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Perspectivas dos adolescentes sobre os profissionais e os serviços de saúde : preferências, barreiras e satisfação
Tese de doutoramento, Psicologia (Psicologia da Saúde), Universidade de Lisboa, Faculdade de Psicologia, 2016A adolescência é um período de desenvolvimento crucial para a aquisição de padrões de comportamentos de saúde e de utilização dos serviços de saúde, que tendem a manter-se na idade adulta. Na perspetiva dos profissionais, os adolescentes procuram menos os cuidados de saúde do que seria desejável para prevenir as consequências dos comportamentos de risco comuns nesta fase. As condições dos serviços de saúde e as atitudes dos profissionais desempenham um papel decisivo na procura dos cuidados de saúde pelos adolescentes, considerada essencial para a sua saúde e bem-estar. No entanto, conhecemos muito pouco o que pensam e preferem os adolescentes Portugueses sobre estas questões. A participação ativa dos jovens, dando voz às suas ideias, nas questões da saúde é um excelente ponto de partida para informar as práticas dos profissionais e as políticas de saúde sobre as mudanças necessárias a cuidados mais apropriados às suas preferências e necessidades. O objetivo geral deste estudo foi, assim, compreender as perspetivas dos adolescentes sobre os profissionais e os serviços de saúde. Realizaram-se dois estudos transversais e sequenciais. O primeiro, exploratório e qualitativo incluiu duas fases. Na primeira, a partir da discussão em quatro grupos focais com 33 adolescentes, identificou-se um conjunto de ideias, expetativas e preferências dos adolescentes sobre os cuidados de saúde, posteriormente, clarificadas e hierarquizadas através de quatro grupos nominais. No total participaram, 64 rapazes e raparigas, entre os 13 e os 18 anos, a frequentarem escolas públicas em Lisboa. O segundo estudo, de natureza quantitativa, partindo dos resultados do estudo preliminar e da literatura atual, constou da construção de um questionário e sua aplicação a 982 adolescentes, entre os 13 e os 19 anos, de escolas públicas e privadas de Lisboa. Este questionário avaliou diferentes componentes onde se procurou identificar e analisar as qualidades dos profissionais e dos serviços de saúde preferidas pelos adolescentes, o tipo de barreiras percebidas na procura dos serviços de saúde, bem como o seu grau de (in)satisfação com os mesmos. Em simultâneo, averiguou-se como é que a idade, o género, NSE e a frequência habitual de utilização dos serviços de saúde, influenciavam os padrões e dimensões encontradas nos vários domínios estudados. No conjunto dos resultados destacaram-se as preferências dos adolescentes por condições de higiene e limpeza nos serviços associadas aos cuidados de assepsia dos profissionais, que também foram um importante motivo de satisfação. Nas dimensões emergentes realçaram-se as competências profissionais e técnicas, bem como as competências comunicacionais dos profissionais, seguidas dos aspetos relativos à relação profissional. A dimensão da privacidade e confidencialidade surgiu muito valorizada como preferência e foi considerada a barreira mais importante na procura dos cuidados de saúde, seguida da pouca valorização da saúde e da ajuda dos profissionais pelos adolescentes. A acessibilidade e as condições de espaço emergiram como uma preferência importante ao nível dos serviços, o que não aconteceu quando considerada como barreira. Salientou-se uma maior satisfação com os profissionais do que com os serviços, destacando-se a insatisfação com os longos tempos de espera e a desorganização dos serviços, bem como a satisfação com o atendimento simpático e acolhedor, por profissionais competentes. Na opinião dos adolescentes parece caber aos profissionais um papel central nos cuidados de saúde, onde assumem uma posição que prevalece em relação às condições dos serviços. No padrão de preferências e de barreiras destacam-se aspetos que podemos associar ao desenvolvimento na adolescência sugerindo, no entanto, alguma influência dos contextos específicos dos serviços. Assinalam-se também alguns efeitos da idade, do género, do NSE e frequência habitual de utilização. O conjunto das ideias dos adolescentes informa sobre a necessidade de cuidados centrados no adolescente, e a importância de implementar nas práticas de cuidados e na formação dos profissionais os requisitos preconizados para os serviços de saúde “amigos” dos adolescentes, no sentido da promoção da saúde e do desenvolvimento pelo encontro entre o adolescente e o profissional.Adolescence is a crucial period of development for the acquisition of patterns of health behaviors and healthcare services use, which tend to remain in adulthood. From the perspective of healthcare providers, adolescents seek less healthcare than it would be desirable in order to prevent the consequences of common risk behaviors at this age. The conditions of healthcare services and the attitudes of healthcare providers play a decisive role in adolescents´ healthcare seeking, which is considered essential to their health and well-being. However, we know very little about what Portuguese adolescents think about and prefer regarding these issues. The active participation of young people, giving voice to their ideas on health issues, is an excellent starting point to inform the practices of healthcare providers and the health policies about the changes necessary to implement healthcare that prove to be more appropriate to their