3 research outputs found

    Perception of phrasal prosody in the acquisition of European Portuguese

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    A central issue in language acquisition is the segmentation of speech into linguistic units and structures. This thesis examines the role played by phrasal prosody in speech segmentation in the acquisition of European Portuguese, both in the processing of globally ambiguous sentences by 4 and 5 year old children and in early word segmentation by 12 month-old infants. Past studies have shown that phrasal prosody is used by adults in ambiguity resolution, for example to disambiguate syntactically ambiguous sentences involving a low or high attachment interpretation of a given phrase (e.g, Hide the rabbit with a cloth). In a first exploratory experiment, and given previous unclear findings in the literature on European Portuguese, we investigated whether prosodic phrasing might guide speech chunking and interpretation of these globally ambiguous sentences by adult listeners. In an eye-tracking experiment, which also included a pointing task, we found that EP adult speakers were not able to use phrasal prosody to disambiguate the structures tested. Both the results from eye gaze and the pointing task indicated the presence of a high attachment preference in the language, regardless of phrasal prosody. These findings required a better understanding of adult interpretation of these utterances before a productive study could be conducted with young children. Building on the lessons learned from this exploratory study, we conducted two new experiments examining young children (and adults) abilities to use prosody, in a different sort of globally ambiguous utterances where differences in phrasal prosody were triggered by the syntaxprosody interface and part of the common, default prosody of the sentences (i.e., in compound word versus list reading structures, like ‘guarda-chuva e pato,’ umbrella and duck vs. ‘guarda, chuva e pato’, guard, rain and duck). An eye-tracking paradigm (along the lines of De Carvalho, Dautriche, & Christophe, 2016a) was used to monitor the use of phrasal prosody, namely the contrast between a Prosodic Word boundary (PW) in the compound word interpretation and an Intonational Phrase boundary (IP) in the list interpretation, during auditory sentence processing. An offline pointing task was also included. Results have shown a clear developmental trend in the use of phrasal prosody to guide sentence interpretation, from a general inability at age 4 to a still developing ability at age 5, when local prosodic cues were still not enough and the support of distal cues was necessary to achieve disambiguation, unlike for adults. While the previous experiments investigated the ability to use prosody to constrain lexical and syntactic analysis, thus looking into the combination of lexical, syntactic and prosodic knowledge at a young age, in a final set of experiments, we asked whether phrasal prosody is exploited to chunk the speech signal into words by infants, in the absence of prior lexical knowledge. Using a modified version of the visual habituation paradigm (Altvater-Mackensen & Mani, 2013), we tested 12-month-olds use of phrasal prosody in early word segmentation beyond the utterance edge factor, by examining the effects of two prosodic boundaries in utterance internal position, namely the IP boundary (in the absence of pause) and the PW boundary. Our findings showed that early segmentation abilities are constrained by phrasal prosody, since they crucially depended on the location of the target word in the prosodic structure of the utterance. Implications of the findings in this thesis were discussed in the context of prosodic differences across languages, taking advantage of the atypical combination of prosodic properties that characterizes EP.No âmbito da aquisição da linguagem, a segmentação de fala em unidades e estruturas linguísticas é uma questão central. Esta dissertação