7,172 research outputs found

    Millicent Garrett Fawcett: writing in the Defence of Women’s Emancipation

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    Sincronia floral de quatro cultivares de abacateiro (Persea americana Mill.), no Algarve.

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    O abacateiro possui características únicas a nível da floração. Apesar das flores serem hermafroditas, apresentam mecanismos que não permitem a autopolinização. As flores abrem duas vezes, primeiro como femininas, depois fecham e, numa segunda abertura, são funcionalmente masculinas. Dependendo dos momentos em que isso ocorre, os abacateiros são classificados em dois grupos, grupo A e grupo B. As alterações de temperatura, humidade relativa e nebulosidade modificam o comportamento de ambos os grupos, nomeadamente, hora de início e duração de cada uma das fases da flor. Uma vez que a maior parte dos estudos sobre floração e polinização em abacateiro têm sido conduzidos em zonas com características edafoclimáticas diferentes das do Algarve, é necessário estudar estes processos, com vista a desenvolver conhecimento e técnicas culturais que permitam aumentar a produtividade dos pomares. Tendo em conta que a cultivar ‘Hass’ (grupo A) é a mais valorizada comercialmente, aparecendo como cultivar principal em quase todos os pomares portugueses, sendo as polinizadoras do grupo B, definiu-se como objetivo avaliar a pertinência da instalação de árvores polinizadoras e a compatibilidade entre estas e a cultivar ‘Hass’. Assim, foi avaliado o comportamento floral, através da observação ao longo do dia, durante vários dias, registando-se o número de flores abertas e respetivo estado fenológico. Os resultados obtidos mostram que a abertura das flores da cultivar ‘Hass’ na fase feminina se concentra principalmente entre as 11 e as 14 horas, podendo apresentar sobreposição com a fase masculina da mesma cultivar. Nas cultivares polinizadoras a abertura das flores na fase masculina é variável, sendo a cultivar ‘Bacon’ a que apresenta uma maior sobreposição com a ‘Hass’ ao longo do dia. As observações efetuadas são relacionadas com as condições meteorológicas registadas durante o mesmo período.info:eu-repo/semantics/publishedVersio

    Peacebuilding and development in TimorLeste: a critical analysis

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    A ligação entre ‘construção da paz’ (peacebuilding) e desenvolvimento é actualmente aceite de forma mais ou menos consensual em termos conceptuais. Não há desenvolvimento sem paz, e a paz precisa de desenvolvimento para se tornar sustentável. No entanto, a definição conceptual de ambos os termos teve uma evolução paralela que só recentemente começou a ser tratada de forma interligada. Acresce ainda que, para além da evolução conceptual dos termos, a sua aplicação, em termos de actores, políticas e estratégias também tem sido desenhada e implementada de forma autónoma. Apesar de actualmente se poder identificar uma tendência para se apresentarem os conceitos de forma interligada, as práticas ainda têm um longo caminho para se ajustarem a essa nova realidade conceptual.Peacebuilding and sustainable development are currently assumed as interconnected concepts with several strategies and policies created based on this linkage. However, in practice, this connection has presented results below those expected due to problems related to specifc dynamics of development actors and strategies as well as peacebuilding actors and strategies. Timor-Leste constitutes a clear example of this disconnection between development expectations and peacebuilding results and how this disconnection may jeopardize both development and peace efforts

    Cinema’s audience, in Portugal, in the last 40 years: Bragança’s case

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    O número de espetadores de cinema tem variado ao longo dos tempos. Nos últimos 40 anos, em Portugal, o sentido é globalmente descendente devido sobretudo à internet e às novas tecnologias de comunicação. Esta informação pode ser comprovada com os números fornecidos pela base de dados “ Pordata” e por alguns estudos realizados nesta área. O cinema é uma arte em constante mudança e que influencia a sociedade, mas é ao mesmo tempo influenciado por ela, constituindo mesmo o seu autorretrato. Sem a interação com a sociedade contemporânea a sétima arte não evolui nem desperta paixões. Este facto pode determinar os altos e baixos na história do cinemaCinema’s audience has undergone changes in the last years. In the last 40 years, in Portugal, it has globally decreased mostly because of the internet and new communication technologies. This information can be ascertained by the figures of database “Pordata” and by some scientific studies carried out by specialists. Cinema is an art which is always changing and that has a great influence in society but it is also influenced by it, being almost society’s self-portrait. Without the interaction with today’s society cinema won’t evolve and arouse passions. This can determine the ups and downs in cinema’s history

