3,743 research outputs found

    Apresentação ao dossiê: Pena de morte e penalidade carcerária no mundo Ibero-Americano (séculos XVI-XX)

    Get PDF
    Apresentação ao dossiê: Pena de morte e penalidade carcerária no mundo Ibero-Americano (séculos XVI-XX) Prof. Dr. Tiago da Silva CesarUniversidade Católica de Pernambuco (UNICAP) Prof. Dr. Pedro Oliver OlmoUniversidad de Castilla-La Mancha (UCLM) Organizadores O presente dossiê foi fruto de uma inquietação e de uma provocação realizada entre os organizadores, então estimulada pela programação do IV Simpósio Nacional de História do Crime, Polícia e Justiça Criminal, celebrada entre os dias 12 e 14 de setembro de 2018, no Recife/Pernambuco, organizada pelo Programa de Pós-graduação em História da Universidade Católica de Pernambuco. Perguntávamos se haveria espaço e colaborações suficientes para travar uma discussão sobre a pena de morte, mas ampliando-a ao incorporar também a penalidade carcerária, desde o século XVI ao XX, da história ibero-americana. Idealizando, pensávamos, igualmente, sobre a possibilidade de fazer conexões entre a velha ibéria e o mundus novus.  A proposta, acreditamos importante recordar, partia da ideia de que a pena de morte acompanhava a humanidade desde muito antes do século XVI, mas que não foi até a Idade Moderna, quando se produziriam mudanças significativas em relação a sua incidência. Com o surgimento dos estados modernos, essa pena se converte na máxima expressão do exercício punitivo dos soberanos, ou, de instituições religiosas que, através do corpo supliciado, reativavam seu poder valendo-se de rituais político-simbólicos, incluído aí a exemplaridade dos castigos.Paralelamente a esses teatros sanguinolentos, entre os séculos XVI e XX, foram surgindo novas formas de punir, que, muito além de uma mera humanização da pena, buscou responder a uma série de interesses e exigências em vista de novos modelos de governabilidade emergentes. De olho nesse processo se descartaria diretamente qualquer visão teleológica e linear do fenômeno punitivo, das práticas de execução capital à pena de privação de liberdade, e desta à prisão como instituição penal propriamente dita.Partiu-se da premissa de que a pena é uma instituição sociocultural muito complexa que possui sua historicidade em relação às mudanças estruturais e às transformações da sensibilidade coletiva, motivo pelo qual se erige como um objeto de pesquisa de grande relevância no campo compartilhado com as Ciências Sociais e as Ciências Penais. O paralelo entre a pena de morte e a penalidade prisional ajuda a situar a experiência do castigo carcerário além da mera execução de sentenças judiciais em instituições fechadas. A prisão moderna afeta as “almas” dos condenados, bem como os corpos dos prisioneiros que não pagam seus crimes e delitos apenas com a privação da liberdade, mas também com o cerceamento de direitos básicos como, por exemplo, a saúde, o alimento, a instrução, e o trabalho.Duas questões-chaves que queríamos colocar de manifesto parecem confirmar-se nesse dossiê: 1) a distinção entre “pena” e “penalidade”. A concepção de punição desenvolvida por David Garland em seus estudos, pode resultar esclarecedora, já que este autor considera a punição desde um enfoque culturalista, como um “procedimiento legal que sanciona y condena a los transgresores del derecho penal, de acuerdo con categorías y procedimientos legales específicos”. Nesta noção culturalista da punição, estão involucrados não apenas a administração das sanções, senão também o processo legislativo, o de condenação e sentença. Trata-se de um conceito específico que, de nossa parte, assimilamos a outro ainda mais amplo, isto é, o de penalidade. Não somente estaríamos falando de um emaranhado de leis, procedimentos e instituições, senão também de discursos, representações e experiências de punição, incluindo as experiências de violência institucional.A segunda questão: 2) a história social das instituições punitivas, que se ocupou da pena de morte em distintas etapas históricas, oferece uma ampla panorâmica de tipo sociocultural e de longa duração, sem obviar seus significados políticos, sua funcionalidade como propósito político de manutenção ou defesa de um regime determinado. Esse alinhamento presta atenção à relação narrativa entre a pena de morte e a mudança histórica, precisamente porque essa instituição punitiva tão extrema, além de expressar mudança social, também forma parte dela.Pensamos que o conjunto de cinco artigos que em continuação apresentaremos, compõem um dossiê justo e adequado