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    REFLEXÕES SOBRE O TEMPO LIVRE NAS ENFERMARIAS PSIQUIÁTRICAS DE CRISE

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      INTRODUÇÃO   Este relato de experiência vem contribuir para o campo da atenção em enfermagem psiquiátrica e surgiu a partir da percepção de acadêmicos de enfermagem ao longo do ensino clínico de psiquiatria. Foi desenvolvido a partir da experiência das acadêmicas do 5º período de enfermagem em um hospital psiquiátrico de emergência, no Rio de Janeiro. O interesse por este estudo emergiu a partir da percepção de acadêmicos quanto ao pouco aproveitamento do tempo livre dos usuários durante a internação.   OBJETIVO Discutir a importância do desenvolvimento de oficinas terapêuticas no tempo livre dos pacientes internados nos setores de emergência de um hospital psiquiátrico.   METODOLOGIA A abordagem é do tipo qualitativa e a metodologia aplicada é o relato de experiência, à luz da revisão bibliográfica sobre o tema discutido. Os cenários do estudo são as enfermarias de crise de curta e média permanência de um hospital público especializado no atendimento no campo da psiquiatria, no Município do Rio de Janeiro. Os pacientes são de ambos os sexos e com idade variável da adolescência à terceira idade. O tempo de internação desses clientes é variável, com a internação podendo durar de dias a meses. As enfermarias são divididas de acordo com o gênero e o tempo esperado de internação, dividindo-se em curta e média permanência.   RESULTADOS   Segundo Aquino (2007), tempo livre se refere às ações humanas, realizadas sem que ocorra uma necessidade externa. Neste caso, o sujeito atua com a percepção do uso desse tempo com total liberdade e de maneira criativa, dependendo de sua consciência de valor sobre seu tempo. Segundo o Ministério da Saúde (1991), oficinas terapêuticas são atividades grupais de socialização, expressão e inserção social, que foram consolidadas através da Portaria 189 de 19/11/1991. Dentre as propostas da Reforma Psiquiátrica no Brasil, destacamos como objetivo discutir a importância do desenvolvimento de oficinas terapêuticas no tempo livre dos pacientes internados nos setores de emergência de um hospital psiquiátrico, referente à desinstitucionalização e à inclusão social do portador de transtorno mental nos diferentes espaços da sociedade. Delgado, Leal e Venâncio (1997) identificam três caminhos possíveis para a realização de uma oficina: Espaço de Criação: são aquelas oficinas que possuem como principal característica a utilização da criação artística como atividade e como um espaço que propicia a experimentação constante; Espaço de Atividades Manuais: seria uma oficina que utiliza o espaço para a realização de atividades manuais, onde seria necessário um determinado grau de habilidade e onde são construídos produtos úteis à sociedade. O produto destas oficinas é utilizado como objeto de troca material; Espaço de Promoção de Interação: é a oficina que tem como objetivo a promoção de interação de convivência entre os clientes, os técnicos, os familiares e a sociedade como um todo. MINZONI (1974) cita como exemplos as atividades de trabalho e recreação e as subdivide em motoras (ginástica, voleibol, trabalho em couro e madeira, entre outros), sociais (festas e datas civis, cinema, teatro e outras) e auto-expressivas (atividades espontâneas e não orientadas, como por exemplo, cerâmica, pintura e dança). Além das oficinas acima descritas destacamos a orientação aos usuários quanto à doença e seus desdobramentos psicossociais, efeitos de psicoativos, auto-cuidado e a importância do lazer.   