17 research outputs found

    Avaliação de Determinantes Ambientais e Aspetos Clínicos da Asma Brônquica em Crianças e Adolescentes Angolanos

    Get PDF
    Introdução: A asma é uma importante causa de morbilidade crónica, em todo mundo, e existem evidências que a sua prevalência tem vido a aumentar consideravelmente, quer em países de alto rendimento, quer em países de médio ou baixo rendimento, sobretudo em crianças. O seu crescente impacto tem sido associado a aumentos na prevalência de outras doenças alérgicas como a rinite e o eczema, com repercussão na qualidade de vida dos seus portadores. É uma das principais causas de observação e internamentos em serviços de urgências, na maioria dos países, sendo também uma causa importante de incapacidade, com impacto na qualidade de vida dos doentes e seus familiares. Também é uma causa de mortalidade, sobretudo nos países de médio e baixo rendimento, onde o acesso aos cuidados básicos de saúde é limitado. Apesar dos enormes avanços científicos na fisiopatologia e no seu tratamento, a asma continua a ter uma sobrecarga económica elevada a nível mundial, com consultas hospitalares, internamentos, medicamentos, ausências ao trabalho e à escola, devido às exacerbações e, nos casos de asma mais grave, à incapacidade relacionada com a doença. O referido aumento da prevalência da asma, observado em vários países, está provavelmente relacionado com modificações do meio ambiente e seus determinantes, portanto a asma requer atenção especial e compromisso de todo mundo, para reduzir o seu peso em termos de morbilidade e até mesmo de mortalidade. Em África, os poucos estudos aí realizados mostraram que a asma, também neste continente é uma doença com elevada morbilidade, com valores de prevalência semelhantes às de muitos países no mundo, sobretudo em crianças. Mais ainda, a prevalência da asma, assim como das doenças alérgicas como a rinite e o eczema também tem vindo a aumentar embora, devido à escassez de dados, se pense que a verdadeira prevalência possa estar subestimada. Em Angola, a asma representa uma das principais causas de atendimento sobretudo em crianças, em serviços de urgência e em consultas de pneumologia, porém, não existem estudos publicados sobre a incidência ou prevalência da asma ou doenças alérgicas, nem sobre suas características ou fatores de risco determinantes na população angolana. É assim que o objetivo principal desta tese foi estudar as prevalências da asma e doenças alérgicas, fatores ambientais e características clínicas, em crianças e adolescentes angolanos. Os seus objetivos específicos consistiram: (1) Determinar a prevalência e características clínicas da asma e doenças alérgicas, nomeadamente rinite e eczema, em crianças de 6 e 7 anos e 13 e 14 anos da província de Luanda; (2) Caracterizar os fatores de risco incluindo ambientais, para asma, destas crianças na província de Luanda; (3) Avaliar o perfil das sensibilizações alérgicas e sua relação com a asma, rinite alérgica e eczema atópico, assim como a sua relação com a infeção por helmintas, em crianças de 5 a 14 anos da província do Bengo; (4) Determinar a prevalência da infeção por helmintas e sua relação com a asma e doenças alérgicas, nomeadamente rinite e eczema, em crianças de 5 a 14 anos da província do Bengo; (5) Avaliar a evidência atual, através de uma revisão sistemática e meta-análise, acerca de uma eventual associação entre infeção por helmintas e a expressão de atopia e doenças alérgicas, em termos mundiais. Metodologia: A presente tese é composta por quatro estudos. Dois estudos transversais em que avaliámos as prevalências de asma, rinite e eczema em crianças de 6 e 7 anos e de 13 e 14 anos na província de Luanda, capital de Angola, onde a maioria da população é residente em área urbana, com melhor nível socioeconómico e melhor rendimento familiar; outros dois estudos, também transversais, nos quais o foco principal foi a avaliação dos perfis de sensibilização alérgica e a relação da infeção por helmintas com a asma e atopia em crianças dos 5 aos 14 anos residentes em área urbana e rural, na província do Bengo, região onde a prevalência de infeção por helmintas é moderadamente elevada e a maioria da população tem nível de escolaridade, socioeconómico e rendimento familiar menor. Por último, realizámos um protocolo para uma revisão sistemática e meta-análise sobre uma eventual relação entre a infeção por helmintas, atopia e doenças alérgicas no contexto mundial. A recolha dos dados foi efetuada através do preenchimento dos questionários do International Study of Asthma and Allergies in Childhood (ISAAC) para crianças e adolescentes, específico para asma, rinite alérgica, e eczema atópico, e com questões demográficas e ambientais de acordo com a versão traduzida e validada em português. Para o estudo do Bengo, foi adicionado um questionário envolvendo dados sobre infeção por helmintas, acesso a assistência médica e história de tratamentos prévios. A avaliação da função respiratória foi pela medida do pico de fluxo expiratório (PEF) em todas as crianças com sintomas de asma atual, sendo a mesma confirmada, quando os sintomas de asma atual estavam associados aos valores de PEF abaixo de 80% do predito. Atopia foi definida com base em testes cutâneos por picada (TCP) positivos, sendo monosensibilização atópica definida pela positividade de apenas um único aeroalergénio e polisensibilização pela positividade de dois ou mais aeroalergénios não relacionados. Infeção helmíntica foi definida pela presença de helmintas sob a forma de vermes adultos, segmentos de vermes, ovos ou larvas nas fezes, pelo método de concentração (qualitativo) ParasiTrap® e o método quantitativo Kato-Katz, em cada uma das amostras de fezes colhidas, as crianças que participaram no estudo. O protocolo da revisão sistemática sobre a relação entre a presença de infeção por helmintas e a expressão de atopia e doenças alérgicas em todo o mundo foi realizado de acordo com as diretrizes PRISMA, para esse tipo de estudos. Resultados: Estes foram os primeiros estudos sobre asma e doenças alérgicas na população angolana e uns dos poucos realizados em crianças africanas. Nas crianças de 6 e 7 anos, a prevalência de asma de 15,8%, sem diferenças significativas entre rapazes e raparigas, e, em 8% dos asmáticos, foi confirmada obstrução brônquica. A prevalência de rinite foi de 19% e a de eczema de 22%, também sem diferenças entre sexos. A rinite estava claramente associada com os sintomas de asma. Rinite e eczema, uso do ar condicionado do tipo Split como sistema de refrigeração no domicílio, o uso frequente de paracetamol, o uso de antibióticos e o tabagismo ativo da mãe no primeiro ano de vida das crianças estavam significativamente associados ao aumento do risco de ter asma, enquanto que o uso do fogão elétrico para cozinhar foi protetor. Nos adolescentes de 13 e 14 anos, a prevalência da asma foi de 13,4%, sendo significativamente superior nas raparigas, em relação aos rapazes e 10% dos asmáticos tiveram obstrução brônquica moderada. A prevalência de rinite foi de 27% e a de eczema de 20%, sendo ambas mais prevalentes nas raparigas. A rinite associou-se a um maior número de sintomas de asma. A rinite e o eczema, o uso do ar condicionado do tipo Split como sistema de refrigeração domiciliar