needs and preferences. Thus, the purpose of this study was to understand adolescents' perspectives on healthcare providers and health services. Two cross-sectional and sequential studies were conducted. The first one, exploratory and qualitative, included two phases. The first phase involved four focus groups with 33 adolescents, and allowed the identification of a set of ideas, expectations and preferences about healthcare, later clarified and prioritized through four nominal groups. Overall, 64 boys and girls between 13 and 18 years, attending public schools in Lisbon, participated. The second study, quantitative, based on the results of the preliminary study and the current literature, comprised the construction of a questionnaire and its application to 982 adolescents between 13 and 19 years, from public and private schools in Lisbon. This questionnaire assessed different components from which we sought to identify and analyze the qualities of healthcare providers and services that adolescents prefer the type of perceived barriers to healthcare seeking and the degree of (dis) satisfaction with healthcare providers and services. Additionally, we determined how age, gender, SEL and the usual frequency of use of health services affected the patterns and dimensions found in the various fields studied. Considering overall results, the preferences of adolescents for conditions of hygiene and cleanliness in services associated with aseptic precautions of health providers stood out. These were also an important source of satisfaction. In terms of emerging dimensions, greater preference was also given to professional and technical competences, as well as communication skills of health providers, followed by aspects related to the professional-patient relationship. The dimension of privacy and confidentiality emerged as a highly valued preference and was considered the most important barrier to healthcare seeking, followed by adolescents’ reduced valorization of health and healthcare providers’ support. Accessibility and space conditions emerged as an important preference in terms of services, but were not identified as barriers. Higher satisfaction with health providers than with the services was evident highlighting the dissatisfaction with the long waiting times and the disorganization of health services, as well as the satisfaction with the friendly and welcoming service provided by competent healthcare providers. According to adolescents, professionals play a central role in healthcare and assume a prevailing position over the conditions of the services. In terms of the patterns of preferences and barriers, aspects that can be associated to the development during adolescence stood out, however, suggesting some influence of the specific contexts of health services. Our results also point out some effects of age, gender, social educational level and usual frequency of use of health services. Taken together, these results about the ideas of adolescents may inform on the need for adolescents’ centered care and highlight the importance of implementing clinical practices and professional training adjusted to the recommended requirements for “adolescents friendly health services”, in order to promote health and development of youth through incrementing the encounter between adolescents and healthcare providers
Os acidentes infantis: Factores socio-cognitivos do comportamento de prevenção dos pais face ao risco de intoxicação da criança no espaço doméstico
Enquanto os acidentes de viação são mais frequentes
nos jovens, os acidentes domésticos predominam
nas crianças, sobretudo no grupo etário do 1 aos 4
anos, constituindo uma das maiores ameaças a sua
saúde. As intervenções educacionais junto dos pais no
sentido da prevenção não têm revelado a eficácia
desejada, a incidência mantém-se elevada, como é o
caso das intoxicações infantis. Como são os pais que
controlam o espaço doméstico e definem as regras de
segurança em casa, a prevenção dos acidentes domésticos
na criança depende sobretudo da importância que
eles atribuem a esta questão. Abordando o comportamento
preventivo dos pais numa perspectiva cognitivista
(Peterson et al., 1990), pretende-se neste estudo
compreender os factores socio-cognitivos que mediatizam
os comportamentos de segurança das mães relativos
a intoxicação doméstica nos seus filhos. O Modelo
das Crenças de Saúde (Becker & Maiman, 1975)
e a Teoria do Comportamento Planeado (Ajzen &
Madden, 1986) orientaram as predições deste estudo,
onde participaram 186 mães de crianças dos 9 aos 15
meses de idade. Os resultados fornecem sugestões importantes
ao nível das estratégias de intervenção educacional
a estabelecer pelos técnicos de saúde junto dos pais, como a elaboração de programas de prevenção
mais ajustados as suas crenças, visando o seu
maior envolvimento em práticas de segurança doméstica.Accidents are still an important cause of death
among children and adolescents. While traffic accidents
are more frequent for this iate group, home injuries
are still the more usual type life threat for children
between 1 and 4 years old. The prevention of home
in.jury has been approached through educational strategies,
but they do not seem efficient to lower the
incidency rate of some types of home accidents, such
as non intentional poisoning. As the accidents occur
mainly at home, the modification of hazardous household
practices (specifically unproper storage of poisonous
substances) may be seen as an important goal.
