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    Optimization of FPSO Glen Lyon Mooring Lines

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    During oil and gas inspection and extraction operations both in deep and ultra-deep water, vessel mooring is a very important factor for the development of oil fields. For these depths, standard stand-alone surface facilities e.g. jack up rigs or offshore fixed platforms are not suitable due to the harsh collinear and non-collinear environment in-situ (location, waves, surface and underwater current, sea tides, ice, etc.). For deep sea wells clusters, it is usual to use floating production storage offloading (FPSO) as surface platforms for long time exploitation periods. Subsea expenditure, refers the cost of the subsea project and generally includes the capital expenditures (capex) and operational expenditures (opex). In the production of hydrocarbons capex and opex exponentially increases with increasing depth, resulting in a need for precise detailed design phase for analysis of systems to verify components strength, ductility and fatigue, stiffness, instabilities, corrosion etc. The design of oilfields is most of the times overrated (in a very conservative way) due to several requirements and complex models of costs evaluation. After detailed phase and installation of all facilities and components, as well as due to the expected life design for hydrocarbons exploitation all anchoring system shall withstand the environmental loads in order to not compromise the operation. Each oilfield has a unique development, since environmental phenomena are unique in each earth location. This work refers to the optimization process of an anchoring system for deep waters in the Schiehallion Field, or in other words, the complete development of the mooring system for a FPSO, from the positioning in-situ with environmental conditions and vessel characteristics (Orcaflex), further optimization of the mooring system for an equivalent system (Matlab), mechanical design of the mooring system (CATIA), structural detailed analysis (Altair and Nastran) as fatigue life analysis. In order to reproduce all the mooring process, it is performed and initial comparison of the former FPSO (Schiehallion FPSO) that has been working in-situ since 1993 till its replacement for the new vessel (Glen Lyon FPSO). Due to the latest discoveries in the oilfield, the project has to be redesigned alongside with former wells and having in consideration recent discovered wells. Further optimization of the complete fixation system was verified as well as finally detailed structural analysis of specific components in key locations with higher margin of failure. Within this work, all the methodology which led to the optimization of Glen Lyon mooring lines was fully detailed from vessel analysis to detailed mooring mechanical design, constraints and requirements were applied, trade-offs and assumptions made during this critical development phase are presented and discussed.Durante as operações de prospeção e extração de petróleo e gas em águas profundas e ultra profundas, o fundeamento de navios é um importante fator para o desenvolvimento do campo petrolífero. Para estas profundidades, infra-estruturas convencionais e.g. plataformas petrolíferas não são aplicáveis devido ao ambiente violento colinear e não colinear do local (localização, ondas, correntes subaquáticas e de superfície, marés, etc.). Para conjuntos de poços subaquáticos, é comum o uso de Platformas de produção, armazenamento e descarga (FPSO) como plataforma de superficie para periodos de exploração longos. Os custos subaquaticos referem-se ao custo do projeto marinho e normalmente incluem os custos de capital capex e custos operacionais opex. Na produção de hidrocarbonetos os capex e os opex aumentam exponencialmente com o aumento da profundidade, resultando na necessidade do desenvolvimento da fase de projeto detalhado necessário para análises de componentes para verificar a resistência dos mesmos, dutilidade e fadiga, quer na rigidez, instabilidade, corrosão, etc. O projeto de campos petrolíferos são na maioria das vezes sobreestimados (de forma bastante conservativa) devido a imensos requisitos e modelos complexos de avaliação de custos. Após projeto e instalação de todas as infraestruturas e componentes, assim como durante o longo periodo útil de extração de hidrocarbonetos, toda a ancoragem deve suportar as cargas ambientais de forma a não comprometer a operação. Cada campo petrolífero possui um desenvolvimento singular, uma vez que os fenómenos ambientais são únicos em cada localização do globo terrestre. Este trabalho refere a optimização de um sistema de amarração para águas profundas para o campo de Schiehallion, ou por outras palavras, todo o desenvolvimento de ancoragem de um navio FPSO, desde o posicionamento no local com as forças ambientais e as caracteristicas do navio (Orcaflex), posterior otimização do sistema de ancoragem por um sistema equivalente (Matlab), desenho mecânico do sistema de ancoragem (CATIA), cálculo estrutural detalhado (Altair e Nastran) e análise de vida à fadiga. De forma a reproduzir o processo de ancoragem, é efetuada uma comparação inicial do FPSO inicial (Schiehallion FPSO) que esteve em operação no local desde 1993 até à sua substituição pelo novo navio (Glen Lyon FPSO), através da implementação e gestão do campo petrolífero de acordo com os poços antigos como os poços descobertos recentemente. A posterior otimização de todo o sistema de fixação foi verificada assim como a análise estrutural final detalhada dos componentes específicos em localizações especificas com grande probabilidade de falha. Através deste trabalho, todo o processo que leva à otimização das linhas de amarração do Glen Lyon é completamente detalhado desde a análise do navio ao detalhamento do desenho mecânico, os constrangimentos e requisitos que foram aplicados, estudos e opções efetuadas durante a fase de desenvolvimento crítico são apresentados e discutidos