ao pretendido, uma vez que, de fato, contempla estudos sobre os fenômenos apresentados desde diferentes perspectivas teórico-metodológicas, fruto de aprofundamentos de pesquisa por professionais-sênior e novelles, a partir de fontes variadas e enfoques diversificados.Dois deles tocam de cheio na questão da pena de morte no Brasil. Allister Andrew Teixeira Dias, em A pena de morte no debate criminológico do Rio de Janeiro dos anos 1930, analisa os debates criminológicos acerca da pena de morte na velha capital tupiniquim, atentando principalmente para o conteúdo e a maneira como os saberes biomédicos e psicológicos eram instrumentalizados. Para tal, recorre aos posicionamentos dos membros da Sociedade Brasileira de Criminologia, e ao conteúdo do livro do advogado Jurandyr Amarante, A Pena de Morte (1938). Traça a partir desses materiais o perfil do debate, que então se valia de ideias e noções biológicas e psicológicas para mobilizar um discurso tanto favorável como de rechaço à pena de morte.O outro estudo é de Fernando Afonso Salla, Alessandra Teixeira, e de Maria Gabriela Silva Martins da Cunha Marinho, intitulado Contribuições para uma genealogia da pena de morte: desnudando a “índole pacífica” do povo brasileiro. Para os autores, houve disputas em torno da pena de morte no Brasil, as quais podem ser documentadas e evidenciadas a partir dos discursos, dos instrumentos legais que a estipulavam, e das práticas extralegais que indiretamente a promoviam. Descutem-se três níveis de potencial aplicação: aos crimes militares, à dissidência política e à criminalidade comum. Identificada a legislação e os debates travados entre os anos 1920 e 1950, ao contrário da ênfase dada por Dias nos anos 30, Salla, Teixeira e Marinho situam a década de 50 como decisiva para que o discurso da pena de morte passasse a ser mobilizado como principal recurso à contenção da criminalidade comum. Assim, contrapondo à imagem e retórica de um povo pacífico, apresenta-se o apoio popular às formas de justiçamento, as execuções sumárias de suspeitos, esquadrões da morte, além da violência policial.Como sugere o próprio título do texto de Eli Narciso da Silva Torres e de Dirlene de Jesus Pereira, Punição, sujeito e poder: uma analítica foucaultiana, o estudo se debruça sobre dois dos conceitos-chaves do pensamento foucaultiano, a saber, o de poder e punição. Tomando-os, os autores discutem a sua pertinência e relevância enquanto arsenal teórico e político capaz para se compreender os principais aspectos da sociedade disciplinar em crise, destacando a necessidade de uma ruptura epistemológica devido às íntimas relações entre saber, poder e sujeito na cultura ocidental.Em Crime e castigo: as consultas ao Conselho de Estado acerca de Processos Criminais envolvendo escravos (1841-1889), a senda trilhada por Ricardo Bruno da Silva Ferreira segue os passos de outros pesquisadores que já se debruçaram alcançando importantes resultados sobre as atas e consultas realizadas ao Conselho de Estado. Para Ferreira, o referido colegiado não ignorou a escravidão, sendo inclusive um ponto de discórdia entre os seus membros, mas por questões políticas circunscreveu a questão às suas reuniões de porta fechada. Devia-se, portanto, evitar a todo custo que vazasse para o âmbito da discussão pública ou do debate parlamentar.Por último, em Crime e alienação no Portugal de finais do século XIX e inícios do século XX, Alexandra Esteves analisa a atenção dispensada pelo Estado português aos criminosos alienados. Baseada em fontes arquivísticas diversificadas, revela que, apesar de uma legislação e determinações a favor de que os denominados criminosos loucos fossem recolhidos em locais devidamente apropriados, isso de fato nunca ocorreu durante o marco cronológico estabelecido. Em geral, foram duas as instituições que albergaram esse coletivo até bem avançado o século XX, a saber, os hospitais para alienados de Rilhafoles, em Lisboa, e o de Conde de Ferreira, no Porto. Conclui-se, ademais, que as velhas práticas de encarcelamento de loucos nas cadeias persistiram, assim como a entrega daqueles aos cuidados das famílias.Gostaríamos ainda de agradecer aos autores pela acolhida à nossa chamada para compor este dossiê, aos pareceristas tão indispensáveis para manter a qualidade dos trabalhos, e à equipe de editores da Revista Brasileira de História & Ciências Sociais, pelos cuidados dispensados. Desejamos que os potenciais leitores encontrem discussões norteadoras e subsídios para a reflexão acerca desses e de novos objetos de pesquisa. Boa leitura

