143 research outputs found

    Convocação de retorno ao trabalho efetuada via Whatsapp

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    This paper has the objective of approaching the analysis of the 1° Labor Court of Appeal judicial ruling N° 222/2020. Specifically, it will be analyzed the Court resolution regarding the notification executed by the employer through WhatsApp to an employee that had been absent to the workplace without previous notice.El presente trabajo tiene por objeto abordar el análisis de la sentencia dictada por el Tribunal de Apelaciones del Trabajo de 1° Turno N° 222/2020. Puntualmente, se analizará lo resuelto por el Tribunal sobre la intimación efectuada por el empleador vía WhatsApp a un trabajador que se había ausentado de su puesto de trabajo sin aviso.O presente trabalho visa abordar a análise do acórdão do Tribunal de Apelações do Trabalho do 1° Turno N° 222/2020. Precisamente, será analisada a decisão do Tribunal sobre a convocação feita pelo empregador via Whatsapp a um trabalhador que se havia ausentado de seu posto de trabalho sem aviso prévio

    El contexto de la decisión judicial y su especial importancia a la hora de fallar por equidad

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    The purpose of this work is about some considerations made about the ethical and normative context conditions that should be present in order to courts could decide grounding their decisions on principles, specifically that of equity, to resolve issues submitted for their consideration. Through this article, it will be analyzed how equity presents several particular characteristics that bear and provide special relevance to the normative and ethical conditions of the jurisdictional function in order to ensure that the judicial aware reckon with a minimum of instrumental rationality. The analysis and work prepared by Jesús Vega, who critically studies the visions of equity outlined by Ferrajoli and Aristóteles, will be used as the main guide (work tool).El objeto de estas líneas consiste en plasmar algunas consideraciones acerca de las condiciones de contexto éticas y normativas que deberían darse para que los tribunales pudieran fallar haciendo uso de principios, puntualmente, el de equidad, para resolver las cuestiones sometidas a su consideración. Se analizará cómo la equidad presenta particularidades que dotan de especial relevancia a las condiciones normativas y éticas de la función jurisdiccional a efectos de asegurar que la decisión judicial cuente con un mínimo de racionalidad instrumental. Se utilizará como principal guía el análisis elaborado por Jesús Vega que estudia críticamente las visiones de equidad delineadas por Ferrajoli y Aristóteles

    Elucidating the controversial Drosera montana complex (Droseraceae): a taxonomic revision

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    author for correspondence The species of the affinity of Drosera montana (Droseraceae) are reviewed taxonomically and the complex is redefined t

    Zonulólise enzimatica de J. Barraquer : contribuição a seu estudo estatístico

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    Resumo não disponíve

    Regulamento das Faculdades de Direito - Decreto n. 8.662 de 5 de abril de 1911

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    Proposta Didática para o ensino Híbrido da comunicação oral-argumentativa no ensino médio integrado

