559 research outputs found

    Prostituição e atividades ilícitas entre travestis de baixa renda

    Get PDF
    This article analyses the influence of prostitution and illegal activities in the formation of identity among low income travesties. In the first part, we discuss their relationship with clients, showing the assimilation of two different identities by them: the "puta" ["whore"] and the "malandro" ["rogue"]. In the second, we propose that the illegal activities that travestis take part are related to economic difficulties and drug abuse, but also are consequences of the social incrimination process directed to them in Brazil, which make them assimilate fragments of the 'bandido" ["bandit"] identity in their "patchwork" one.Este artigo analisa a influência da prostituição e das atividades ilícitas na formação da identidade entre travestis de baixa renda. Na primeira parte é discutida sua relação com os clientes, que mostra a incorporação de fragmentos das identidades da "puta" e a do "malandro" por elas. Na segunda, as atividades ilegais realizadas são vistas como fruto de dificuldades econômicas e do abuso de drogas, mas também como conseqüência do processo de incriminação a que foram historicamente submetidas, o que as leva a assimilar parcialmente a identidade do 'bandido" em sua "colcha de retalhos" identitária

    SUICIDE PREVENTION POLICIES IN BRAZIL AND THEIR IMPACT ON SCHOOLS

    Get PDF
    The article analyzes two high profile initiatives related to suicide prevention in Brazil, based on documents produced by their responsible and released by the media. It discusses the medicalization in suicide approach regarding the “Yellow September” campaign and the moralization that underpins the National Policy for the Prevention of Self-Harm and Suicide, related to the conservative concept of family. It notes that such initiatives are articulated as a result of the union of conservative forces in the country. Although they have fundamental contradictions in the way they understand suicide, they have in common the erasure of the social determinants of mental suffering. Finally, it discusses the risks of its implementation in the school context.El artículo analiza dos iniciativas de alto perfil relacionadas con la prevención del suicidio en Brasil, basadas en documentos producidos por sus responsables y publicados por los medios de comunicación. Discute el carácter medicalizador de la campaña "Septiembre amarillo" y la moralización que sustenta la Política nacional para la prevención del autolesión y el suicidio, en particular en relación con el concepto conservador de la familia actual. Señala que tales iniciativas se articulan como resultado de la unión de fuerzas conservadoras en el país. Aunque tienen contradicciones fundamentales en la forma en que entienden el suicidio, tienen en común la eliminación de los determinantes sociales del sufrimiento mental.. Finalmente, discute los riesgos de su implementación en el contexto escolar.O artigo analisa duas iniciativas de grande visibilidade relacionadas à prevenção do suicídio no Brasil, baseado em documentos produzidos por seus responsáveis e divulgados pela mídia. Discute o caráter medicalizante presente na campanha “Setembro Amarelo” e o moralizante que embasa a Política Nacional de Prevenção da Automutilação e do Suicídio, em especial relacionado ao conceito conservador de família presente. Observa que tais iniciativas se articulam como resultado da união de forças conservadoras no país, ainda que tenham contradições basilares na forma como entendem o suicídio, tendo em comum o apagamento dos determinantes sociais do sofrimento mental. Ao final, discute os riscos de sua implementação no contexto escolar

    ENSINANDO A DIVERSIDADE OU A TRANSFOBIA? UM PANORAMA DA EDUCAÇÃO SOBRE DIVERSIDADE SEXUAL E DE GÊNERO NAS ESCOLAS DA REGIÃO DE SOROCABA-SP E SUA INTERSECÇÃO COM SAÚDE MENTAL

    Get PDF
    A estrutura social e os padrões de normalidade refletem diretamente as relações de poder e a naturalização de algumas normas em detrimento de outras. Temos no Brasil uma heteronormatividade compulsória vigente, que se apresenta também dentro da escola, nos conteúdos ensinados e nas condutas de comportamento induzidas ou exigidas. O presente artigo discute esse tema no panorama nacional de forma mais ampla e na região de Sorocaba, em particular. Nesse contexto local, a heteronormatividade tem sido afirmada e reafirmada através de aprovações de leis que desconsideram a identidade de gênero e de medidas que reforçam o preconceito e discriminação em torno de diversas formas de expressão da sexualidade e gênero. Esse desrespeito e as diferentes formas de violências dele advindas são desfavoráveis à saúde mental e física de pessoas que não se enquadram na cisheteronormatividade, fazendo então da escola um ambiente potencialmente lesivo a alunos e funcionários LGBT. Ao mesmo tempo, há a possibilidade de a escola exercer um papel protetivo, ao promover o debate e educação sobre sexualidade, o que tem sido pauta de movimentos sociais sorocabanos ao reivindicarem mudanças nas leis e diminuição da influência do conservadorismo presente no meio político local. Palavras-chave: Travestis. Transexuais. Heteronormatividade. Saúde Mental. Transfobia na escola.ABSTRACTThe social structure and patterns of normality reflect directly the relations of power and naturalization of some norms in detriment of others. There is a prevailing compulsory heteronormativity, which also occurs into the school, within the limits taught and conducts of induced or required behaviors. The present article discusses the theme in the national panorama in a broader way and in the region of Sorocaba, in particular way. In this local context, the heteronormativity has been affirmed and reaffirmed through approvals of laws that disregard gender identity and policies that reinforce prejudice and discrimination in the senses of the expressions of sexuality and gender. This disrespect and the different forms of violence that come from it, are unfavorable to mental and physical health of people that doesn’t fit in the cisheteronormativity, making the school to become a harmfull place to LGBT studants and employers. At the same time, there is a possibility of a protective role of school, while promoting debate and education about sexuality, which has been some of the schedule of social moviments of Sorocaba, that claim for chances in the law and for decrease of the influence of conservatism in the local political environment.Keywords: Transvestite. Transsexuals. Heteronormativity. Mental Health. Transphobia into schools