    Are anti-fouling effects in coralline algae species specific?

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    As algas calcárias crostosas são susceptíveis ao recobrimento por outras algas, entretanto, estas podem ser afetadas por efeitos anti-incrustantes. Neste estudo foi testada a hipótese de que estas algas possam inibir o crescimento somente de algumas espécies de epífitas. No laboratório, propágulos de Sargassum furcatum e Ulva fasciata foram liberados e cultivados sobre pedaços de algas calcárias e lamínulas de microscopia (controle) e as suas sobrevivência e crescimento comparadas. Spongites e Hydrolithon inibiram significativamente o crescimento de U. fasciata, mas não de Sargassum. No campo, pedaços de três espécies de algas calcárias vivas, mortas e cópias destas em discos de massa epóxi foram fíxos na rocha. Após um mês as algas epífitas foram identificadas e sua massa seca quantificada. Lithophyllum não inibiu o crescimento das epífitas, em contraste Spongites e outra coralinácea indeterminada inibiram o crescimento de Enteromorpha spp., Ulva fasciata e Hincksia mitchelliae. Colpomenia sinuosa esteve sempre ausente sobre as crostas vivas, porém presente nos controles. Resultados demonstram que a relação epífita-hospedeiro depende das espécies que estejam interagindo. O desprendimento de células superficiais das crostas coralináceas aponta para um possível efeito físico anti-incrustante, não se excluindo o químico.The crustose coralline algae are susceptible to be covered by other algae, which in turn can be affected by anti-fouling effects. In this study the hypothesis tested was that these algae can inhibit the growth of epiphytes in a species specific way. In the laboratory, propagules of Sargassum furcatum and Ulva fasciata were liberated and cultivated on pieces of coralline algae and slide covers (controls) and their survival and growth were compared. Spongites and Hydrolithon significantly inhibited the growth of U. fasciata but not Sargassum. In the field, pieces of three species of live and dead coralline algae and their copies in epoxy putty discs were fixed on the rock. After one month epiphytic algae were identified and their dry mass quantified. Lithophyllum did not affect the epiphyte growth. In contrast Spongites and an unidentified coralline significantly inhibited the growth of Enteromorpha spp., Ulva fasciata and Hincksia mitchelliae. Colpomenia sinuosa was absent on all living crusts, but present on controls. Results show that the epiphyte-host relation depends on the species that are interacting. The sloughing of superficial cells of coralline crusts points to the possible action of physical anti-fouling effect, though a chemical one is not rejected

    A vida tem sentido?

