20 research outputs found

    Ficção e encenação : o desenho como narrativa visual

    Get PDF
    Tese de doutoramento, Belas-Artes (Ciências da Arte), Universidade de Lisboa, Faculdade de Belas-Artes, 2014O desenho como expressão plástica sempre esteve relacionado a uma ideia de projeto em curso, como manifestação de uma expressão formal e conceptual em permanente estado de inacabado. A relação umbilical face à pintura construiu, ao longo dos tempos, uma conceção segundo a qual o desenho se apresenta como suporte e como estado transitório da constituição da imagem enquanto produto final e acabado, como uma expressão experimental de formalizações e de conceptualizações. No entanto, esta perspectiva redutora que se inscreveu num microcosmos imagético, desenvolveu-se dentro de um relato de uma transformação da matéria em ideias, de estruturas não verbalizáveis em conteúdos semânticos. A construção gráfica exponencia a manifestação de uma errância das formas à medida que se concretiza semanticamente em conteúdo e em ideia. O discurso plástico organiza-se deste modo como expressão de um percurso de uma transformação material que ocorre a nível da superfície do suporte mas que se fundamenta a nível intelectual. O processo que envolve a construção discursiva plástica como conceptual ocorre numa temporalização que se manifesta numa estrutura de cariz narratológico. A observação de um modo narrativo como constituinte de uma discursividade plástica apresenta-se, assim como, ponto de partida desta investigação. Aferir uma tradição estrutural do desenho como meio interpretativo de narrativa e como meio expressivo de narrativa fundamenta-se no encontro que se estabelece entre o desenho como primado da ideia e o desenho como fundamento da imaginação. A transversalidade no tempo do desenho como processo e como construtor de estruturas plástico/discursivas edifica-se numa construção plural de intencionalidades e de soluções. A narrativa, como modo, exponencia a sedimentação dos diversos imaginários que vão ocorrendo e que, de forma dinâmica, se interrelacionam e se metamorfoseiam consoante os contextos do seu encontro, na memória dos artistas e na relação com o espetador. O jogo da perceção e as suas ilusões no campo da representação como manifestação de uma construção de visualidade ancoram num sistema de códigos e de convenções que se exponenciam em linguagem, que, não verbalizável, se satisfaz quando construída numa estrutura linguística que ocorre no campo da ficcionalidade. A narrativa, como ficção da ideia e do gesto plástico, e a ficção, como narrativa que verbaliza uma presença e numa existência apresentam uma dimensão do desenho que se projeta intemporalmente como exercício e como atividade do pensamento plástico. O desenho como narrativa fundamenta, ao nível semântico e processual, deste modo a sua autonomia em relação à pintura.The production of drawing in the context of visual arts has always been related to an idea of working in progress, related to painting as a supporting role, as a field of practical and theoretical expression of formalizations and conceptual ideas. However this experience that developed inside womb of ideas, is verbalized when these meanings are transformed in material signs with semantic content by the action from the draughtsman. The graphical action constructs a discourse of meanings when occurs a visualization that semantically materializes content and idea inside a temporality, in a dimension of space and time. The act of drawing as an artistic discourse is organized so as an expression of material transformation that occurs in the level of the surface of the canvas but simultaneous as narrative of meanings at the level of the mind. The process involves the construction of plastic discourse as a conceptual temporizing occurs on a narrative structure. The observation of a narrative mode, as a constituent of an expressive artistic discourse, presents itself as the starting point of this investigation. Assess structural tradition of drawing as a means of narrative and interpretive and expressive medium of narrative is based on the presuppose that is established between the act of drawing as primacy of an idea and drawing as the foundation of an imagination and an imagery. The drawing as a process and as a conceiver of artistic / discursive structures, which elaborates a construction of plural intentions and artistic solutions, as the narrative mode aggregate imaginary contents from different sources, that develop in a dynamic relationship that occurs in the encounter between the viewer and the picture and in the memory of the artists. The structure of perception, and the illusions in the field of representation, is a manifestation of a visuality related to a universe of codes and convention systems that are express in a kind of language, without utterance, that achieved a sense of meaning when developed inside a linguistic structure that occurs in the field of fiction. The approach to a concept of narrative structure that constructs a fiction about the act of drawing and the concept of fiction as a narrative of the material acting of the gesture of drawing, that is organized inside an artistic discourse, is the expression of a field of new interpretations that conceive new semantic contents, when the forms are read by the viewer during the temporal transition of the perceptualist gaze to the visual reading. This fiction that develops as a visual narrative that will conceive new semantic contents of imagery is the reflex of a transformation, from the material to ideas, from a perceptualist narrative to visual narrative conceived inside artistic and plastic discourse. Drawing as a narrative discourse is the foundation of autonomy, on the semantic level as on procedural level, in relation to painting