e o uso frequente do paracetamol associaram-se significativamente ao aumento do risco de ter asma. Nas crianças dos 5 aos 14 anos da província do Bengo, a prevalência de sensibilizações aos aeroalergénios foi baixa (8%) e a maioria das crianças sensibilizadas eram assintomáticas. As sensibilizações alérgicas mais frequentes envolveram ácaros, baratas ou fungos, e uma proporção considerável de crianças (43,9%) estavam polisensibilizadas. Não foi detetada nenhuma relação entre sensibilizações alérgicas específicas e asma, rinite ou eczema. A prevalência de infeções por helmintas no nosso estudo foi de 35,7% e não foram observadas diferenças significativas entre sexos, classe etária e crianças residentes em área urbana ou rural. Também em termos gerais, não encontrámos nenhuma associação direta ou inversa entre a infeção por helmintas e expressão de asma, doenças alérgicas ou atopia, nestas crianças. Encontrar uma prevalência tão baixa de atopia associada aos valores de prevalências de asma e doenças alérgicas, inferiores às observadas em Luanda, em uma área com prevalência relativamente alta de infeções por helmintas levantou a questão de se tal relação inversa tinha a ver com a presença dessas infeções em crianças. Contudo, os nossos resultados não mostraram relação significativa entre a prevalência, tipo, carga ou intensidade da infecção por helmintas, e a prevalência de atopia, detectada pelos TCP, ou mesmo asma e outras doenças alérgicas. Portanto para, de igual forma, esclarecermos melhor esta relação, propusemo-nos realizar uma revisão sistemática sobre o assunto, cujo protocolo faz parte desta tese. Discussão e conclusões: A asma é, sem dúvida, um problema de saúde pública á nível mundial, estando frequentemente associada a doenças alérgicas e a atopia, com maior relevância em crianças e adolescentes, conforme documentam vários estudos. Em África, apesar de serem escassos os estudos, os dados epidemiológicos apontam também para uma grande preocupação de saúde pública, pois a asma constitui uma das principais causas de atendimento em instituições de saúde, a nível das comunidades, quer urbanas quer rurais, onde as condições de saneamento e acesso aos cuidados básicos de saúde são limitadas. Os nossos resultados revelaram prevalências elevadas de asma, rinite e eczema, sendo que a prevalência de asma foi maior nas crianças de 6 e 7 anos, embora a da rinite e a do eczema tenham sido maiores nos adolescentes de 13 e 14 anos de Luanda, enquanto que nas crianças do Bengo a prevalência de asma foi relativamente inferior, embora as prevalências de rinite e eczema também tenham sido elevadas, resultados estes comparáveis aos de estudos realizados em alguns países africanos e em outras regiões do mundo. Os nossos estudos mostraram que uma elevada percentagem das crianças e adolescentes asmáticos não têm qualquer seguimento médico especializado, não têm nenhum tratamento de controlo prescrito, alguns (muito poucos) usam apenas medicação de alívio com beta 2 agonistas de curta ação e, como consequência destas limitações, frequentemente não estão controlados. Também foi possível identificar prováveis fatores de risco e mesmo de proteção para a asma. As crianças e os adolescentes tinham maior probabilidade de ter asma na presença de rinite, eczema, uso de ar condicionado do tipo Split no domicílio, uso de alguns fármacos como antibióticos no primeiro ano de vida e o uso do paracetamol, assim como o tabagismo materno durante o primeiro ano de vida das crianças. Entretanto, em contraste, nas crianças de 6 e 7 anos, o uso da eletricidade para cozinhar (fogão elétrico) revelou-se como provável fator protetor contra o risco do desenvolvimento da asma. Assim, os nossos estudos permitem-nos concluir que alguns fatores ambientais potencialmente relevantes e já conhecidos também parecem constituir fatores de risco para asma e outras doenças alérgicas em crianças e adolescentes angolanos. Portanto, é necessário que sejam desenvolvidos planos de gestão e prevenção de forma a diminuir a exposição a estes fatores de risco e aumentar o acesso aos cuidados básicos de saúde. Os nossos resultados, obtidos na província do Bengo, mostraram uma prevalência muito baixa de atopia, se compararmos com outros estudos realizados em países africanos. As sensibilizações alérgicas mais frequentes foram por ácaros do pó doméstico, seguidos de baratas e fungos, tal como acontece em outras regiões de África, e não foi encontrada nenhuma relação entre sensibilizações atópicas e doenças alérgicas. Também não encontrámos uma relação significativa entre local de residência (urbano ou rural), sexo e grupo etário e o risco de se estar sensibilizado a aeroalergénios. Isso contrasta com vários outros estudos em crianças, particularmente em relação à área de residência. Observámos que cerca de 36% das nossas crianças estavam infetadas por helmintas, sendo o mais frequente o Ascaris lumbricoides, sem diferenças significativas entre sexos, idade e área de residência, contudo não encontrámos qualquer relação entre atopia, asma, rinite ou eczema e infeção por helmintas. Como demonstrámos no nosso estudo realizado numa região de elevada prevalência de infeção por helmintas, na província do Bengo, não foi encontrada nenhuma relação significativa entre infeção por helmintas e a expressão de atopia ou de doenças alérgicas, nomeadamente asma, rinite e eczema. Portanto, estudos mais alargados e com uma abordagem integrada, incluindo vários fatores sociodemográficos e ambientais mais abrangentes, serão necessários, para se esclarecer melhor esta temática.Introduction: Asthma is an important cause of chronic morbidity worldwide, and there is evidence that its prevalence has been increasing considerably, not only in high-income countries but also in low- and middle-income countries, especially in children. Its growing impact has been associated with increases in prevalence of other allergic diseases such as rhinitis and eczema, with repercussions on quality of life of its patients. Asthma is a major cause of observation and hospitalization in emergency services in most countries, and is also an important cause of disability, with an impact on quality of life of patients and their families. It is also a cause of mortality, especially in low- and middle-income countries, where access to basic health care is limited. Despite enormous scientific advances in pathophysiology and treatment, asthma continues to have a high economic burden worldwide, with hospital consultations, hospitalizations, medications, absences from work and school, due to exacerbations and, in cases of more severe asthma, disability related to disease. The increase in prevalence of asthma, observed in several countries, is probably related to changes in the environment and its determinants, and thus asthma requires special attention and commitment from everyone to reduce its burden in terms of morbidity and even mortality. The few studies carried out in Africa showed that asthma is also a disease with high morbidity in this continent, with similar prevalence to that of many countries in the world, especially in children. In fact its prevalence, as well as allergic diseases such as rhinitis and eczema, has also been increasing although, due to lack of data, it is believed that true