CONCLUSÃO A partir das discussões geradas pelo estudo, surgiram reflexões importantes quanto à utilização da educação continuada junto à equipe de enfermagem, com o intuito de discutir novas tecnologias de cuidado, tendo como princípios norteadores a atual política de atendimento em saúde mental. Segundo Davini (1994), a educação continuada é conceituada como o conjunto de experiências subseqüentes à formação inicial, que permitem ao trabalhador manter, aumentar ou melhorar sua competência, para que esta seja compatível com o desenvolvimento de suas responsabilidades, caracterizando, assim, a competência como atributo individual. Neste sentido, a educação continuada é importante para aquisição de habilidades e conhecimentos fundamentais para a qualidade do desempenho de suas ações de cuidado em todas as suas dimensões. Muito tem se discutido sobre a reforma psiquiátrica, porém, inferimos que esta discussão tem tido pouco reflexo sobre o aproveitamento do tempo livre dos clientes internados em situações de crise. A utilização deste tempo pode se dar através das oficinas terapêuticas, mas para que tal ocorra, faz-se necessário que a enfermagem discuta e crie espaços de acordo com seus desejos e habilidades pessoais.     REFERÊNCIAS 1. Aquino, C.A.B. Revista Mal-estar e Subjetividade – Fortaleza – Vol. VI – Nº 2 – p. 479-500 – set/2007 2. BRASIL, Ministério da Saúde. Secretaria Nacional de Assistência à Saúde. Portaria Nº 189 de 19 de novembro de 1991. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 11 dez. 1991. 3. DELGADO, P.; LEAL, E.; VENÂNCIO, A. O campo da atenção psicossocial Anais do 1º Congresso de Saúde Mental do Rio de Janeiro.  Rio de Janeiro: TeCora, 1997. 4. MINZONI, M.P. Assistência ao doente mental. Ribeirão Preto: Guarani, 1974. 5. Davini, MC. Practicas laborales en los servicios de salud: las condiciones del aprendizaje. In: Haddad JQ, Roschke MAC, Davini MC, editores. Educación permanente de personal de salud. Washington: Organización Panamericana de la Salud; 1994. p. 109-25. (Serie Desarrollo de Recursos Humanos, n.100).

    REFLEXÕES SOBRE O TEMPO LIVRE NAS ENFERMARIAS PSIQUIÁTRICAS DE CRISE

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      INTRODUÇÃO   Este relato de experiência vem contribuir para o campo da atenção em enfermagem psiquiátrica e surgiu a partir da percepção de acadêmicos de enfermagem ao longo do ensino clínico de psiquiatria. Foi desenvolvido a partir da experiência das acadêmicas do 5º período de enfermagem em um hospital psiquiátrico de emergência, no Rio de Janeiro. O interesse por este estudo emergiu a partir da percepção de acadêmicos quanto ao pouco aproveitamento do tempo livre dos usuários durante a internação.   OBJETIVO Discutir a importância do desenvolvimento de oficinas terapêuticas no tempo livre dos pacientes internados nos setores de emergência de um hospital psiquiátrico.   METODOLOGIA A abordagem é do tipo qualitativa e a metodologia aplicada é o relato de experiência, à luz da revisão bibliográfica sobre o tema discutido. Os cenários do estudo são as enfermarias de crise de curta e média permanência de um hospital público especializado no atendimento no campo da psiquiatria, no Município do Rio de Janeiro. Os pacientes são de ambos os sexos e com idade variável da adolescência à terceira idade. O tempo de internação desses clientes é variável, com a internação podendo durar de dias a meses. As enfermarias são divididas de acordo com o gênero e o tempo esperado de internação, dividindo-se em curta e média permanência.   