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    This didactic sequence is the materialization of an educational product fruit of the professional master’s dissertation entitled "Literatures for the construction of the autonomy of the high-school technician in agriculture: a didactic proposal for the hybrid teaching of oral-argumentative communication", from the Graduate Program in Professional and Technological Education - Profept/Campus Palmas do IFTO. Thus, the present educational product was oriented to assist educational practices of teaching in PTSD, based on conceptual theoretical contributions that discuss the omnilaterality of the subjects, with a view to updating the curriculum in the vocational and technological training school, especially in terms of improving the orality of students and building their autonomy through critical thinking and acting. The choice for this theme of language based on orality and construction of student autonomy was due to the fact that we found the need for these aspects both in the curricular organization of PTSD, based on the study we conducted, as in the limitations faced by the student public. It is concluded that these subjects lack activities based on school and contemporary literacies of the language, including the reading and reflection on the use of new technologies in circulation, but not only instrumentalized.Esta secuencia didáctica es la materialización de un producto educativo fruto de la disertación de maestría profesional titulada "Letrados para construcción de la autonomía del técnico de nivel medio en agropecuaria: una propuesta didáctica para la enseñanza híbrida de la comunicación oral-argumentativa", del Programa de posgrado en Educación Profesional y Tecnológica - ProfEpt/Campus Palmas del IFTO. De esa forma, el presente producto educacional fue orientado para auxiliar las prácticas educativas de enseñanza en EPT, con base en los aportes teóricos conceptuales que discuten la omnilateralidad de los sujetos, con vistas a la actualización del currículo en la escuela de formación profesional y tecnológica, sobre todo en lo que se refiere a la mejora de la oralidad de los estudiantes y construcción de su autonomía por medio del pensar y actuar críticos. La elección por esa temática del lenguaje con base en la oralidad y construcción de la autonomía estudiantil se dio por el hecho de constatar la necesidad de esos aspectos tanto en la organización curricular de EPT, con base en el estudio que realizamos, como en las limitaciones enfrentadas por el público estudiantil. Se concluye que estos sujetos carecen de actividades con base en los letrados escolares y contemporáneos de la lengua, incluso que abarque la lectura y la reflexión sobre el uso de las nuevas tecnologías en circulación, pero no de forma solo instrumentalizada.Esta sequência didática é a materialização de um produto educacional fruto da dissertação de mestrado profissional intitulada “Letramentos para construção da autonomia do técnico de nível médio em agropecuária: uma proposta didática para o ensino híbrido da comunicação oral-argumentativa”, do Programa de pós-graduação em Educação Profissional e Tecnológica – ProfEpt/Campus Palmas do IFTO. Dessa forma, o presente produto educacional foi orientado para auxiliar as práticas educacionais de ensino em EPT, com base nos aportes teórico conceituais que discutem a omnilateralidade dos sujeitos, com vistas a atualização do currículo na escola de formação profissional e tecnológica, sobretudo no que se refere a melhora da oralidade dos estudantes e construção da sua autonomia por meio do pensar e agir críticos. A escolha por essa temática da linguagem com base na oralidade e construção da autonomia estudantil se deu pelo fato de constatarmos a necessidade desses aspectos tanto na organização curricular de EPT, com base no estudo que realizamos, como nas limitações enfrentadas pelo público estudantil. Conclui-se que estes sujeitos carecem de atividades com base nos letramentos escolares e contemporâneos da língua, inclusive que abarque a leitura e a reflexão sobre o uso das novas tecnologias em circulação, mas não de forma apenas instrumentalizada

    A Idade Média Fantasiada do mundo de Oz – Percepções de medievalidade no filme O Mágico de Oz (The wizard of Oz, 1939)