    Ergodicity of polygonal slap maps

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    Polygonal slap maps are piecewise affine expanding maps of the interval obtained by projecting the sides of a polygon along their normals onto the perimeter of the polygon. These maps arise in the study of polygonal billiards with non-specular reflections laws. We study the absolutely continuous invariant probabilities of the slap maps for several polygons, including regular polygons and triangles. We also present a general method for constructing polygons with slap maps having more than one ergodic absolutely continuous invariant probability.Comment: 17 pages, 6 figure

    Effect of nutritional supplements on the aquaporin-mediated oxidative stress

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    Tese de mestrado, Ciências Biofarmacêuticas, Universidade de Lisboa, Faculdade de Farmácia, 2018As aquaporinas (AQPs) são canais transmembranares que estão amplamente expressas em organismos vivos, sendo responsáveis pelo transporte de água e pequenos solutos, como o glicerol. Até à data, foram identificadas treze AQPs (0-12) em mamíferos que estão dividas em: aquaporinas ortodoxas (AQP0, AQP1, AQP2, AQP4, AQP5, AQP6 e AQP8), aquagliceroporinas (AQP3, AQP7, AQP9 e AQP10), dependendo da sua capacidade para transportar água ou água e glicerol. AQP11 e AQP12 estão inseridas no grupo de aquaporinas não-ortodoxas ou S-aquaporinas devido à sua localização subcelular e permeabilidade ainda incerta. Algumas aquaporinas têm a capacidade de transportar outros solutos como amónia (AQP8) e/ou peróxido de hidrogénio (hAQP1, hAQP3, rAQP5 e hAQP8), sendo que estas são chamadas de peroxiporinas. O peróxido de hidrogénio (H2O2), é conhecido como uma espécie reativa de oxigénio que é capaz de provocar dano em proteínas, lípidos e ácidos nucleicos sendo bastante associado ao stress oxidativo. Contudo, recentemente o peróxido de hidrogénio tem vindo a ser identificado como tendo um papel essencial em várias funções vitais e vias de sinalização associadas à divisão, migração e sobrevivência celular. Estas espécies reativas de oxigénio estão constantemente a ser produzidas nas células devido aos processos metabólicos. Contudo podem também ser gerados pela exposição celular a radiação, xenobióticos ou metais pesados. O stress oxidativo ocorre quando a quantidade destas espécies reativas de oxigénio é bastante superior à capacidade de ação das defesas antioxidantes. Existem dois sistemas de defesa antioxidante bastante importante nas células. A enzima catalase e a glutationa, que funcionam como principais agentes de remoção de espécies reativas de oxigénio mantendo os níveis redox intracelular em níveis não-prejudiciais para a homeostasia celular. Os polifenóis são caracterizados pela presença de grupos fenol na sua estrutura química. Os polifenóis são o maior grupo de fitoquímicos e existe em grande quantidade em plantas comestíveis. Uma dieta rica em polifenóis mostrou ser bastante benéfica para a saúde. Até agora, foram identificadas mais de 8000 estruturas fenólicas em vegetais, frutos, azeite e vinho. Podem ser divididos em vários subgrupos como: flavonoides, ácidos fenólicos, curcuminóides, estilbenos e taninos. Vários estudos propuseram que uma ingestão elevada de polifenóis pode ser associada à diminuição de vários tipos de doenças incluindo doenças cardiovasculares, várias formas de cancro e doenças neurodegenerativas. Recentemente foram descritos vários estudos sobre o efeito e a influência destes compostos nutricionais na expressão e atividade das AQPs. Polifenóis bioativos mostraram ter alguma influência na expressão, bem como nas propriedades biofísicas das AQPs de mamífero. Devido à capacidade das AQPs para transportar peróxido de hidrogénio e aos efeitos benéficos dos polifenóis, decidimos investigar a permeação ao peróxido de hidrogénio pela aquaporina 3 humana e a aquaporina 5 humana, bem como, o efeito de compostos alguns compostos nutricionais (curcumina, naringenina e hesperidina) e de um extrato de uma planta chamada Mahonia aquifolium