prevalence may be underestimated. In Angola, asthma represents one of main causes of healthcare, especially in children, in emergency services and in pulmonology outpatient clinic. However, there are no published studies on the incidence or prevalence of asthma or allergic diseases, nor on its characteristics or factors of risk factors in the Angolan population. Thus, the main objective of this thesis was to study the prevalence of asthma and allergic diseases, environmental factors and clinical characteristics, in Angolan children and adolescentes. The specific objectives were: (1) To determine the prevalence and clinical characteristics of asthma and allergic diseases, including rhinitis and eczema in 6-7 and 13-14 year-old children from Luanda; (2) To characterise risk factors for asthma, including environmental, in these children in Luanda; (3) To evaluate the profile of allergic sensitisations and its relationship with asthma, allergic rhinitis and atopic eczema, as well as its relationship with helminth infections in 5 to 14 year-old children from Bengo ; (4) To determine the prevalence of helminth infection and its relationship with asthma and allergic diseases, including rhinitis and eczema, in 5 to 14 year-old children from Bengo (5) Evaluate the current evidence, through a systematic review and meta-analysis, about a possible relationship between helminth infection and expression of atopy and allergic diseases, worldwide. Methodology: This thesis consists of four studies. These include two cross-sectional studies in which we assessed the prevalence of asthma, rhinitis and eczema in 6-7 and 13-14 year-old children in Luanda province, capital of Angola, where the majority of population lives in urban area, with better socioeconomic status and better family income. In addition, we also carried out two other cross-sectional studies in which main focus was the assessment of allergic sensitisation profiles and relationship between helminth infection and asthma and atopy in 5 to 14 year-old children living in urban and rural areas, in Bengo province, a region where prevalence of helminth infection is moderately high and majority of population has a lower level of education, socioeconomic status and family income. Finally, we carried out a protocol for a systematic review and meta-analysis on a possible relationship between helminth infection, atopy and allergic diseases in a worldwide context. Data were collected by completing ISAAC questionnaires for children and adolescents, with questions that are specific for asthma, allergic rhinitis, and atopic eczema, and with demographic and environmental issues, using a translated and validated Portuguese version. For Bengo study, a questionnaire was added involving data on helminth infection, access to medical assistance and history of previous treatments. Respiratory function was studied by measuring peak expiratory flow (PEF) in all children with symptoms of current asthma which was defined in presence of symptoms of current asthma associated with PEF values below 80% of predicted. Atopy was defined by positive skin prick tests (SPT), mono -sensitisation was defined on basis of sensitivity to a single aeroallergen and poly-sensitisation by sensitivity to two or more unrelated aeroallergens. Helminth infection was defined by presence of helminths in form of adult worms, segments of worms, eggs or larvae in feces, by the ParasiTrap ® (qualitative) concentration method and Kato-Katz quantitative method, in each of stool samples collected, in children who participated in the study. The systematic review protocol about the relationship between presence of helminth infection and the expression of atopy and allergic diseases worldwide was carried out according to PRISMA guidelines, for this type of studies. Results: These were the first studies of asthma and allergic diseases in Angolan population and one of few carried out in African children. In 6-7 year-old children, prevalence of asthma was 15.8%, with no significant differences between boys and girls, and bronchial obstruction was confirmed in 8% of asthmatics. Prevalence of rhinitis was 19% and that of eczema 22%, also without differences between genders. Rhinitis was clearly associated with asthma symptoms. Rhinitis and eczema, use of Split- type air conditioning as a cooling system at home, frequent use of paracetamol, use of antibiotics and active maternal smoking during children's first year of life were significantly associated with increased risk of having asthma, while the use of electric stove for cooking was protective. In 13-14 year-old adolescents, prevalence of asthma was 13.4%, being significantly higher in girls compared to boys, and 10% of asthmatics had moderate bronchial obstruction. Prevalence of rhinitis was 27% and that of eczema 20%, both more prevalent in girls. Rhinitis was associated with more asthma symptoms. Rhinitis and eczema, the use of Split- type air conditioning as a home cooling system and frequent use of paracetamol were significantly associated with an increased risk of having asthma. For 5 to 14 year-old children from Bengo province, prevalence of allergic sensitisation was low (8%) and most sensitised children were asymptomatic. Most frequent allergic sensitisations involved mites, cockroaches or fungi, and a considerable proportion of children (43.9 %) were polysensitised. No relationship was detected between allergen-specific sensitisation and asthma, rhinitis or eczema. Prevalence of helminth infections in our study was 35.7% and there were no significant differences between genders, age groups and children living in urban or rural areas. Also, in general terms, we found no direct or inverse association between helminth infection and expression of asthma, allergic diseases or atopy in these children. Finding such a low prevalence of atopy associated with lower prevalence values for asthma and allergic diseases than those observed in Luanda, in an area with a relatively high prevalence of helminth infections, raised the question of whether such an inverse relationship had to do with presence of these infections in children. However, our results did not show a significant relationship between prevalence, type, burden or intensity of helminth infection, and prevalence of atopy, detected by SPT, or even asthma and other allergic diseases. Therefore, in order to better clarify this relationship, we proposed to carry out a systematic review on the subject, the protocol of which is part of this thesis. Discussion and conclusions: Asthma is undoubtedly a public health problem worldwide, often being associated with allergic diseases and atopy, with greater relevance in children and adolescents, as documented by several studies. In Africa, although there are few studies, the epidemiological data also point to a major concern of public health, because asthma is a leading cause of care in health facilities, in urban and rural communities where sanitation conditions and access to basic health care are limited. Our results revealed a high prevalence of asthma, rhinitis and eczema, and prevalence of asthma was higher in 6-7 year-old children, although rhinitis and eczema were higher in 13-14 year-old adolescents in Luanda, while in Bengo's children the prevalence o

