114 research outputs found

    O Cuidado de Si em Michel Foucault

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    O presente artigo corresponde ao estudo teórico sobre a ética do cuidado de si em Michel Foucault. Na realidade, trata-se de uma minuciosa análise do cuidado de si do seu esplendor, ou seja, os dois primeiros séculos de nossa era. De acordo com Foucault, nesse período histórico houve uma profusão do que ele chama de “práticas de si” presentes em diversas prescrições elaboradas por pensadores como Sêneca e Marco Aurélio. Do diagnóstico histórico dessas práticas de si, o artigo dedica suas reflexões à tentativa de situar as ressonâncias desse cuidado na contemporaneidade, particularmente na experiência histórica e ontológica da amizade como modo de vida. Com base na bibliografia consultada, podemos afirmar ser necessário romper com o conceito de subjetividade pautado na abstração, em defesa de uma ética do sujeito respaldada em valores concretos, permitindo, assim, que criemos rotas de fuga, permitindo-nos novos modos de viver e pensar a nós mesmos

    Economia Solidária e Geração de Renda: uma revisão bibliográfica em torno do tema e sua interface com a Psicologia Social

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    O presente artigo visa apresentar breves reflexões teóricas acerca do tema da Economia solidária e Geração de Renda como estratégias de enfrentamento aos modos de produção capitalistas e sua interface com a Psicologia Social Crítica latino – americana. Para tanto nos valemos da leitura de autores como Paul Singer, Vygotsky, Suzana Inês Molon, e Guy Bajoit para explicitar e construir toda uma analítica sobre o tema. Como resultado de nossa reflexão, observa-se que cada vez mais a Economia Solidária alia-se aos pressupostos da Psicologia Social crítica na medida em esta vê o sujeito como alguém que constrói e é construído pelas relações sociais estabelecidas e pelo aparato cultural. Sendo assim, pode-se afirmar que a Economia Solidária pode se constituir como uma importante ferramenta de trabalho para a Psicologia Social tanto a nível teórico, quanto a nível prático, pois auxilia na elaboração e construção de novas ferramentas metodológicas

    Apontamentos sobre o Contemporâneo em Giorgio Agamben

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    Este artigo possui o objetivo de explorar os apontamentos sobre o contemporâneo no pensamento de Giorgio Agamben. Nosso percurso metodológico envolveu a leitura crítica de alguns de seus trabalhos, bem como alguns textos de comentadores do seu pensamento. Baseados nessa análise textual, podemos afirmar que o sentido do contemporâneo proposto por Agamben se configura como uma estratégia voltadas contra os dispositivos de governamentalidade em nome da construção de uma experiência ética mediada pela ideia de messianismo como categoria de uma nova política voltada para uma relação do sujeito em relação ao tempo a partir de um ponto de vista qualitativo

    Um Althusser para o século XXI: reflexões sobre os aparelhos ideológicos de Estado

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    O conceito de ideologia em Althusser está diretamente atrelado aos dispositivos de sujeição desenvolvidos por instituições. Mas qual seria exatamente a relação entre ideologia e instituições? É a partir da leitura do polêmico texto Aparelhos Ideológicos de Estado, que se constata uma dupla resposta a esse questionamento. Em primeiro lugar, Althusser nos convida  a pensar a ideologia não enquanto uma produção teórica estreitamente ligada ao campo das ideias. Deve-se entender que a ideologia é um artefato, e como tal, possui uma existência concreta, sendo que suas práticas estão presentes nos modos de produção. A nosso ver, a questão mais importante suscitada pela leitura do texto althusseriano recai sobre a contemporaneização da ideologia, pensando-o não mais como uma substância localizada em algum ponto cultural e histórico da nossa sociedade, tal como pressupunham os exegetas do marxismo ortodoxo. O correto seria pensar a ideologia como uma experiência das multiplicidades. Quando Althusser afirma que a ideologia representa a relação imaginária dos sujeitos a partir das condições reais da existência, está interessado em problematizar o caráter equivocado de alguns estudos marxistas que concebiam a ideologia como uma distinção da realidade. São condições concretas de existência que estão em jogo, e elas circulam sobre as práticas sociais e o papel de assujeitamento do indivíduo perante as ideologias. Assim, a questão recai sobre o diagnóstico dos dispositivos de interpelação produzidos pelas ideologias. Resta conhecer detalhadamente o funcionamento desses dispositivos a partir das especificidades produzidas pelas diferentes instituições que fazem o sujeito relacionar-se com os aparelhos ideológicos. Palavras-chave: Althusser. Ideologia. Sujeição. Dispositivo.