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    Título:A Idade Média Fantasiada do mundo de Oz – Percepções de medievalidade no filme O Mágico de Oz (The wizard of Oz, 1939)  Rivadávia Padilha Vieira JúniorUFRGSGraduando do curso de Histó[email protected]  Resumo:  Com base na renovação dos estudos e das metodologias aplicadas ao período medieval, desenvolvidos ao longo do século XX, e em face ao interesse particularmente intenso que a sociedade ocidental nutre pelo medievo, localizado entre os séculos V e XV da história européia, este estudo adota a concepção de abordar a História fazendo uso do cinema como documento histórico e discurso sobre a História. A partir do filme O Mágico de Oz (The Wizard of Oz, 1939) é realizado o exercício de percepção e exemplificação da permanência insistente do imaginário estereotipado sobre a Idade Média apropriado pelo cinema. As representações de uma “Idade Média Fantasiada” e as referências de “medievalidades” são discutidas a partir do filme, sempre tomando as devidas precauções teóricas e metodológicas exigidas ao historiador na relação entre cinema e história.  Palavras-chave: Idade Média – Medievalidade – Cinema e História – O Mágico de Oz (The wizard of Oz, 1939)Title: The Fantasy Middle Age of the world of Oz - Perceptions of medievalities in the film The Wizard of Oz (1939)Rivadávia Padilha Junior Vieira UFRGS Graduate Course of History [email protected] Abstract: On the basis of the renewal of the studies and the methodologies applied to the medieval period, developed throughout XX century, and in face to the particularly intense interest that the western society occidental nourishes for medievo, located between centuries V and XV of European history, this study adopts the conception to approach History, making use of the cinema as historical document and speech on History. From the film the Magician of Oz this study carries through the exercise of perception and exemplification of the stereotype insistent permanence of the imaginary one on appropriate the Average Age for the cinema. The representations of a “Fantasy Middle Age” and the references of “medievalities” are argued from the film, always taking had the theoretical and methodologies precautions demanded to the historian in the relation between cinema and history. Keywords: Middle Ages - Medievalities - Film and History - The Wizard of Oz (1939) A Idade Média Fantasiada do mundo de Oz:Percepções de medievalidade no filme O Mágico de Oz Rivadávia Padilha Vieira Jú[email protected]            A Idade Média desperta interesse particularmente intenso no imaginário da sociedade ocidental contemporânea. No campo do estudo histórico acadêmico do século XX, o medievo foi tema caro para a sua releitura. Partindo de novas abordagens metodológicas e em associação de um rigor científico com a imaginação, propiciou-se uma nova abordagem e significação ao período histórico que, desde a Renascença, a priori, teve sua importância menosprezada e estereotipada. Para o senso comum, que facilmente pode ser constatado ainda hoje, a época está vinculada a um período obscuro e misterioso da história do homem: a “idade das trevas”, os “mil anos de escuridão”. Segundo Christian Amalvi, a idéia de Idade Média conhecida não existiu de fato, sendo apenas uma fabricação e reprodução de mitos e representações que se relacionam com esta época.[1] Contudo, a idéia de uma Idade Média obscurantista e mitificada ainda persiste e permanece amplamente difundida. A partir dos trabalhos de historiadores medievalistas como Marc Bloch, Jacques Le Goff e George Duby, entre outros, que a compreensão sobre o período no século XX se transformou e foi repensada. Dentre as várias contribuições que este grupo de historiadores, conhecido como pertencentes à Escola dos Annales, somou a disciplina histórica, estão novas metodologias de trabalho aplicadas em fontes conhecidas e a expansão do conceito de documento histórico. No entanto, é apenas entre as décadas de 60 e 70 do século XX que se firma uma nova concepção de abordar a História fazendo uso do cinema como documento histórico e discurso sobre a história. Na França, Marc Ferro abre caminho para a reflexão e discussão em torno do uso do filme como mais uma fonte histórica: “O filme, imagem ou não da realidade, documento ou ficção, intriga autêntica ou pura invenção, é História” (M. Ferro). O filme começa a ser entendido como testemunho da sociedade que o produziu.[2] A rigor, se faz necessária a advertência de que o uso da cinematografia como documento para a História requer cautela, preparo e cuidados especiais. O filme, assim como outros tipos de fontes não é mero reflexo da sociedade e não apresenta de forma direta e transparente o seu significado. Além de ser preciso saber questionar o seu uso e ter clara a questão do problema que o fará útil como documento, o conhecimento sobre técnicas e linguagens cinematográficas é imprescindível para que se rompa com a visão aparente e não se corra o risco de cair no vazio do senso comum e da redundância durante a pesquisa. Para Ferro existem duas formas de leitura do filme como fonte para o historiador: a leitura histórica do filme, onde este é percebido à luz do contexto em que foi produzido; e a leitura cinematográfica da história, utilizando o filme na compreensão de como a História é representada, como se dá o discurso sobre o passado. Está clara, também, a importância do momento em que o filme é lançado pra divulgação.No que tange à classificação de filmes das principais tendências que abordam temas históricos, encontramos dificuldades de enquadramento de uma diversificada produção. Para abordagem do período histórico que nos interessa, o medievo, o historiador José Rivair Macedo nos apresenta a seguinte classificação definida por François de la Bretecque em três categorias: “filmes de historiadores”; “personagens históricos”; e “filmes de aventura”.