    Factors associated with poor asthma symptom control in adult Angolan regularly seen at an outpatient respiratory clinic

    Get PDF
    Background: Asthma is one of the most common chronic respiratory diseases and one of the most frequent causes of hospital care. Objectives: To describe the clinical characteristics of asthma and factors associated with its control. Methods: A cross-sectional study was conducted at the Military Hospital in Luanda, from April 2018 to March 2019. Data collection was performed using questionnaires on asthma symptoms and treatment, socio-demographic and environmental questions, and a Global Initiative for Asthma (GINA) questionnaire to assess the level of asthma control. Ordinal logistic regression analyses were performed. We estimated odds ratios, for higher categories of asthma control. P<0.05 was considered significant. Results: The sample consisted of 305 asthmatics ≥18-years-old, 56% women, with a mean age of 41.3 years. About 28% of patients had controlled asthma, 36% partially controlled and 35% uncontrolled. Poor asthma control was associated with frequent use of short-acting beta-2 agonists [OR 5.70 (95%CI 2.37;13.7)], oral corticosteroids [OR 3.68 (95%CI 2.24;6.04)], and incorrect inhaler technique [OR 4.08 (95%CI 1.25;13.3)]. Conclusions: A significant number of adults living in Luanda have uncontrolled asthma due to the under-use of inhaled corticosteroid therapy. It is necessary to develop strategic management and prevention plans to improve Angolan asthmatics' medical care.info:eu-repo/semantics/publishedVersio

