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    Cinema, infância e criação: como as crianças surdas se relacionam com as imagens

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    O tema central desta tese é a relação e os significados construídos entre a experiência visual da criança surda e a imagem, especificamente a imagem cinematográfica. Com isso, toma-se como objetivo desta investigação caracterizar os modos pelos quais as crianças surdas se relacionam com as imagens e o que elas têm a dizer sobre essas imagens, por meio de uma experiência singular de olhá-las. Para tanto, este trabalho precisou, primeiramente, constituir o conceito de infância surda para poder pensar as relações possíveis entre criança surda e imagem. Para compor a discussão sobre uma infância surda e poder dinamizá-la teórica, metodológica e analiticamente, foram criadas três categorias inseparáveis entre si, quais sejam, a criança surda como sujeito do olhar; a criança surda como sujeito da enunciação; a criança surda como sujeito da ética. Essas três categorias derivam: tanto de pressupostos teórico-metodológicos da pesquisa ligados à relação entre elementos que envolvem a produção do sujeito (do olhar, da linguagem e da ética), considerando o arcabouço teórico escolhido, qual seja, foucaultiano e 9jud-hubermaniano; como de um levantamento realizado sobre as pesquisas produzidas, nos últimos anos, no campo que liga surdez e infância; e as discussões produzidas pelo campo da Sociologia da Infância. A pesquisa ocorreu em uma turma de crianças surdas, de oito a doze anos, em uma escola de surdos da cidade de Pelotas – Rio Grande do Sul. As oficinas foram realizadas entre os anos de 2017 e 2018, totalizando 12 encontros, além das reuniões com a escola, pais e/ou responsáveis e com as crianças. Foram realizadas sessões de cinema com as crianças, oportunizando uma experiência estética a elas, através de diversos filmes de curta, média e longa-metragem. O objetivo das oficinas tratava-se de que em cada encontro fosse possibilitado o contato das crianças surdas com as diferentes imagens, deixando com que elas se relacionassem, interagissem entre si, e que pudessem trazer um pouco das suas experiências com as imagens. Analiticamente, as oficinas com as crianças demostraram que: 1) que o corpo da criança surda é tomado como extensão do seu olhar, na relação com a imagem, desencadeando uma ação performática que leva olhar e corpo a significarem a imagem. Destaca-se também que o olhar da criança compreende uma relação entre entendimento e criança, no sentido de que assistir um filme contempla outras configurações do que, de fato, se denomina entender um filme: 2) a partir do conceito de imagem desenvolvido por Didi-Huberman, compreende-se que para o estabelecimento de um diálogo com a imagem, por vezes, a criança necessita da companhia do outro, seja ele o companheiro de filme, a pesquisadora, a professora, ou si mesmo enquanto um outro; e 3) que a relação com a imagem (esta entendida e configurada como um outro, a partir das discussões que Foucault estabelece sobre a figura do outro)necessita de um desprendimento do olhar e do próprio pensamento da criança surda, com vistas ao questionamento, ao movimento. Esse desprendimento permitiu, portanto, uma relação ética com a imagem, a partir da tomada de posição, de que nos fala Didi-Huberman, levando as crianças a uma relação diferente com a imagem. Tais elementos discutidos no texto caracterizam singularidades relativas à infância surda no que diz respeito a seus modos de ver. Palavras-chave: Infância Surda. Cinema. Imagem. Ohar.The subject of this thesis is the relationship and meanings constructed between the visual experience of the deaf child and the image — specifically the cinematographic image. The aim of this investigation is to characterize the ways in which deaf children relate to images and what they have to say about these images, through a unique experience of looking at them. To this end, it was first necessary to build the concept of childhood deafness in order to be able to think about the possible relations between deaf children and image. To conceive this discussion and streamline it theoretically, methodologically and analytically, three inseparable categories were created, namely: the deaf child as the subject of the gaze; the deaf child as the subject of the enunciation; the deaf child as the subject of ethics. These three categories derive from theoretical and methodological assumptions of the research connected to the relation between elements involving the production of the subject (of their gaze, language and ethics), considering the chosen theoretical framework from Foucault and Didi-Huberman. These derive, also, from a gathering of researches carried out in recent years in the field that links deafness and childhood and from discussions produced by the Sociology of Childhood. The research was carried out with a group of deaf children aged eight to twelve, in a school for the deaf in the city of Pelotas – RS. The workshops were held in 2017 and 2018, totaling 11 meetings. The aim of these workshops was to make it possible for the deaf children to have contact with different images at each meeting, allowing them to relate and interact with each other, bringing some of their experience with the images. Analytically, the workshops with children showed that: 1) the body of the deaf child is taken as an extension of their gaze in relation to the image, triggering a performance action that takes the gaze and the body to signify the image. It is also noteworthy that the child’s gaze comprises a relationship between the understanding and the child, in the sense that watching a film contemplates other configurations of what, in fact, is called understanding a film; 2) from the concept of image developed by Didi-Huberman, it is understood that, for the establishment of a dialogue with the image, sometimes the child needs the company of the other, being the film partner, the researcher, the teacher or themselves as another; 3) the relationship with the image (understood and configured as another, based on the discussions that Foucault established about the figure of the other) needs a detachment from the deaf child’s gaze and thinking, viewing the question and the movement. This detachment, therefore, allowed an ethical relation with the image, based on the position that Didi-Huberman explains, leading children to a different relationship with the image. Such elements discussed in the text characterize singularities related to deaf childhood with regard to their ways of seeing