RESULTADOS   Segundo Aquino (2007), tempo livre se refere às ações humanas, realizadas sem que ocorra uma necessidade externa. Neste caso, o sujeito atua com a percepção do uso desse tempo com total liberdade e de maneira criativa, dependendo de sua consciência de valor sobre seu tempo. Segundo o Ministério da Saúde (1991), oficinas terapêuticas são atividades grupais de socialização, expressão e inserção social, que foram consolidadas através da Portaria 189 de 19/11/1991. Dentre as propostas da Reforma Psiquiátrica no Brasil, destacamos como objetivo discutir a importância do desenvolvimento de oficinas terapêuticas no tempo livre dos pacientes internados nos setores de emergência de um hospital psiquiátrico, referente à desinstitucionalização e à inclusão social do portador de transtorno mental nos diferentes espaços da sociedade. Delgado, Leal e Venâncio (1997) identificam três caminhos possíveis para a realização de uma oficina: Espaço de Criação: são aquelas oficinas que possuem como principal característica a utilização da criação artística como atividade e como um espaço que propicia a experimentação constante; Espaço de Atividades Manuais: seria uma oficina que utiliza o espaço para a realização de atividades manuais, onde seria necessário um determinado grau de habilidade e onde são construídos produtos úteis à sociedade. O produto destas oficinas é utilizado como objeto de troca material; Espaço de Promoção de Interação: é a oficina que tem como objetivo a promoção de interação de convivência entre os clientes, os técnicos, os familiares e a sociedade como um todo. MINZONI (1974) cita como exemplos as atividades de trabalho e recreação e as subdivide em motoras (ginástica, voleibol, trabalho em couro e madeira, entre outros), sociais (festas e datas civis, cinema, teatro e outras) e auto-expressivas (atividades espontâneas e não orientadas, como por exemplo, cerâmica, pintura e dança). Além das oficinas acima descritas destacamos a orientação aos usuários quanto à doença e seus desdobramentos psicossociais, efeitos de psicoativos, auto-cuidado e a importância do lazer.   CONCLUSÃO A partir das discussões geradas pelo estudo, surgiram reflexões importantes quanto à utilização da educação continuada junto à equipe de enfermagem, com o intuito de discutir novas tecnologias de cuidado, tendo como princípios norteadores a atual política de atendimento em saúde mental. Segundo Davini (1994), a educação continuada é conceituada como o conjunto de experiências subseqüentes à formação inicial, que permitem ao trabalhador manter, aumentar ou melhorar sua competência, para que esta seja compatível com o desenvolvimento de suas responsabilidades, caracterizando, assim, a competência como atributo individual. Neste sentido, a educação continuada é importante para aquisição de habilidades e conhecimentos fundamentais para a qualidade do desempenho de suas ações de cuidado em todas as suas dimensões. Muito tem se discutido sobre a reforma psiquiátrica, porém, inferimos que esta discussão tem tido pouco reflexo sobre o aproveitamento do tempo livre dos clientes internados em situações de crise. A utilização deste tempo pode se dar através das oficinas terapêuticas, mas para que tal ocorra, faz-se necessário que a enfermagem discuta e crie espaços de acordo com seus desejos e habilidades pessoais.     REFERÊNCIAS 1. Aquino, C.A.B. Revista Mal-estar e Subjetividade – Fortaleza – Vol. VI – Nº 2 – p. 479-500 – set/2007 2. BRASIL, Ministério da Saúde. Secretaria Nacional de Assistência à Saúde. Portaria Nº 189 de 19 de novembro de 1991. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 11 dez. 1991. 3. DELGADO, P.; LEAL, E.; VENÂNCIO, A. O campo da atenção psicossocial Anais do 1º Congresso de Saúde Mental do Rio de Janeiro.  Rio de Janeiro: TeCora, 1997. 4. MINZONI, M.P. Assistência ao doente mental. Ribeirão Preto: Guarani, 1974. 5. Davini, MC. Practicas laborales en los servicios de salud: las condiciones del aprendizaje. In: Haddad JQ, Roschke MAC, Davini MC, editores. Educación permanente de personal de salud. Washington: Organización Panamericana de la Salud; 1994. p. 109-25. (Serie Desarrollo de Recursos Humanos, n.100).