que tem vindo a mostrar efeitos antioxidantes, anti proliferativos, anti-inflamatórios e anticancerígenos, no stress oxidativo mediado pelas AQPs. Para este efeito, foi usado um sistema de expressão heteróloga de levedura Saccharomyces cerevisiae cujas aquaporinas endógenas foram silenciadas (aqy1 e aqy2). A aquaporina 3 e a aquaporina 5 de Homo sapiens foram previamente clonadas num vetor de expressão pUG35 que foi utilizado para transformar a estirpe de S. cerevisiae YSH 1770. Primeiramente, fomos determinar a função das aquaporinas através da técnica de interrupção brusca de fluxo “stopped-flow”. Os ensaios foram realizados a pH 5 (pH ótimo das leveduras) e ao pH 7.4 (pH fisiológico em tecidos animais). Seguidamente fomos observar a sensibilidade das estirpes que expressam as aquaporinas através de dois ensaios: ensaio de fenótipo, onde as células foram sujeitas a um stress crónico (dois dias) com várias concentrações de H2O2, e um ensaio de formação de colónias, em que as células foram sujeitas a um stress agudo (uma hora) com uma concentração de H2O2. Posteriormente, com o objetivo de verificar se há efeito do H2O2 nos sistemas de defesa antioxidante das células, fomos verificar os níveis de atividade da catalase e o conteúdo total de GSH nas células em condições basais e após adição de H2O2. Por fim, fomos avaliar e quantificar a acumulação de ROS intracelular, bem como o efeito dos compostos acima mencionados através de um método que utiliza uma sonda específica para ROS (H2DCFDA). Para este efeito, as células controlo que apenas possuem o vetor vazio (pUG35) e as células que expressam as aquaporinas 3 e 5 foram incubadas com várias concentrações de H2O2 e a variação de fluorescência devida à acumulação de ROS intracelular foi medida ao longo de uma hora. Em seguida fomos investigar o efeito dos compostos nutricionais acima descritos no stress oxidativo mediado pelas aquaporinas. As células foram previamente incubadas com uma concentração conhecida de cada composto e tratadas com uma concentração escolhida no ensaio anterior. As variações de fluorescência foram acompanhadas ao longo de uma hora. Os nossos resultados mostraram que as ambas as aquaporinas estavam funcionais para o transporte de água (AQP5) e para o transporte de água e glicerol (AQP3). Uma vez que a AQP3 é regulada pelo pH, os resultados mostraram também que a pH 5 esta aquaporina está inativa, ou seja, não transporta água nem glicerol, e que a pH 7.4 se encontra aberta. Relativamente aos ensaios de fenótipo verificou-se uma alta sensibilidade por parte da estirpe com expressão de AQP5 ao peróxido de hidrogénio a partir da concentração mais baixa, enquanto que, curiosamente a estirpe com expressão de AQP3 não apresentou qualquer sensibilidade. Nos ensaios de formação de colónias verificamos que a estirpe com expressão de AQP5 mostrou uma sensibilidade inicial ao H2O2 seguida de uma recuperação celular após uma hora de incubação. Relativamente à estirpe que expressa AQP3, verificamos que a pH 5 as células mostraram ter uma percentagem de sobrevivência ligeiramente maior que o controlo, enquanto que a pH 6.5 verificamos uma alta sensibilidade ao peróxido de hidrogénio após quinze minutos de incubação com uma ligeira recuperação após uma hora de incubação. Após verificar os níveis de atividade da enzima catalase e quantificar os níveis de glutationa total nas células, verificamos que não existiram variações significativas nestes níveis em condições basais nem após a incubação com uma concentração conhecida de peróxido de hidrogénio para as diferentes estirpes. Os resultados relativos à medição da acumulação de ROS intracelular mostraram que a estirpe com expressão de AQP3 apresentou níveis de acumulação bastante baixos a pH 5 e elevados níveis a pH 7.4 logo a partir de concentrações baixas de H2O2. Relativamente à estirpe que expressa a AQP5, os níveis de acumulação de ROS foram bastante similares para ambos os valores de pH embora estes níveis tenham sido significativamente inferiores aos observados para a AQP3 a pH 7.4. Por último, relativamente ao efeito dos