    The impact of the ABO/Rh blood group on susceptibility and severity among COVID-19 patients in Luanda, Angola

    Get PDF
    SARS-CoV-2 is a public health concern worldwide. Identification of biological factors that could influence transmission and worsen the disease has been the subject of extensive investigation. Herein, we investigate the impact of the ABO/Rh blood group on susceptibility and severity among COVID-19 patients in Luanda, Angola. This was a multicentric cohort study conducted with 101 COVID-19 patients. Chi-square and logistic regression were calculated to check factors related to the worsening of the disease and deemed significant when p<0.05. Blood type O (51.5%) and Rh-positive (93.1%) were the most frequent. Patients from blood type O had a high risk to severe disease [OR: 1.33 (95% CI: 0.42 - 4.18), p=0.630] and hospitalization [OR: 2.59 (95% CI: 0.84 - 8.00), p=0.099]. Also, Rh-positive blood type presented a high risk for severe disease (OR: 10.6, p=0.007) and hospitalization (OR: 6.04, p=0.026). We find a high susceptibility, severity, hospitalization, and mortality, respectively, among blood group O and Rh-positive patients, while blood group AB presented a low susceptibility, severity, hospitalization, and mortality, respectively. Our findings add to the body of evidence suggesting that ABO/Rh blood groups play an important role in the course of SARS-CoV-2 infection.info:eu-repo/semantics/publishedVersio