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    LAUDO PERICIAL EM LOCAIS ATINGIDOS POR INCÊNDIOS FLORESTAIS

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    O Corpo de Bombeiros Militar tem como uma de suas atribuições a realização de perícias de incêndio e conseqüentemente, é solicitado para realizar inúmeros exames periciais para determinação das causas e origens dos incêndios florestais.Diante disso, o CBM/MS, através da portaria do Comandante Geral, elabora e emite os laudos periciais confeccionados por seus oficiais especializados em perícia de incêndio aos órgãos solicitantes.Contudo o CBM/MS carece de uma padronização dos laudos periciais específicos para incêndios florestais, tendo em vista a necessidade que, além de analisar pontos fundamentais para sua confecção, temos que entender que este laudo está inserido no conceito de perícia ambiental. Não é mais possível deixar de atrelar ao laudo pericial os danos ambientais causados pelo incêndio.Diante do exposto é que surgiu a idéia deste trabalho, que é apresentar para o Corpo de Bombeiros do MS uma proposta de padronização na elaboração dos laudos periciais para áreas atingidas por incêndios florestais. INVESTIGATION REPORT ON WILDFIRE INCIDENT Abstract The Military Body of Firemen has as one of its attributions the accomplishment of fire investigation, it is requested to determine the causes of wildfires. Ahead of this, the CBM/MS elaborates and emits the investigation report to the solicitant agencies. However the CBM/MS needs a pattern to wildfire investigation reports. It is not possible to leave the environment damages out of the report. Thats where the idea to this work came from. Its a proposal of pattern to wildfire investigation report

    Matos do Parque Natural de Montesinho: erosão hídrica, dinâmica do carbono, produção de serviços ecossistémicos

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    Os matos cobrem cerca de um terço dos 75 mil ha do Parque Natural de Montesinho (PNM), no Nordeste de Portugal, englobando comunidades vegetais arbustivas de composição e significado fitossociológico bem diversos. Trata-se de uma área muito considerável, cuja variação nas últimas décadas foi globalmente pouco significativa. Independentemente da dinâmica própria das comunidades vegetais que constituem, os matos parecem dever tomar-se como elemento estável nas paisagens do PNM. Nesta perspectiva e seja pela sua distribuição espacial, seja pela área que ocupam, os matos contribuem de modo expressivo para os processos hidrológicos, como a erosão hídrica, e para o armazenamento e dinâmica do carbono na área do PNM. A importância destes dois elementos de interesse é justificada pelas preocupações globalmente aceites quanto à protecção do solo e alterações climáticas. No PNM identificam-se os benefícios indirectos dos matos relacionados com as funções naturais que desempenham, podendo-se evidenciar deste modo o seu potencial de fornecimento de serviços ecossistémicos como: i) sequestro de CO2; ii) regulação climática e do ciclo da água; iii) retenção e formação do solo; iv) regulação do ciclo de nutrientes. Os objectivos deste trabalho foram estudar a erosão hídrica do solo em áreas de matos do PNM, bem como caracterizar estas comunidades vegetais quanto ao Carbono que armazenam e a sua dinâmica determinada pelo processo erosivo e assim contribuir para a quantificação desses benefícios, com vista a conhecer de modo preciso a sua capacidade no fornecimento dos serviços enunciados. O trabalho comportou uma primeira componente de base cartográfica, com vista a obter uma panorâmica das características e distribuição dos solos em que ocorrem os diferentes tipos de vegetação incluídos sob a designação de matos e consecutiva identificação das áreas de ensaio. O trabalho de campo consistiu em ensaios de simulação de chuva, com simulador portátil de tipo aspersor, devidamente calibrado, em três espécies de matos, Cistus ladanifer (estevas), Cytisus multiflorus (giesta-branca) e Erica australis ssp. aragonensis (urzes). Cada ensaio incluiu chuvadas de meia hora sobre um par de áreas de 1m2, uma coberta de mato, outra com a vegetação removida por corte raso. Foram medidas as perdas de água e de solo por escoamento superficial. O carbono na vegetação foi avaliado na biomassa aérea removida, no horizonte orgânico do solo e na biomassa subterrânea. Amostragens a diferentes profundidades, de acordo com o perfil do solo nas áreas de ensaio, permitiram a avaliação do carbono no solo. Com este trabalho pode-se concluir que os matos contribuem de modo expressivo para os processos hidrológicos e para o armazenamento de carbono na área do PNM. Consequentemente produzem benefícios indirectos, relacionados com as funções naturais que desempenham, como o seu potencial de fornecimento de serviços ecossistémicos. Todavia, como escasseia informação relativa às transferências de água da superfície vegetada para o solo, perspectiva-se a continuação do estudo com a quantificação desses benefícios, agora tendo como objecto de abordagem a intercepção da precipitação, o efeito desta nos restantes componentes do ciclo hidrológico e na dinâmica dos nutrientes transferidos para o solo. O trabalho realiza-se no PNM, comportando experiências de campo, sob chuva natural, nas três espécies de matos e em laboratório sob chuva simulada. Pretende-se quantificar componentes da intercepção (de acordo com morfologia e idade dos matos), componentes do ciclo hidrológico (infiltração, água no solo, escoamento), composição química da água infiltrada e da oriunda das várias componentes da planta

