18 research outputs found

    História das religiões e religiosidades: contribuições e novas abordagens

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    A sociedade contemporânea, em especial a do final do século XX e início do século XXI, desenvolveu um elo sólido com as questões de natureza religiosa. Muitos conflitos atuais têm, entre suas matrizes explicativas, motivações de caráter religioso, e a compreensão dos mesmos remete a abordagens sobre as construções religiosas destas sociedades. Palavras como fanatismo, fundamentalismo, guerra santa, entre outros, povoam as referências sobre as experiências históricas da atualidade, que só podem ser devidamente compreendidas através do estudo das religiosidades que compõem estas trajetórias. No entanto, o ensino de história das religiões e religiosidades foi e continua sendo confundido com ensino religioso. Pela abordagem frágil, em especial na rede escolar, o aprendizado sobre as diferentes experiências religiosas cedeu espaço para o enfoque de uma corrente específica, em moldes dogmáticos, correspondendo a um reforço de fé, uma “hora da reza”. Este estudo se ocupa da importância do ensino de história das religiões como importante vertente explicativa dos processos históricos. Preocupa-se em desconstruir a imagem que remete história das religiosidades a ensino religioso, propondo novas abordagens para campo do estudo das religiões

    Os processos imigratórios dos séculos XIX e XX: diálogos entre o saber acadêmico e a Educação Básica

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    Os estudos acadêmicos sobre os processos imigratórios para o Brasil constituem um campo fértil do conhecimento histórico, sobretudo nos programas de Pós-Graduação. Estas pesquisas, em especial as que focam as imigrações dos séculos XIX e XX, encontram pouco espaço no saber escolar. Os livros didáticos permanecem reproduzindo visões superficiais e conservadoras, de caráter cronológico e com ausência de problematizações sobre a vinda desses imigrantes europeus para terras brasileiras. Este estudo busca identificar, através da análise do material didático, utilizado nas escolas do Rio Grande do Sul, a ausência de um diálogo entre o saber acadêmico e a Educação Básica. A importância de analisar os materiais didáticos e os produtos culturais utilizados pelos professores de história da Educação Básica é cada vez mais pertinente, no sentido de investigar a concepção de conhecimento histórico que é produzido e difundido em sala de aula. Nesse sentido, a investigação sobre as práticas de docência, a partir desse objeto cultural, permite identificar lacunas que podem ser trabalhadas na formação de professores

    Imhotep renasce na sala de aula: a utilização do filme A Múmia (1932) no ensino de História do Egito

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    : Tanto o ensino de História quanto o cinema como recurso didático, como fonte e como História têm sido amplamente debatidos atualmente, demonstrando o interesse e a importância dessas temáticas. Neste artigo discutimos o papel de um filme específico no ensino de História do Antigo Egito no processo de formação de professores. Para isso, analisamos as experiências de exibição e análise do filme “A Múmia” (Universal, 1932) a partir das problemáticas levantadas pelos alunos da licenciatura em História da Universidade de Caxias do Sul. Partimos de algumas metodologias básicas para o uso de cinema em sala de aula e, então, entramos em aspectos mais específicos da exibição, do conteúdo e da análise de “A Múmia”. Justificamos esta escolha por este ser um filme que consolidou a “múmia” no imaginário popular como uma personagem de terror e mistério, influenciando diretamente as dezenas de filmes sobre o tema produzidos até os dias de hoje. Defendemos, assim, a necessidade de uma abordagem que permita aos alunos estabelecerem relações dialógicas entre a historicidade das temáticas das quais o filme trata e a historicidade da obra em si, superando visões generalistas e reducionistas sobre determinados aspectos da história egípcia

    UMA ANÁLISE SOBRE AS RELAÇÕES TEMPORAIS E A PERSPECTIVA DE TEMPO PROFANO E TEMPO SAGRADO: DAS RELIGIÕES MONOTEÍSTAS À RELIGIOSIDADE DO PÓS-MODERNO

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    O presente artigo visa analisar a relação entre as temporalidades e a percepção de tempo profano e tempo sagrado nas religiões monoteístas e na religiosidade do pós-moderno, por meio de uma revisão bibliográfica sobre a temática. Está embasado na proposição teórica desenvolvida por Reinhart Koselleck sobre a relação entre passado “campo de experiência” e futuro “horizonte de expectativa”. Podendo-se concluir uma sensível diferenciação no que tange a percepção temporal passado-futuro. Além disso, o tempo profano e sagrado, que fora muito bem delineado pelas religiões monoteístas, se encontram mesclados sob uma perspectiva muito mais subjetiva e pessoal, na religiosidade do pós-moderno.Data de submissão: 29-09-2016. Aprovado em: dezembro de 2016.doi: 10.20426/P.2178-8162.2016v7n16p39