    Novel Perspectives in Management of Angiogenesis and Cancer Therapy

    Get PDF
    Funding: The project was funded by IPOLFG EPE and by iNOVA4Health (UID/Multi/04462/2019) a program financially supported by Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT)/Ministério da Educação e Ciência, through national funds. We also acknowledge funding from FCT-MCTES through the project DREAM—PTDC/MEC-ONC/29327/2017. FL-C PhD fellowship was funded by FCT (PD/BD/128337/2017).The activation of endothelial cells (ECs) is a crucial step on the road map of tumor angiogenesis and expanding evidence indicates that a pro-oxidant tumor microenvironment, conditioned by cancer metabolic rewiring, is a relevant controller of this process. Herein, we investigated the contribution of oxidative stress-induced ferroptosis to ECs activation. Moreover, we also addressed the anti-angiogenic effect of Propranolol. We observed that a ferroptosis-like mechanism, induced by xCT inhibition with Erastin, at a non-lethal level, promoted features of ECs activation, such as proliferation, migration and vessel-like structures formation, concomitantly with the depletion of reduced glutathione (GSH) and increased levels of oxidative stress and lipid peroxides. Additionally, this ferroptosis-like mechanism promoted vascular endothelial cadherin (VE-cadherin) junctional gaps and potentiated cancer cell adhesion to ECs and transendothelial migration. Propranolol was able to revert Erastin-dependent activation of ECs and increased levels of hydrogen sulfide (H2S) underlie the mechanism of action of Propranolol. Furthermore, we tested a dual-effect therapy by promoting ECs stability with Propranolol and boosting oxidative stress to induce cancer cell death with a nanoformulation comprising selenium-containing chrysin (SeChry) encapsulated in a fourth generation polyurea dendrimer (SeChry@PUREG4). Our data showed that novel developments in cancer treatment may rely on multi-targeting strategies focusing on nanoformulations for a safer induction of cancer cell death, taking advantage of tumor vasculature stabilization.publishersversionpublishe

    revista de Ciências da Arte

    Get PDF
    Além da segunda parte do dossier sobre Arte e Tempo, este número apresenta mais dois textos livres e exploratórios. De Margarida Calado continuamos a publicar nestes números impares o seu trabalho em torno da Historiografia da Arte em Portugal, com um novo capítulo (A historiografia na passagem do século XIX para o século XX – Joaquim de Vasconcelos e Sousa Viterbo) que se centra em duas figuras decisivas na afirmação da história da arte como ciência, na transição entre os séculos XIX e XX: Joaquim de Vasconcelos e Sousa Viterbo. Diogo Costa, depois de no n.º 5 ter apresentado um ensaio sobre as Missões Estéticas de Férias, propõe agora a variação ou prolongamento, com o entendimento das Missões Internacionais decorridas na chamada «década do silêncio» com o título: Transpor Distâncias e Quebrar silêncios: As Missões Internacionais de Arte, uma Residência Artística em Portugal na década de 1950.info:eu-repo/semantics/publishedVersio

