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Os tempos de espera em contexto de urgência hospitalar
Os tempos de espera excessivos na saúde são um dos principais motivos de
descontentamento dos pacientes e da fraca eficiência para as unidades de saúde. Os
serviços de urgência nos hospitais, pelo seu caracter de funcionamento 24 horas e
atendimento sem necessidade de marcação prévia, revelam tempos de espera muito
elevados. Esta problemática parece não ter solução à vista, e a sua continuidade gera uma
bola de neve de problemas.
Para perceber o que são tempos de espera, o que os torna excessivos e o porquê da
sua existência, tornou-se relevante o apoio do Hospital Dona Estefânia através da partilha
de dados reais. A análise debruça-se em dois períodos diferenciados pela pandemia
COVID-19, o ano de 2019 e ano de 2022.
Mais de 80% da amostra são pacientes “pouco urgente” e “urgente”. Em 2019, os
pacientes esperavam em média 1 hora e meia pela alta, enquanto em 2022, o tempo sobe
para cerca de 3 a 5 horas de espera. A taxa de abandono e as readmissões após 30 dias de
alta, Length of Stay (LOS), superior a 3 horas, são indicadores importantes na avaliação
de performance e eficiência dos hospitais
No ano de 2019 o estudo evidencia que, de forma geral, o hospital cumpre com os
valores de referência. Porém, na análise de 2022, o hospital apresenta um défice. Há
tendências preocupantes, merecedoras de estudos futuros. Recolher informação sobre os
atos médicos por paciente e obter informação sobre os tempos de espera até à triagem e
até à primeira observação médica, são indicadores extremamente relevantes.Excessive waiting times in health are one of the main reasons for patient discontent and
poor efficiency for health units. Emergency services in hospitals, by the 24-hour
operation and care without prior appointment, reveal very high waiting times. This
problem seems to have no solution in sight, and its continuity generates a snowball of
problems.
To understand what waiting times are, what makes them excessive and why they
exist, the support of the Dona Estefânia Hospital with the sharing of real data became
relevant. The analysis focuses on two periods differentiated by the COVID-19 pandemic,
the year 2019 and the year 2022.
More than 80% of the sample are "less urgent" and "urgent" patients. In 2019, patients
waited an average of 1.5 hours for discharge, while in 2022, it rises to about 3-5 hours of
waiting. The dropout rate, readmissions after 30 days of discharge, Length of Stay (LOS)
longer than 3 hours, are important indicators in the evaluation of performance and
efficiency of hospitals
In 2019 the study shows that, in general, the hospital complies with the reference
values. However, in the 2022 analysis, the hospital has a deficit. There are worrying
trends worthy of future studies. Gathering information on medical acts per patient and
obtaining information on waiting times until screening and even the first medical
observation are extremely relevant indicators
Ácido tranexâmico no trauma major com hemorragia : revisão da bibliografia, estudo da estratificação do risco e da adesão ao protocolo na Urgência Central do CHLN-HSM
Trabalho Final do Curso de Mestrado Integrado em Medicina, Faculdade de Medicina, Universidade de Lisboa, 2016Introdução: A hemorragia do trauma é uma importante causa de morte previsível, correlacionando-se com a coagulopatia induzida pelo trauma (CIT) e a presença de hiperfibrinólise. O TEG/ROTEM é o método de eleição para diagnóstico da CIT. A abordagem à hemorragia e CIT passa hoje pela utilização de ácido tranexâmico (TXA), mas discute-se a melhor forma de inclusão nos protocolos e a taxa de adesão ainda é baixa. Objectivo: Analisar o efeito do TXA na população de trauma do CHLN-HSM identificando factores para a estratificação do risco; analisar se a taxa de adesão é adequada e variáveis que influenciam a activação do protocolo. Metodologia: Seleccionámos 100 doentes consecutivos com trauma e risco hemorrágico significativo, entre Junho 2015 e Março 2016 que implicaram activação da Via Verde Trauma (VVT) do HSM. Analisámos correlações por teste de Fischer ou qui-quadrado para os outcomes mortalidade, transfusão e realização de TEG/ROTEM. Resultados: O TXA relaciona-se com maior mortalidade. A PAS e a GCS têm correlação estatisticamente significativa com a mortalidade e transfusão. O protocolo TXA relaciona-se com maior mortalidade e o GCS correlaciona-se com a sua activação. Conclusão: A PAS e GCS podem ser factores de estratificação do risco. O protocolo do TXA é aplicado aos doentes que mais poderão beneficiar, mas doentes com indicação podem não estar a activar a VVT.Introduction: Traumatic hemorrhage