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    Bund für das Volk und Licht für die Heiden (Jes 42,6)

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    ALIANÇA DO POVO E LUZ DOS PAGÃOS (Is 42,6)Reconhece-se geralmente que Is 42,5-9 é uma unidade literária, embora se continue a discutir a interpretação. Do texto depreende-se claramente que quem fala é Javé e que no v. 6 se dá uma espécie de vocação. Mas não se vê com clareza quem é o chamado ou a quem se dirige a sua missão. Estará em causa o próprio Isaías? Ou teremos a vocação de Ciro? Será porventura o povo de Israel o chamado? Ou será o Servo de Javé? Que significa «aliança do povo» e «luz dos pagãos»?1. Is 42, 5-9 no contexto dos cânticos do Servo de Javé.O texto de Is 42, 5-9 reza assim:5: «Assim fala o Deus Javé, que criou o céu e o estendeu, que fez a terra e tudo o que aí germina, que dá a respiração aos homens da terra e a todos os que nela vivem o espírito.6: Eu, Javé, chamei-te em justiça. Tomei-te pela mão, criei-te e designei-te para aliança do povo e luz dos pagãos:7: para abrir olhos cegos,tirar prisioneiros do cárcere e libertar da prisão todos os que jazem nas trevas.8: Eu sou Javé, este é o meu nome; não deixo a mais ninguém a honra que me pertence, nem a minha glória aos ídolos.9: Eis que as primeiras coisas aconteceram. Agora anuncio uma novidade. Ainda antes que ela surja dou-vo-la a ouvir».Não se pode duvidar da unidade literária da perícope. O cântico do Servo de Javé (Is 42, 1-4) está concluído e não exige continuação. A fórmula de arauto no v. 5 é impensável na boca de Javé. E com 42, 10 começa uma coisa inteiramente nova, que nada tem a ver formalmente com os versículos anteriores, em que fala Javé. Nem se podem separar os vv. 8-9, onde alguns vêem a conclusão do oráculo sobre Ciro de Is 41, 21-29. Os vv. 8-9 pertencem à estrutura da perícope: fórmula de arauto com aposição de atributos de Javé (v. 5), vocação de um anónimo de quem Javé faz aliança do povo e luz das nações (v. 6), para abrir olhos cegos e tirar presos do cárcere (v. 7), concluindo com a auto-afirmação do poder de Javé na história (vv. 8-9). O género literário é, segundo Elliger, o de uma sentença de disputa, em que se cita um oráculo de vocação. Elliger pensa que o visado é Ciro, apresentado a gente que duvida da sua qualidade de instrumento de Javé na história mundial e sobretudo nos destinos de Israel. Assim se explica o «tu» da vocação e o «vos» da conclusão: eu, Javé, e mais ninguém incumbi Ciro desta missão universal. Se a determinação do género está correcta, já se vêem dificuldades para identificar o chamado com Ciro. Nunca se menciona o nome de Ciro. Não basta dizer que o papel de Ciro nos planos de Javé foi tratado numa perícope anterior (Is 41, 21-29), que o profeta agora concluiria. É preciso provar a conexão com o oráculo de Ciro. Além disso, há uma coincidência chocante entre o oráculo de vocação e o relato autobiográfico do Servo em Is 49, 1-6, onde o Servo é «luz dos pagãos» (v. 6), para levar a salvação além dos confins de Israel a todos os povos do mundo. O oráculo «citado» (Is 42,5-1) é, por conseguinte, tirado de Is 49,1-5 e trata de uma iniciativa salvífica de Javé, emoldurada numa confissão hínica do poder criador (v. 5) e numa auto-afirmação de Javé (v. 8). No Trito Isaías fala-se numa luz esplendorosa que emana da glória de Javé em Sião (Is 60, 1-21). Mas nunca se diz que Sião libertará presos da cadeia. Isso é missão do ungido, que leva a boa nova da salvação aos pobres (Is 61, 1-3), e também do Servo (cf. Is 42, 3). Daqui se conclui que o interpelado não é Ciro nem Israel, mas o Servo de Javé, como em Is 42, 1-4.2. Is 42, 5-9 como complemento do primeiro cântico do Servo de Javé.Quem chama é Javé (v. 5), o Deus único (cf. Is 43, 10-12; 45, 22; 46, 9), cantado como criador e conservador do mundo (v. 5b). A ideia da criação do mundo por Javé ocorre geralmente no Dêutero Isaías em contexto de discussão, com terminologia originária do hino (cf. Is 40, 12-31; 45, 18-19; 48, 12-16). Não se afirma tanto a criação do cosmos como a soberania do criador sobre as suas obras. É, pois, de supor que as afirmações de Is 42, 5 visem a revelação histórica de Javé. A conclusão da perícope (vv. 8-9) confirma-o: ao contrário dos ídolos, Javé é capaz de produzir algo de verdadeiramente novo na história, em prol da salvação dos homens. Introdução hínica e auto-afirmação de Javé na conclusão constituem uma moldura muito interessante da vocação do Servo: a vocação aparece como expressão duma iniciativa criadora de alcance universal. Javé «formou» e «designou» o Servo como aliança do povo e luz das nações (v. 6b). O sentido do primeiro verbo é discutido. Mas a acepção de «formar», «criar» para yasar tem bons fundamentos. Corresponde a natan, em sentido figurado «fazer em alguma coisa», verbo que no Dêutero Isaías só ocorre em Is 49, 6, curiosamente ao lado de yasar (cf. Is 49, 5). Está, assim, afirmado com maior clareza o que se insinuava na moldura da perícope: a designação do Servo para aliança do povo e luz dos pagãos é o resultado de uma iniciativa criadora de Javé quanto à viragem dos destinos do seu povo. Mas que significa «aliança do povo»? Kutsch dedicou uma série de estudos à noção de «aliança» (berit) e chegou à conclusão de que berit, na maior parte dos casos, significa «determinação», «compromisso». No campo profano, berit ou é o compromisso