23 research outputs found
Migração Familiar e Trabalho Infantil no Brasil Urbano
O principal objetivo desse estudo é analisar como os pais alocam o tempo dos filhos de 10 a 14 anos entre estudo e trabalho no Brasil urbano, considerando entre os possíveis determinantes, a condição de migração intersetorial da família. Para tanto, foram utilizados dados do Censo Demográfico 2000 do IBGE. A análise empírica foi dividida em duas partes. Primeiro, utilizou-se um modelo de determinação conjunta do emprego e rendimento dos pais, decompondo, em seguida, o diferencial de salários por condição de migração. Na segunda, foi empregado um modelo probit bivariado para determinação conjunta das probabilidades de frequência escolar e trabalho das crianças, que, juntamente com uma extensão da decomposição de Oaxaca-Blinder, permitiram calcular o diferencial de probabilidade atribuído à condição de migração dos pais. Os resultados apontaram que a educação formal é o principal determinante da probabilidade de trabalhar e do nível de rendimentos dos pais. Destaca-se, por um lado, a seletividade negativa dos pais e mães migrantes rural-urbanos em atributos não observados, e por outro, a positiva, dos pais migrantes urbano-urbano, quando comparados aos nativos urbanos. Na alocação do tempo das crianças, o principal determinante é o nível de educação dos pais, apresentando correlação negativa com a probabilidade de trabalhar e positiva com a probabilidade de frequência escolar. A atratividade dos mercados locais também se revelou com importante determinante do trabalho infantil. O cálculo de decomposição do diferencial de probabilidades mostrou que a condição de migração dos pais influência na alocação do tempo das crianças, ou seja, os filhos de migrantes estudam menos e trabalham mais que os filhos de nativos, com a observação de que o efeito da condição de migrante é mais influente sobre os filhos de migrantes rural-urbano, sobretudo, se os mesmos estiverem em um núcleo familiar monoparental sob responsabilidade da mãe. Por fim, os achados revelaram que o tempo de residência da família na cidade tem efeito positivo sobre as crianças, principalmente com relação à probabilidade de estudar.
Determinantes do trabalho infantil no brasil urbano: uma análise por dados em painel 2001-2009
The main goal of this paper is to investigate the determinants of child labor in urban Brazil taking into account the differences in state's income and structures of labor markets. In this intend, we estimated a set of models to account for unobserved heterogeneity using a panel of data provided by PNADs of 2001 to 2009. The findings suggest that the level of income per capita and the informality of regional markets play an important role in the intensity of child labor in the Brazilian states. Moreover, we also find temporal and intergenerational persistence of child labor in Brazil.O artigo investiga os determinantes do trabalho infantil no Brasil urbano considerando as diferenças estaduais de renda e de estruturas dos mercados de trabalho. Para tanto, foram estimados modelos com controle para heterogeneidade não observada a partir de um painel de dados das PNADs de 2001 a 2009. Os resultados sugerem que o trabalho infantil está sujeito a persistências temporal e intergeracional, por um lado, e, por outro, que sua intensidade é agravada pela condição de pobreza e pelo grau de informalidade dos mercados regionais nos estados brasileiros
Trabalho infantil no Brasil urbano: qual a importância da estrutura familiar?