compostos nutricionais no stress oxidativo mediado pelas aquaporinas verificamos que existe um efeito de remoção e diminuição dos níveis de ROS nas células. Em todas as estirpes os compostos naringenina e curcumina apresentaram os melhores resultados com importante destaque para a curcumina que apresentou um efeito de remoção bastante elevado. O extrato da planta Mahonia aquifolium apresentou os níveis mais baixos enquanto que o composto hesperidina, apesar de apresentar alguma função na diminuição dos valores de ROS na estirpe que expressa a AQP3, mostrou um efeito controverso na estirpe que expressa a AQP5.Aquaporins (AQPs) are transmembrane channel proteins widely expressed in living organisms responsible for the transport of water and small solutes such as glycerol. Until now, thirteen AQPs (0-12) were identified in mammals are grouped into orthodox AQPs (AQP0, AQP1, AQP2, AQP4, AQP5, AQP6 and AQP8) and aquaglyceroporins (AQP3, AQP7, AQP9, AQP10), depending on their ability to permeate water or water and glycerol. AQP11 and AQP12 are grouped as unorthodox or S-aquaporins due to their distinct evolutionary pathway and permeability still uncertain. Some AQPs are also able to transport other solutes such as ammonia (AQP8) and/or hydrogen peroxide (AQP1, AQP3, AQP5 and AQP8) being named peroxiporins. The class of polyphenols is characterized by the presence of phenol units in their chemical structure. Polyphenols are the largest group of phytochemicals and they exist in eatable plants. Diets enriched in these polyphenols were found to exert many beneficial effects to human health. So far, more than 8000 phenolic structures have been identified in vegetables, fruits, olive oil and wine. They can be divided in many subfamilies such as flavonoids, phenolic acids, curcuminoids, stilbenes and tannins. Epidemiological studies propose that a high intake of polyphenols can be associated to a decrease of several types of diseases including cardiovascular diseases, specific forms of cancer, and neurodegenerative diseases. Several studies have reported the influence and effect of these nutritional compounds in AQPs expression and activity. Bioactive polyphenols have shown to have some influence in the expression as well as in biophysical properties of mammalian AQPs. Due to the ability of AQPs to permeate hydrogen peroxide and knowing the beneficial effects of polyphenols, we decided to investigate the permeation of hydrogen peroxide by human aquaporin 3 and human aquaporin 5, as well as the effect of specific nutritional compounds (curcumin, naringenin and hesperidin) and a plant extract of Mahonia aquifolium in the AQP-mediated oxidative stress. For this purpose, we used a yeast heterologous expression system of Saccharomyces cerevisiae, which is endogenous aquaporin-deleted (aqy1 and aqy2 knock-out). The Homo sapiens AQP3 and Homo sapiens AQP5 genes were previously cloned in an expression vector pUG35 and were used to transform the strain S. cerevisiae YSH 1770. Firstly, we determined the function of each aquaporin using the stopped-flow technique at pH 5 (yeast physiological pH) and at pH 7.4 (mammalian physiological pH), followed by assessment of the cells sensitivity to H2O2 using a phenotypic growth assay (chronic stress) and a colony forming unit assay (acute stress). Then, we decided to investigate the effect of H2O2 in the antioxidant defense system by measuring the catalase levels and total GSH content in cells. Afterwards, the intracellular ROS accumulation and the effect of each compound were determined using a specific probe for ROS (H2DCFDA). Our results showed a high sensitivity of hAQP5 expressing cells to H2O2 in the phenotypic growth assay but in the colony forming unit assay we observed an initial sensitivity followed by a cellular recuperation. Cells expressing hAQP3 showed higher intracellular ROS accumulation at pH 7.4 whereas cells expressing hAQP5 showed a similar accumulation at both pH 5 and pH 7.4. Curcumin and naringenin reduced ROS accumulation and showed to be the most efficient compounds against oxidative stress