[3]Façamos uso então, como exercício de percepção e exemplo expositivo da permanência do imaginário estereotipado sobre a Idade Média, de como é dada a apropriação do cinema de uma “Idade Média Fantasiada”,[4] mais especificamente, como é possível perceber referências de uma “medievalidade”[5] a partir do filme O Mágico de Oz (The Wizard of Oz, 1939), sempre tomando as devidas precauções na relação entre cinema e história.[6]Adaptação de um conto clássico infantil, um dos mais populares nos Estados Unidos da América (The Wonderful Wizard of Oz, 1900), escrito por L. Frank Baum (1856-1919), O Mágico de Oz foi dirigido por Victor Fleming[7], e trás no papel da protagonista da história, a menina Dorothy, a atriz Judy Garland. O desenvolvimento da produção do filme começou em 1938, após o sucesso do filme A Branca de Neve e os Sete Anões (Snow White and the Seven Dwarfs, 1937),[8] e foi lançado nos cinemas pelos estúdios Metro-Goldwyn-Mayer em 1939. A produção do filme foi complexa desde o início, da adaptação do roteiro à seleção de elenco. Suas estatísticas estão envolvidas em números elevados, da utilização de quase 70 sets de filmagens, criação de diferentes efeitos especiais e esquemas de iluminação, bem como de novos padrões de cores, além das cifras que envolveram o total de custos da obra, na época foram gastos mais de U2,7milho~es,tendoofilmearrecadadoemseuprimeirolanc\camentonoscinemasaproximadamenteU2,7 milhões, tendo o filme arrecadado em seu primeiro lançamento nos cinemas aproximadamente U3 milhões, a posteriori, valor considerado baixo para o investimento.[9]Atemo-nos, particularmente, à leitura de “medievaliades” que o filme nos propicia, [10] ou seja, àqueles elementos que nos trazem percepções de inspiração de origem no medieval, em três momentos especiais: a terra dos Munchkings; a floresta e o castelo da Bruxa Má Do Oeste; e, finalmente, a Cidade das Esmeraldas. No início da película a personagem de Dorothy é apresentada em seu ambiente familiar no Kansas (EUA), representado em tons de sépia. Após uma situação de conflito a menina foge de casa, mas retorna em seguida, enquanto um tornado se aproxima. A casa é atingida e jogada para um outro mundo, o maravilhoso país dos Munchkings, já no fantástico mundo de Oz. Esta terra mágica, o pequeno vilarejo dos Munchkings era dominado por uma bruxa que fora esmagada pela casa de Dorothy, em perfeito contraste com a representação do Kansas, é um ambiente de variadas e vibrantes cores e formas. Seus habitantes são criaturas pequeninas e exóticas, anões que vestem trajes coloridos e rebuscados. Este lugar de fantasia, o mundo de Oz, também é habitado por bruxas boas e belas, como Glinda que vem do norte, ou malvadas e feias, como a Bruxa Má do Oeste.[11] Em um primeiro momento os habitantes ficam receosos com a circunstância da chegada de Dorothy,[12] mas logo que tomam conhecimento de suas boas intenções da jovem proporcionam uma animada recepção e comemoração com danças, desfiles, músicas e passeio de carruagem.[13] É possível observarmos em uma visão panorâmica da cidade a disposição das edificações: um campanário no alto da torre de uma construção, praça central, além de jardins e pontes. Ao final da seqüência na terra dos Munchkings uma característica se torna curiosa e evidente: a cidade é cercada por uma pequena muralha com uma torre de vigia ao lado da entrada da cidade[14], podemos compreendê-lo como a representação de um pequeno burgo medieval. Na despedida entre as personagens fica claro o limite do urbano e o vasto horizonte rural, tanto que os pequenos habitantes prometem segurança a Dorothy até a fronteira de sua cidade.[15]Após a partida Dorothy encontra seu primeiro companheiro de viagem na terra de Oz, o Espantalho, que se junta à aventura em busca da Cidade das Esmeraldas, na esperança de realizarem seus desejos. Neste momento defrontamo-nos com outro ambiente encantado e ao mesmo tempo misterioso e obscuro, a floresta.[16] Ao se aproximarem da entrada de um bosque, sob o olhar vigilante da Bruxa Má do Oeste, a menina encontra um pomar de maçãs. Com fome resolve colher alguns frutos de uma árvore, quando é a surpreendida e repreendida pela macieira. A árvore é uma criatura encantada, que fala e move seus galhos na tentativa de evitar que a jovem recolha suas maçãs, reagindo agressivamente contra ela e o Espantalho.[17] Mais a frente, encontram um Homem de Lata lenhador, que se une a jornada para o encontro com o Mágico de Oz. A seguir, o trio é atacado pela Bruxa Má do Oeste. É na floresta que a vilã da história encontra um ambiente livre para realizar suas ameaças e maldades contra nossos heróis. Após a retirada momentânea da bruxa o grupo segue o caminho de tijolos amarelos para a Cidade das Esmeraldas. Adentram na floresta onde um clima sombrio e a vegetação cerrada criam um ambiente de medo entre as personagens. Os sons de animais desconhecidos e escondidos entre as árvores, e a possibilidade de encontrarem criaturas selvagens (leões, tigres e ursos) ajudam a construir um locus obscuro e sinistro, a jovem confessa não gostar da floresta por ela ser escura e arrepiante, e lá encontram a companhia de um Leão medroso pra seguir a viagem.Quando, finalmente, o quarteto chega a Cidade das Esmeraldas e consegue uma audiência com um temível Mágico de Oz, são incumbidos de uma missão pela qual precisarão enfrentar o ambiente hostil e tenebroso de uma floresta assombrada (haunted forest), onde se encontra o castelo da Bruxa Má do Oeste.