    Versatile and on-demand biologics co-production in yeast

    Get PDF
    Current limitations to on-demand drug manufacturing can be addressed by technologies that streamline manufacturing processes. Combining the production of two or more drugs into a single batch could not only be useful for research, clinical studies, and urgent therapies but also effective when combination therapies are needed or where resources are scarce. Here we propose strategies to concurrently produce multiple biologics from yeast in single batches by multiplexing strain development, cell culture, separation, and purification. We demonstrate proof-of-concept for three biologics co-production strategies: (i) inducible expression of multiple biologics and control over the ratio between biologic drugs produced together; (ii) consolidated bioprocessing; and (iii) co-expression and co-purification of a mixture of two monoclonal antibodies. We then use these basic strategies to produce drug mixtures as well as to separate drugs. These strategies offer a diverse array of options for on-demand, flexible, low-cost, and decentralized biomanufacturing applications without the need for specialized equipment

    Impact of COVID-19 Pandemic on Patients\u27 Perceptions of Safety and Need for Elective Foot and Ankle Surgery in the United States

    Get PDF
    Background: With the development of the COVID-19 pandemic, elective foot and ankle surgeries were delayed throughout the United States to divert health care resources and limit exposure. Little is known about the impact of COVID-19 on patient\u27s willingness to proceed with elective procedures once restrictions are lifted and factors contributing to such decision. Methods: Patients across 6 US orthopedic institutions who had their elective foot and ankle surgeries cancelled secondary to the pandemic were given a questionnaire. Specifically, patients were asked about their willingness to move forward with surgery once restrictions were lifted and if not why. Pain-level and pain medication use were also assessed. Univariate analysis was used to identify factors that contribute to patient\u27s decisions. Results: A total of 150 patients participated in this study. Twenty-one (14%) opted not to proceed with surgery once restrictions were lifted. Forty-three percent (n = 9) listed concern for COVID infection as the reason; however, 14% of them would proceed if procedures were performed in surgery center. Twenty-nine (19% of the total cohort) patients had increased pain and 11% of patients were taking more pain meds because of the delay to their procedure. Patients who decided not to proceed with surgery reported pain reduction (3% vs 14%) and lower increase in pain medication used (5% vs 12%). Conclusion: COVID-19 has made a significant impact on the health care system. Delay of elective foot and ankle procedures impact patient quality of life and outcomes. Access to surgery centers may provide a partial solution during the pandemic. Level of Evidence: Level III

    DISEÑO Y ANÁLISIS CINEMÁTICO DE UN ROBOT PARALELO PARA REHABILITACIÓN DE CADERA

    Get PDF
    ResumenEn la vida cotidiana se presentan problemas que debilitan los músculos debido a situaciones como: una edad avanzada, accidentes o enfermedades. Esta debilidad o pérdida de movilidad, ocasiona rigidez en las articulaciones lo que ocasiona pérdida en el rango de movimiento.Para recuperar la capacidad de movimiento, los músculos débiles podrían fortalecerse utilizando dispositivos de rehabilitación o tratamiento ortopédico. La creciente necesidad actual de aplicación de terapias de rehabilitación y la falta de clínicas y personal especializado aumenta la necesidad de implementar robots que realicen estas tareas que resultan repetitivas y cansadas para el fisioterapista.En este artículo se presenta el diseño y análisis cinemático de un robot paralelo para rehabilitación de la cadera de tres grados de libertad que proporciona los seis movimientos que se requieren: flexión-extensión, abducción-aducción, y rotación interna-externa.El robot paralelo propuesto consta de tres actuadores conformados de un motor de CD acoplado a una corredera lineal accionada por un tornillo sinfín, cada actuador está colocado en cada uno de los tres ejes cartesianos X, Y y Z. Se presentan resultados de simulación del análisis cinemático utilizando programas especializados.Palabra(s) Clave: Robot paralelo, rehabilitador de cadera, análisis cinemático. DESIGN AND KINEMATIC ANALYSIS OF A PARALLEL ROBOT FOR HIP REHABILITATIONAbstractIn activities of daily living problems are presented that weaken muscles due to situations such as: an advanced age, accidents or illness. This weakness or loss of mobility causes stiffness in the joints resulting in loss of range of motion.To regain movement capacity, weak muscles could be strengthened using rehabilitation or orthopedic devices. The growing need for rehabilitation therapies and the lack of clinics and specialized personnel increases the need to implement robots that perform these tasks that are repetitive and tire for the physiotherapist.This paper presents the kinematic design and analysis of a parallel robot for hip rehabilitation of three degrees of freedom that provides the six movements that are required: flexion-extension, abduction-adduction, and internal-external rotation.The proposed parallel robot consists of three actuators consist of a CD motor coupled to a linear guide system; each actuator is placed in each of the three Cartesian axes X, Y and Z. Some simulation results of analysis using specialized software are presented.Keywords: Parallel robot, hip rehabilitation, kinematics analysis