O artigo investiga a importância da estrutura familiar na determinação do trabalho infantil no meio urbano do Brasil. Para tanto, foram utilizados dados do Censo Demográfico de 2010 e um modelo probit para a decisão de oferta de trabalho infantil. Os resultados mostraram que meninos, com 14 anos de idade e cujo pai (mãe) não tem instrução, são mais propensos à entrada precoce no mercado de trabalho. Também foram achadas evidências de que crianças de lares com mãe solteira têm maior chance de trabalharem quando comparadas com crianças oriundas de domicílios biparentais sob responsabilidade do pai e com padrão de renda similar. A condição desfavorável das crianças em lares monoparentais apenas é eliminada quando a renda domiciliar alcança um patamar elevado o bastante para reduzir fortemente a probabilidade de trabalho infantil. A diferença de probabilidade de trabalho infantil entre famílias monoparentais e biparentais é explicada principalmente por diferenças de comportamento entre os tipos de família
TRABALHO INFANTIL E TEORIA DO “U” INVERTIDO: EVIDÊNCIAS PARA O BRASIL
This article studies the effect of family wealth on the utilization of child labor in rural Brazil. Regarding methodology, the censored quantile instrumental variable (CQIV) was used to capture heterogeneity across the distribution of hours worked by children, also it deals with the problems of censorship and endogeneity. This paper found evidences of a negative relation between wealth, measured by land size, and child labor only for children in the lower quantiles of the distribution. On the other hand, at the median and upper quantiles this research found a non-linear relationship, supporting the hypothesis of “U invertido”. And the turning point is bigger at the upper quantile, where families have lower level of altruism. The results indicate that the preferences of the parents are the primary determinant of child labor.Este artigo investiga o efeito da riqueza familiar sobre o trabalho infantil no Brasil rural. No tocante à metodologia, para captar heterogeneidades na distribuição de horas trabalhadas das crianças e lidar com os problemas de censura e endogeneidade, utiliza-se o estimador censored quantile instrumental cariable (CQIV). Os resultados mostram uma relação negativa entre riqueza, medida pelo tamanho da propriedade de terra, e trabalho infantil no quantil inferior de horas de trabalho, enquanto nos quantis médio e superior, uma relação não linear, corroborando a hipótese do “U” invertido. Destaca-se que o turning point é maior no quantil superior, no qual as famílias têm menor nível de altruísmo. De forma geral, os principais achados deste estudo apontam as preferências dos pais como principal determinante do trabalho infantil
COVID-19 symptoms at hospital admission vary with age and sex: results from the ISARIC prospective multinational observational study
Background:
The ISARIC prospective multinational observational study is the largest cohort of hospitalized patients with COVID-19. We present relationships of age, sex, and nationality to presenting symptoms.
Methods:
International, prospective observational study of 60 109 hospitalized symptomatic patients with laboratory-confirmed COVID-19 recruited from 43 countries between 30 January and 3 August 2020. Logistic regression was performed to evaluate relationships of age and sex to published COVID-19 case definitions and the most commonly reported symptoms.
Results:
‘Typical’ symptoms of fever (69%), cough (68%) and shortness of breath (66%) were the most commonly reported. 92% of patients experienced at least one of these. Prevalence of typical symptoms was greatest in 30- to 60-year-olds (respectively 80, 79, 69%; at least one 95%). They were reported less frequently in children (≤ 18 years: 69, 48, 23; 85%), older adults (≥ 70 years: 61, 62, 65; 90%), and women (66, 66, 64; 90%; vs. men 71, 70, 67; 93%, each P < 0.001). The most common atypical presentations under 60 years of age were nausea and vomiting and abdominal pain, and over 60 years was confusion. Regression models showed significant differences in symptoms with sex, age and country.