    SAÚDE MENTAL NA ATENÇÃO À MULHER

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    INTRODUÇÃO As discussões acerca do conceito de saúde já permearam por algumas bases conceituais. Na Declaração de Alma-Ata (OPAS, 1978), enfatizou-se que “saúde é o estado de completo bem-estar físico, mental” e os agravantes que irão dificultar o alcance desse “bem-estar” podem variar de acordo com o meio (físico e cultural) em que o indivíduo está inserido e como vive. Neste contexto, o significado atrelado ao termo “bem-estar” é aquele referido na Declaração de Alma-Ata. Nos últimos anos tem entrado em pauta de muitas discussões as questões de gênero, nos instigando a refletir sobre a saúde, e como foco deste trabalho, a saúde mental da mulher. Isto porque a mulher possui peculiaridades tanto fisiológicas como sócio-culturais que irão interferir diretamente no seu bem-estar. Como exemplo dessas diferenças temos a violência sexual, que atinge predominantemente as mulheres e que é uma situação que gera sérios transtornos psicológicos. As diferenças de gênero vão afetar diretamente a saúde mental da mulher. A forma com que é vista pela sociedade, os tabus e preconceitos que são endereçados a ela e as próprias transformações fisiológicas que passa desde a infância, menarca, gravidez e menopausa. Todos esses fatores a afetarão de alguma forma. Com este enfoque, pretende-se com neste estudo analisar a saúde mental na assistência a mulher, com um olhar diferenciado sobre todas as diferenças e peculiaridades femininas. OBJETIVOS Este trabalho visa levantar os fatores influenciadores da saúde mental da mulher e esboçar propostas de enfermagem para minimizar os fatores estressores no contexto da assistência à saúde dessa mulher. METODOLOGIA Trata-se de um estudo descritivo do tipo qualitativo, tendo como referências bibliografias, artigos que tratam sobre o tema: "Saúde mental na mulher", utilizando-se da base de dados on-line, denominado SCIELO RESULTADOS        WHO (2000) afirma que a saúde mental feminina é afetada por seu contexto de vida ou por fatores externos, como aspectos socioculturais, legais, econômicos, de infra-estrutura ou ambientais, e a identificação e a modificação desses fatores tornaria possível a prevenção primária de algumas desordens. Os esteróides sexuais femininos, particularmente o estrógeno, agem na modulação do humor, o que, em parte, explicaria a maior prevalência dos transtornos do humor e de ansiedade na mulher (SILVEIRA, ANDRADE E VIANA, 2006, p.2).        Na atenção à saúde desta mulher, é necessário identificar as suas especificidades para que o cuidado prestado seja qualificado. A escuta terapêutica pode ser o instrumento identificador de suas angustias, necessidades, medos e sofrimentos. É através desta escuta terapêutica que a enfermagem desenvolve sua sensibilidade frente aos problemas de ordem psíquica ligados à subjetividade feminina.      Deve-se considerar que não existe uma assistência integral a saúde da mulher quando praticada de forma fragmentada, sendo necessário à integração entre diferentes profissionais no cuidado, assim como a participação ativa familiar. CONCLUSÕES É necessário superar os desafios encontrados na atenção a saúde mental da mulher. A abordagem na promoção de cuidados deve ser multiprofissional e intersetorial, além de melhorias na capacitação e formação profissional, para o estabelecimento de uma atenção ampliada objetivando atender as particularidades desta clientela.  Reconhecer as especificidades de uma mulher possibilita auxiliá-la a ser agente de reflexão a cerca de sua saúde mental e assim buscar junto com seus familiares e profissionais sua recuperação.   REFERÊNCIAS Andrade, L. H. S. G.; Viana, M. C.; Silveira, C. M. Epidemiologia dos transtornos psiquiátricos na mulher. Rev. psiquiatr. clín. v.33 n.2 São Paulo,  2006. GARCIA, C. C. Ovelhas na névoa: um estudo sobre as mulheres e a loucura. Rio de Janeiro: Record; Rosa dos Tempos, 1995. Justo, L. P.; Calil, H. M. Depressão – o mesmo acometimento para homens e mulheres? Rev. psiquiatr. clín. v.33 n.2 São Paulo  2006. KOHEN, D. Psychiatric services for women. Advances in Psychiatric Treatment, London, v. 7, p. 328-334, 2001.Montenegro, T. Diferenças de gênero e desenvolvimento moral das mulheres. Rev. Estud. Fem. v.11 n.2 Florianópolis jul./dez. 2003. ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE. - CID-10 – Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde. 10ª revisão.  ROSA, L. C. S. Transtorno mental e o cuidado na família. São Paulo: Cortez, 2003. SAÚDE MENTAL EM DADOS. Brasília, DF: Ministério da Saúde, ano I, n. 2, jan./jul. 2006. SILVEIRA C.M., ANDRADE L.H.S.G. e VIANA M. C. Epidemiologia dos transtornos psiquiátricos na mulher. Rev. psiquiatr. clín. vol.33 no.2 São Paulo  2006

