63 research outputs found

    INSIGHTS SOBRE A REPRESENTAÇÃO DAS VOGAIS PRÊTONICAS NO PORTUGUÊS DO BRASIL: DADOS DE DESENVOLVIMENTO FONOLÓGICO E DE ESCRITA INICIAL

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    Neste artigo, dados de aquisição da linguagem oral e escrita são analisados e discutidos a fim de que se possa refletir sobre a representação das vogais prêtonicas, especificamente aquelas que no sistema vocálico adulto estão sujeitas a regras variáveis tais como a harmonia vocálica e o alçamento. Os dados da fala de uma criança acompanhada longitudinalmente apontam para um sistema pretônico de duas alturas que gradualmente passa a três. Os dados de escrita, por seu turno, apontam à consolidação do sistema vocálico correspondente àquele descrito como sistema-alvo. Duas ideias centrais acerca das representações infantis estão na base da argumentação apresentada: elas formam-se a partir do input disponível e são significativamente afetadas pela aquisição do sistema ortográfico

    A AQUISIÇÃO ORTOGRÁFICA DAS VOGAIS DO PORTUGUÊS: RELAÇÕES COM A FONOLOGIA E A MORFOLOGIA

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    Neste  estudo,  a  produção  de  crianças  em  fase  de  aquisição/aprendizagem da  escrita  é  analisada,  especificamente  dados  relacionados  à  grafia  das  vogais  átonas finais do português brasileiro. São feitas referências à fonologia das vogais átonas (Câmara Jr., 1970); ao status morfológico desses segmentos (Harris, 1991); e a dois estudos sobre aquisição das vogais (Alcântara, 2005 e Rangel, 2002). os resultados mostram que as crianças tratam de modo distinto em suas grafias o ‘e’ e o ‘o’, possivelmente por influência da diferença relativa ao estatuto morfológico dessas vogais

    Metathesis on writing acquisition: symmetries and asymmetries between phonology and orthography

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    This study approaches children writing data following a research line which is distinguished by electing the (ortho)graphic error as its main analysis object, treating it as a potential revealing clue of the knowledge in construction by children concerning the structure of their mother tongue, mainly on the phonological layer. In this theoretical domain, the article explores consonant metathesis’ spelling in texts of children in their writing acquisition phase, seeking to contribute to the discussion about the phenomenon, observing existing symmetrical and/or asymmetrical relations between the metathesis produced especially in the phonological acquisition period and those manifested on early writings. The data analysis reinforces influential aspects already highlighted by other researchers regarding metathesis, such as the nature of the segments involved, the syllabic structure and its degree of complexity, and the representational uncertainty associated within nasality on the medial coda and word segmentation. External factors to language phonology were likewise observed as possibilities for the motivation of the phenomenon on writing, particularly calligraphy and word hypersegmentation, aspects that relates to notational knowledge, also constitutive of the writing system learning and which seems to interact with variables of phonological nature, pointing to asymmetries between phonology and orthography.Este estudo aborda dados de escrita infantil seguindo uma linha de investigação que se caracteriza por eleger o erro (orto)gráfico como principal objeto de análise, tratando-o como uma potencial pista reveladora do conhecimento em construção pelas crianças acerca da estrutura de sua língua, sobretudo da camada fonológica. Situado neste domínio teórico, o artigo explora a grafia da metátese de consoantes em textos de crianças em período de aquisição da escrita, a fim de contribuir para a discussão sobre o fenômeno, observando as relações simétricas e/ou assimétricas existentes entre as metáteses produzidas especialmente no período de aquisição fonológica e aquelas manifestas nas escritas iniciais. A análise dos dados reforça aspectos influentes já salientados por outros pesquisadores com relação à metátese, como a natureza dos segmentos envolvidos, a estrutura silábica e seu grau de complexidade, e a incerteza representacional ligada à nasalidade em coda medial e à segmentação de palavras gráficas. Fatores externos à fonologia da língua também foram observados enquanto possibilidades para a motivação do fenômeno na escrita, particularmente traçado de letra e hipersegmentação de palavras, aspectos que dizem respeito a conhecimentos notacionais, também constitutivos da aprendizagem do sistema de escrita, e que parecem interagir com as variáveis de natureza fonológica, apontando para as assimetrias entre fonologia e ortografia

    Consciência linguística: aspetos fonológicos

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    A aquisição da linguagem, especificamente o desenvolvimento fonológico, é um processo paradoxalmente simples e complexo. A complexidade deriva do tipo de conhecimento envolvido, o qual engloba um conjunto intrincado de informa- ções melódicas e prosódicas que devem estar articuladas para que a produção linguística das crianças se realize. Já a simplicidade está relacionada com a forma natural e espontânea com que a criança, desde as primeiras palavras, lida com esses elementos que integram a segunda articulação da linguagem