    Novel Common Vehicle Information Model (CVIM) for Future Automotive Vehicle Big Data Marketplaces

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    Even though connectivity services have been introduced in many of the most recent car models, access to vehicle data is currently limited due to its proprietary nature. The European project AutoMat has therefore developed an open Marketplace providing a single point of access for brand-independent vehicle data. Thereby, vehicle sensor data can be leveraged for the design and implementation of entirely new services even beyond trafficrelated applications (such as hyper-local traffic forecasts). This paper presents the architecture for a Vehicle Big Data Marketplace as enabler of cross-sectorial and innovative vehicle data services. Therefore, the novel Common Vehicle Information Model (CVIM) is defined as an open and harmonized data model, allowing the aggregation of brand-independent and generic data sets. Within this work the realization of a prototype CVIM and Marketplace implementation is presented. The two use-cases of local weather prediction and road quality measurements are introduced to show the applicability of the AutoMat concept and prototype to non-automotive applicatio

    A Criança Surda como Sujeito do Olhar: Infância e Surdez nas Pesquisas em Educação

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    RESUMO: O objetivo deste texto é debater como infância, criança, surdez e experiência visual têm se configurado como temas investigativos na Educação, detendo-se em uma análise sobre o olhar das crianças surdas e como sua experiência visual produz e é produzida pelo olhar. Realizou-se um levantamento bibliográfico no Banco de Theses e Dissertações da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e nos trabalhos aprovados nas reuniões nacionais da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação (ANPEd) – GT Educação Especial, tendo como vetor decisivo pesquisas que tinham a infância e/ou a criança surda como temas centrais. Na análise das 23 pesquisas encontradas, verificaram-se três recorrências: a criança ou a infância surda como conceitos abrangentes, pouco abordados em suas singularidades; a experiência visual da criança surda assumida como secundária à aquisição, seja de outras linguagens (como, por exemplo, a escrita), seja da Língua Brasileira de Sinais (Libras), portanto, como experiência suplementar; o conceito de aprendizagem da criança surda vinculado à imagem como recurso didático. Com base nisso, percorreram-se pesquisas e trabalhos que rompem com essas recorrências e, assim, indicam caminhos para a construção de uma agenda de pesquisa sobre criança e infância surda

    Uma análise da complexidade do algoritmo RSA implementado com o teste probabilístico de Miller-Rabin

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    Este artigo descreve o funcionamento da criptografia de chaves públicas, com ênfase no algoritmo RSA. Apresenta-se o funcionamento do algoritmo, sua aplicabilidade, implementação com o uso do algoritmo probabilístico de Miller-Rabin e a complexidade de funções construídas. Através de uma implementação na linguagem Java, foi possível gerar chaves e testar a sua segurança, utilizando algoritmo de força bruta para a quebra. Com os resultados, foi observado que as chaves são geradas em tempo polinomial, enquanto a quebra necessita de tempo exponencial ao tamanho da chave, dada em bits. Portanto, a quebra de uma chave de grande tamanho através de força bruta torna-se impraticável