    SAÚDE MENTAL NA ATENÇÃO À MULHER

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    INTRODUÇÃO As discussões acerca do conceito de saúde já permearam por algumas bases conceituais. Na Declaração de Alma-Ata (OPAS, 1978), enfatizou-se que “saúde é o estado de completo bem-estar físico, mental” e os agravantes que irão dificultar o alcance desse “bem-estar” podem variar de acordo com o meio (físico e cultural) em que o indivíduo está inserido e como vive. Neste contexto, o significado atrelado ao termo “bem-estar” é aquele referido na Declaração de Alma-Ata. Nos últimos anos tem entrado em pauta de muitas discussões as questões de gênero, nos instigando a refletir sobre a saúde, e como foco deste trabalho, a saúde mental da mulher. Isto porque a mulher possui peculiaridades tanto fisiológicas como sócio-culturais que irão interferir diretamente no seu bem-estar. Como exemplo dessas diferenças temos a violência sexual, que atinge predominantemente as mulheres e que é uma situação que gera sérios transtornos psicológicos. As diferenças de gênero vão afetar diretamente a saúde mental da mulher. A forma com que é vista pela sociedade, os tabus e preconceitos que são endereçados a ela e as próprias transformações fisiológicas que passa desde a infância, menarca, gravidez e menopausa. Todos esses fatores a afetarão de alguma forma. Com este enfoque, pretende-se com neste estudo analisar a saúde mental na assistência a mulher, com um olhar diferenciado sobre todas as diferenças e peculiaridades femininas. OBJETIVOS Este trabalho visa levantar os fatores influenciadores da saúde mental da mulher e esboçar propostas de enfermagem para minimizar os fatores estressores no contexto da assistência à saúde dessa mulher. METODOLOGIA Trata-se de um estudo descritivo do tipo qualitativo, tendo como referências bibliografias, artigos que tratam sobre o tema: "Saúde mental na mulher", utilizando-se da base de dados on-line, denominado SCIELO RESULTADOS        WHO (2000) afirma que a saúde mental feminina é afetada por seu contexto de vida ou por fatores externos, como aspectos socioculturais, legais, econômicos, de infra-estrutura ou ambientais, e a identificação e a modificação desses fatores tornaria possível a prevenção primária de algumas desordens. Os esteróides sexuais femininos, particularmente o estrógeno, agem na modulação do humor, o que, em parte, explicaria a maior prevalência dos transtornos do humor e de ansiedade na mulher (SILVEIRA, ANDRADE E VIANA, 2006, p.2).        Na atenção à saúde desta mulher, é necessário identificar as suas especificidades para que o cuidado prestado seja qualificado. A escuta terapêutica pode ser o instrumento identificador de suas angustias, necessidades, medos e sofrimentos. É através desta escuta terapêutica que a enfermagem desenvolve sua sensibilidade frente aos problemas de ordem psíquica ligados à subjetividade feminina.      Deve-se considerar que não existe uma assistência integral a saúde da mulher quando praticada de forma fragmentada, sendo necessário à integração entre diferentes profissionais no cuidado, assim como a participação ativa familiar. CONCLUSÕES É necessário superar os desafios encontrados na atenção a saúde mental da mulher. A abordagem na promoção de cuidados deve ser multiprofissional e intersetorial, além de melhorias na capacitação e formação profissional, para o estabelecimento de uma atenção ampliada objetivando atender as particularidades desta clientela.  Reconhecer as especificidades de uma mulher possibilita auxiliá-la a ser agente de reflexão a cerca de sua saúde mental e assim buscar junto com seus familiares e profissionais sua recuperação.   