Interpretation:
This international collaboration has allowed us to report reliable symptom data from the largest cohort of patients admitted to hospital with COVID-19. Adults over 60 and children admitted to hospital with COVID-19 are less likely to present with typical symptoms. Nausea and vomiting are common atypical presentations under 30 years. Confusion is a frequent atypical presentation of COVID-19 in adults over 60 years. Women are less likely to experience typical symptoms than men
Migração familiar e trabalho infantil no Brasil Urbano
The main objective of this study is to examine how parents allocate time for children aged from 10 to 14 years-old between study and work in urban Brazil, considering, among other possible determinants, the condition of intersectoral migration of the family. Thus, we used data from the IBGE Census 2000. The empirical analysis was divided into two parts. First, we used a model of joint determination of employment and income of parents, decomposing then, the wage gap condition of migration. Secondly, a probit bivariate model was employed for joint determination of the probability of school attendance and child labor, which, together with an extension of the Oaxaca-Blinder decomposition, allowed to calculate the differential probability attributed to the condition of migrating parents. The results showed that formal education is the main determinant of the probability of work and level of parental income. It is noteworthy, first, the selectivity of negative fathers and mothers in rural-urban migrants attributes not observed, and secondly, the positive, the urban-urban migrant parents, when compared to urban natives. At the time allocation of children, the main determinant is the level of parental education, showing a negative correlation with the probability of working and positive with the probability of school attendance. The attractiveness of local markets has also proved important in determining child labor. The calculation of decomposition of the differential probabilities showed that the condition of migration impact on parental time allocation of children, ie, migrant children are studying less and working more than the children of natives, with the observation that the effect of migrant status is more influential on the children of rural-urban migrants, especially if they are in one-parent family unit under the responsibility of the mother. Finally, the findings revealed that the residence time of the family in town has a positive effect on children, particularly with respect to the probability of studying.Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível SuperiorO principal objetivo desse estudo é analisar como os pais alocam o tempo dos filhos de 10 a 14 anos entre estudo e trabalho no Brasil urbano, considerando entre os possíveis determinantes, a condição de migração intersetorial da família. Para tanto, foram utilizados dados do Censo Demográfico 2000 do IBGE. A análise empírica foi dividida em duas partes. Primeiro, utilizou-se um modelo de determinação conjunta do emprego e rendimento dos pais, decompondo, em seguida, o diferencial de salários por condição de migração. Na segunda, foi empregado um modelo probit bivariado para determinação conjunta das probabilidades de frequência escolar e trabalho das crianças, que, juntamente com uma extensão da decomposição de Oaxaca-Blinder, permitiram calcular o diferencial de probabilidade atribuído à condição de migração dos pais. Os resultados apontaram que a educação formal é o principal determinante da probabilidade de trabalhar e do nível de rendimentos dos pais. Destaca-se, por um lado, a seletividade negativa dos pais e mães migrantes rural-urbanos em atributos não observados, e por outro, a positiva, dos pais migrantes urbano-urbano, quando comparados aos nativos urbanos. Na alocação do tempo das crianças, o principal determinante é o nível de educação dos pais, apresentando correlação negativa com a probabilidade de trabalhar e positiva com a probabilidade de frequência escolar. A atratividade dos mercados locais também se revelou com importante determinante do trabalho infantil. O cálculo de decomposição do diferencial de probabilidades mostrou que a condição de migração dos pais influência na alocação do tempo das crianças, ou seja, os filhos de migrantes estudam menos e trabalham mais que os filhos de nativos, com a observação de que o efeito da condição de migrante é mais influente sobre os filhos de migrantes rural-urbano, sobretudo, se os mesmos estiverem em um núcleo familiar monoparental sob responsabilidade da mãe. Por fim, os achados revelaram que o tempo de residência da família na cidade tem efeito positivo sobre as crianças, principalmente com relação à probabilidade de estudar
Ensaios sobre Trabalho Infantil
This dissertation encompasses three chapters that study Child Labor. Below are the
individual abstracts for each chapter.
Chapter 1: Child labor and the wealth paradox: the role of Altruistic Parents
Using data from Pakistan and quantile regression techniques, we study the effect of family
wealth on the utilization of child labor. We find evidence of a positive relationship between
land wealth and child labor only for children in the upper quantiles of the distribution.
We hypothesize that the so-called "Wealth Paradox" in child labor documented elsewhere
in the literature is driven by parental preferences.
Chapter 2: Child labor and household wealth: an analysis for rural Brazil
This chapter studies the effect of family wealth on the utilization of child labor in rural
areas of Brazil. We using data from PNAD 2012 and the Censored Quantile Instrumental
Variable (CQIV) which captures heterogeneity across the distribution of hours worked, and
it deals with the problems of censorship and endogeneity in the data. We find evidences
of a negative relationship between land wealth and child labor only for children in the
lower quantiles of the distribution. On the other hand, at the median and upper quantiles
we find a non-linear relationship, supporting the hypothesis of " U-inverted ". We need to
highlight that the turning point is bigger at the upper quantile, where families have lower
level of altruism. In general, the results indicate that the preferences of the parents are
the primary determinant of child labor.