    Hydrological properties of soils in scrublands of Montesinho Natural Park, NE Portugal: a map-based approach

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    Shrubs cover about one third of Montesinho Natural Park (PNM), a 750km2 belt in NE Portugal, which is part of the Portuguese network of protected areas since 1978. The Park hosts very important natural values and striking examples of balanced land use in humanized landscapes. Scrublands are present dominantly in marginal areas on steep slopes, scrublands are indeed a stable element in PNM landscapes. Main types of scrublands found in Montesinho are “Urzais” (Erica australis as representative species, 68% of shrub area), “Giestais” (Cytisus multiflorus, 11%), and “Estevais” (Cistus ladanifer, 21%). Scrublands are thought to play an important role in these mountain catchments due to their area, spatial distribution, and hydrological response to precipitation. As part of a wider study, previous work by the same authors, focused on PNM shrubs, showed the runoff generation potential of these areas, assessed on similar soil, under simulated rainfall at micro-scale. Although not significantly different, shrub types can be ranked according to hydrological response. Soil data are required for runoff generation estimates in the wide range of soil types found in PNM scrublands. The aim of this presentation is to address soils of scrublands in PNM, describing properties and discussing their relevance to hydrological response of these surfaces. Basic data comprises soil and vegetation maps of PNM, on a GIS specifically designed for the area, together with the Soil Map of NE Portugal profile descriptions specific data base. Soils were classed according to permeability and assigned to SCS soil hydrological classification, considering data on soil properties as depth to impervious layer, texture, C content and stoniness. Commonly referenced pedotransfer functions ere also applied. Soils in PNM scrublands are dominantly incipient shallow (Leptosols, 96% of the area), with a high C content in the surface horizon (Umbric secondary units in 66% of the area), and high rock fragment content (mean rock fragment content 20-25%). In relative terms, “Giestais” cover a larger area of developed soils (Luvisols and Alisols, 9%) and a smaller one of high C content soils (24%). “Urzais” are dominant in areas with granitic parent material. Soil characteristics and components help explaining the relative importance and spatial distribution of soil hydrologic classes in PNM. In half of the area soils are moderately permeable, in less than 1/5 permeability is high, and it is low in about 1/3 of PNM scrublands area. Sharp differences are found between shrub types, as “Urzais” have the highest areal proportion of highly permeable soils (26%) and “Giestais” the highest of soils with low permeability (74%). Results obtained are intended to help improving hydrologic models performance or hydrological data interpretations, by providing spatially distributed soil data estimates