[18] Novamente a floresta é representada sempre envolta em sombras e com paisagens amedrontadoras, sons e criaturas temíveis (como corujas e urubus de olhos vermelhos e brilhantes), além de fantasmas que aterrorizam as quatro personagens. É nesta floresta onde os terríveis macacos alados, enviados pela vilã, atacam os heróis e capturam Dorothy, que é levada como prisioneira para o alto de uma torre de castelo. O cativeiro da jovem, e morada da bruxa, está localizado no alto de uma colina rochosa.[19] O castelo feito de pedra, com grandes muralhas e torres de guarda, também possui uma ponte levadiça que garante a possibilidade ou a restrição ao seu acesso.[20] É pela ponte que os amigos de Dorothy conseguem invadi-lo, derrotando a vilã da história e cumprindo à missão imposta pelo Mágico de Oz, os heróis dirigem-se para o retorno a Cidade das Esmeraldas.Se “todos os caminhos levam a Roma”, como diz um antigo dito popular, no mundo de Oz todas as estradas de tijolos amarelos levam à Cidade das Esmeralda. Destacando o instante do primeiro contato de contemplação do olhar dos personagens (e nosso) desta cidade, ela forma uma paisagem contrastante com o ambiente que a cerca. Os campos em torno dela servem como uma moldura para obra de arte da urbanidade, que atrai a atenção do olhar e brilha no horizonte. Com suas grandes estruturas arquitetônicas reluzentes se faz imponente perante aqueles que a observam. A urbe é protegida por um guardião, que do alto de grandes portões pode verificar quem se aproxima e deseja entrar na cidade, mas para isso é preciso, antes, que o visitante se apresente e anuncie suas intenções. Com os portões abertos podemos observar em plenitude sua grandiosidade:[21] enormes torres e edificações;[22] seus habitantes, são altos e elegantemente bem vestidos; as quatro personagens são recebidas de forma alegre e cortês. Aqueles que vivem na Cidade das Esmeraldas são exemplos de modos civilizados e visivelmente felizes por lá morarem e sentirem-se protegidos.[23] Esta é uma cidade ideal, uma cidade idealizada.[24]A rigor, o filme O Mágico de Oz possui uma forte influência de um imaginário medieval da época de sua produção.[25] Evidentemente a adaptação do conto de L. Frank Baum não possui intenção alguma de retratar ou reproduzir o período histórico conhecido como Idade Média, mas fica claro que é ao medievo que se recorre através de “temas míticos, românticos, bélicos e propriamente imaginários”[26] para a construção de metáforas e apropriação de elementos relacionados a esta época, como o castelo, torres de guarda, cidades muralhadas, pontes levadiças, etc. É construída uma “Idade Média Encantada”,[27] que é representada de acordo com os desejos, esperanças e temores do público espectador de cinema. No entanto é preciso termos consciência de que o objetivo da obra não é o resgate do período histórico, pois se trata de um filme de fantasia, sua função primordial é apenas entreter seu público.[28] O fascínio que a civilização medieval exerce sobre a sociedade contemporânea ocidental está relacionado com a compreensão de que esta época é o berço de lendas, mitos e epopéias que hoje fazem parte do imaginário da cultura ocidental.[29] Ainda se insiste em entender a Idade Média na sua essência como o tempo do exótico. A ela facilmente são incorporados elementos e eventos singulares e fantásticos, como seres com poderes mágicos (bruxas, magos, feiticeiras), criaturas fantásticas (dragões, fadas) e lugares encantados (reinos, cavernas, florestas). Mesmo que não se esteja falando explicitamente da história medieval, o filme é localizado em seu espaço mítico e em sua ambientação.[30] Para a compreensão do filme é de suma importância para o historiador a “distinção entre uma Idade Média propriamente histórica, objeto de estudo dos medievalistas, e uma Idade Média vista em retrospectiva, isto é, uma certa idéia do passado medieval visto pela posteridade.”[31][1] “A Idade Média não existe. Este período de quase mil anos, que se estende da conquista da Gália por Clóvis até o fim da Guerra dos Cem Anos, é uma fabricação, uma construção, um mito, quer dizer, um conjunto de representações e de imagens em perpétuo movimento, amplamente difundidas na sociedade (...)” AMALVI. Christian. Idade Média. In: LE GOFF, Jacques; SCHMITT, Jean-Claude. (Coord.). Dicionário Temático do Ocidente Medieval. Bauru: Edusc, 2006. 1v. p. 537.[2] “Quando o historiador passou a observar o filme, para além de fonte de prazer estético e de divertimento, rapidamente ele o percebeu como agente transformador da história e como registro histórico.” NOVÓA, J. Apologia da relação cinema-história. In: O olho da história: revista de história contemporânea. Salvador, v.1, n°1. 1998. pp. 105-116.[3] MACEDO, José Rivair. Introdução - Cinema e Idade Média: perspectivas de abordagem. In: MACEDO, José Rivair; MONGELLI, Lênia Márcia. (Org.). A Idade Média no cinema. São Paulo: Ateliê Editorial, 2009, pp. 13-47.[4] MACEDO, J. R. A Idade Média através do cinema. Cadernos IHU em Formação. São Leopoldo, v. 11, 2006. p. 22.