    Coronary Revascularization and Long-Term Survivorship in Chronic Coronary Syndrome

    Get PDF
    Ischemic heart disease (IHD) persists as the leading cause of death in the Western world. In recent decades, great headway has been made in reducing mortality due to IHD, based around secondary prevention. The advent of coronary revascularization techniques, first coronary artery bypass grafting (CABG) surgery in the 1960s and then percutaneous coronary intervention (PCI) in the 1970s, has represented one of the major breakthroughs in medicine during the last century. The benefit provided by these techniques, especially PCI, has been crucial in lowering mortality rates in acute coronary syndrome (ACS). However, in the setting where IHD is most prevalent, namely chronic coronary syndrome (CCS), the increase in life expectancy provided by coronary revascularization is controversial. Over more than 40 years, several clinical trials have been carried out comparing optimal medical treatment (OMT) alone with a strategy of routine coronary revascularization on top of OMT. Beyond a certain degree of symptomatic improvement and lower incidence of minor events, routine invasive management has not demonstrated a convincing effect in terms of reducing mortality in CCS. Based on the accumulated evidence more than half a century after the first revascularization procedures were used, invasive management should be considered in those patients with uncontrolled symptoms despite OMT or high-risk features related to left ventricular function, coronary anatomy, or functional assessment, taking into account the patient expectations and preferences

    Aplicaciones de la robótica en la integración de contenidos en carreras técnicas

    Get PDF
    Durante 2011 y 2012 se desarrolló y completó con éxito desde la Universidad Blas Pascal (UBP) el proyecto Tecnología Educativa para Docentes y Alumnos del Nivel Medio (Proyecto GoGo) (Universidad Blas Pascal, 2012) Su objetivo era proponer aplicaciones de la robótica elemental en el ámbito de la escuela media, tomando como base el Proyecto GoGo Board de la Universidad de Stanford (GoGo Board - Stanford University, 2011). El proyecto que se presenta con este nuevo escrito, es la segunda parte de aquel proyecto. Se enmarca en las actividades de investigación y transferencia de las carreras tecnológicas de la UBP, y se designa como Usos y Aplicaciones de la Robótica como Medio para la Integración de Conocimientos en Carreras de Tecnología Aplicada (Proyecto GoGo II). Se propone diseñar experiencias prácticas orientadas a la informática y la robótica elemental, que se apliquen en carreras técnicas universitarias, comenzando con aquellas ofrecidas por la propia UBP (Ingeniería Informática e Ingeniería en Telecomunicaciones) Durante la etapa de desarrollo, los investigadores de la UBP guían y asesoran a los docentes participantes, y analizan los principales ejes curriculares de los planes de las carreras citadas para identificar áreas integradoras que puedan ser complementadas con actividades de robótica introductiva basadas en el uso de GoGo Board.Eje: Tecnología Informática Aplicada en EducaciónRed de Universidades con Carreras en Informática (RedUNCI

    Theory of output coupling for trapped fermionic atoms

    Full text link
    We develop a dynamic theory of output coupling, for fermionic atoms initially confined in a magnetic trap. We consider an exactly soluble one-dimensional model, with a spatially localized delta-type coupling between the atoms in the trap and a continuum of free-particle external modes. Two important special cases are considered for the confinement potential: the infinite box and the harmonic oscillator. We establish that in both cases a bound state of the coupled system appears for any value of the coupling constant, implying that the trap population does not vanish in the infinite-time limit. For weak coupling, the energy spectrum of the outgoing beam exhibits peaks corresponding to the initially occupied energy levels in the trap; the height of these peaks increases with the energy. As the coupling gets stronger, the energy spectrum is displaced towards dressed energies of the fermions in the trap. The corresponding dressed states result from the coupling between the unperturbed fermionic states in the trap, mediated by the coupling between these states and the continuum. In the strong-coupling limit, there is a reinforcement of the lowest-energy dressed mode, which contributes to the energy spectrum of the outgoing beam more strongly than the other modes. This effect is especially pronounced for the one-dimensional box, which indicates that the efficiency of the mode-reinforcement mechanism depends on the steepness of the confinement potential. In this case, a quasi-monochromatic anti-bunched atomic beam is obtained. Results for a bosonic sample are also shown for comparison.Comment: 16 pages, 7 figures, added discussion on time-dependent spectral distribution and corresponding figur
    corecore