    Male competition and mating behavior in the spider mite Tetranychus urticae

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    Tese de mestrado, Biologia Evolutiva e do Desenvolvimento, Universidade de Lisboa, Faculdade de Ciências, 2016To maximize their reproductive success, males are expected to mate with as many females as possible. Excluding female mate choice, male success in acquiring females is based on (a) correct identification of the females that will maximize their reproductive success, and (b) the ability to overcome same-sex competitors, either by engaging in confrontation with other males or by increasing the rate of female acquisition. The tactics males will employ to acquire females will be affected by (a) sperm precedence patterns (i.e., whether the first or last mating of a female is effective); (b) the male mating history and (c) its general condition. To address questions related with male competition and mating tactics in the context of first male precedence pattern, we used the spider mite Tetranychus urticae. This species is ideal for our objectives: it presents first male precedence, male competition is the main predictor of success, differential maternal investment in males occurs and males have limited but renewable sperm supplies. First, we tested if males are able to attract females by giving females the choice between a male and an empty patch. Females did not spend more time near males, suggesting that in this species males are not able to attract females. This result confirms that males in this species are attracted to females and not the opposite. Indeed, males are able to distinguish virgin from mated females, but how this distinction is made remains unknown. We performed similar two-way choice tests, where males could choose between a virgin and a mated female. However, males were exposed to one, all, or none of three types of cues: volatile compounds, contact compounds, and chemical trails. Our results suggest that males distinguish virgin from mated females using volatile compounds or chemical trails, but that contact compounds are not sufficient to elicit a response. We then set out to investigate male competition for virgin females, specifically the role of maternal investment and mating history in different aspects of competition. Tests were done comparing (a) sons of virgin and sons of mated females – a predictor of maternal investment, as sons of virgin females tend to be larger that sons of mated females and (b) sperm depleted, experienced (sperm depleted males allowed to recover) and virgin males. Competition was separated into interference (direct or confrontational) and exploitative (comparison of precopulatory behaviour as proxy for female acquisition rate) competition. Interference competition assays were performed by placing two males with different conditions on a patch with a female for whom to compete for, while, exploitative competition was compared by analysing the behaviour of these males when placed alone with a female, through a video tracking technique and direct observations. Males with different maternal investment or different mating histories fertilized the same proportion of eggs, indicating no effect of these factors on male interference competitiveness. Different maternal investment seemed to play a role in male interference competition, as males from virgin mothers took less time to touch and mate with females, than sons of mated mothers. Our expectations were that sons of virgin females were better competitors in direct competition than sons of mated females, as the former tend to be bigger, which correlates with ability to win fights. They did however perform better in interference competition. This ability may be related with the fact that in a natural setting, sons of virgin mothers have fewer females nearby and therefore need to identify and mate faster. Mating history appears to also have little effect on male competitiveness. Copulation duration was however longer for virgin and experienced males than for sperm depleted males, as expected, it is likely that the latter have fewer sperm to transfer. These results are in line with the hypothesis that sperm depleted males should continue to mate despite the lack of sperm in order to increase their relative fitness by converting virgin into mated females. Due to first male precedence, these females will then become unavailable to other males. Another possibility is that despite the fact that we provided them with enough females to, in theory, exhaust their sperm supplies, this did not occur. Finally, in line with our two-way choice experiments, we found that males play a much larger role than females on spider mite precopulatory behaviour. Overall, our results confirm that males are responsible for the entire initiative regarding precopulatory