    revista de Ciências da Arte

    Get PDF
    Para estes números (nº6 e 7) dos trabalhos de 2018 a revista Convocarte abordou a questão lúdica Inspirada na noção de Homo Ludens de Huizinga, propomos uma Ars Ludens, assumindo-a enquanto dimensão humana que atravessa as culturas e as produções artísticas. Apesar de nos interessar trabalhar ambas as dimensões em conjunto, defendemos que lúdico e jogo, apesar da proximidade, não são a mesma coisa. O jogo é o instrumento através do qual se manifesta a dimensão lúdica. Mas o jogo pode ter outros efeitos negativos, mais nocivos que não se ajustam à ludicidade, ou até ser seu antónimo. Se o jogo pode também ser vício e derrota, a ludicidade liberta-se enquanto efeito de prazer e de diversão. O jogo é o plano de regras e de objetivos, enquanto palco alternativo às normas da nossa realidade, no interior do qual a ludicidade se experimenta. Diríamos que o lúdico é o lado bom e prazenteiro do efeito do acto de jogar. Mas o lúdico não é exclusivo do jogo. O brinquedo é outro dos seus instrumentos e o brincar outro dos seus verbos privilegiados – e nem sempre brincar e jogar coincidem, porque uma acção apela ao entretimento e outra à competição. Apesar das fusões etimológicas, consoante as línguas e suas tradições, as proximidades entre estes termos (lúdico, jogo ou brincadeira) acabam por apresentar nuances a distinguir.info:eu-repo/semantics/publishedVersio

    revista de Ciências da Arte

    Get PDF
    Ao lançarmos a chamada para o dossier de número 10 e 11 da Revista Convocarte, era esperado que a escolha temática, o encontro entre arte e loucura, traria uma grande variedade de considerações, nem sempre concordantes e, por vezes, surpreendentes. Por qualificar de “loucura” e não de “doença” e nem de outra coisa qualquer, avaliamos a oportunidade de escutar os diversos entendimentos que, em nossa sociedade, é possível fazer deste termo. É por isso que, no texto que lançava a chamada, propusemos: “tratar as questões da arte na loucura ou da loucura na arte implica uma série de contextualizações e temporalidades que, de antemão, qualificam tanto a obra quanto o sujeito que a produz”. Isto quer dizer que ao falarmos em loucura, ao revermos as suas bases psicológicas, as suas narrativas sociais, os panoramas médicos ou os apelativos artísticos, nós colaboramos em inventar a própria noção de loucura. A loucura não é um estado definido (ou definitivo) e atestado em laudo médico, ela é possibilitada nas relações entre a razão e a desrazão, ponderada pelo desejo de instituir amarras ou potências sobre os sujeitos que habitam este mundo. É e sempre será incitante perceber as variadas formas de produção dos sentidos da loucura. E quando possibilitamos narrativas que levam estes diversos sentidos ao encontro da arte, ou vice-versa, abrimos um sem fim de perspectivas sobre o que pode parecer ilógico ou imponderável: as expressões da loucura.info:eu-repo/semantics/publishedVersio