    Clinical features related to severity and mortality among COVID-19 patients in a pre-vaccine period in Luanda, Angola

    Get PDF
    Background: Infection due to severe acute respiratory syndrome coronavirus 2 (SARS-CoV-2) is associated with clinical features of diverse severity. Few studies investigated the severity and mortality predictors of coronavirus disease 2019 (COVID-19) in Africa. Herein, we investigated the clinical features of severity and mortality among COVID-19 patients in Luanda, Angola. Methods: This multicenter cohort study involved 101 COVID-19 patients, between December 2020 and April 2021, with clinical and laboratory data collected. Analysis was done using independent-sample t-tests and Chi-square tests. The results were deemed significant when p < 0.05. Results: The mean age of patients was 51 years (ranging from 18 to 80 years) and 60.4% were male. Fever (46%), cough (47%), gastrointestinal symptoms (26.7%), and asthenia (26.7%), were the most common symptoms. About 64.4% of the patients presented coexistent disorders, including hypertension (42%), diabetes (17%), and chronic renal diseases (6%). About 23% were non-severe, 77% were severe, and 10% died during hospitalization. Variations in the concentration of neutrophil, urea, creatinine, c-reactive protein, sodium, creatine kinase, and chloride were independently associated with severity and/or mortality (p < 0.05). Conclusion: Several factors contributed to the severity and mortality among COVID-19 patients in Angola. Further studies related to clinical features should be carried out to help clinical decision-making and follow-up of COVID-19 patients in Angola.info:eu-repo/semantics/publishedVersio

    Country activities of Global Alliance against Chronic Respiratory Diseases (GARD): focus presentations at the 11th GARD General Meeting, Brussels

    Get PDF
    © Journal of Thoracic Disease. All rights reserved.The Global Alliance against Chronic Respiratory Diseases (GARD) is a voluntary network of national and international organizations, institutions and agencies led by the World Health Organization (WHO), working towards the vision of a world where all people breathe freely (1). GARD is supporting WHO in successfully implementing the WHO’s Global Action Plan for the Prevention and Control of Noncommunicable Diseases (NCDs) 2013–2020. The GARD report on GARD activities is published on a regular basis. Collaboration among GARD countries is critical for sharing experiences and providing technical assistance to developing countries based on each country’s needs (2). The annual GARD meeting is a unique opportunity for assembling all of the GARD participants from developed and developing countries: European countries, North and South American Countries, China, Vietnam as well as Eastern Mediterranean, and African countries. Coordinator for Management of NCDs in the WHO Department for Management of Noncommunicable Diseases, Disability, Violence and Injury Prevention (Cherian Varghese) is present at this meeting. The annual meeting of GARD is a forum for exchanging opinions in order to improve care for chronic respiratory diseases (CRDs) and to achieve the GARD goal—a world where all people breathe freely. Experts—in collaboration with WHO—are helping developing countries to achieve their projects regarding teaching, research and programming for CRD. Each year, there is a poster presentation session on country activities. Each participant is able to present his/her country activities that have been achieved since the last meeting. This is followed by discussion. In this paper, we summarize the posters presented during the 11th GARD general meeting. We hope that this will give readers of the GARD section an opportunity to learn for their countries. We can find all posters on the link: https://gard-breathefreely.org/resources-poster/.info:eu-repo/semantics/publishedVersio

    Cabbage and fermented vegetables : From death rate heterogeneity in countries to candidates for mitigation strategies of severe COVID-19