[5] Esta conceitualização nos é apresentada como: “... diferentemente das ‘reminiscências [medievais]’, que de alguma forma preservam algo da realidade histórica da Europa medieval (...) [na] ‘medievalidade’ (...) a Idade Média aparece apenas como uma referência, e por vezes uma referência fugidia, estereotipada. Assim, certos índices de historicidade estarão presentes em manifestações lúdicas, obras artísticas ou técnicas de recriação histórica (...), mas a Idade Média poderá vir a ser uma realidade muito mais imprecisa na inspiração de temas (magos, feiticeiros, dragões, monstros, guerreiros, assaltos a fortalezas) produzidos pelos meios de comunicação de massa e pela indústria cultural.” Cf. MACEDO, J. R. op. cit. 2009.[6] A discussão teórica e abordagem metodológica do cinema como mais uma fonte/documento para a História tem despertado desde meados do século XX amplo debate entre os historiadores. Cf.: CARDOSO, C. F; MAUAD, A. M. História e imagem: os exemplos da fotografia e do cinema. IN: CARDOSO, C. F.; VAINFAS, R. (Orgs). Domínios da História: ensaios de teoria e metodologia. Rio de Janeiro: Campus, 1997.; FERRO, M. Cinema e história. Rio de Janeiro: Paz e terra, 1992.; NAPOLITANO, M. Como usar o cinema na sala de aula. São Paulo: Contexto, 2003.; NOVA, C. O cinema e o conhecimento da história. In: O olho da história: revista de história contemporânea. Salvador, v.2, n°3. 1996.; NOVÓA, J. op cit.; SORLIN, P. Indispensáveis e enganosas, as imagens, testemunhas da história. In: Estudos históricos. Rio de Janeiro, v.7, n° 13, 1994, pp.81-95.[7]  A produção do filme também contou com a participação de outros três diretores não creditados oficialmente.[8] Produtores cinematográficos compreenderam que adaptações de contos infantis e filmes de fantasia poderiam ser bem-sucedidos. FRICKE, J.; SCARFONE, J.; STILLMAN, W. The Wizard of Oz: The Official 50th Anniversary Pictorial History. New York: Warner Books, 1989. p. 18.[9] Apesar de receber várias críticas positivas em seu lançamento e seis indicações ao Oscar de 1940, o sucesso comercial do filme foi atingido devido às exibições anuais na televisão dos EUA entre as décadas de 50 e 90.[10] “... para melhor avaliar que Idade Média comparece nos filmes, será preciso identificar primeiro as técnicas de construção da narrativa cinematográfica e considerar que o propósito do filme não é instruir ou estimular uma reflexão sobre o passado, mas divertir e despertar emoções.” MACEDO, J. R. op. cit. 2009.[11] Podemos classificar O Mágico de Oz dentro da categoria de “filmes de aventura”, de acordo com La Bretecque, esta tipologia de filme encontra grande expressão no cinema produzido por Hollywood. “A Idade Média é tratada de modo muito livre e a escolha dos temas e personagens parece estar subordinada exclusivamente os padrões de gosto do cinema-divertimento. (...) No cenário de uma Idade Média caracterizada pela presença de cidades antigas, muralhadas, cavaleiros com armaduras e igrejas vistosas, os personagens, [são] divididos no habitual campo dos “bons” e dos “maus” (...). Em tais filmes, a época e o local não importam essencialmente ao desencadeamento da aventura.” MACEDO, J. R. op. cit. 2009.[12] “O estrangeiro, durante muito tempo, é recebido, antes, com interesse, curiosidade e honra, do que como objeto de repulsa e desprezo.” LE GOFF, Jacques. Por amor às cidades: conversações com Jean Lebrun. São Paulo: Fundação Editora da UNESP, 1998. p. 54.[13] “A praça pública (...) é realmente o cadinho, o lar da cultura urbana, lugar de trocas, lugar de criação. (...) Essa cultura é em primeiro lugar cômica, satírica, paródica. (...) a cidade medieval torna-se o lugar de um folclore urbanizado, um espaço de charivaris, de gritos de trabalho, de festa, onde é freqüentemente difícil distinguir o eco do campo da criação popular urbana (...).” LE GOFF, J. Cidade. In: LE GOFF, J.; SCHMITT, J.-C. (Coord.) op. cit. p. 230.[14] “[A cidade medieval] É ainda um sistema de organizações de um espaço fechado com muralhas, onde se penetra por portas e se caminha por ruas e praças, e que é guarnecido por torres.” LE GOFF, J. Cidade. In: LE GOFF, J.; SCHMITT, J.-C. (Coord.) op. cit. p. 223.[15] “Se remontamos à Antiguidade, é em Roma, sobretudo, que se cria, do ponto de vista cultural, do ponto de vista dos costumes, uma oposição muito forte entre cidade e o campo. E é aí que começa a aparecer um vocabulário que vai ser reforçado precisamente na Idade Média. Os termos relacionados à cidade denotam a educação, a cultura, os bons costumes, a elegância: urbanidade vem do latim urbs; polidez, da polis grega. A Idade Média herda da Antiguidade latina, e reforça, esse menosprezo pelo campo, sede do bárbaro, do rústico.” LE GOFF, J. op. cit. 1998. p. 124.[16] “(...) a Idade Média acrescenta a essa oposição cidade-campo um terceiro termo: a floresta.” LE GOFF, J. op. cit. 1998. pp. 124-125.[17] “O lugar mais selvagem é a floresta. O campo, onde é habitado, onde é valorizado, permanece, em certo sentido, um reflexo da cidade que, aliás, o domina, em particular economicamente, ao passo que a floresta é irredutível.” LE GOFF, J. op. cit. 1998. p. 125.[18] “O castelo medieval – e particularmente o castelo fortificado – faz parte desde a infância de nossa paisagem imaginária.” PESEZ, Jean-Marie. Castelo. In: LE GOFF, J.; SCHMITT, J.-C. (Coord.). op. cit. p. 153.[19] “[No castelo medieval] A função de prisão é de fato secundária e é um exagero associar ao