    revista de Ciências da Arte

    Get PDF
    Organizando-se agora no formato de número duplo, de modo a comportar dois números por ano, a revista digital Convocarte – Revista de Ciências da Arte mantém o mesmo propósito de promover o debate e edição de questões artísticas no espaço universitário, mantendo as coordenadas dominantes: convocar um número de especialistas em torno de um tema do mundo das artes, integrar trabalhos relevantes desenvolvidos nas fases curriculares e de projecto em mestrados e doutoramentos, sobretudo da FBAUL, e publicar trabalhos desenvolvidos em linhas de investigação do CIEBA. Assim, embora de funcionamento afecto à área científica de Ciências da Arte e do Património a Convocarte está aberta a outras especialidades interessadas em contribuir para a reflexão sobre as artes em geral, incorporando ensaios de predomínio teórico enraizado nos mais predominantes modos de discurso sobre arte, tais como História da arte, Crítica de Arte, Estética, Teorias da Arte ou Curadoria. (...) O nº2 organizou-se em torno de uma homenagem a uma figura importante das teorias da arte em Portugal, estratégia que Convocarte procurará manter nos próximos números. A intenção será deixar estudos sistematizados, entre o depoimento ou o ensaio, a memória e a reflexão, que estudem figuras marcantes da cultura portuguesa. (...) Neste número essa pasta foi dedicada a Rui Mário Gonçalves. Os textos são o resultado de uma sessão especial alargada a 2 de Maio no âmbito dos 2ºs Encontros com Críticos de Arte, com organização e coordenação de Fernando Rosa Dias, Cristina Tavares e Viviane Soares Silva, e decorridos ao longo das segundas do mês de Maio de 2016 na FBAUL (http://convocarte.belasartes.ulisboa.pt/index.php/2016/04/29/2o-encontros-com-criticos-de-arte/#more-325). A partir destes trabalhos reuniu-se um conjunto de estudos em torno de Rui Mário Gonçalves, com depoimentos e estudos sobre as mais diferentes facetas desta importante figura da cultura portuguesa: crítico de arte, historiador de arte, curador artístico, pedagogo e professor, político e activista, etc. A Convocarte orgulha-se de publicar os textos dessas comunicações, acrescentado de outros estudos, agradecendo a todos os colaboradores deste evento, que consideramos uma pasta que adianta contributos dando continuidade a estudos no catálogo de homenagem e no âmbito de apresentação da colecção do crítico de arte na SNBA, realizada pouco antes na SNBA.info:eu-repo/semantics/publishedVersio

    Testing a global standard for quantifying species recovery and assessing conservation impact.

    Get PDF
    Recognizing the imperative to evaluate species recovery and conservation impact, in 2012 the International Union for Conservation of Nature (IUCN) called for development of a "Green List of Species" (now the IUCN Green Status of Species). A draft Green Status framework for assessing species' progress toward recovery, published in 2018, proposed 2 separate but interlinked components: a standardized method (i.e., measurement against benchmarks of species' viability, functionality, and preimpact distribution) to determine current species recovery status (herein species recovery score) and application of that method to estimate past and potential future impacts of conservation based on 4 metrics (conservation legacy, conservation dependence, conservation gain, and recovery potential). We tested the framework with 181 species representing diverse taxa, life histories, biomes, and IUCN Red List categories (extinction risk). Based on the observed distribution of species' recovery scores, we propose the following species recovery categories: fully recovered, slightly depleted, moderately depleted, largely depleted, critically depleted, extinct in the wild, and indeterminate. Fifty-nine percent of tested species were considered largely or critically depleted. Although there was a negative relationship between extinction risk and species recovery score, variation was considerable. Some species in lower risk categories were assessed as farther from recovery than those at higher risk. This emphasizes that species recovery is conceptually different from extinction risk and reinforces the utility of the IUCN Green Status of Species to more fully understand species conservation status. Although extinction risk did not predict conservation legacy, conservation dependence, or conservation gain, it was positively correlated with recovery potential. Only 1.7% of tested species were categorized as zero across all 4 of these conservation impact metrics, indicating that conservation has, or will, play a role in improving or maintaining species status for the vast majority of these species. Based on our results, we devised an updated assessment framework that introduces the option of using a dynamic baseline to assess future impacts of conservation over the short term to avoid misleading results which were generated in a small number of cases, and redefines short term as 10 years to better align with conservation planning. These changes are reflected in the IUCN Green Status of Species Standard

    O espaço da representação e o espaço representado, estruturação geométrica e perspética como elementos discursivos numa narrativa visual

    No full text
    info:eu-repo/semantics/publishedVersio
    corecore