que alguém toma ou o compromisso que o sujeito do berit impõe a outro. E este o sentido radical. Mas também pode derivar para o de berit bilateral, tratado ou pacto. Deste uso secundário e relativamente raro, pensa Kutsch, provém, a tradução «aliança», que devia ser riscada do vocabulário teológico, uma vez que não é possível um compromisso bilateral de Deus com o homem. Westermann criticou estas conclusões. Admite que berit nunca se emprega na linguagem teológica do Antigo Testamento no sentido de compromisso bilateral, mas acha a tradução por «aliança» justificada em não poucas passagens. Gn 17 mostraria que berit sofreu uma evolução histórica e com isso uma mudança de significado. Enquanto em Gn 17, 4 berit significa uma espécie de garantia, a mesma palavra em Gn 17, 7 indica claramente um estado duradoiro, uma instituição entre Deus e homem. Berit não perde o significado fundamental de compromisso. Só que este sentido é alargado: o compromisso produz a ligação estável, a «aliança». Tal é o significado de berit no Dêutero Isaías. Javé promete que a sua graça nunca mais se afastará de Israel escatológico (Is 54, 10) e que a sua «aliança de paz» (berit íalom) não vacilará. No mesmo sentido, Javé fará com Israel uma «aliança eterna» (berit colam, Is 55, 3). Só nestes dois lugares do Dêutero Isaías ocorre berit no sentido de estado caracterizado por comunicação salvífica de Javé. O compromisso unilateral de Javé significa aqui evidentemente «aliança». «Aliança do povo» orienta-se por esta compreensão de berit. Mas quem é o beneficiário desta salvação que substitui o tempo do castigo? Quem é o «povo» com que Deus celebra a aliança? Os exegetas dividem-se em dois grupos. Para uns o «povo» é Israel; para outros a humanidade. Tanto as antigas versões dos Setenta, Vulgata e Targum, cujo peso não é para subestimar, como o facto de o Dêutero Isaías não apresentar um universalismo uniforme levam a referir «povo» a Israel. Na nova aliança, Israel ocupa o círculo central, mais luminoso. Os povos, ao invés, são o círculo exterior e recebem a luz que o Servo lhes comunica de dentro. As imagens do v. 7 — abrir olhos cegos, libertar prisioneiros e todos os que habitam nas trevas — descrevem a libertação da humanidade da situação de juízo. O pano de fundo é a experiência do exílio de Babilónia, em que Israel se sentia como num cárcere tenebroso (Is 42, 22; 43, 14). As «trevas» são a imagem do estado anti-salvífico do juízo (Is 45, 7; 49, 9). Os «olhos cegos» descrevem a obstinação dos pecadores (Is 42, 18-19; 43, 8). A missão do Servo de Javé é difundir a salvação de Deus. poderosa de Javé na história (v. 9). Na libertação operada por intermédio do Servo, Deus mostra-se como «Javé», como aquele que lá está para salvar os oprimidos (cf. Ex 3, 9-15). O que está para acontecer, o «novo» não tem comparação com os «primeiros acontecimentos» do passado (Is 41, 22; 43, 9,18; 46, 9; 48, 3). As «primeiras coisas» (risonot) são o tempo do castigo anunciado e concretizado, enquanto a «novidade» é a viragem iminente para a salvação (cf. Is 48, 3-8). A experiência de Israel é alargada a toda a humanidade.3. Is 42, 5-9 à luz da escatologia proféticaPergunta-se finalmente quando e sobretudo por que razão se juntou esta perícope ao primeiro cântico do Servo de Javé. Is 42, 5-9 formará um complemento e uma continuação de Is 42, 1-4? A afirmação central da perícope — a designação do Servo para aliança do povo e luz dos pagãos — está no mesmo nível teológico de Is 54-55. Só aí se encontra a noção de «aliança» (berit) com o mesmo sentido de Is 54-55 em relação às outras profecias do Dêutero Isaías. As promessas do profeta já não se centram na esperada acção salvífica de Javé, mas no estado de salvação trazido por ela. Is 54-55 exprime uma escatologia mais desenvolvida: a libertação do exílio de Babilónia é apenas a passagem para um estado salvífico em que Javé revelará, de modo definitivo e irrevogável, a sua glória aos resgatados. Quanto ao género literário, Is 42, 1-4 aproxima-se da designação dum chefe carismático de Israel (cf. 1 Sam 9,16-17): apresentação do Servo por Javé (v. 1), descrição rápida da sua actuação (vv. 2-3), promessa de êxito (v. 4). Ao contrário dos chefes carismáticos dos primórdios da história de Israel, a personagem libertadora do Servo estende a sua missão a toda a humanidade. Esta ampliação escatológica exprime-se no relato autobiográfico de Is 49, 6, em que radica formalmente Is 42, 5-9. Esta perícope, ao mesmo tempo que completa Is 42, 1-4, é o resultado de uma visão mais profunda do acontecimento escatológico anunciado em Is 49, 6. «Como mensageiro da ordem salvífica de Javé, o servo de Deus não só aponta para a anunciada viragem que Deus determinou para a salvação do mundo inteiro. Mais que isso, o Servo já incarna na sua pessoa o definitivo e duradoiro compromisso unilateral de Javé, revelado nesta viragem para a salvação e libertação duma humanidade necessitada de salvação». No quadro da ideia de Deus no Antigo Testamento, a missão de aliança do povo e luz dos pagãos desenrola-se no sentido de uma unidade funcional com a acção salvífica de Javé no mundo. «Só o cumprimento desta promessa na figura histórica do salvador escatológico eleva a unidade funcional com a acção salvífica de Javé a uma unidade pessoal do agir e também do ser, a qual estabelece, por isso, verdadeiramente um novo começo para este mundo»