behaviour for this species and that maternal investment and mating history play some role in defining male competitive tactics in this species. To fully understand the effect of these factors on male mating strategy, further research is necessary.A seleção sexual opera segundo dois mecanismos: seleção intersexual e intrasexual. A seleção intrasexual pode atuar antes ou depois da cópula, onde se caracteriza pela competição por interferência, ocorrendo contacto direto entre competidores (e.g. avaliação de oponentes, lutas) e competição por exploração, baseada na localização e acasalamento com parceiros antes do oponente. Depois da cópula, a competição intrasexual ocorre quando os espermas de dois ou mais machos competem pela fertilização dos ovos de uma mesma fêmea. Da competição espermática e respetivas adaptações nas fêmeas, podem estabelecer-se padrões de prioridade de esperma. Estes padrões são hierarquizados em primeiro ou último esperma efetivo onde, respetivamente, o primeiro ou último macho a acasalar com uma dada fêmea fertiliza a maioria dos seus ovos. Do aparecimento destes padrões, vão evoluir diferentes estratégias de competição e acasalamento. Quando há primeiro esperma efetivo, espera-se nos machos a evolução de estratégias que promovam uma rápida identificação e acasalamento com fêmeas virgens. Assim, será benéfico qualquer evento de história de vida de um macho que lhe permita identificar e copular com mais fêmeas virgens que um competidor. Eventos de história de vida de um macho incluem o investimento materno nele feito e o seu historial de cópulas. O investimento materno pode ter efeito na qualidade fenotípica de um indivíduo, o que pode influenciar a sua competitividade. O historial de cópulas pode levar a que machos ganhem experiência e se tornem melhores competidores ou, se acasalarem um elevado número de vezes, levar ao esgotamento das suas reservas de esperma, diminuindo assim os benefícios ganhos por cópula e logo o rácio ganho/risco de uma competição. O objectivo deste projeto é avaliar os mecanismos de identificação e atração de fêmeas virgens, assim como o impacto dos referidos fatores de história de vida na competição entre machos, num contexto de primeiro esperma efetivo. No ácaro-aranha Tetranychus urticae, o acesso a fêmeas virgens é mediado maioritariamente por competição entre machos e o primeiro acasalamento parece fertilizar todos os ovos. Devido a estes factos, esta espécie revela-se ideal para os nossos objetivos. Adicionalmente, sabe-se que: (i) os machos são capazes de distinguir fêmeas virgens de acasaladas (embora não se saiba como, nem se são capazes de atrair fêmeas); (ii) devido ao seu sistema de determinação sexual (partenogénese arrenótoca – onde fêmeas vêm de ovos fertilizados e machos de não fertilizados), fêmeas virgens, não tendo filhas, investem mais nos seus filhos que fêmeas fertilizadas; (iii) os machos têm reservas de esperma limitadas mas renováveis. Começámos por averiguar se machos eram capazes de atrair fêmeas virgens. Para tal, construímos uma arena onde cada fêmea se pudesse aproximar de um círculo com um macho ou de um círculo vazio. Estabelecemos dois tratamentos: um no qual a fêmea tinha acesso ao macho, mas este estava morto; outro, no qual a fêmea podia aproximar-se, mas não tocar no macho, estando este vivo. A fêmea foi colocada a igual distância dos dois círculos e registámos a proporção de tempo passado na metade da arena onde estava o macho ou na metade vazia. Os resultados sugerem que as fêmeas não são atraídas nem repelidas pelos machos, uma vez que o tempo passado perto de cada um dos círculos, em qualquer dos tratamentos, não foi significativamente diferente. Numa população natural é frequente observar machos a guardar fêmeas no último estádio pré-adulto, para que possam acasalar com elas assim que emerjam. Logo, atrair fêmeas adultas significaria atrair com elevada frequência fêmeas fecundadas, o que não contribuiria para o sucesso reprodutor dos machos. Assim, estes resultados estão de acordo com as nossas previsões. De seguida, investigámos os sinais químicos que os machos usam para distinguir fêmeas virgens de fêmeas acasaladas. Para tal, usámos arenas semelhantes às da experiência anterior mas nas quais o individuo focal era um macho que podia escolher entre uma fêmea virgem ou uma fêmea acasalada. Testámos a relevância de três tipos de sinais químicos: compostos voláteis, de trilho, ou de contacto. Para tal, em cinco tratamentos, os machos só tinham acesso a um sinal de cada vez, todos simultaneamente, ou nenhum. Os resultados obtidos sugerem que os machos distinguem entre fêmeas virgens e acasaladas através de compostos voláteis e de trilho. Estes resultados são consistentes com o modo como os machos identificam fêmeas quiescentes, o que significa que para os diferentes estádios de vida das fêmeas, os