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    Isabel Ferin Cunha: estudos comparativos, crise democrática e os desafios da pesquisa em Comunicação no espaço lusófono

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    Isabel Ferin Cunha é professora aposentada da Universidade de Coimbra e pesquisadora da Universidade Nova de Lisboa. Com mais de 70 artigos publicados em periódicos científicos, é pioneira nos chamados estudos comparados no espaço lusófono. Mestre e doutora pela Escola de Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo (ECA/USP), conta nessa entrevista a importância do Brasil em sua trajetória acadêmica e como a experiência brasileira abriu campo para o pioneirismo dos estudos comparados entre Portugal, Brasil, Angola e Moçambique. Cunha aborda pontos-chave da pesquisa em Comunicação no pós-pandemia e em tempos de crise democrática, destacando um processo de fragmentação que caracteriza o que chama de estágio de “desglobalização” atual. A pesquisadora defende que os problemas graves que atravessam as democracias ocidentais têm a ver com o domínio das grandes empresas de tecnologia e a incapacidade das democracias em regularem o ambiente virtual, o que tem levado ao fim do espaço público como é entendido por Habermas. Cunha também aborda questões relacionadas ao espaço do jornalístico na nova realidade midiatizada e sobre o futuro das Ciências da Comunicação no Brasil e na Europa em tempos de Big Data, Big Techs e transformações nas Tecnologias da Informação e Comunicação

    Crítica da objetividade jornalística na cobertura sobre o migrante: reflexões epistemológicas no contexto da esfera pública midiatizada

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    Este artigo propõe uma reflexão crítica sobre a objetividade jornalística na produção de sentidos sobre o migrante, considerando a ambiência da esfera pública midiatizada. Argumentamos que a objetividade jornalística enquanto princípio epistemológico, baseada no positivismo e no funcionalismo, pode contribuir para a disseminação de ideias violentas e desumanizantes sobre o migrante. Defendemos uma mudança epistêmica nas práticas jornalísticas, para considerar recursos emocionais e subjetivos como formas legítimas de produção de conhecimento e consciências sobre o mundo. Propomos que o jornalismo possa se posicionar como um produtor social de conhecimento e de sentidos que se opõem à epistemologia da classe dominante, sustentando interações sociais mais inclusivas na esfera pública midiatizada, especialmente em um momento em que a credibilidade e a verdade no jornalismo estão sendo questionadas

    Ativismo anti-imigração e extrema-direita na Europa: entrevista com Kristian Berg Harpviken

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    Dr. Kristian Berg Harpviken is a sociologist and research professor at the Peace Research Institute Oslo (PRIO). He served as the director of the institute from 2009 to 2017 and currently leads the PRIO Middle East Centre. Harpviken's research interests include peace processes, peacebuilding, dynamics of civil war, migration and transnational communities, and methodology in challenging contexts. He has been a visiting researcher at the University of Chicago and Georgetown University and is an associate at the University of York, the Doha Institute for Graduate Studies, and the Institute for National Security Studies Sri Lanka. Harpviken is well-known for his expertise in Afghanistan and surrounding areas, but he has also worked in several other countries, including Angola, Bosnia and Herzegovina, Iran, Iraq, Lebanon, Mozambique, Pakistan, South Africa, and Turkey. He is a frequent media commentator and regularly gives lectures to academic and general audiences. He is the author of Social Networks and Migration in Afghanistan (Palgrave Macmillan, 2009) and co-author (with Shahrbanou Tadjbakhsh) of A Rock Between Hard Places: Afghanistan as an Arena for Regional  Insecurity (Hurst/Oxford University Press, 2016).Dr. Kristian Berg Harpviken é sociólogo e professor pesquisador no Peace Research Institute Oslo (PRIO). Ele foi o diretor do instituto de 2009 a 2017 e atualmente lidera o PRIO Middle East Centre. Os interesses de pesquisa de Harpviken incluem processos de paz, construção da paz, dinâmica da guerra civil, migração e comunidades transnacionais e metodologia em contextos difíceis. Harpviken foi pesquisador visitante na University of Chicago e na Georgetown University, e é associado da University of York, do Doha Institute for Graduate Studies e do Institute for National Security Studies Sri Lanka. Harpviken é conhecido por sua competência em questões relacionadas ao Afeganistão e arredores, mas também trabalhou em vários outros países, incluindo Angola, Bósnia-Herzegovina, Irã, Iraque, Líbano, Moçambique, Paquistão, África do Sul e Turquia. Harpviken é um comentarista de mídia frequentemente e faz palestras regularmente para o público acadêmico e geral. Ele é autor de Social Networks and Migration in Afghanistan (Palgrave Macmillan, 2009), and (with Shahrbanou Tadjbakhsh), A Rock Between Hard Places: Afghanistan as an Arena for Regional Insecurity (Hurst/Oxford University Press, 2016)