In this study, preventive behaviour of caregivers was
approached from a cognitive perspective (e.g. Petersen
et ai., 1990), to understand the factors underlying the
intention of safe storing of poisonous substances. The
Health Belief Model (Becker & Maiman, 1975) and
the Theory of Planned Behaviour (Ajzen & Madden,
1986) were used to define the predictive variables used
in this study. 186 mothers of children between 9 and
15 months were subjects in this study. Results show
that the Theory of Planned Behaviour can account for
a greater variance of the results than the Health Belief
Model, but an integratíon of the two models significantly
higher the levels of explained variance. Our
results have also some practical consequences to the
content and design of future intervention programmes
to prevent unintentional poisoning at home.info:eu-repo/semantics/publishedVersio
Consumo de álcool, tabaco e droga em adolescentes: Experiências e julgamentos de risco
A elevada prevalência de consumo de substâncias psicoactivas nos
adolescentes e a alteração nos padrões de consumo constituem uma ameaça à sua
saúde, bem-estar e qualidade de vida. Pretende-se assim contribuir para a compreensão
do problema, através do estudo de algumas variáveis implicadas neste processo.
Este estudo, inserido numa investigação mais vasta sobre o tema, tem como objectivos
analisar o papel da experiência de consumo dos adolescentes nos julgamentos de
risco, e verificar a influência do sexo e idade conjuntamente com as práticas de
consumo nos julgamentos de risco.
Participaram 585 estudantes dos 10º, 11º e 12º anos de escolas secundárias públicas
de Lisboa, através do preenchimento de um questionário que permite caracterizar a
sua experiência de consumo assim como a estimativa de risco face a situações/
/cenários construídos para o efeito. Os resultados revelaram que os adolescentes que
não consomem percepcionam-se como mais susceptíveis às consequências negativas
destes consumos quando comparados com os que têm essa experiência; e quanto
maior o seu envolvimento nos consumos menor a estimativa de risco, à excepção do
tabaco que parece ser, para a maioria, a substância mais ameaçadora, apesar de muitos
continuarem a fumar. Na generalidade, são as raparigas, os adolescentes mais novos e
os que possuem menos experiência que apresentam maior percepção de risco.
Estes resultados apontam para alguns aspectos relevantes, a equacionar no planeamento
e implementação de estratégias de prevenção e educação para o risco, no
âmbito dos comportamentos de consumo nos jovens. ------ ABSTRACT ------ The elevated prevalence of substance use in adolescents associated to
the change of consumer patterns are an important threat for their health, well-being
and quality of life. This study attempts to contribute to a better understanding of this
problem, studying some of the variables involved in this process.
The current work, developed in the context of a larger study, was aimed to analyse the
role of adolescents’ consumption experiences in risk judgments, and examine the
influence of gender and age jointly with their practices of substance use in risk
judgments. Five hundred and eighty-five students (10th to 12th grades) of high
schools in Lisbon completed a questionnaire that made it possible to characterize their
experiences of consumption, as well as the risk estimate faced in some constructed
situations. The results showed that adolescents without experience of consumption estimated
their chance of experiencing a negative outcome resulting from that behaviour as
more likely than adolescents with such experience. Moreover, the higher the level of
their involvement in substance use the perception of risk was actually lower. Smoking
was the exception and that seemed to be, for the majority, the most health threatening
substance. In spite of this, many of them will continue or would smoke. Generally,
there are the girls, the younger adolescents and those that have less experience that
showed a higher perception of risk.