examina o papel desempenhado pelo fraseamento prosódico na segmentação de fala, na aquisição do Português Europeu (PE), no que diz respeito ao processamento de frases globalmente ambíguas por parte de crianças aos 4 e 5 anos de idade e à segmentação precoce de palavras aos 12 meses. Estudos anteriores mostraram que o fraseamento prosódico é usado pelos adultos na resolução de ambiguidade, por exemplo, para desambiguar frases sintaticamente ambíguas envolvendo uma interpretação de low ou high attachment de um dado sintagma (e.g.,’Hide the rabbit with a cloth’ Esconde o coelho com um pano). Num estudo exploratório, e dados os resultados pouco claros de trabalhos anteriores para o Português Europeu, investigámos se o fraseamento prosódico poderia guiar a organização da fala em unidades específicas, bem como a interpretação das frases globalmente ambíguas, por parte de participantes adultos. Numa experiência de eye-tracking, que incluía também uma tarefa de apontar, observámos que os participantes adultos do PE não conseguiram usar o fraseamento prosódico para desambiguar as estruturas testadas. Quer os resultados do movimento dos olhos quer os da tarefa de apontar evidenciaram a preferência pelo high attachment na língua, independentemente do fraseamento prosódico envolvido. Estes resultados implicaram compreender melhor a interpretação adulta destes enunciados antes de se conduzir um estudo com crianças. Com base nas observações feitas neste estudo exploratório, conduzimos duas experiências novas por forma a examinar a capacidade de uso da prosódia, por parte das crianças (e adultos), num outro conjunto de enunciados globalmente ambíguos, em que as diferenças de fraseamento prosódico foram desencadeadas pela interface sintaxe-prosódia e por parte da prosódia default das frases (i.e., em compostos versus estruturas em formato de lista, como ‘guarda-chuva e pato,’ vs. ‘guarda, chuva e pato’). Um paradigma de eye-tracking (na linha de De Carvalho, Dautriche, & Christophe, 2016a) foi usado para monitorizar o uso do fraseamento prosódico, nomeadamente o contraste entre uma fronteira de Palavra Prosódica (PW) na interpretação de composto e uma fronteira de Sintagma Entoacional (IP) na interpretação de lista, durante o processamento auditivo da frase. Também foi incluída uma tarefa off-line de apontar. Os resultados mostraram um claro desenvolvimento no uso do fraseamento prosódico na interpretação das frases; de uma incapacidade geral de interpretação das frases aos 4 anos a uma clara evolução nas competências aos 5 anos, altura em que as pistas prosódicas locais ainda são insuficientes e o apoio do contexto prosódico da frase é necessário para alcançar a desambiguação, diferentemente do adulto. Enquanto as experiências anteriores investigaram a capacidade de usar a prosódia para restringir a análise lexical e sintática, olhando para a combinação de conhecimento lexical, sintático e prosódico numa idade precoce, num conjunto final de experiências, questionámos se o fraseamento prosódico é explorado, por parte das crianças, para organizar o sinal de fala em palavras, na ausência de conhecimento lexical prévio. Recorrendo a uma versão modificada do paradigma visual habituation (Altvater-Mackensen & Mani, 2013), testámos o uso do fraseamento prosódico para a segmentação precoce de palavras além do fator limite do enunciado, por parte de crianças com 12 meses de idade. Examinámos o efeito de duas fronteiras prosódicas em posição interna de enunciado, nomeadamente a fronteira de IP (na ausência de pausa) e a fronteira de PW. Os nossos resultados mostraram que a capacidade de segmentação precoce é afetada pelo fraseamento prosódico, na medida em que depende da localização da palavra-alvo na estrutura prosódica do enunciado. Partindo da combinação atípica das propriedades prosódicas que caracterizam o PE, as implicações do conjunto de estudos desenvolvidos no âmbito desta dissertação foram discutidas no contexto das diferenças prosódicas entre línguas