    Reflexões sobre jornalismo e algoritmos na ambiência da esfera pública midiatizada

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    This article aims to characterize journalism in the context of the mediatized public sphere, focusing on the role of social media and algorithms in the context of polarization and the crisis of democracy in Brazil. To do this, we draw on a range of theoretical contributions, including theories of mediatization and the Habermasian public sphere, as well as concepts from social psychology, to analyze social events in Brazil since 2013, a crucial year marked by conflicts and polarization that impact the current public discourse. Among various approaches and analyses, our proposal is to reflect on the communicative aspect of processes in the contemporary public space. We believe there is a global crisis in the concept of modern society, which is having a negative impact on democracy, the mass media, and journalism, leading to the creation of a contemporary public space that is divided, less rational, and more emotional, shaped by the algorithmic communicative logic of technology companies.Este artigo tem como objetivo caracterizar o jornalismo na ambiência da esfera pública midiatizada, com foco no papel das redes sociais e dos algoritmos no contexto da polarização e da crise da democracia no Brasil. Para isso, utilizamos um conjunto de aportes que vão desde as teorias da midiatização, perpassando pela a esfera pública habermasiana, bem como conceitos da psicologia social, para analisar eventos sociais no Brasil desde 2013, um ano crucial marcado por conflitos e polarização que afetam o debate público atual. Entre diferentes abordagens e análises, nossa proposta é refletir sobre o aspecto comunicativo dos processos no espaço público contemporâneo. Acreditamos que existe uma crise global no conceito de sociedade moderna, que está a ter um impacto negativo na democracia, nos meios de comunicação social e no jornalismo, levando à criação de um espaço público contemporâneo que é dividido, menos racional e mais emocional, moldado pela lógica comunicativa algorítmica das empresas de tecnologia

    IMPACTO DA INTERNET PARA OS MOVIMENTOS SOCIAIS E PARA A ABORDAGEM DA MÍDIA TRADICIONAL

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    Este artigo busca analisar os impactos que a internet trouxe para os movimentos sociais, tanto na sua organização, quanto na sua abordagem midiática, com o intuito de entender a forma de atuação das manifestações sociais no novo milênio. Com o advento da internet a grande mídia perde seu monopólio, tornando a comunicação mais democrática - apesar de ainda ser segregativa e baseada na renda. O estudo foi desenvolvido por meio da pesquisa exploratória, descritiva e analítica de cunho qualitativo e os exemplos e objetos de estudo discutidos são as manifestações que ocorreram nos últimos anos como o Occupy Wall Street (EUA) e as manifestações brasileiras ocorridas no mês de junho de 2013, mostrando sua abordagem pela mídia e o peso que a internet teve no desenrolar dos acontecimentos

    Pervasive gaps in Amazonian ecological research

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    Pervasive gaps in Amazonian ecological research

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    Biodiversity loss is one of the main challenges of our time,1,2 and attempts to address it require a clear un derstanding of how ecological communities respond to environmental change across time and space.3,4 While the increasing availability of global databases on ecological communities has advanced our knowledge of biodiversity sensitivity to environmental changes,5–7 vast areas of the tropics remain understudied.8–11 In the American tropics, Amazonia stands out as the world’s most diverse rainforest and the primary source of Neotropical biodiversity,12 but it remains among the least known forests in America and is often underrepre sented in biodiversity databases.13–15 To worsen this situation, human-induced modifications16,17 may elim inate pieces of the Amazon’s biodiversity puzzle before we can use them to understand how ecological com munities are responding. To increase generalization and applicability of biodiversity knowledge,18,19 it is thus crucial to reduce biases in ecological research, particularly in regions projected to face the most pronounced environmental changes. We integrate ecological community metadata of 7,694 sampling sites for multiple or ganism groups in a machine learning model framework to map the research probability across the Brazilian Amazonia, while identifying the region’s vulnerability to environmental change. 15%–18% of the most ne glected areas in ecological research are expected to experience severe climate or land use changes by 2050. This means that unless we take immediate action, we will not be able to establish their current status, much less monitor how it is changing and what is being lostinfo:eu-repo/semantics/publishedVersio

