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Para além do diagnóstico!
Introdução: A Dermatomiosite é uma doença inflamatória auto-imune dos músculos e da pele, de causa desconhecida, que se caracteriza por fraqueza muscular proximal e simétrica e exantema cutâneo típico.
A forma de apresentação pode ser incaracterística e insidiosa o que dificulta o diagnóstico de suspeição e referênciação pelo médico de família.
Descrição do caso: Relata-se um caso de uma mulher de 35 anos cujo quadro se instalou, de forma subaguda, ao longo de quatro meses. Apresentou inicialmente sintomatologia respiratória à qual se foram associando gradualmente manifestações sistémicas (febre, astenia, emagrecimento) e musculo-esqueléticas (artralgias, mialgias, diminuição da força muscular proximal). As lesões cutâneas surgiram 6 meses após o início dos sintomas e depois do estabelecimento do diagnóstico.
Comentário: Pretende-se ao apresentar o caso de uma patologia rara e incapacitante, abordar alguns aspectos onde o Médico de Família pode desempenhar um papel fundamental, nomeadamente no diagnóstico de suspeição e referenciação, vigilância de complicações, efeitos secundários da medicação e na abordagem holística do indivíduo e sua família
Evolução ponderal na gravidez, preditores e consequências: Estudo retrospetivo
Objetivos: Avaliar o aumento ponderal durante a gravidez e verificar se existe associação entre o aumento de peso na gravidez e o tipo de parto, paridade, complicações obstétricas e peso do recém-nascido.
Tipo de estudo: Estudo de coorte histórica.
Local: Centro de Saúde de Vagos, Agrupamento de Centros de Saúde Baixo Vouga II.
População: Grávidas vigiadas na unidade de saúde.
Métodos: Amostra constituída por mulheres que estiveram grávidas entre 2003 e 2010. As variáveis estudadas foram: idade, paridade, índice de massa corporal (IMC) pré-concecional, aumento ponderal, tipo de parto, complicações obstétricas e peso do recém-nascido. Para análise estatística utilizaram-se os testes de Qui-quadrado, ANOVA e Least Significant Difference.
Resultados: Foram estudadas 495 grávidas com idade média de 27 anos. No início da gravidez 35% tinham IMC >= 25, no final 46% tiveram aumento de peso superior ao recomendado. As grávidas com aumento de peso superior ao recomendado apresentaram em média um IMC pré-concecional significativamente maior que as grávidas com aumento de peso adequado ou inferior ao recomendado (p >= 0,001). Os recém-nascidos filhos de grávidas com aumento de peso superior ao recomendado apresentaram um peso médio significativamente superior aos restantes recém-nascidos (p = 0,024). Não houve associação entre aumento de peso e tipo de parto, complicações obstétricas ou paridade.
Conclusões: Cerca de um terço das grávidas apresentaram excesso de peso ou obesidade no início da gravidez. A maioria das grávidas teve um aumento de peso superior ao recomendado para o seu IMC. As grávidas com maior IMC pré-concecional têm mais frequentemente ganho ponderal superior ao recomendado e têm filhos, em média, mais pesados. São necessários estudos para validar recomendações de aumento ponderal na gravidez para a população portuguesa
POLYPHARMACY AND DEPRESCRIBING IN GERIATRIC POPULATION
Dissertação de Mestrado em Geriatria apresentada à Faculdade de MedicinaThe objective of this work is to carry out a systematic review of polypharmacy and the deprescription process, in order to contribute to a clinical approach to reduce polypharmacy and the harmful consequences in the elderly.Methodology: Search in PUBMED between January and April 2022 using the keywords: polypharmacy, inappropriate medication, drug interactions, elderly, deprescription, guidelines, deprescription tools. Were Included Articles in portuguese, english and spanish, guidelines and other recommendations, published in the last 10 years.From the research 88 publications were selected and after reading, analysis and removal of duplicates, 40 were included to carry out this review.Results/conclusions: In developed countries, around 30% of people aged 65 years or older are prescribed 5 or more drugs (polypharmacy). Although most benefit from these therapies, they are associated with an increased risk of adverse effects. These effects are related to medications, precipitated by physiological changes in the aging and disease process, which alter the pharmacokinetic and pharmacodynamics response of drugs, contributing to the occurrence of adverse effects, drug interactions and drug toxicity.Deprescribing is a systematic and ongoing process of optimizing a patient's therapeutic regimen by discontinuing potentially inappropriate or unnecessary drugs. Consists of identifying and discontinuing drugs in circumstances where actual or potential harm outweighs actual or potential benefits, taking into account a set of individualized care goals. These care objectives should be formulated according to the pathologies, level of autonomy, life expectancy, values and preferences, among others.In the absence of a gold standard process to deprescribe, Woodward was a pioneer in 2003 