machos usam os mesmos meios de identificação. Com o objectivo de avaliar os efeitos do investimento materno e do historial de cópulas na competitividade dos machos, recorremos a dois tipos de experiências, para discernir entre competição de interferência e de exploração. As primeiras experiências, de competição de interferência, consistiram na comparação da competitividade direta entre machos filhos de fêmeas virgens e filhos de fêmeas acasaladas, por um lado, e entre machos virgens, machos com reservas de esperma esgotadas e machos com experiência (cujas reservas de esperma foram esgotadas mas aos quais foi dado tempo para recuperar) pelo outro. Para tal, recorrermos a um marcador monogénico recessivo, a resistência a um acaricida. A ácaros de uma população suscetível foram associadas as características: “Filho de Virgem” e “Filho de Acasalada” para a análise de investimento materno; e “Virgem”, “Sem Esperma” e “Experiente”, para a análise de história de cópula. A ácaros de uma população resistente, somente “Filho de Virgem” e “Virgem”, para as respetivas experiências. Numa arena, colocámos uma fêmea virgem resistente e dois machos numa das seguintes combinações: “Filho de Virgem” resistente e “Filho de Virgem” ou “Filho de Acasalada” suscetível, por um lado, “Virgem” resistente e “Virgem”, “Experiente” ou “Sem esperma” suscetível, pelo outro. À descendência resultante destas competições foi aplicado o acaricida, e a mortalidade causada pela sua aplicação foi analisada. Em nenhuma das experiências foram encontradas diferenças na proporção de prole morta pelo acaricida. Nas experiências de competição de exploração averiguámos a influência dos mesmos fatores na competitividade de machos. Assim, utilizámos os mesmos cinco tipos de machos. Cada macho foi colocado com uma fêmea virgem durante 30 minutos e a sua interação foi filamada. Através de software desenvolvido no âmbito deste projecto, comparámos entre tratamentos, para machos e fêmeas os seguintes componentes: aproximação líquida (somatório das diferenças das distâncias entre ácaros numa imagem e entre um ácaro na mesma imagem e o outro na imagem seguinte, para ambos os ácaros), proporção de tempo passado em aproximação ao outro ácaro, distância total percorrida e junção dos tratamentos e comparação da aproximação líquida para machos e fêmeas. Por observação direta dos vídeos, analisámos também o tempo até ao primeiro toque, tempo até ao início da cópula e a duração da mesma. Na maioria dos componentes analisados, não encontrámos diferenças significativas causadas pelo investimento materno nem pelo historial de cópula. No entanto, o tempo até ao primeiro toque e até à cópula foi significativamente menor em “Filhos de Virgem” do que em “Filhos de Acasaladas”. O tempo total de cópula foi superior em machos “Virgens” do que em machos “Sem Esperma”. A inexistência de diferenças de competitividade de interferência entre “Filhos de Virgens” e “Filhos de acasaladas” é surpreendente, uma vez que fêmeas virgens investem mais nos seus filhos do que fêmeas acasaladas, o que se reflete num maior tamanho, o que, por sua vez, confere maior poder competitivo. No entanto, o facto de os filhos de fêmeas virgens demorarem menos tempo a tocar e a acasalar com fêmeas do que os filhos de fêmeas acasaladas revela que são melhores na capacidade de encontrar parceiras. Isto pode dever-se ao facto de se uma fêmea virgem puser vários ovos no mesmo local, os seus filhos terão de enfrentar maior competição, por menos fêmeas, perto do seu local de desenvolvimento. No caso dos resultados de ambos os tipos de competição para o historial de cópulas, a inexistência de diferenças entre machos “Virgens”, “Sem esperma” e “Experientes” enquadra-se com as nossas espectativas. Apesar dos machos sem esperma não fertilizarem fêmeas quando copulam, possivelmente “marcam-nas” como acasaladas, desencorajando outros machos a acasalar com elas e assim aumentando o fitness relativo dos machos sem esperma. Alternativamente, apesar dos machos sem esperma terem tido fêmeas suficientes para esgotar as suas reservas de esperma, é possível que não o tenham feito, daí o seu comportamento ser parecido com o dos outros machos. Quanto aos machos “Virgens” e “Experientes”, a sua motivação para competir por fêmeas é semelhante, uma vez que os seus ganhos são provavelmente semelhantes. Os nossos resultados confirmam que os machos são os maiores responsáveis pelo comportamento pré-copulatório, e que o investimento materno e o historial de cópulas parecem ter algum efeito na competição masculina desta espécie. No entanto, é necessária mais investigação para perceber totalmente o efeito destes fatores de história de vida na estratégia de cópula dos machos de T. urticae

    SIMÓN BOLÍVAR E AS QUESTÕES ESSENCIAIS DA AMÉRICA LATINA

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