    CÉLULA EUCARIONTE

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    A célula eucarionte compõe boa parte dos organismos vivos presentes no planeta, sendo a presença dessas células, juntamente com a captação de energia para sobrevivência, reprodução, evolução de energia e resposta a estímulos, as principais características dos seres vivos. O citoesqueleto mantém a forma da célula e realizam a ciclose celular, e são três tipos como os filamentos intermediários formados por queratinas ausentes em procarionte e presentes nos desmossomos tem também os microtúbulos formados por tubulinas centríolo ausente em procariontes, angiospermas fungos e nematóides formação do fuso mitótico é áster cílios e flagelos e por último os microfilmarmos formados por actinas microvilosidades, citocinese centrípeta, formação de pseudópodes ciclose vegetal. Ribossomo: a sua principal função é a síntese proteica, eles são formados no nucléolo, podem estar livres no citoplasma ou aderidos ao retículo endoplasmático rugoso. Também podem estar unidos por uma fita de RNA. Retículo endoplasmático rugoso: eles têm membranas e também cisternas, forma a carioteca e atua na síntese proteica, forma o colágeno e também é comum nas células do pâncreas. Retículo endoplasmatico liso: inativação de centras drogas e hormônios auxilia a desintoxicação que ocorre nos hepatócitos contração muscular que é a liberação do Ca transporte de substâncias e armazenamento e forma o complexo de golgi. Complexo de golgi a secreção forma o lisossomo é o acrossomo ele é formado por cisternas (sacos achatados) e vesícula do REL ele forma o muco (comum em células califormes do intestino) preside e armazena a secreção celular empacotamento participa da síntese proteica. Lisossomo: síntese de lipídios estruturais com enzimas ácidas que agem sobre o pH ácido ele faz a digestão de partículas ligados a fagocitose pinocitose heterofagia e renovação celular. Peroxissomo: participam na produção dos ácidos biliares do fígado, ele possui enzimas que degradam ácidos graxos e aa oxidasse (consumos alto de O2) dessa reação resulta peróxido de hidrogênio ele é tóxico para a célula e para neutralizar os efeitos do H2O2 os peroxissomo possuem a enzima catalães que degrada o H2O2. Vacúolo: em vegetais os vacúolo são delimitados por uma membrana denominada tonoplasto (armazenamento e controle osmótico) possuem a função de equilíbrio osmótico protozoários de água doce e possui vacúolo contrátil são estruturas que na célula animal é pequeno e as vezes ela pode ser ausente. Mitocôndria: tem forma ovulada com membrana dupla a membrana externa e lisa e a interna pregueada formando as cristas mitocôndrias onde estão as enzimas respiratórias e preenchida pela matriz mitocondrial elas se autoduplicam devido à presença de DNA circular há também ribossomo e RNA possui a função de produzir energia por meio da respiração celular. Membrana plasmática: ela controla a entrada e saída de substâncias da célula com permeabilidade seletiva comunicação entre células e com ambientes externos do estabelece a fronteira o meio intracelular o citoplasma é o ambiente extracelular

    A Voz dos Cheiros: Significados, Representações e Consumo em uma Perspectiva Cultural

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    Neste artigo foram investigados os significados dos cheiros, partindo-se de um referencial teórico que preconiza que na cultura ocidental o olfato tem sido um sentido negligenciado em relação aos demais e que não há um vocabulário padronizado para se referir às características específicas desse sentido. Por meio de uma visada cultural utilizou-se o modelo teórico do Circuito da Cultura de Du Gay et al. (2003) para enfocar as representações criadas para os cheiros e suas conexões com o consumo. Para tanto, foi realizada uma pesquisa exploratória, coletando-se os dados qualitativos por meio de entrevistas em profundidade realizadas com 10 homens, com idades variando entre 30 e 60 anos, com curso superior e residentes ou trabalhadores do Rio de Janeiro. Os resultados demonstram que a falta de um vocabulário específico para se referir aos cheiros não é suficiente para deixá-los mudos, ao invés disso, verificou-se uma pletora de representações criadas para dar voz aos cheiros. Ainda, segundo as falas dos entrevistados, é atribuída aos cheiros a capacidade de criar, modificar ou de transformar significados, levando os pesquisadores à constatação de que os cheiros não são inocentes. Como achados do trabalho, emergiram seis categorias de significados dos cheiros, dentre elas, categorias nas quais os significados podem alterar as posições dos indivíduos dentro de estruturas sociais, indicando que os cheiros têm poder. Este estudo busca contribuir para o entendimento do comportamento do consumidor, apresentando uma visão mais ampla sobre o fenômeno dos significados do olfato no consumo

    Appendix S3: Data matrix in TNT file.