These results have emphasized some implications in developing prevention
programmes and risk education linked to adolescents’ substance use
La literatura como ideología y la crítica literaria
Dada a importância que os comportamentos suicidários assumem nos adolescentes, torna-se pertinente a análise dos sentidos associados ao suicídio no campo particular da sua construção social. Várias investigações evidenciam que, o modo como as pessoas constróem explicações para os acontecimentos, não só se baseia nas crenças e experiências dos seus grupos de pertença, como determina comportamentos. Neste primeiro artigo, integrado numa investigação mais ampla sobre as representações sociais do suicídio em adolescentes, analisa-se o tipo de explicações queos jovens dão para este fenómeno, em função do sexo, idade, ano de escolaridade, região e ideação suicida.Participaram no estudo 822 adolescentes, entre os 15 e os 23 anos, estudantes dos 10.º, 11.º e 12.º anos de escolas secundárias de Évora, Guimarães, Lisboa e Santarém. Os resultados sugerem que estamos perante uma representação hegemónica das explicações do suicídio. Esta varia com o sexo, a idade e o ano de escolaridade, assim como com a região onde os jovens estudam e, também, com o facto de terem tido ou não ideação suicida. Tendo em conta a necessidade de responder adequadamente a tal diversidade, estes resultados assumem particular relevância no planeamento de estratégias preventivas
Adaptação transcultural Brasil-Portugal da Escala Brief Cope para estudantes do ensino superior = Transcultural adaptation Brazil-Portugal of the Brief Cope Scale for college students
Representações sociais do suicídio em estudantes do ensino secundário
Dada a importância que os comportamentos suicidários
assumem nos adolescentes, torna-se pertinente a
análise dos sentidos associados ao suicídio no campo
particular da sua construção social. Várias investigações
evidenciam que, o modo como as pessoas constróem
explicações para os acontecimentos, não só se
baseia nas crenças e experiências dos seus grupos de
pertença, como determina comportamentos.
Neste primeiro artigo, integrado numa investigação
mais ampla sobre as representações sociais do suicídio
em adolescentes, analisa-se o tipo de explicações que
os jovens dão para este fenómeno, em função do sexo,
idade, ano de escolaridade, região e ideação suicida.
Participaram no estudo 822 adolescentes, entre os
15 e os 23 anos, estudantes dos 10.º, 11.º e 12.º anos de
escolas secundárias de Évora, Guimarães, Lisboa e
Santarém.
Os resultados sugerem que estamos perante uma
representação hegemónica das explicações do suicídio.
Esta varia com o sexo, a idade e o ano de escolaridade,
assim como com a região onde os jovens estudam e,
também, com o facto de terem tido ou não ideação
suicida.
Tendo em conta a necessidade de responder adequadamente
a tal diversidade, estes resultados assumem
particular relevância no planeamento de estratégias
preventivas. ------ ABSTRACT ------ Given the importance of suicidal behavior in adolescents
are concerned, the analysis of the meanings
associated with suicide in the specific area of their social
construction becomes a pertinent task. Various research
projects underline the fact that the way people
construct explanations for events is not merely based
on beliefs and experiences of their origin groups, it also
shapes behavior.
In this first article, integrated in a wider research on
adolescent social representations of suicide, the type of
explanations that young people find for this phenomenon
are analyzed, taking into account gender, age
group, level of schooling, region, and suicide ideation.
822 adolescents have participated in this project,
ages ranging from 15 to 23 years old, enrolled in the
10th, 11th, and 12th grades, belonging to Évora, Guimarães,
Lisboa and Santarém public schools.
The results suggest that we aren’t facing a hegemonic
representation of suicide explanations. Such representation
varies according to age, gender and level of
schooling, as well as according to the region where
these young people study, and also to the occurrence or
lack of occurrence of suicide ideas.
Taking into account the need for an adequate response
to such diversity, these results take on particular
relevance when preventing strategies are being planned
Comportamentos de saúde e bem-estar dos estudantes do ensino superior politécnico: um diagnóstico a partir da perspetiva dos estudantes
Em boa hora o CCISP e o Fórum Nacional do Álcool e Saúde decidiram produzir o estudo
que temos oportunidade de ler e de beneficiar das suas conclusões. Olhar para os
comportamentos de saúde e bem-estar dos estudantes, neste caso do Ensino Politécnico, a
partir da sua perspetiva e das suas perceções permite uma abordagem rica, na ‘primeira
pessoa’ e com um novo ângulo de análise que constitui uma mais valia relevante, quer do
ponto de vista científico, mas também das pistas que lança para uma intervenção informada
e baseada na evidência por parte das instituições de Ensino Superior.
Este trabalho robusto beneficia de uma vasta equipa de docentes e investigadores do Ensino
Superior Politécnico, sinónimo da sua capacidade de atuar em rede, de co-construir
conhecimento e de melhor conhecer a realidade que vivenciamos de uma forma tão
próxima no nosso dia a dia. São mais de 20 instituições envolvidas, num universo de mais
de cem mil estudantes. Enquanto Presidente do CCISP gostaria de manifestar o
reconhecimento em nome de todas as instituições e de valorizar este trabalho em parceria,
que acrescenta sempre. Desenhado a partir de uma rede informal, tem-se revelado um
poderoso instrumento de partilha e co-desenho de novos projetos que beneficiam cada uma
e todas as instituições, reflexo do espírito colaborativo existentes entre as instituições
Politécnicas.info:eu-repo/semantics/publishedVersio
Prevenção da intoxicação não intencional infantil no espaço doméstico: A importância dos factores socio-cognitivos do pais
Dissertação de Mestrado em Psicologia EduacionalOs acidentes domésticos não intencionais são ainda actualmente, uma importante causa de mortalidade e morbilidade, essencialmente em crianças com idade inferior a quatro anos. Entre os vários tipos de acidentes que ocorrem, é de salientar o número ainda elevado de intoxicações, sobretudo por medicamentos e produtos de uso doméstico.