    O Gato do Rabino vai à Sala de Aula: Estratégias e Abordagens no Ensino de História das Religiões

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    As estratégias de ensino de história precisam ser constantemente repensadas, no sentido de abarcar os novos temas e ampliar o diálogo com as novas linguagens de docentes e discentes. O cinema constitui-se como um campo a ser explorado pelo professor historiador, podendo ser abordado como fonte, objeto e meio de representação histórica. “O Gato do Rabino” é uma animação de produção francesa, ambientada na Argélia, no final de 1920. Como protagonistas principais estão o rabino e seu gato que, após devorar um papagaio, passa a falar. O enredo básico da animação é uma viagem em busca dos judeus que vivem no “Oriente”. Essa animação permite um conjunto de indagações para o ensino de história das religiões, dentro de uma perspectiva de transversalidade e multiculturalismo. A tolerância evidenciada pelas personagens proporciona uma reflexão sobre as práticas de intolerância cultural do mundo contemporâneo. Este estudo busca apresentar as estratégias de utilização de “O Gato do Rabino” como meio de ensino de história, identificando modelos práticos para serem empregados em sala de aula

    Turismo gastronômico e construção de identidade para a cidade de Bento Gonçalves

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    Este estudo se ocupa do turismo gastronômico desenvolvido na cidade de Bento Gonçalves, no Rio Grande do Sul. Por ser um município fundando pelos imigrantes italianos, o turismo local faz apelos à italianidade de sua cultura. Turisticamente, a cidade corresponde a um recanto italiano no sul do Brasil. Transparecendo a ideia de que toda a população descende destes imigrantes, consolidando a tendência brasileira de se apegar às culturas imigrantes como construtoras únicas das identidades locais. Bem como, tenta consolidar a imagem de manutenção de purismo cultural. Para servir ao interesse de atrair turistas, consolidou-se a ideia de uma fartura da culinária dos colonos e foram feitos investimentos no turismo gastronômico. Uma série de pratos elaborados, que podem ser identificados nos cardápios de restaurantes locais, passou a compor esta gastronomia, tipificada como italiana, como descendente da trajetória de imigração. A gastronomia cria uma identidade para a localidade na qual está inserida e, ao mesmo tempo, recebe uma carga identitária desta localidade, em um processo cíclico. Esta prática de perenização da cultura, supostamente italiana, na cidade de Bento Gonçalves desencadeia um processo de negligência com relação às demais culturas locais. Os diferentes grupos étnicos que compõem a população da cidade estão apartados da comemoração da identidade local. Assim, serão analisadas as estratégias de elaboração deste turismo gastronômico e suas consequências para a identidade local

    IMIGRANTES SENEGALESES: A PRESENÇA MUÇULMANA NA SERRA GAÚCHA

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    RESUMODesde meados da segunda década do século XX, a Serra Gaúcha recebe imigrantes/migrantes muçulmanos. A partir do século XXI, no entanto, a imigração senegalesa, em especial para Caxias do Sul, vem tornando pública as manifestações religiosas do Islã. Essas, anteriormente restritas ao espaço privado, vêm despertando a atenção da sociedade local, majoritariamente católica. Este estudo analisa a relação deste Islã, migrante da África Central, com a comunidade “tradicional da região”, identificando a recepção e a compreensão do mesmo. Utiliza-se como fontes a imprensa regional e a história oral, de forma a perceber o acolhimento do grupo muçulmano. O Islã é uma religião que ocupa significativo espaço na mídia contemporânea e sua inserção na sociedade brasileira merece atenção dos historiadores da religião. E, ainda, seus praticantes, em seus processos de migração, reelaboram identidades religiosas locais.ABSTRACTSince the mid-second decade of the twentieth century, the Serra Gaucha has received Muslim immigrants and migrants. However, since the twenty-first century, the Senegalese immigration, especially to Caxias do Sul, has made the Islamic religious manifestations public. These, previously restricted to the private space, have been receiving attention of the local society, mainly Catholic. This study analyzes the relationship of this Islam, migrant from Central Africa, with the “traditional” community of the region, identifying its reception and understanding. Regional press and oral history are used as sources, in order to perceive the reception of the Muslim group. Islam is a religion that occupies significant space in the contemporary media and its insertion in the Brazilian society deserves attention of the religion’s historians. And, furthermore, its practitioners, in their migration processes, re-elaborate local religious identities
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