4 research outputs found

    Governação global e ajuda ao desenvolvimento: ‘dilemas’ das ONGIs nas periferias do sistema internacional

    No full text
    No sistema humanitário internacional actual ganham preponderância os actores e as políticas do capitalismo neoliberal global, que promovem programas de statebuilding e peace-keeping, num processo que Duffield (2002; 2004; 2007) chama de ‘securitização do desenvolvimento’. Tal ‘securitização do desenvolvimento’ representa uma forma da governação liberal global conter a violência nas ‘borderlands’, aumentando o controle biopolítico sobre as mesmas, de modo a garantir a ‘segurança global’, sendo que, depois do 9-11, a tónica é colocada mais na ideia de ‘segurança’ do que no ‘desenvolvimento’ dos países beneficiários, tornando a escolha dos mesmos, dependente da luta contra o terrorismo e condicional ao objectivo de garantir a segurança na metrópole. Este processo parece evidenciar a ligação das ONGs à soberania. Como é que as ONGIs vivenciam e respondem ao dilema do seu duplo constrangimento – aos Estados e instituições doadoras e aos beneficiários? De que modo é que estes actores colocam a questão do confronto das formas de governação ditadas pelo capitalismo global, com modos diferenciados de governação nos contextos em que intervêm? – O discurso oficial de ONGIs como a Oxfam parece fazer face às actuais críticas à intervenção humanitária, através da inclusão das ideias de ‘accountability’ e de parceria, que, todavia, apenas contribui para a legitimação do modelo neoliberal, mascararando simultaneamente as diferenças e conflitos entre os vários intervenientes do sistema humanitário internacional e criando uma falsa visão de consenso entre os mesmos, ligada a objectivos genéricos de justiça, igualdade e segurança (com a tónica neste último). Mas como é que tal discurso é recontextualizado e operacionalizado no Sul? E que outros actores entram aqui em cena? Em que medida é que a intervenção humanitária contribui para normalizar as práticas de reconstrução social, negando, neste processo, a expressão de conflitos e vozes dissonantes potencialmente positivas? E, pelo contrário, em que medida é que no terreno, o pendor neoliberal do discurso humanitário é apropriado, contestado e transformado pelos novos actores e novas escalas de actuação? Pretende-se levantar hipóteses, antes da ida para o terreno, sobre dois casos: os programas de ajuda ao desenvolvimento da organizações não governamentais (ONG), securitização do desenvolvimento, governação global, intervenção humanitária

    Governação global e ajuda ao desenvolvimento: ‘dilemas’ das ONGIs nas periferias do sistema internacional

    No full text
    No sistema humanitário internacional actual ganham preponderância os actores e as políticas do capitalismo neoliberal global, que promovem programas de statebuilding e peace-keeping, num processo que Duffield (2002; 2004; 2007) chama de ‘securitização do desenvolvimento’. Tal ‘securitização do desenvolvimento’ representa uma forma da governação liberal global conter a violência nas ‘borderlands’, aumentando o controle biopolítico sobre as mesmas, de modo a garantir a ‘segurança global’, sendo que, depois do 9-11, a tónica é colocada mais na ideia de ‘segurança’ do que no ‘desenvolvimento’ dos países beneficiários, tornando a escolha dos mesmos, dependente da luta contra o terrorismo e condicional ao objectivo de garantir a segurança na metrópole. Este processo parece evidenciar a ligação das ONGs à soberania. Como é que as ONGIs vivenciam e respondem ao dilema do seu duplo constrangimento – aos Estados e instituições doadoras e aos beneficiários? De que modo é que estes actores colocam a questão do confronto das formas de governação ditadas pelo capitalismo global, com modos diferenciados de governação nos contextos em que intervêm? – O discurso oficial de ONGIs como a Oxfam parece fazer face às actuais críticas à intervenção humanitária, através da inclusão das ideias de ‘accountability’ e de parceria, que, todavia, apenas contribui para a legitimação do modelo neoliberal, mascararando simultaneamente as diferenças e conflitos entre os vários intervenientes do sistema humanitário internacional e criando uma falsa visão de consenso entre os mesmos, ligada a objectivos genéricos de justiça, igualdade e segurança (com a tónica neste último).Mas como é que tal discurso é recontextualizado e operacionalizado no Sul? E que outros actores entram aqui em cena? Em que medida é que a intervenção humanitária contribui para normalizar as práticas de reconstrução social, negando, neste processo, a expressão de conflitos e vozes dissonantes potencialmente positivas? E, pelo contrário, em que medida é que no terreno, o pendor neoliberal do discurso humanitário é apropriado, contestado e transformado pelos novos actores e novas escalas de actuação? Pretende-se levantar hipóteses, antes da ida para o terreno, sobre dois casos: os programas de ajuda ao desenvolvimento da organizações não governamentais (ONG), securitização do desenvolvimento, governação global, intervenção humanitária

    Novos mapas para as ciências sociais e humanas

    No full text

    Characterisation of microbial attack on archaeological bone

    Get PDF
    As part of an EU funded project to investigate the factors influencing bone preservation in the archaeological record, more than 250 bones from 41 archaeological sites in five countries spanning four climatic regions were studied for diagenetic alteration. Sites were selected to cover a range of environmental conditions and archaeological contexts. Microscopic and physical (mercury intrusion porosimetry) analyses of these bones revealed that the majority (68%) had suffered microbial attack. Furthermore, significant differences were found between animal and human bone in both the state of preservation and the type of microbial attack present. These differences in preservation might result from differences in early taphonomy of the bones. © 2003 Elsevier Science Ltd. All rights reserved
    corecore