrial environment, except Antarctica. However, despite its significant ecological importance, in Brazil, most of the researches about Cordyceps s.l. is addressed to applicability of entomopathogenic fungi as biocontrol in agriculture. The country, despite having a greatest diversity of arthropods, does not present works that reflect the reality of the diversity and ecology of Cordyceps s.l. In Santa Catarina, the different ecosystems of the Atlantic Rain Forest have not been explored, and the last efforts to collecting and studing the Cordyceps happened 100 years ago. In order to record the species of Cordyceps s.l. that occurring in the ecosystems of the state, expeditions were conducted in different regions, focused on Protected Areas. Those 54 morphotypes collected 24 were found in the asexual form (anamorphic) and the remaining 30 were in the sexual form (teleomorphic). Efforts were focused on the identification of materials with sexual structures, resulting in 15 species of Cordyceps s.s., 13 Ophiocordyceps and 2 Torrubiella. From material isolated on PDA medium, 18 are being keeped the fungal collection of the Mycology Laboratory. This work presents the description, discussion and taxonomic distribution of 11 species: Cordyceps martialis, Cordyceps sp1, Cordyceps sp2, Cordyceps sp3, Torrubiella arachnophila var. pulchra (new record for Brazil), Torrubiella sp1, Ophiocordyceps australis, O. nutans (new record for southern Brazil), O. gracilioides (new record for the Neotropics), O. kniphofioides var. kniphofioides (new record for southern Brazil) and O. communis (new record for the Neotropics)
Characterisation of microbial attack on archaeological bone
As part of an EU funded project to investigate the factors influencing bone preservation in the archaeological record, more than 250 bones from 41 archaeological sites in five countries spanning four climatic regions were studied for diagenetic alteration. Sites were selected to cover a range of environmental conditions and archaeological contexts. Microscopic and physical (mercury intrusion porosimetry) analyses of these bones revealed that the majority (68%) had suffered microbial attack. Furthermore, significant differences were found between animal and human bone in both the state of preservation and the type of microbial attack present. These differences in preservation might result from differences in early taphonomy of the bones. © 2003 Elsevier Science Ltd. All rights reserved