    Get PDF
    Large differences in COVID-19 death rates exist between countries and between regions of the same country. Some very low death rate countries such as Eastern Asia, Central Europe, or the Balkans have a common feature of eating large quantities of fermented foods. Although biases exist when examining ecological studies, fermented vegetables or cabbage have been associated with low death rates in European countries. SARS-CoV-2 binds to its receptor, the angiotensin-converting enzyme 2 (ACE2). As a result of SARS-CoV-2 binding, ACE2 downregulation enhances the angiotensin II receptor type 1 (AT(1)R) axis associated with oxidative stress. This leads to insulin resistance as well as lung and endothelial damage, two severe outcomes of COVID-19. The nuclear factor (erythroid-derived 2)-like 2 (Nrf2) is the most potent antioxidant in humans and can block in particular the AT(1)R axis. Cabbage contains precursors of sulforaphane, the most active natural activator of Nrf2. Fermented vegetables contain many lactobacilli, which are also potent Nrf2 activators. Three examples are: kimchi in Korea, westernized foods, and the slum paradox. It is proposed that fermented cabbage is a proof-of-concept of dietary manipulations that may enhance Nrf2-associated antioxidant effects, helpful in mitigating COVID-19 severity.Peer reviewe

    Nrf2-interacting nutrients and COVID-19 : time for research to develop adaptation strategies

    Get PDF
    There are large between- and within-country variations in COVID-19 death rates. Some very low death rate settings such as Eastern Asia, Central Europe, the Balkans and Africa have a common feature of eating large quantities of fermented foods whose intake is associated with the activation of the Nrf2 (Nuclear factor (erythroid-derived 2)-like 2) anti-oxidant transcription factor. There are many Nrf2-interacting nutrients (berberine, curcumin, epigallocatechin gallate, genistein, quercetin, resveratrol, sulforaphane) that all act similarly to reduce insulin resistance, endothelial damage, lung injury and cytokine storm. They also act on the same mechanisms (mTOR: Mammalian target of rapamycin, PPAR gamma:Peroxisome proliferator-activated receptor, NF kappa B: Nuclear factor kappa B, ERK: Extracellular signal-regulated kinases and eIF2 alpha:Elongation initiation factor 2 alpha). They may as a result be important in mitigating the severity of COVID-19, acting through the endoplasmic reticulum stress or ACE-Angiotensin-II-AT(1)R axis (AT(1)R) pathway. Many Nrf2-interacting nutrients are also interacting with TRPA1 and/or TRPV1. Interestingly, geographical areas with very low COVID-19 mortality are those with the lowest prevalence of obesity (Sub-Saharan Africa and Asia). It is tempting to propose that Nrf2-interacting foods and nutrients can re-balance insulin resistance and have a significant effect on COVID-19 severity. It is therefore possible that the intake of these foods may restore an optimal natural balance for the Nrf2 pathway and may be of interest in the mitigation of COVID-19 severity

    Estudo da Prevalência e Características Clínicas da Asma Brônquica em Crianças de 13-14 anos, da Província de Luanda, Angola