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    Um Novo registro de Chanaresuchus Bonaparti Romer 1971 (Archosauriforme, Proterochampsidae) para o triássico médio sul-rio-grandense e considerações acerca da sistemática de proterochampsidae

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    O presente trabalho apresenta a descrição do espécime UFRGS PVT-0877-T, constituído por fragmentos de crânio, de mandíbula, os dois fêmures, uma tíbia e um centro vertebral. O espécime em questão foi coletado no afloramento Schoenstadt, em Santa Cruz do Sul, em níveis atribuídos à Biozona de Traversodontídeos (Ladiniano), da Formação Santa Maria, e foi diagnosticado como pertencente à espécie Chanaresuchus bonapartei Romer 1971, constituindo-se no registro mais recente, em temos bioestratigráficos, deste táxon para o triássico sul-brasileiro. O agrupamento constituído por C. bonapartei, Rhadinosuchus gracilis Huene 1938, Cerritosaurus binsfeldi Price 1946, Chanaresuchus sp. Dornelles 1995, Proterochampsa nodosa Barberena 1982, Poterochampsa barrionuevoi Reig 1958, Gualosuchus reigi Romer 1971 e Tropidosuchus romeri Arcucci 1990, foi aqui reunido sob o nome Proterochampsidae, visando manter o princípio da estabilidade, dada a extensiva utilização do termo. Entretanto, constatou-se a necessidade de uma análise filogenética do grupo interno dos proterocampsideos, para avaliar a possibilidade de existência de mais de uma linhagem dentro deste grupo, bem como avaliar o status taxonômico de algumas formas tradicionalmente não proterocampsídeas, mas que possam vir a serem interpretadas como tais (e.g: Acallosuchus rectori Murry & Long, 1989; Elaphrosuchus rubidgei Broom 1946), o que implicaria, também, em uma ampliação da distribuição bioestratigráfica do clado. Finalmente, o estudo comparativo aqui efetuado entre UFRGS PVT-0877-T e os demais proterocampsídeos constatou a necessidade de serem realizados estudos mais detalhados referentes à ontogenia dos componentes do grupo, uma vez que existem várias referências, na literatura, sugerindo que alguns dos táxons atualmente estabelecidos (e.g. Rhadinosuchus) se tratem, em realidade, de formas juvenis. Nesse contexto, foi sugerida, no presente trabalho, a investigação da hipótese de que Cerritosaurus binsfeldi possa constituir-se numa forma juvenil de Chanaresuchus bonapartei.This dissertation presents a description of the specimen UFRGS PVT-0877-T, consisting of fragments of skull, part of the jaw, two femurs, one tibia and a vertebral center. Such specimen was collected at the "Schoenstadt Outcrop", in Santa Cruz do Sul City, in levels assigned to the Biozone of Traversodontidae (Ladinian), Santa Maria Formation, and was identified as Chanaresuchus bonapartei Romer 1971, being the most recent record of this taxon to the South Brazilian Triassic. The group that includes C. bonapartei, Rhadinosuchus gracilis Huene 1938, Cerritosaurus binsfeldi Price 1946, Chanaresuchus sp. Dornelles 1995 Proterochampsa nodosa Barberena 1982 Proterochampsa barrionuevoi Reig 1958, Gualosuchus Reig Romer 1971 and Tropidosuchus romeri Arcucci 1990 was held here under the name Proterochampsidae, to maintain the principle of stability, given the extensive use of that term. However, some additional studies are required, regarding to this group: 1) a phylogenetic analysis of the internal group of proterocampsids, in order to check its monophily; and 2) a re-evaluation of some other forms not commonly attributed to the proterocampsids but that may be interpreted as such (eg: Acallosuchus rector Murry & Long, 1989; Elaphrosuchus rubidgei Broom 1946), which would also change the biostratigraphic range of the group. Finally, the comparative study made here between UFRGS PVT-0877-T and other proterocampsids show that more detailed studies concerning the ontogeny of the components of the group are needed, since there are some references in the literature, suggesting that some of the taxa currently established (e.g. Rhadinosuchus) could be, in fact, juveniles. In this context, it was suggested, in this work, the hypothesis that Cerritosaurus binsfeldi might be a juvenile of Chanaresuchus bonapartei
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