    A hipo e a hipersegmentação nos dados de aquisição de escrita: a influência da prosódia

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    Neste artigo, são analisados dados relativos à segmentação não-convencional das palavras, os quais foram extraídos de produções escritas de crianças em fase inicial do processo de escolarização, já estudados por Cunha (2004). Esses dados são discutidos à luz da Fonologia Prosódica, conforme proposta por Nespor e Vogel (1994). Os resultados mostram que as hipossegmentações (falta de espaço entre fronteiras vocabulares) são preponderantemente influenciadas por constituintes mais altos da hierarquia, a saber, a palavra fonológica, a frase fonológica e a frase entonacional; enquanto as hipersegmentações (alocação de espaços dentro dos limites da palavra) sofrem a influência dos constituintes mais baixos da hierarquia, tais como a sílaba e o pé métrico

    Os erros (orto)gráficos das soantes palatais

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    This article describes and analyzes (ortho)graphic errors of the palatal sonorants /ʎ, ɲ/, consonants represented by <lh> and <nh> in the writing system. Palatal sonorants make up a natural class that has aroused interest in diachronic and synchronic studies, as well as in language acquisition, both in speech and writing. The database for this study is a set of errors extracted from texts produced by children in the first four grades of elementary school in two schools, one public and the other private. The analyzes carried out adopt a linguistic perspective and dialogue with studies of phonological development, with the support of autosegmental phonology (Clements and Hume, 1995), and the writing acquisition (Miranda, 2012, 2014). The errors were analyzed based on the categories proposed by Miranda (2020), which aim to identify the nature of the errors found in the initial alphabetic writings, namely: phonological, orthographic or phonographic. The results found show a greater effect of the phonology of the consonants by processes that are similar to those observed in speech acquisition. Cases were also observed in which the motivation was of a phonographic nature as a result of the difficulty in establishing graphophonic relationships related to the complexity of the digraphs with H.Este artigo descreve e analisa erros (orto)gráficos das soantes palatais /ʎ, ɲ/, consoantes representadas por <lh> e <nh> no sistema de escrita. os estudos diacrônicos e sincrônicos bem como para a aquisição da linguagem, tanto na fala como na escrita. A base de dados deste estudo é um conjunto de erros extraídos de textos produzidos por crianças das quatro primeiras séries do ensino fundamental de duas escolas, uma pública e outra particular. As análises realizadas adotam uma perspectiva linguística e dialogam com estudos do desenvolvimento fonológico, com o suporte da fonologia autossegmental (Clements e Hume, 1995), e da aquisição da escrita Miranda (2012, 2014). Os erros foram analisados com base nas categorias propostas por Miranda (2020), as quais visam identificar a natureza dos erros encontrados nas escritas alfabéticas iniciais, quais sejam: fonológica, ortográfica ou fonográfica. Os resultados encontrados mostram maior efeito da fonologia das consoantes por processos que se assemelham àqueles observados na aquisição da fala. Observaram-se também casos em que a motivação é de ordem fonográfica como decorrência da dificuldade no estabelecimento de relações grafofônicas relacionadas à complexidade dos dígrafos com H

    A Noção de Palavra na Perspectiva da Criança

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    No presente artigo, dados de segmentação vocabular, produzidos por uma criança do 2º ano do ciclo de alfabetização, foram descritos e analisados com vistas à discussão concernente a aspectos relevantes para a constituição da noção de palavra durante o período inicial de desenvolvimento da escrita. Objetiva-se verificar quais são as percepções infantis no processo de aquisição da escrita a respeito do que seja uma palavra, tanto no âmbito da fala como da escrita. Os dados foram coletados por meio de entrevistas que visaram indagar sobre o que a criança entendia ser uma palavra (CARRAHER, 1989). A interpretação das respostas teve o suporte da teoria dos constituintes prosódicos (NESPOR; VOGEL, 1986). Os resultados da análise mostraram que, de modo geral, a criança rejeita estruturas constituídas por uma ou duas letras como sendo palavra e que, mesmo quando segmenta todas as palavras de forma convencional, não está necessariamente considerando cada sequência de letras circunscrita por espaços em branco como palavra. Isso demonstra que os critérios são oscilantes, pois há momentos em que a criança interpreta a palavra de acordo com o número de letras e em outros, como sílabas. Os resultados mostraram, portanto, que a trajetória da criança em direção à palavra falada/escrita não é linear e apresenta multiplicidade de acepções.No presente artigo, dados de segmentação vocabular, produzidos por uma criança do 2º ano do ciclo de alfabetização, foram descritos e analisados com vistas à discussão concernente a aspectos relevantes para a constituição da noção de palavra durante o período inicial de desenvolvimento da escrita. Objetiva-se verificar quais são as percepções infantis no processo de aquisição da escrita a respeito do que seja uma palavra, tanto no âmbito da fala como da escrita. Os dados foram coletados por meio de entrevistas que visaram indagar sobre o que a criança entendia ser uma palavra (CARRAHER, 1989). A interpretação das respostas teve o suporte da teoria dos constituintes prosódicos (NESPOR; VOGEL, 1986). Os resultados da análise mostraram que, de modo geral, a criança rejeita estruturas constituídas por uma ou duas letras como sendo palavra e que, mesmo quando segmenta todas as palavras de forma convencional, não está necessariamente considerando cada sequência de letras circunscrita por espaços em branco como palavra. Isso demonstra que os critérios são oscilantes, pois há momentos em que a criança interpreta a palavra de acordo com o número de letras e em outros, como sílabas. Os resultados mostraram, portanto, que a trajetória da criança em direção à palavra falada/escrita não é linear e apresenta multiplicidade de acepções