    No full text
    Introdução: A asma brônquica é uma doença inflamatória crónica das vias aéreas, e é uma importante causa de morbilidade crónica e mortalidade em todo mundo. De facto, a asma é considerada como uma das principais causas de admissão hospitalar, particularmente nas crianças. Existem no mundo cerca de 300 milhões de indivíduos com asma e há dados que demonstram que a sua prevalência tem vindo a aumentar, particularmente em crianças. Outras doenças alérgicas como a rinite e a dermatite atópica podem estar associadas a asma e constituir mesmo factores de risco para o seu agravamento. Nos poucos estudos epidemiológicos sobre a asma e doenças alérgicas realizados em África, a sua prevalência também é elevada e tem vindo a aumentar. Contudo, não há dados publicados acerca da prevalência de asma brônquica e outras doenças alérgicas em crianças angolanas. Material e Métodos: Foi realizado um estudo descritivo, transversal, observacional, utilizando a metodologia do ISAAC, na província de Luanda, Angola de Agosto a Novembro de 2014, em crianças de 13 e 14 anos. Foram selecionadas aleatoriamente, por município, 23 (12%) escolas públicas, de um total de 186 escolas públicas do 1º ciclo, do ensino secundário. Os dados foram processados e analisados no programa SPSS Statistics, versão 22.0, para análise dos valores de prevalência e de associação com factores de risco. Resultados: A prevalência de asma brônquica provável em crianças de 13 e 14 anos, na província de Luanda, Angola foi de 13,4%. Não houve diferenças estatisticamente significativas entre raparigas e rapazes e a medição do peak flow nestas crianças demonstrou que 90% tinham obstrução brônquica leve, 9% moderada e 1% grave. A prevalência de sintomas de rinite foi de 27% e a de eczema 20%, sendo ambas mais prevalentes nas crianças do sexo feminino. A presença de rinite estava associada a um maior número de episódios de tosse nocturna em crianças com asma brônquica provável. Em relação aos factores de risco analisados, a presença de rinite e de eczema, a utilização de ar condicionado do tipo Split como sistema de refrigeração, a toma frequente de paracetamol e a existência de cão no domicílio, estavam significativamente associadas com a presença de asma brônquica. Conclusão: A asma e doenças alérgicas relacionadas, como a rinite e o eczema, são um problema de saúde pública nas crianças de Luanda. Medidas preventivas e de controlo devem ser encorajadas. Há a necessidade da realização de estudos semelhantes para uma análise mais detalhada dos factores de risco e de protecção e a sua relação com a etiologia da asma e das doenças alérgicas. Crianças com episódios frequentes de tosse sem expectoração durante a noite devem ser avaliadas quanto a sintomas de rinite e asma.Introduction : Asthma is a chronic inflammatory disease of the airways, and is an important cause of chronic morbidity and mortality worldwide. In fact, asthma is regarded as one of the leading causes of hospital admissions, particularly in children. There are in the world about 300 million individuals with asthma and there is evidence that its prevalence has been increasing, particularly in children. Other allergic diseases such as rhinitis and eczema/atopic dermatitis may be associated with asthma and constitute risk factors for the latter. The few epidemiological studies on asthma and allergic diseases, performed in Africa, have shown that its prevalence is also high and has been increasing. However, there are no published data on the prevalence of bronchial asthma and other allergic diseases in angolan children. Material and methods : We conducted a descriptive, observational, cross-sectional study, using the methodology of the ISAAC study, in the province of Luanda, Angola from August to November 2014, in children aged 13 and 14 years. Twenty three (12%) public schools were randomly selected, by municipality, out of a total of 186 public schools. The data were processed and analyzed using the SPSS Statistics version 22.0 programme. Results : The prevalence of probable bronchial asthma in children aged 13 and 14 years, in the province of Luanda, Angola was 13.4%. There were no statistically significant differences between girls and boys and the measurement of peak flow in these children showed that 90% had mild bronchial obstruction, 9% moderate and 1% severe. The prevalence of symptoms of rhinitis was 27% and that of eczema was 20%, both being both more prevalent in girls. The presence of rhinitis was associated with a greater number of episodes of night cough in children with probable bronchial asthma. In terms of risk factors for asthma, the presence of rhinitis and eczema, using Split-type air conditioning as a home cooling system, the frequent intake of paracetamol, and the presence of dogs in the home were associated a higher risk of having bronchial asthma. Conclusion : Asthma and related allergic diseases, such as rhinitis and eczema, are a public health problem in children from Luanda. Preventive and control measures should be encouraged. There is a need of similar studies for a more detailed analysis of the risk and protective factors and their relation to the aetiology of asthma and allergic diseases. Children with frequent episodes of nocturnal coughing without sputum should be evaluated in terms of the presence of rhinitis and asthma

    Physicians’ perceptions of their knowledge and the preparedness of health facilities in Angola to diagnose and manage COVID-19

    Get PDF
    Background: Healthcare professionals represent a vulnerable group in terms of responding to COVID-19. Knowledge can influence healthcare professionals through the adoption of the correct attitudes and practices. The aim of this study was to evaluate, by a questionnaire, the perceptions of physicians about their level of knowledge as well as conditions in their workplaces for dealing with COVID-19. Methods: A cross-sectional study of Angolan physicians took place from 11 May to 23 June 2020. A questionnaire was electronically shared across social media and via email. Results: The sample consisted of 637 valid questionnaires; 53% of respondents were female, 41% were aged 31-40 y and 79% were from Luanda province. About 51% of physicians perceived that they had adequate knowledge about COVID-19 and 64% used personal protective equipment. These figures were higher among specialists from the province of Luanda. About 81% stated that their health units lacked the technical capacity to diagnose COVID-19. Only 35% of health units have chest tomography equipment; 44% are prepared for the care and/or isolation of patients. Only 33% of units are running intensive care units. The main concerns of physicians were training opportunities and limited access to personal protective equipment. Conclusion: The results show that it is necessary to strengthen physicians' knowledge about COVID-19, as well as to improve the conditions of the health units, so as to promote safe practices.info:eu-repo/semantics/publishedVersio
    corecore