    Pervasive gaps in Amazonian ecological research

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    Biodiversity loss is one of the main challenges of our time,1,2 and attempts to address it require a clear understanding of how ecological communities respond to environmental change across time and space.3,4 While the increasing availability of global databases on ecological communities has advanced our knowledge of biodiversity sensitivity to environmental changes,5,6,7 vast areas of the tropics remain understudied.8,9,10,11 In the American tropics, Amazonia stands out as the world's most diverse rainforest and the primary source of Neotropical biodiversity,12 but it remains among the least known forests in America and is often underrepresented in biodiversity databases.13,14,15 To worsen this situation, human-induced modifications16,17 may eliminate pieces of the Amazon's biodiversity puzzle before we can use them to understand how ecological communities are responding. To increase generalization and applicability of biodiversity knowledge,18,19 it is thus crucial to reduce biases in ecological research, particularly in regions projected to face the most pronounced environmental changes. We integrate ecological community metadata of 7,694 sampling sites for multiple organism groups in a machine learning model framework to map the research probability across the Brazilian Amazonia, while identifying the region's vulnerability to environmental change. 15%–18% of the most neglected areas in ecological research are expected to experience severe climate or land use changes by 2050. This means that unless we take immediate action, we will not be able to establish their current status, much less monitor how it is changing and what is being lost

    Pervasive gaps in Amazonian ecological research

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    Biodiversity loss is one of the main challenges of our time,1,2 and attempts to address it require a clear understanding of how ecological communities respond to environmental change across time and space.3,4 While the increasing availability of global databases on ecological communities has advanced our knowledge of biodiversity sensitivity to environmental changes,5,6,7 vast areas of the tropics remain understudied.8,9,10,11 In the American tropics, Amazonia stands out as the world's most diverse rainforest and the primary source of Neotropical biodiversity,12 but it remains among the least known forests in America and is often underrepresented in biodiversity databases.13,14,15 To worsen this situation, human-induced modifications16,17 may eliminate pieces of the Amazon's biodiversity puzzle before we can use them to understand how ecological communities are responding. To increase generalization and applicability of biodiversity knowledge,18,19 it is thus crucial to reduce biases in ecological research, particularly in regions projected to face the most pronounced environmental changes. We integrate ecological community metadata of 7,694 sampling sites for multiple organism groups in a machine learning model framework to map the research probability across the Brazilian Amazonia, while identifying the region's vulnerability to environmental change. 15%–18% of the most neglected areas in ecological research are expected to experience severe climate or land use changes by 2050. This means that unless we take immediate action, we will not be able to establish their current status, much less monitor how it is changing and what is being lost

    Objetividade na encruzilhada: giro decolonial e epistemologia de Exu no fazer jornalístico

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    Este artigo reflete sobre a epistemologia da objetividade no jornalismo a partir de uma perspectiva decolonial, especificamente considerando a cosmologia de Exu, no contexto da infocracia neoliberal e algorítmica. A objetividade tem sido ensinada como um princípio central da prática jornalística, permitindo ao jornalismo se legitimar como um pilar da modernidade. No entanto, argumentamos que a epistemologia positivista subjacente ao jornalismo perpetua a produção de conhecimento a partir de bases coloniais, patriarcais e da branquitude. Embora epistemologias alternativas tenham sido exploradas no campo do jornalismo, ainda são escassas na academia, nas salas de aula e nas redações. Propomos aprofundar o diálogo com teorias decoloniais do jornalismo e contribuir para o debate sobre a epistemologia de Exu na comunicação. A filosofia positivista da objetividade tem sido instrumental na manutenção das estruturas de poder, na reprodução de violência e na supressão de vozes marginalizadas. Ao analisar as limitações da objetividade e abraçar a epistemologia de Exu, este artigo fomenta reflexões críticas sobre a comunicação jornalística e incentiva uma mudança decolonial na produção de conhecimento
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