    ERROS ORTOGRÁFICOS DE CONSOANTES OCLUSIVAS DO PORTUGUÊS DE ALUNOS MOÇAMBICANOS QUE TÊM O EMAKHUWA COMO LÍNGUA MATERNA

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    Resumo: No presente artigo apresenta-se e discute-se a forma como alunos moçambicanos da 6ª classe, que têm o Emakhuwa como língua materna, fazem o registo ortográfico das consoantes oclusivas do Português como língua segunda, tendo em conta que, diferentemente do Português, o Emakhuwa não apresenta, no seu sistema fonológico, os fonemas sonoros /b, d, g/, possuindo apenas os fonemas surdos /p, t, k/ (cf. Sitoe e Ngunga, 2000; Ngunga & Fakir, 2011). Pretende-se, especificamente, descrever o desempenho ortográfico de consoantes oclusivas do Português de alunos da 6 ª classe que têm o Emakhuwa como língua materna. Para auxiliar na compreensão, criou-se um grupo de controlo que tem Português como língua materna. No âmbito da recolha de dados configurou-se um teste para avaliar o desempenho ortográfico a partir do ditado de imagens. Dentre as conclusões destacou-se o facto de que os participantes que têm o Emakhuwa como língua materna e Português como língua segunda, tiveram dificuldades no registo ortográfico de fonemas oclusivos sonoros que são aqueles que não estão disponíveis no seu sistema fonológico. Outro especto saliente no âmbito das conclusões relaciona-se com o facto de os participantes do grupo experimental terem apresentado um desempenho inferior relativamente ao dos participantes do grupo de controlo no registo ortográfico das consoantes oclusivas.PALAVRAS-CHAVE: Ortografia; Língua segunda; Língua materna

    O sistema ortográfico do Português brasileiro e sua aquisição

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    Após uma breve explanação acerca do sistema ortográfico do português, sua natureza e principais características, fazemos a descrição e a análise dos erros ortográficos encontrados em textos produzidos por crianças que cursam as séries iniciais em duas escolas da Rede de Ensino da cidade de Pelotas. Focalizamos, logo após, dois tipos de erros: um que é decorrente da arbitrariedade do próprio sistema e outro que é motivado pela não observância de regras contextuais. Com a apresentação e a discussão dos resultados pretendemos oferecer subsídios para o desenvolvimento de propostas para o ensino da ortografia

    INSIGHTS SOBRE A REPRESENTAÇÃO DAS VOGAIS PRÊTONICAS NO PORTUGUÊS DO BRASIL: DADOS DE DESENVOLVIMENTO FONOLÓGICO E DE ESCRITA INICIAL

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    Neste artigo, dados de aquisição da linguagem oral e escrita são analisados e discutidos a fim de que se possa refletir sobre a representação das vogais prêtonicas, especificamente aquelas que no sistema vocálico adulto estão sujeitas a regras variáveis tais como a harmonia vocálica e o alçamento. Os dados da fala de uma criança acompanhada longitudinalmente apontam para um sistema pretônico de duas alturas que gradualmente passa a três. Os dados de escrita, por seu turno, apontam à consolidação do sistema vocálico correspondente àquele descrito como sistema-alvo. Duas ideias centrais acerca das representações infantis estão na base da argumentação apresentada: elas formam-se a partir do input disponível e são significativamente afetadas pela aquisição do sistema ortográfico
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