    Alter Nos del Rey : la representación del poder de los virreyes en el reinado de Felipe II (1556-1598)

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    En la segunda mitad del siglo XVI, la Monarquía Hispánica de Felipe II (1556-1598) se constituyó como un mosaico político, social, cultural y económico. La extensión de sus dominios y el personalismo de su política definieron el sistema virreinal como el modelo más apropiado para el gobierno de territorios tan distantes y que carecían de la figura y personificación del poder real, al mismo tiempo que respetaba la autonomía de sus instituciones y sus jurisdicciones. A su regreso de Flandes en 1559, Felipe II nunca más pisó en los reinos fuera de la Península Ibérica. Además de la importancia gubernamental y administrativa, el virrey personificaba y presentificaba la representación física del poder político del monarca ausente como su alter ego durante celebraciones y ceremoniales y delante de los súbditos y las instituciones políticas de cada territorio. Como más elevado representante de la Corona, la figura del virrey fue celebrada y exaltada en la producción de la cultura visual que enaltecían su imagen. Es por ello que el presente trabajo propone un estudio sobre los virreyes de Aragón, Nápoles, Nueva España, Perú y Portugal al largo del reinado de Felipe II, analizando las representaciones visuales de sus alter nos en retratos pintados, grabados, medallas, esculturas y entradas solemnes dentro de la Monarquía Hispánica. Se analizará la imagen de los virreyes con el propósito de comprender las posibles particularidades de cada una de sus representaciones, así como, siempre que sea posible, analizar la "contra imagen" de los virreyes, es decir, la producción de imágenes críticas a sus gobiernos
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