and developed a process with 5 principles: Review all current medication; Identify potential medication that will be suspended; Plan the deprescription; Plan in partnership with the user/caregiver/doctor; Evaluation and regular monitoring of the process.For this process to be successful, it needs a careful and regular follow-up, with the involvement of the user/caregiver as well as other health professionals who also provide care and who can be active and vigilants.For some drugs, suspension is easily performed, without the need for great vigilance and without side effects after suspension (examples :aspirin, statins, multivitamins, bisphosphonates, iron).At the international level, there are evidence-based deprescription guidelines developed by the Bruyére Research Institute and the University of Montreal that cover 5 classes of drugs: PPIs, Hypoglycemic Agents, Benzodiazepines, Antipsychotics and Memantine Cholinesterase Inhibitors. However, they are insufficient, do not include all therapeutic classes and often do not guide the way in which weaning should be carried out.yO objetivo deste trabalho visa fazer uma revisão sistemática da polifarmácia e do processo de desprescrição, no sentido de contribuir para uma abordagem clínica para reduzir a polimedicação e as consequências nefastas no idoso.Metodologia: Pesquiza na PUBMED entre Janeiro e Abril de 2022, usando as palavras chave: polifarmácia, medicação inapropriada, interações medicamentosas, idosos, desprescrição, orientações clínicas, ferramentas de desprescrição. Foram incluídos artigos em língua portuguesa ,inglesa e espanhola; guidelines e outras orientações, publicados nos últimos 10 anos.Da pesquiza efetuada foram selecionadas 88 publicações, que após leitura, análise e eliminação de duplicados foram incluídas 40 para realizar a presente revisão.Resultados/conclusões:Nos países desenvolvidos cerca de 30% das pessoas com idade maior ou igual a 65 anos tem prescritos 5 ou mais fármacos (polifarmácia). Embora a maioria beneficie dessas terapêuticas, estas estão associadas com aumento do risco de efeitos nefastos. Estes efeitos estão relacionados com os medicamentos prescritos, precipitados por alterações fisiológicas do processo de envelhecimento e de doença, que alteram a resposta farmacocinética e farmacodinâmica dos fármacos, contribuindo para a ocorrência de efeitos adversos, interações medicamentosas e de toxicidade do próprio medicamento.A desprescrição é um processo sistemático e contínuo de otimização do regime terapêutico de um doente através da cessação de fármacos potencialmente inapropriados ou desnecessários. Consiste em identificar e descontinuar fármacos em circunstâncias em que os danos reais ou potenciais ultrapassam os benefícios reais ou potenciais, tendo em conta um conjunto de objetivos de cuidados individualizados. Esses objetivos de cuidados deverão ser formulados de acordo com as patologias, o nível de autonomia, a esperança de vida, valores e preferências, entre outros. Na ausência de um processo gold standart para desprescrever, Woodward foi pioneiro em 2003 e desenvolveu um processo com 5 princípios: Rever toda a medicação atual; Identificar potencial medicação que será alvo de suspensão; Planificar a desprescrição; Planear em parceria com o médico/utente/cuidador; Avaliação e monitorização regular do processo. Para este processo ser bem-sucedido necessita de um seguimento cuidadoso e regular, com envolvimento do utente/ cuidador bem como de outros profissionais de saúde que também prestem cuidados e que podem ser intervenientes ativos e vigilantes.Para alguns fármacos a suspensão é realizada facilmente, sem necessidade de grande vigilância e sem efeitos secundários após suspensão (exemplos: aspirina, estatinas, multivitamínicos, fosfonatos, ferro).A nível internacional existem diretrizes de desprescrição baseadas na evidência desenvolvidas pelo Instituto de Investigação Bruyére e a Universidade de Montreal que abrangem 5 classes de fármacos: IBP, Hipoglicemiantes, benzodiazepinas, antipsicóticos e inibidores da colinesterase e memantina. No entanto as guidelines são insuficientes, não incluem todas as classes terapêuticas e muitas vezes não orientam a forma como se deverá fazer o desmame
Characterisation of microbial attack on archaeological bone
As part of an EU funded project to investigate the factors influencing bone preservation in the archaeological record, more than 250 bones from 41 archaeological sites in five countries spanning four climatic regions were studied for diagenetic alteration. Sites were selected to cover a range of environmental conditions and archaeological contexts. Microscopic and physical (mercury intrusion porosimetry) analyses of these bones revealed that the majority (68%) had suffered microbial attack. Furthermore, significant differences were found between animal and human bone in both the state of preservation and the type of microbial attack present. These differences in preservation might result from differences in early taphonomy of the bones. © 2003 Elsevier Science Ltd. All rights reserved