O meio físico e os comportamentos das crianças e dos seus "cuidadores" podem constituir factores de risco à sua ocorrência. No entanto, nestas idades, a protecção das crianças no espaço doméstico depende fundamentalmente dos pais. Mas, apesar dos programas educacionais que lhes têm sido dirigidos, a incidência destes acidentes, mantém-se em níveis elevados, em alguns casos tem até aumentado. É esse o caso das intoxicações não intencionais, o tipo de acidente em que se centra este estudo.
Partindo do pressuposto, que a mudança dos comportamentos dos pais relativos à segurança na criança, só poderá ocorrer, se os programas de intervenção incidirem sobre as suas formas de pensar e de agir, assumindo assim, a mediação cognitiva das suas práticas, pretende-se neste trabalho contribuir para a identificação e compreensão de factores socio-cognitivos subjacentes à intenção das mães de colocar os produtos perigosos fora do alcance das crianças. Para a conceptualização teórica do problema, foram utilizados fundamentalmente, o Modelo das Crenças de Saúde (Becker & Maiman, 1975) e a Teoria do Comportamento Planeado (Ajzen & Madden 1986), pretendendo-se testar a utilidade de cada um deles na predição da intenção comportamental das mães.
Os dados foram obtidos através da aplicação de um questionário a 186 mães de crianças entre os 9 e os 15,5 meses de idade, de ambos os sexos.
De acordo com os resultados obtidos ambos os modelos se adequam à predição da intenção das mães de adoptar o comportamento de prevenção, embora a Teoria do Comportamento Planeado tenha um nível de explicação de variância superior ao do Modelo das Crenças de Saúde. No entanto, a integração das variáveis dos dois modelos, permite um aumento do nível de variância explicada, contribuindo significativamente para a explicação da intenção das mães; a atitude face ao comportamento, os benefícios percebidos do comportamento de prevenção, a responsabilidade percebida face à segurança doméstica dos filhos, o controlo comportamental percebido face a tal comportamento e a ameaça percebida relativa à intoxicação doméstica na criança.
Com base nestes resultados, definem-se algumas implicações na divulgação de acções de prevenção, nomeadamente ao nível de intervenções educacionais mais ajustadas às crenças e valores dos pais
Consumo de substâncias ilícitas nos estudantes do ensino superior
O consumo de substâncias pelos jovens
em contexto académico tornou-se numa questão
preocupante de saúde pública, pelas alterações que
podem resultar nos estilos de vida. O consumo de
substâncias psicoativas inicia-se habitualmente durante
a adolescência, quando o indivíduo ainda frequenta
o ensino secundário, ocorrendo maioritariamente
em ambientes noturnos e festivos, sendo que na
Universidade os consumos têm tendência para aumentar
e se diversificar (Calderón Romero, & Cáliz- Romero, 2015).
Relativamente ao consumo de substâncias psicoativas
ilícitas, em Portugal, para a população geral, de entre as
várias substâncias existentes, a cannabis é a que apresenta
maior prevalência de consumo. As restantes substâncias
ilícitas apresentam prevalências de consumo inferiores a
1,50% (Balsa et al., 2018).info:eu-repo/semantics/publishedVersio
Saúde e bem-estar dos estudantes do ensino superior politécnico: sono e repouso
O sono e o repouso constituem o ritmo
biológico base da espécie humana e são fundamentais
para uma boa saúde e qualidade de vida, com especial
significado em crianças e jovens. Dormir bem é
fundamental para a recuperação física e psíquica
do indivíduo, indispensável para a consolidação da
memória, termorregulação, conservação da energia e
do metabolismo energético cerebral. As suas alterações
interferem no funcionamento físico, ocupacional,
cognitivo e social do indivíduo, comprometendo a
qualidade de vida (Fonseca, Zeni, Flügel, Sakae, &
Remor, 2015).info:eu-repo/semantics/publishedVersio