    Contextual effects of power differentials: Construct validation and concurrent validity of the Power Differential Scale

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    Power distance can produce contextual effects that surpass the cultural level of analysis, allowing predicting how the assimilation of these cultural values impacts individuals motivations to attain power positions and behaviors towards authorities. Power distance value can be conceived both at a micro and macro level of analysis. However existing measures used at a cultural level have been the object of several critics, and others applied at the individual level need further study in terms of their psychometric properties. This article presents the main psychometric properties of the Earley and Erez (1997) Power Differential Scale. This scale measures the acceptability of power and status differences both at micro and macro level. Two studies analyse the scale’s construct validity and its factorial invariance across groups of participants (study 1); and its predictive validity at an individual level (study 2). The results obtained support the proposed unidimensionality of the scale. Furthermore, it demonstrated predictive power by showing the role of power distance in the prediction of individual motivations to attain power and to respond to power situations using withdrawal or confrontational strategies. Future research is discussed, specifically the impact of power differential construct in individual attitudes and behavior

    Polymorphism in hydroxybenzoyl compounds: structure and energetics

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    Tese de mestrado em Química, apresentada à Universidade de Lisboa, através da Faculdade de Ciências, 2016O trabalho apresentado nesta tese foi realizado no Grupo de Energética Molecular (GEM), do Centro de Química e Bioquímica da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa. Um dos temas principais desenvolvidos ao longo dos anos no GEM, prende-se com o estudo da relação entre a energética e a estrutura das moléculas, nomeadamente em sólidos moleculares orgânicos. A abordagem deste tema tem seguido duas linhas de investigação ligeiramente distintas. Na primeira, são estudados sistemas modelo, normalmente constituídos por pequenas moléculas (poucas dezenas de átomos), pouco dispendiosos e que podem ser facilmente manipulados. Estes estudos têm como objetivo estabelecer relações causa-efeito como, por exemplo, averiguar como uma determinada alteração na estrutura de uma molécula, implica mudanças no empacotamento em estado sólido e, consequentemente, nas propriedades físicas. Na segunda linha, os conhecimentos retirados do estudo dos sistemas modelo, são aplicados diretamente ao estudo de compostos com interesse comercial. De facto, este tipo de estudo é de extrema importância para as indústrias que usam formulações orgânicas no estado sólido, onde a indústria farmacêutica se destaca, devido à grande variedade de princípios ativos farmacêuticos que são utilizados em estado sólido. Quando se trabalha com sólidos moleculares cristalinos por vezes, uma mesma molécula pode organizar-se com diferentes arranjos tridimensionais. A este fenómeno dá-se o nome de polimorfismo. Dado que cada forma cristalina pode apresentar diferentes propriedades físicas (e.g. cor, temperatura de fusão e solubilidade), o controlo e previsão deste fenómeno é hoje em dia crucial para a indústria. Por exemplo, para a indústria farmacêutica, se duas formas cristalinas do mesmo composto apresentarem solubilidades distintas, podem conduzir a uma biodisponibilidade diferente do medicamento no organismo do paciente. Apesar de poderem existir vários polimorfos para uma molécula em determinadas condições de pressão e temperatura, apenas uma dessas formas é termodinamicamente estável. Assim, caso não existam barreiras cinéticas, todas as formas metastáveis tendem a evoluir para a fase mais estável. Neste sentido, torna-se importante conhecer a relação energética entre as fases, a fim de evitar problemas durante, e.g. processos de armazenamento. Estes tipos de problemas podem, por esse motivo, levar a uma eventual recolha dos medicamentos baseados num dado principio ativo, e assim levar a perdas monetárias muito elevadas para a indústria. É de realçar, no entanto, que se o polimorfismo for bem compreendido e controlado, pode levar ao desenvolvimento de novos materiais, que possuem características físicas diferentes do material de partida, que podem ser ajustadas para uma determinada aplicação sem