REFERÊNCIAS Andrade, L. H. S. G.; Viana, M. C.; Silveira, C. M. Epidemiologia dos transtornos psiquiátricos na mulher. Rev. psiquiatr. clín. v.33 n.2 São Paulo,  2006. GARCIA, C. C. Ovelhas na névoa: um estudo sobre as mulheres e a loucura. Rio de Janeiro: Record; Rosa dos Tempos, 1995. Justo, L. P.; Calil, H. M. Depressão – o mesmo acometimento para homens e mulheres? Rev. psiquiatr. clín. v.33 n.2 São Paulo  2006. KOHEN, D. Psychiatric services for women. Advances in Psychiatric Treatment, London, v. 7, p. 328-334, 2001. Montenegro, T. Diferenças de gênero e desenvolvimento moral das mulheres. Rev. Estud. Fem. v.11 n.2 Florianópolis jul./dez. 2003. ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE. - CID-10 – Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde. 10ª revisão.  ROSA, L. C. S. Transtorno mental e o cuidado na família. São Paulo: Cortez, 2003. SAÚDE MENTAL EM DADOS. Brasília, DF: Ministério da Saúde, ano I, n. 2, jan./jul. 2006. SILVEIRA C.M., ANDRADE L.H.S.G. e VIANA M. C. Epidemiologia dos transtornos psiquiátricos na mulher. Rev. psiquiatr. clín. vol.33 no.2 São Paulo  2006

    Reflexões sobre o tempo livre nas enfermarias psiquiátricas de crise

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      INTRODUÇÃO   Este relato de experiência vem contribuir para o campo da atenção em enfermagem psiquiátrica e surgiu a partir da percepção de acadêmicos de enfermagem ao longo do ensino clínico de psiquiatria. Foi desenvolvido a partir da experiência das acadêmicas do 5º período de enfermagem em um hospital psiquiátrico de emergência, no Rio de Janeiro. O interesse por este estudo emergiu a partir da percepção de acadêmicos quanto ao pouco aproveitamento do tempo livre dos usuários durante a internação.   OBJETIVO Discutir a importância do desenvolvimento de oficinas terapêuticas no tempo livre dos pacientes internados nos setores de emergência de um hospital psiquiátrico.   METODOLOGIA A abordagem é do tipo qualitativa e a metodologia aplicada é o relato de experiência, à luz da revisão bibliográfica sobre o tema discutido. Os cenários do estudo são as enfermarias de crise de curta e média permanência de um hospital público especializado no atendimento no campo da psiquiatria, no Município do Rio de Janeiro. Os pacientes são de ambos os sexos e com idade variável da adolescência à terceira idade. O tempo de internação desses clientes é variável, com a internação podendo durar de dias a meses. As enfermarias são divididas de acordo com o gênero e o tempo esperado de internação, dividindo-se em curta e média permanência.   RESULTADOS   Segundo Aquino (2007), tempo livre se refere às ações humanas, realizadas sem que ocorra uma necessidade externa. Neste caso, o sujeito atua com a percepção do uso desse tempo com total liberdade e de maneira criativa, dependendo de sua consciência de valor sobre seu tempo. Segundo o Ministério da Saúde (1991), oficinas terapêuticas são atividades grupais de socialização, expressão e inserção social, que foram consolidadas através da Portaria 189 de 19/11/1991. Dentre as propostas da Reforma Psiquiátrica no Brasil, destacamos como objetivo discutir a importância do desenvolvimento de oficinas terapêuticas no tempo livre dos pacientes internados nos setores de emergência de um hospital psiquiátrico, referente à desinstitucionalização e à inclusão social do portador de transtorno mental nos diferentes espaços da sociedade. Delgado, Leal e Venâncio (1997) identificam três caminhos possíveis para a realização de uma oficina: Espaço de Criação: são aquelas oficinas que possuem como principal característica a utilização da criação artística como atividade e como um espaço que propicia a experimentação constante; Espaço de Atividades Manuais: seria uma oficina que utiliza o espaço para a realização de atividades manuais, onde seria necessário um determinado grau de habilidade e onde são construídos produtos úteis à sociedade. O produto destas oficinas é utilizado como objeto de troca material; Espaço de Promoção de Interação: é a oficina que tem como objetivo a promoção de interação de convivência entre os clientes, os técnicos, os familiares e a sociedade como um todo. MINZONI (1974) cita como exemplos as atividades de trabalho e recreação e as subdivide em motoras (ginástica, voleibol, trabalho em couro e madeira, entre outros), sociais (festas e datas civis, cinema, teatro e outras) e auto-expressivas (atividades espontâneas e não orientadas, como por exemplo, cerâmica, pintura e dança). Além das oficinas acima descritas destacamos a orientação aos usuários quanto à doença e seus desdobramentos psicossociais, efeitos de psicoativos, auto-cuidado e a importância do lazer.   