    Fronteiras prosódicas e desambiguação no português europeu

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    Tese de mestrado, Linguística (Linguística Portuguesa), Universidade de Lisboa, Faculdade de Letras, 2011O trabalho de investigação desta dissertação tem como objectivo verificar qual o papel dos constituintes da hierarquia prosódica no processamento do Português Europeu. Ao longo das últimas décadas, diversos estudos concluiram sobre a relevância da Prosódia no acesso lexical e na análise sintáctica de frases ambíguas em várias línguas (Kjelgaard & Speer, 1999; Christophe, Peperkamp, Pallier, Block & Mehler, 2004; Li & Yang 2009; Dilley, Mattys & Vinke, 2010). Sobre o papel dos constituintes da hierarquia prosódica, os estudos realizados para diferentes línguas confirmam os efeitos da fronteira de Sintagma Entoacional (IP) na desambiguação. Quanto aos constituintes prosódicos mais baixos na hierarquia prosódica - Palavra Prosódica (PW), Grupo de Palavra Prosódica (PWG) e Sintagma Fonológico (PhP) - as conclusões são divergentes. No PE, o conhecimento existente das propriedades prosódicas na língua (Frota, 2000; Vigário, 2003, 2009) permite explorar o papel da estrutura prosódica na segmentação do contínuo sonoro, bem como testar o efeito da especificidade da língua no processamento linguístico. As descrições da estrutura prosódica para o PE mostram a presença de pistas que salientam a marcação “forte” dos constituintes ao nível de PW, PWG e IP, nomeadamente através de pistas segmentais e de proeminência para os constituintes ao nível da palavra e fenómenos de sândi, alongamento final, acento tonal e tom de fronteira para o nível de IP. Ao nível de PhP, as pistas para a sua constituência são menores e restringem o seu domínio a fenómenos rítmicos e de distribuição do acento tonal, sendo considerado um constituinte com marcação “fraca”. Para observar os efeitos das propriedades dos constituintes na desambiguação lexical e sintáctica, foram realizadas duas tarefas perceptivas, na linha dos trabalhos de Millotte, Wales & Christophe (2007) e Millotte, René, Wales & Christophe (2008); uma tarefa off-line – Tarefa Completion – e uma tarefa on-line – Tarefa Word Detection. As duas tarefas mostram variações na forma como os sujeitos percepcionam os estímulos. Na tarefa Completion, os estímulos apresentados foram produzidos por dois falantes: naïve e expert. Os resultados revelaram a existência de desambiguação em todos os níveis prosódicos, à excepção do nível das fronteiras de palavra (Sem fronteira/PWG, PW/PWG). Um resultado inesperado foi a existência de um efeito de extensão em número de sílabas e não de PWs no processamento de IP na percepção de fronteira de IP na língua. Na tarefa Detection, a análise das respostas e dos tempos de reacção mostrou o uso das pistas prosódicos em todos os níveis das fronteira prosódicas, observando-se um efeito dos níveis de fronteira nos tempos de reacção – níveis fronteira alta com tempos mais rápidos do que níveis de fronteira baixa. ii Os resultados gerais obtidos dão conta da sensibilidade dos falantes de PE às pistas prosódicas dos constituintes, desde PW a IP, fazendo uso das suas propriedades para a desambiguação.Abstract: The main goal of the present work is to examine the role of prosodic structure in the processing of European Portuguese (EP). During the previous decades, several studies have demonstrated the importance of Prosody in lexical access and in the resolution of syntax in ambiguous sentences (Kjelgaard & Speer, 1999; Christophe, Peperkamp, Pallier, Block & Mehler, 2004; Li & Yang 2009; Dilley, Mattys & Vinke, 2010). On the role of prosodic structure, cross-linguistic studies show a clear effect of Intonational Phrase (IP) during disambiguation. On the other hand, the role of lower levels of the prosodic hierarchy – Prosodic Word (PW), Prosodic Word Group (PWG) and Phonological Phrase (PhP) - seems to be an open issue. In European Portuguese, the existing knowledge about the prosodic proprieties (Frota, 2000; Vigário, 2003, 2009) allow us to exploit the role of prosodic boundaries in speech segmentation, as well to test the specificities of the language in processing. The descriptions of the prosodic structure of EP show the presence of various cues that signal the prosodic boundaries at the level of PW, PWG e IP, namely segmental cues and prominence at the word level; sandhi, lengthening, pitch accent and boundary tone for IP. The evidence for PhP is argued to be weak, although it is the domain of rhythmic phenomena and pitch accent distribution. In order to acknowledge the effects of prosodic structure in the resolution of lexical and syntactic disambiguation, two perceptive tasks were designed, similar to Millotte, Wales & Christophe (2007) and Millotte, René, Wales & Christophe (2008): an off-line task –Completion – and an on-line task– Word Detection. The results from the Completion task showed that participants were able to solve ambiguity at all prosodic levels, except boundaries at the word level (No boundary/PWG, PW/PWG). It also showed the presence of a length effect over IP in the number of syllables, and not in the number of PWs. As for Word Detection task, analyses over responses and reaction time confirmed the use of prosodic boundary cues at all levels – responses to higher levels were faster than to lower levels. The general results confirm the role of prosodic boundaries in the language during the resolution of ambiguity

    Characterisation of microbial attack on archaeological bone

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    As part of an EU funded project to investigate the factors influencing bone preservation in the archaeological record, more than 250 bones from 41 archaeological sites in five countries spanning four climatic regions were studied for diagenetic alteration. Sites were selected to cover a range of environmental conditions and archaeological contexts. Microscopic and physical (mercury intrusion porosimetry) analyses of these bones revealed that the majority (68%) had suffered microbial attack. Furthermore, significant differences were found between animal and human bone in both the state of preservation and the type of microbial attack present. These differences in preservation might result from differences in early taphonomy of the bones. © 2003 Elsevier Science Ltd. All rights reserved
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