is an important cause of preventable death, influenced by trauma induced coagulopathy (TIC) and hiperfibrinolysis. The gold standard for diagnosis of TIC is TEG/ROTEM. Nowadays approach to hemorrhage and TIC contemplates the use of TXA, but discussion remains about the best way to include TXA in protocols and adhesion rates are low. Goal: To analyze the effect of TXA in the HSM trauma population and to identify haemorragic risk stratification factors. To analyze whether adhesion rate is adequate and variables that influence protocol activation.Methods: We selected 100 consecutive patients with trauma and significant bleeding risk between June 2015 and March 2016 that involved activation of Via Verde Trauma (VVT) CHLN-HSM. Correlation was investigated by Fischer´s test or qui-square test for mortality, transfusion and TEG/ROTEM performance outcomes. Results: TXA relates to higher mortality. SBP and GCS correlate with mortality and transfusion with statistical significance. TXA protocol relates with higher mortality and GCS correlates with protocol activation. Conclusion: SBP and GCS may be haemorragic risk stratification factors. TXA protocol is being applied to patients who would benefit the most, but some patients with indication may be left out by not activating the VVT
Cuidados biomédicos de saúde em Angola e na Companhia de Diamantes de Angola, c. 1910-1970
Pretende-se caracterizar a prestação de cuidados biomédicos em Angola durante a atividade da Companhia de Diamantes de Angola. Uma análise comparativa de políticas e práticas de saúde pública de vários atores coloniais, como os serviços de saúde da Companhia, sua congénere do Estado e outras empresas coloniais, revelará diferenças de investimento na saúde, isto é, instalações e pessoal de saúde, e tratamentos. Este escrutínio bem como as condições de vida iluminarão o carácter idiossincrático e central dos serviços de saúde da Companhia em termos de morbimortalidade em Angola, e a centralidade destes para as representações de um império cuidador
Malades et bien-portants: une symbolique pour l'étude de la production sociale de la maladie
El análisis socio-cultural de la práctica médica es una aportación reciente de la antropología de la salud. Los resultados de la investigación de la antropología de la salud serán decisivos para el futuro de la práctica médica en nuestros países, al poder intervenir en la restitución de la dimensión social que se restó a la práctica médica. Si se considera el aspecto histórico, se demuestra que la medicina se originó a finales del siglo XIX para mantener la productividad
Patrimónios Culturais Africanos: As Velhas colecções e a nova África
Os grandes movimentos de autonomia política que levaram à
independência das colónias africanas a partir dos anos 60 não
tiveram igual afirmação na sua componente cultural. Boa parte das
elites africanas formadas nas metrópoles dos países colonizadores
ignorava os valores e tradições dos povos a que pertenciam.
Por outro lado os países colonizadores, uma vez alcançada a
independência, desvalorizaram a componente dos estudos culturais
desses povos (estudos de etnografia, trabalhos de campo, enriquecimento
das colecções).
As colecções etnográficas dos museus coloniais foram cada
vez mais ignoradas pelos países que as detinham e não chegaram a
ser conhecidas pelos novos líderes africanos; tornaram-se assim um
património duplamente esquecido. E contudo a nova África redescobre
o seu passado: valoriza as suas tradições, retoma muitas práticas
de direito consuetudinário, inspira-se em mitos e rituais africanos
para exprimir novas formas de produção artística.
As velhas colecções e os seus detentores não podem por
mais tempo ignorar esta realidade. Este é o tema a discutir.Autonomist political movements that lead to african colonial
independency since the 60's didn't have the same influence in his
cultural component. Most of african elite educated in metropoles
ignored a significant part of their people's values and traditions.
On the other side, colonising countries, since the independency,
devalued these people's cultural studies (ethnographic studies,
work fiel, collections 'enrichment). Colonial museums' ethnographic collections were more often
than not, ignored by his possessors and didn't were even recognized
by the new african leadership, becoming in this way a double forgotten
patrimony.Nevertheless the new Africa rediscovers his past, valorises
his traditions, and retakes many practices of consuetudinary law,
inspired in african myths and rituals to express new ways of artistic
production.Old collections and his possessors cannot for much longer
ignore this reality. This essay pretends to introduce this question