CONCLUSÃO A partir das discussões geradas pelo estudo, surgiram reflexões importantes quanto à utilização da educação continuada junto à equipe de enfermagem, com o intuito de discutir novas tecnologias de cuidado, tendo como princípios norteadores a atual política de atendimento em saúde mental. Segundo Davini (1994), a educação continuada é conceituada como o conjunto de experiências subseqüentes à formação inicial, que permitem ao trabalhador manter, aumentar ou melhorar sua competência, para que esta seja compatível com o desenvolvimento de suas responsabilidades, caracterizando, assim, a competência como atributo individual. Neste sentido, a educação continuada é importante para aquisição de habilidades e conhecimentos fundamentais para a qualidade do desempenho de suas ações de cuidado em todas as suas dimensões. Muito tem se discutido sobre a reforma psiquiátrica, porém, inferimos que esta discussão tem tido pouco reflexo sobre o aproveitamento do tempo livre dos clientes internados em situações de crise. A utilização deste tempo pode se dar através das oficinas terapêuticas, mas para que tal ocorra, faz-se necessário que a enfermagem discuta e crie espaços de acordo com seus desejos e habilidades pessoais.     REFERÊNCIAS 1. Aquino, C.A.B. Revista Mal-estar e Subjetividade – Fortaleza – Vol. VI – Nº 2 – p. 479-500 – set/2007 2. BRASIL, Ministério da Saúde. Secretaria Nacional de Assistência à Saúde. Portaria Nº 189 de 19 de novembro de 1991. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 11 dez. 1991. 3. DELGADO, P.; LEAL, E.; VENÂNCIO, A. O campo da atenção psicossocial Anais do 1º Congresso de Saúde Mental do Rio de Janeiro.  Rio de Janeiro: TeCora, 1997. 4. MINZONI, M.P. Assistência ao doente mental. Ribeirão Preto: Guarani, 1974. 5. Davini, MC. Practicas laborales en los servicios de salud: las condiciones del aprendizaje. In: Haddad JQ, Roschke MAC, Davini MC, editores. Educación permanente de personal de salud. Washington: Organización Panamericana de la Salud; 1994. p. 109-25. (Serie Desarrollo de Recursos Humanos, n.100).

    Saúde mental na atenção à mulher

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    INTRODUÇÃO As discussões acerca do conceito de saúde já permearam por algumas bases conceituais. Na Declaração de Alma-Ata (OPAS, 1978), enfatizou-se que “saúde é o estado de completo bem-estar físico, mental” e os agravantes que irão dificultar o alcance desse “bem-estar” podem variar de acordo com o meio (físico e cultural) em que o indivíduo está inserido e como vive. Neste contexto, o significado atrelado ao termo “bem-estar” é aquele referido na Declaração de Alma-Ata. Nos últimos anos tem entrado em pauta de muitas discussões as questões de gênero, nos instigando a refletir sobre a saúde, e como foco deste trabalho, a saúde mental da mulher. Isto porque a mulher possui peculiaridades tanto fisiológicas como sócio-culturais que irão interferir diretamente no seu bem-estar. Como exemplo dessas diferenças temos a violência sexual, que atinge predominantemente as mulheres e que é uma situação que gera sérios transtornos psicológicos. As diferenças de gênero vão afetar diretamente a saúde mental da mulher. A forma com que é vista pela sociedade, os tabus e preconceitos que são endereçados a ela e as próprias transformações fisiológicas que passa desde a infância, menarca, gravidez e menopausa. Todos esses fatores a afetarão de alguma forma. Com este enfoque, pretende-se com neste estudo analisar a saúde mental na assistência a mulher, com um olhar diferenciado sobre todas as diferenças e peculiaridades femininas. OBJETIVOS Este trabalho visa