Chapter 3: Child labor in urban Brazil: what is the role of the family structure?
The aim of this chapter is to investigate the role of single parents on child labor in urban
Brazil. We use data provided by Brazilian Demographic Census of 2010 and the models to
determine the probability of working (Probit, IV-Probit and Bivariate Probit) and the
Yun’s decomposition to capture the differences at the probability of child labor attributed
to the difference in behavior between single-parent families, headed by the mother, and
two-parent, headed by his father. The results show that boys, age 15 whose parents have
low level of education are more likely to work. We also found evidences that children in
single-parent homes are more likely to work when compared with children in two-parent
households in the father’s responsibility, noting that the most vulnerable scenery for the
child is to live in a single parent home with no widowed mother. And the difference in
child labor between the two groups of families is mainly due to their unobserved behaviors.Esta tese compreende 3 capítulos sobre o tema Trabalho Infantil. Abaixo seguem-se os
resumos individuais de cada capítulo.
Capítulo 1: Trabalho infantil, paradoxo da riqueza e altruísmo: o caso do Paquistão
Utilizando dados do Paquistão e a técnicas de regressão quantílica, esse capítulo analisa o
efeito da riqueza familiar na utilização de trabalho infantil. As evidências apontam uma
relação positiva entre riqueza da terra e trabalho infantil apenas nas crianças que estão no
quantil superior da distribuição de horas trabalhadas. Dessa forma, a hipótese derivada
desse estudo é de que o chamado “paradoxo da riqueza” do trabalho infantil documentado
na literatura é impulsionado por preferências dos pais.
Capítulo 2: Trabalho infantil e riqueza familiar: uma análise para o Brasil rural
O capítulo investiga o efeito da riqueza familiar sobre o trabalho infantil no meio rural do
Brasil. Para tanto, foram utilizados dados da PNAD 2012 e o Censored Quantile Instrumental
Variable (CQIV), que permite captar heterogeneidades ao longo da distribuição
de horas trabalhadas, e, ainda, lida com os problemas de censura e endogeneidade nos
dados. Os resultados mostraram uma relação negativa entre riqueza, medida pelo tamanho
da terra, e trabalho infantil no quantil inferior de horas de trabalho infantil, enquanto
nos quantis médio e superior, uma relação não linear, corroborando a hipótese do “U
invertido”. Destaca-se que o turning point é maior no quantil superior, onde as famílias
tem menor nível de altruísmo. Em geral, os resultados apontam as preferências dos pais
como principal determinante do trabalho infantil.
Capítulo 3: Trabalho infantil no Brasil urbano: qual a importância da estrutura familiar?
O capítulo investiga a importância da estrutura familiar na determinação do trabalho
infantil no Brasil urbano. Para tanto, foram utilizados dados do Censo Demográfico de
2010 e modelos de determinação da probabilidade de trabalhar (Probit, IV-Probit e Probit
Bivariado) e a decomposição de Yun para captar o diferencial de probabilidade de trabalho
infantil atribuído à diferença de comportamento entre os tipos de famílias. Os resultados
mostraram que meninos, com 15 anos de idade e cujo pai (mãe) não tem instrução são mais
propensos à entrada precoce no mercado de trabalho. Também foram achadas evidências
que crianças em lares monoparentais têm maior chance de trabalhar quando comparadas
com crianças em domicílios biparentais sob responsabilidade do pai, destacando que o
cenário de maior vulnerabilidade para a criança é viver em um lar monoparental com mãe
não viúva. E, ainda, a diferença de probabilidade de trabalho infantil entre os grupos de
análise é explicada principalmente por diferenças de comportamento entre os tipos de
família