    Effects of Design

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    Surfactants are needed to create stable suspensions of carbon nanotubes. Increasingly, these surfactants are given additional functionalities, resulting in bigger and more complex molecules with several subunits. We investigate the effect of assembly of these subunits for a class of perylene- based functional surfactants. The subunits that all surfactants are based on are a perylene core, hydrophilic polyglycerol dendrons, and alkyl chains of different orientations and lengths. The assembly of these subunits affects both the molecules' performance as a surfactant and the efficiency of the energy-transfer complexes formed by the nanotube and surfactant through a π–π stacking mechanism. This results in a best practice guide for designing functional surfactants with π–π stacking cores, and affords more general insights that are applicable to non π–π stacking systems as well

    Excitation characteristics of different energy transfer in nanotube-perylene complexes

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    We report the properties of perylene-nanotube complexes that form efficient energy transfer systems. Most perylene-derivatives yield similar ratios between transfer and direct luminescence (0.66 ± 0.04). The photoluminescence spectra of the free compounds and the transfer complex are similar indicating that perylene and nanotubes act as separate systems. A further increase in interaction yields 40% higher transfer rates and luminescence excitation spectra that indicate a change in stacking of the perylene on the nanotube wall. All measurements are consistent with a transfer mechanism based on a dipole-dipole interaction at a distance much smaller than the Förster radius

    Differential Effects of Selexipag and Prostacyclin Analogs in Rat Pulmonary Artery

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    There or not there? A multidisciplinary review and research agenda on the impact of transparent barriers on human perception, action, and social behavior

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    Contains fulltext : 145066.pdf (publisher's version ) (Open Access)Through advances in production and treatment technologies, transparent glass has become an increasingly versatile material and a global hallmark of modern architecture. In the shape of invisible barriers, it defines spaces while simultaneously shaping their lighting, noise, and climate conditions. Despite these unique architectural qualities, little is known regarding the human experience with glass barriers. Is a material that has been described as being simultaneously there and not there from an architectural perspective, actually there and/or not there from perceptual, behavioral, and social points of view? In this article, we review systematic observations and experimental studies that explore the impact of transparent barriers on human cognition and action. In doing so, the importance of empirical and multidisciplinary approaches to inform the use of glass in contemporary architecture is highlighted and key questions for future inquiry are identified.17 p

    Purinergic signalling and immune cells

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    This review article provides a historical perspective on the role of purinergic signalling in the regulation of various subsets of immune cells from early discoveries to current understanding. It is now recognised that adenosine 5'-triphosphate (ATP) and other nucleotides are released from cells following stress or injury. They can act on virtually all subsets of immune cells through a spectrum of P2X ligand-gated ion channels and G protein-coupled P2Y receptors. Furthermore, ATP is rapidly degraded into adenosine by ectonucleotidases such as CD39 and CD73, and adenosine exerts additional regulatory effects through its own receptors. The resulting effect ranges from stimulation to tolerance depending on the amount and time courses of nucleotides released, and the balance between ATP and adenosine. This review identifies the various receptors involved in the different subsets of immune cells and their effects on the function of these cells

    Chirally enhanced solubilization through perylene-based surfactant

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    Recently we introduced a rationally designed surfactant which forms energy transfer complexes with carbon nanotubes. We investigate the chiral selectivity of this compound, a perylene derived surfactant, through photoluminescence (PL) measurements, and find a strong enhancement of the luminescence intensity for one particular group of chiralities. The effect is striking, with luminescence increases of several hundred percent. Chiral selectivity of the investigated surfactant compound as compared to solubilization through sodium cholate (SC). Small numbers indicate chirality, large numbers laola family
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