alterar a molécula inicial. Este facto, mostra que é de todo o interesse conhecer quais os vários polimorfos existentes para cada molécula, e estudar a maneira mais adequada para os preparar e controlar. É neste âmbito que surge o trabalho que foi desenvolvido nesta tese. Este foi realizado como continuação dos estudos iniciados no GEM para os compostos 4’-hidroxiacetofenona e 4-hidroxibenzaldeído. Ambos podem ser considerados sistemas modelo que pertencem à família de compostos do tipo 4-hidroxibenzoílos (HOC6H4COR). Estes revelaram-se ser compostos com a capacidade para gerar polimorfos, pois tanto para a 4’-hidroxiacetofenona (R = CH3) como para o 4-hidroxibenzaldeído (R = H) já foram identificadas duas formas cristalinas diferentes. Para além destas, no caso da 4’-hidroxiacetofenona, foram também identificados três hidratos. A razão principal que leva a esta diversidade parece estar relacionada com a capacidade destas moléculas poderem formar diferentes tipos de ligações de hidrogénio como OH∙∙∙O, CH∙∙∙Ocarbonilo e CH∙∙∙Ohidroxilo, permitindo diferentes empacotamentos cristalinos. Para além disso, do ponto de vista conformacional, nesta família de compostos, as moléculas podem ainda adotar duas conformações distintas, que diferem na orientação do átomo de hidrogénio do grupo hidroxilo relativamente ao grupo carbonilo. Assim, um dos objetivos principais deste trabalho foi verificar de que forma um aumento do tamanho da cadeia alquilo, i.e. a introdução de um grupo apolar R progressivamente maior, influencia a formação de diferentes estruturas cristalinas. Para isto foram selecionadas quatro moléculas, em adição à 4’-hidroxiacetofenona e 4-hidroxibenzaldeído, aumentando a cadeia carbonada consecutivamente, através da adição de grupos CH2. Neste sentido, foi realizado um estudo sistemático da energética e das estruturas cristalinas da 4’-hidroxipropiofenona (R = C2H5), da 4’-hidroxibutirofenona (R = C3H7), da 4’-hidroxivalerofenona (R = C4H9) e da 4’-hidroxiheptanofenona (R = C6H13). O ponto de partida para o desenvolvimento deste trabalho, foi a caracterização energética para os compostos selecionados, dada a ausência na literatura de dados fiáveis para estes compostos. Este estudo envolveu várias etapas: i) a determinação das temperaturas de fusão e respetivas entalpias de fusão molares padrão (po = 1 bar) , ΔfusHmo, por calorimetria diferencial de varrimento; ii) a avaliação da entalpia de vaporização molar padrão, Δvapmo, da 4’-hidroxivalerofenona e 4’-hidroxiheptanofenona, e de sublimação molar padrão, Δsubmo, da 4’-hidroxipropiofenona e 4’-hidroxibutirofenona, por microcalorimetria Calvet; iii) a determinação das capacidades caloríficas molares padrão dos compostos por calorimetria diferencial de varrimento, de forma a possibilitar a correção dos valores de Δvapmo e Δsubmo obtidos nas condições experimentais, para entalpias de sublimação molares padrão à temperatura de referência de 298,15 K, ΔsubHmo(298,15) iv) o cálculo das entalpias de formação molar padrão em estado sólido, ΔfHmo(cr), a partir dos valores de ΔsubHmo(298,15) e das entalpias de formação molar padrão em fase gasosa, ΔfHmo (g), à temperatura de 298,15 K. Este trabalho foi recentemente publicado (C. S. D. Lopes, F. Agapito, C. E. S. Bernardes, M. E. Minas da Piedade Thermochemistry of 4-HOC6H4COR (R = H, CH3, C2H5, n-C3H7, n-C4H9, n-C5H11, and n-C6H13) Compounds; J. Chem. Thermodyn. 2016, DOI: 10.1016/j.jct.2016.09.026). Foi realizada uma correlação linear entre as entalpias de sublimação molares padrão a 298,15 K dos compostos com o número de átomos de carbono (R2 = 0,986). Este resultado sugere que apesar dos diferentes empacotamentos cristalinos existentes entre as várias formas a energia de coesão é aditiva, com um aumento por cada CH2 de 6,6±0,6 kJ∙mol-1. A procura de novos polimorfos nos compostos estudados foi realizada, numa primeira etapa, pela verificação da existência de transições de fase e avaliando as temperaturas de fusão dos materiais, por calorimetria diferencial de varrimento. De uma forma geral, os ensaios realizados com os materiais de partida, não revelaram a existência de transições de fase entre a temperatura ambiente e de fusão. No caso da 4’-hidroxivalerofenona (HVP), após avaliar a fusão da amostra, esta foi ainda submetida a ciclos de aquecimento/arrefecimento. Este estudo revelou que o material que precipita a partir do líquido isotrópico da HVP, não apresenta transições de fase na gama de temperaturas estudada (153 K a 453 K). No entanto, a temperatura e entalpia de fusão são significativamente