    Os “inconvenientes” na escola: medicalização de crianças e jovens e suas estratégias de resistência

    Get PDF
    O artigo busca compreender o processo de medicalização de crianças e jovens ‘inconvenientes’ e os respectivos efeitos sobre suas subjetividades e trajetórias de vida. A pesquisa apoiou-se em um estudo de caso, selecionado em virtude de diagnósticos psiquiátricos baseados em queixas escolares, envolvendo entrevistas e análise documental de prontuários e relatórios escolares. Os resultados apontaram que a medicalização configura-se como uma rede operada através de vários discursos (médico, pedagógico e familiar), que reproduzem uma concepção essencialista da infância e da adolescência, baseada na noção de ‘desenvolvimento normal’. As diversas tentativas de institucionalização e de segregação apresentadas (incluindo tentativas de transferência para escola especial e de internação em hospital psiquiátrico), assim como a construção da noção de periculosidade ao longo da trajetória de vida descrita, demonstram como a medicalização pode se articular à judicialização da vida a serviço do controle social das dissidências. A família, vista como ‘desestruturada’, reproduz os discursos da escola e das instituições de saúde, pouco resistindo e passando a ver seus filhos como ‘inconvenientes’. Mas a trajetória descrita aponta para a presença constante de movimentos de resistência por parte do jovem medicalizado

    Mulheres e loucura: a (des)institucionalização e as (re)invenções do feminino na saúde mental

    Get PDF
    O artigo almejou investigar as especificidades das mulheres no processo de desinstitucionalização na cidade de Sorocaba/SP, considerando como as questões de gênero se articulam com a loucura. Buscou compreender, também, como as mulheres que atualmente residem nos Serviços Residências Terapêuticos (SRTs) vivenciam sua independência diante das marcas da institucionalização, levando em consideração todo o silenciamento histórico vivenciado, o que se soma ao estigma da loucura atribuído a elas. Os resultados demonstraram dispositivos de controle da sexualidade e da feminilidade no manicômio e, também, fora dele, que levam à infantilização e à tutela das moradoras. Ressalta-se, a partir disso, a necessidade de interseccionar a discussão da saúde mental com as questões de gênero, classe e raç

    Intersecções em Psicologia Social: raça/etnia, gênero e sexualidades

    Get PDF
    Volume VII da Coleção Práticas Sociais, Políticas Públicas e Direitos Humanos. Florianópolis: Edições Bosque e ABRAPSO Editora.Artigos selecionados a partir dos Grupos de Trabalho do XVII Encontro Nacional da ABRAPSO.Associação Brasileira de Psicologia Social - ABRAPS

    DISCRIMINAÇÃO E VIOLÊNCIA HOMOFÓBICA SEGUNDO OS PARTICIPANTES DA 6ª PARADA DO ORGULHO LGBT DE SOROCABA-SP: subsídios para (re) pensar as práticas educativas