levantar os fatores influenciadores da saúde mental da mulher e esboçar propostas de enfermagem para minimizar os fatores estressores no contexto da assistência à saúde dessa mulher. METODOLOGIA Trata-se de um estudo descritivo do tipo qualitativo, tendo como referências bibliografias, artigos que tratam sobre o tema: "Saúde mental na mulher", utilizando-se da base de dados on-line, denominado SCIELO RESULTADOS        WHO (2000) afirma que a saúde mental feminina é afetada por seu contexto de vida ou por fatores externos, como aspectos socioculturais, legais, econômicos, de infra-estrutura ou ambientais, e a identificação e a modificação desses fatores tornaria possível a prevenção primária de algumas desordens. Os esteróides sexuais femininos, particularmente o estrógeno, agem na modulação do humor, o que, em parte, explicaria a maior prevalência dos transtornos do humor e de ansiedade na mulher (SILVEIRA, ANDRADE E VIANA, 2006, p.2).        Na atenção à saúde desta mulher, é necessário identificar as suas especificidades para que o cuidado prestado seja qualificado. A escuta terapêutica pode ser o instrumento identificador de suas angustias, necessidades, medos e sofrimentos. É através desta escuta terapêutica que a enfermagem desenvolve sua sensibilidade frente aos problemas de ordem psíquica ligados à subjetividade feminina.      Deve-se considerar que não existe uma assistência integral a saúde da mulher quando praticada de forma fragmentada, sendo necessário à integração entre diferentes profissionais no cuidado, assim como a participação ativa familiar. CONCLUSÕES É necessário superar os desafios encontrados na atenção a saúde mental da mulher. A abordagem na promoção de cuidados deve ser multiprofissional e intersetorial, além de melhorias na capacitação e formação profissional, para o estabelecimento de uma atenção ampliada objetivando atender as particularidades desta clientela.  Reconhecer as especificidades de uma mulher possibilita auxiliá-la a ser agente de reflexão a cerca de sua saúde mental e assim buscar junto com seus familiares e profissionais sua recuperação.   REFERÊNCIAS Andrade, L. H. S. G.; Viana, M. C.; Silveira, C. M. Epidemiologia dos transtornos psiquiátricos na mulher. Rev. psiquiatr. clín. v.33 n.2 São Paulo,  2006. GARCIA, C. C. Ovelhas na névoa: um estudo sobre as mulheres e a loucura. Rio de Janeiro: Record; Rosa dos Tempos, 1995. Justo, L. P.; Calil, H. M. Depressão – o mesmo acometimento para homens e mulheres? Rev. psiquiatr. clín. v.33 n.2 São Paulo  2006. KOHEN, D. Psychiatric services for women. Advances in Psychiatric Treatment, London, v. 7, p. 328-334, 2001.Montenegro, T. Diferenças de gênero e desenvolvimento moral das mulheres. Rev. Estud. Fem. v.11 n.2 Florianópolis jul./dez. 2003. ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE. - CID-10 – Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde. 10ª revisão.  ROSA, L. C. S. Transtorno mental e o cuidado na família. São Paulo: Cortez, 2003. SAÚDE MENTAL EM DADOS. Brasília, DF: Ministério da Saúde, ano I, n. 2, jan./jul. 2006. SILVEIRA C.M., ANDRADE L.H.S.G. e VIANA M. C. Epidemiologia dos transtornos psiquiátricos na mulher. Rev. psiquiatr. clín. vol.33 no.2 São Paulo  2006

    Characterisation of microbial attack on archaeological bone

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    As part of an EU funded project to investigate the factors influencing bone preservation in the archaeological record, more than 250 bones from 41 archaeological sites in five countries spanning four climatic regions were studied for diagenetic alteration. Sites were selected to cover a range of environmental conditions and archaeological contexts. Microscopic and physical (mercury intrusion porosimetry) analyses of these bones revealed that the majority (68%) had suffered microbial attack. Furthermore, significant differences were found between animal and human bone in both the state of preservation and the type of microbial attack present. These differences in preservation might result from differences in early taphonomy of the bones. © 2003 Elsevier Science Ltd. All rights reserved
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