diferentes em relação à amostra inicial: enquanto o composto de partida (forma I), que é preparado por cristalização em etanol, apresenta uma temperatura de fusão de 334,2±0,7 K, e uma entalpia de fusão molar padrão de 25,75±0,26 kJ·mol-1, a que precipita a partir do líquido isotrópico (forma II), funde a 324,0±0,2 K e tem uma entalpia de fusão molar padrão de 18,14±0,18 kJ∙mol-1. Utilizando os valores de entalpia e temperatura de fusão, foi possível concluir que a forma I é termodinamicamente mais estável que a forma II, e que estas se encontram relacionadas monotropicamente. Os resultados destes estudos termoanalíticos sobre o polimorfismo na HVP foram já submetidos para publicação estando a aguardar o resultado da avaliação (C. S. D. Lopes, C. E. S. Bernardes, M. F. M. Piedade, H. P. Diogo, M. E. Minas da Piedade; A New Polymorph of 4′-Hydroxyvalerophenone Revealed by Thermoanalytical and X-ray Diffraction Studies; Eur. Phys. J.). A identificação deste novo polimorfo da HVP foi ainda verificada através de estudos de difração de raios-X de cristal único, os quais permitiram determinar a organização molecular desta nova fase em estado sólido. Para além destes resultados para a 4’-hidroxiheptanofenona (HHP), recorrendo a dados de difração de raios-X de cristal único, foram resolvidas quatro estruturas a diferentes temperaturas (150 K, 190 K, 220 K e 293 K) e identificada uma transição de fase entre 190 K e 220 K. Verificou-se que todas estas estruturas são ortorrômbicas, sendo que a transição de fase que ocorre, leva à alteração do grupo espacial, de P212121 para Pnma, confirmando assim a existência de polimorfismo na molécula. Esta transição também foi identificada por calorimetria diferencial de varrimento. Finalmente, a partir da análise dos dados de difração de raios-X de cristal único das diferentes formas, foi possível verificar que as transições de fase sólido-sólido envolvem modificações conformacionais da cadeia alquilo nas moléculas de HHP, sem que existam alterações significativas da estrutura a nível tridimensional.During the recent years, in the Molecular Energetics Group, Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, an effort to systematically investigate the structure/energetic relation in molecular crystalline materials has been undertaken. One of the studies performed in this scope, involved the investigation of the 4’-hydroxybenzoyl family (HOC6H4CO-R), by searching for the existence of polymorphs (crystal phases with different molecular arrangements) of 4-hydroxybenzaldeheyde (R = H) and 4’-hydroxyacetophenone (R = CH3), and relating this information with energetic data. In this work, the previous existing results were expanded for compounds with R = C2H5, n-C3H7, n-C4H9 and n-C6H13. The thermochemistry of the compounds was investigated by determining their enthalpies of formation, fusion, vaporization and/or sublimation. These measurements were performed by Calvet-drop microcalorimetry and W1-F12 and CCSD(T)-F12 level of theory. Standard (po = 1 bar) molar enthalpies of formation in the solid, ΔfHmo (cr), and gaseous, ΔfHmo (g), states at 298.15 K were determined for the complete family of compounds studied in this work. A linear correlation was found when the ΔsubHmo (298.15 K) values were plotted as a function of the number of carbon atoms in the alkyl side chain (nc), with a CH2 increment of 6.6±0.6 kJ∙mol-1. Despite the differences in the molecular packing between the crystalline compounds their cohesive energies are approximate additivity. Regarding the polymorphism studies, a new phase of 4’-hydroxyvalerophenone was discovered from differential scanning calorimetry, X-ray powder diffraction and single crystal X-ray diffraction. This novel form (form II) was obtained by crystallization from the melt. It presents a fusion temperature of Tfus = 324.3±0.2 K and an enthalpy of fusion ΔfusHmo = 18.14±0.18 kJ·mol-1. These values are much lower than those obtained for the previously known phase (form I, Tfus = 334.6±0.7 K; ΔfusHmo = 25.7±5.26 kJ·mol-1), which can be prepared by crystallization from ethanol. These results suggest that form I is thermodynamically more stable than form II and both are monotropically related. Finally, for 4’-hydroxyhepatnophenone, four different structures at different temperatures (T = 150 K; 190 K; 220 K and 298 K) were solved by single crystal X-ray diffraction. A phase transition at 203 K was detected by DSC which corresponds to a new polymorph. The two forms are enantiotropicly related
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