    Get PDF
    Este artigo analisa o perfil dos participantes da 6a Parada do Orgulho LGBT de Sorocaba, interior de São Paulo, e discute as relações entre educação e homofobia, visando apontar algumas possibilidades para o trabalho de combate à violência homofóbica no cotidiano escolar. Apresentamos apontamentos teóricos que tratam da homofobia e educação, fazendo um breve histórico das paradas LGBT e seu papel na luta contra a homofobia na sociedade. Em seguida, descrevemos a metodologia de pesquisa e seus resultados. As conclusões mostram a necessidade de ações efetivas no cotidiano escolar para construção de uma consciência crítica e desenvolvimento de práticas de respeito à diversidade sexual.Palavras-chave: Educação. Homofobia. Paradas do Orgulho LGBT. HOMOPHOBIC DISCRIMINATION AND VIOLENCE ACCORDING TO PARTICIPANTSOF THE 6TH LGBT PRIDE PARADE IN SOROCABA-SP: support for (re)think the educational practicesAbstract: This article discusses some of the relationships between education and homophobia, based in a surveycarried out with the participants of the 6th LGBT Pride Parade in Sorocaba, Brazil, in order to contribute withinterventions to erradicate homophobic violence in everyday school life. Theoretical approaches that address homophobiaand education, the history of LGBT parades and their role in the fight against homophobia in the Braziliansociety are presented. The survey methodology is described and the results are discussed. The conclusions showthe need for effective actions in everyday school life in order to build critical awareness and practices that respectsexual diversity.Keywords: Education. Homophobia. LGBT Pride Parade.  DISCRIMINACIÓN Y VIOLENCIA HOMOFÓBICA SEGÚN LOS PARTICIPANTESDE LA SEXTA EDICIÓN DEL ORGULLO LGBT DE SOROCABA-SP: soporte para(re) pensar las prácticas educativasResumen: En este artículo se analiza el perfil de los participantes de la 6a Edición del Orgullo LGBT en la ciudadde Sorocaba, en el interior de San Paulo, y se discute las relaciones entre la educación y la homofobia, visandoapuntar algunas posibilidades para el trabajo de combatir la violencia homofóbica en la vida escolar cotidiana.Presentamos enfoques teóricos que abordan la homofobia en los espacios escolares. Presentamos apuntamientosteóricos que tratan de la homofobia y la educación, haciendo una breve historia de los desfiles LGBT y su papel enla lucha contra la homofobia en la sociedad. A continuación describimos la metodología de investigación y sus resultados.Las conclusiones muestran la necesidad de acciones efectivas en el cotidiano escolar para la construcciónde una conciencia crítica y para el desarrollo de prácticas de respeto a la diversidad sexual.Palabras clave: Educación. Homofobia. Marcha del Orgullo LGBT.

    Prevalência e determinantes sociais da ideação suicida entre estudantes brasileiros em escolas públicas do ensino médio

    Get PDF
    Background and Aim: Recent studies have shown an increase in suicidal ideation and behaviors among youths, highlighting solid associations between being poor, being female, being LGBT (lesbian, gay, bisexual, or transgender), and suffering discrimination at school and on the internet. Although the social determinants of suicidal ideation are widely debated worldwide, there is a lack of data on these topics concerning young Brazilians. The present study aimed to contribute to filling this gap. Method: The cross-sectional study used a convenience sample of 475 senior high school students (16–17 y-old) from nine public schools in São Paulo, Brazil. Results: Of the total interviewed, 224 reported lifetime suicidal ideation, an unexpectedly high prevalence (47.2%). In the multiple analysis with an estimated adjusted prevalence ratio (PR), same-sex or bisexual attraction (PR = 1.87; 95%CI: 1.5–2.3), studying in night schools (PR = 1.36; 95%CI: 1.1–1.6) — indicative of lower economic status — and being discriminated against at school (PR = 1.22; 95%CI: 1.0–1.5) and on the internet (PR = 1.48; 95%CI: 1.2–1.8) were positively associated with lifetime suicidal ideation. The students' self-defined race/ethnicity and gender were not. Conclusions: The results indicate the need to consider the social determinants of mental health in the public debate and intervention programs aimed at youth in Brazil and elsewhere. Enhancing mental health promotion while considering the sociopolitical determinants of health should be a strategic and political priority. It is crucial to have a comprehensive intersectional perspective that reflects on the various forms of domination and how these connect with mental distress and its consequences.Contexto e Objetivo: Estudos recentes mostram um aumento de ideação e comportamentos suicidas entre jovens, havendo fortes associações com ser pobre, ser mulher, ser LGBT (lésbica, gay, bissexual ou transgénero) e sofrer discriminação na escola e/ou na internet. Embora os determinantes sociais da ideação suicida sejam amplamente debatidos em todo o mundo, há uma lacuna sobre esses temas em relação aos jovens brasileiros, o que o presente estudo pretende contribuir para preencher. Métodos: O estudo transversal utilizou uma amostra de conveniência de 475 alunos do ensino médio (16–17 anos) de nove escolas públicas do estado de São Paulo, Brasil. Resultados: Do total de entrevistados, 224 deles relataram ideação suicida ao longo da vida, uma prevalência inesperadamente alta (47,2%). Na análise múltipla com estimativa da razão de prevalência (RP) ajustada, atração por pessoas do mesmo sexo ou bissexual (RP = 1,87; IC95%: 1,5–2,3), estudar em escolas noturnas (RP = 1,36; IC95%: 1,1–1,6) — indicativo de menor condição econômica — e ser discriminado em escola (RP = 1,22; IC95%: 1,0–1,5) e na internet (RP = 1,48; IC95%: 1,2–1,8) foram associados positivamente à ideação suicida ao longo da vida. Raça/etnia e gênero dos alunos não foram associados. Conclusões: Os resultados apontam para a necessidade de consideração dos determinantes sociais da saúde mental no debate público e nos programas de intervenção voltados à juventude no Brasil e em outros lugares. O aprimoramento da promoção da saúde mental, levando-se em conta os determinantes sociopolíticos da saúde, deve ser uma prioridade estratégica e política. É crucial uma perspectiva interseccional abrangente que reflita sobre as várias formas de dominação e como estas se conectam com o sofrimento mental e suas consequências
    corecore