    O ESTATUTO DO INTELECTUAL ESPECÍFICO EM MICHEL FOUCAULT

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    Este texto recolhe em alguns escritos de Foucault elementos para uma problematização do estatuto do intelectual específico a partir da correlação entre a prática política e a conduta ética voltadas não para os grandes projetos revolucionários, mas sim para a transversalidade das lutas. Transversalidade esta que, para Foucault, desdobra-se na maior tarefa da filosofia política na contemporaneidade, qual seja, o confronto contra as políticas de identidade

    Por uma vida não fascista

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    Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Filosofia e Ciências Humanas, Programa de Pós-Graduação em Psicologia, Florianópolis, 2011Este estudo é uma análise transversal sobre o estatuto do intelectual a partir dos seus diferentes desdobramentos históricos e práticas políticas. Num primeiro momento, percorremos o estatuto do intelectual revolucionário a partir de um diálogo crítico em relação ao marxismo ortodoxo. Apontamos as perspectivas que levaram o intelectual revolucionário a ser uma das grandes vozes, entre o final do século XIX e o início do século XX, principalmente pela proliferação das grandes revoluções comunistas organizadas pelos movimentos de vanguarda. O segundo momento deste trabalho é dedicado ao estatuto do intelectual orgânico. A partir de um olhar voltado para os textos gramscianos, recolhemos os indicativos do comprometimento do intelectual com a sociedade, num diálogo aberto entre a cultura e a hegemonia, possibilitando, dessa maneira, a emancipação das massas. Num terceiro momento, este estudo percorre os limites do estatuto do intelectual específico. Nesse sentido, tecemos nossas argumentações a partir de uma leitura de conceitos pensados por Foucault, articulados com a prática de um novo estilo da atividade intelectual, a partir da segunda metade do século XX, com o esgotamento das grandes ideologias e a proliferação de novas estratégias de resistência e de ativismo voltados para a problematização das práticas discursivas, dos jogos de poder e dos processos de subjetivação. A conclusão é dedicada aos apontamentos sobre o estatuto do intelectual na contemporaneidade a partir da construção de uma vida não fascista. Esta vida não fascista implica a criação de um gesto polêmico que intensifica o questionamento a todas as formas de opressão e o combate às políticas de identidade e às formas de totalização.This study is a cross-sectional analysis on the statute of the intellectual from their different historical developments and political practices. At first, we revisit the status of the intellectual revolutionary from a critical dialogue in relation to orthodox Marxism. We point out the developments that led to the revolutionary intellectual to be one of the great voices of the late nineteenth and early twentieth century, mainly by the proliferation of great communist revolutions organized by avant-garde movements. The second phase of this work is dedicated exclusively to the statute of the organic intellectual. From a penchant for the writings of Gramsci collect indicative of the commitment of the intellectual to society in an open dialogue between culture and hegemony, enabling this way, the emancipation of the masses. A third time this study surveys the limits of the statute of specific intellectual. In this sense, we make our arguments from a direct dialogue between concepts articulated by Foucault thought and practice a new style of intellectual activity from the second half of the twentieth century with the depletion of the great proliferation of new ideologies and strategies of resistance and activism aimed at problematizing the discursive practices of power play and subjective processes. In conclusion is devoted to notes on the status of the intellectual in contemporary society. Elapsed all possible reading intervention strategies on the intellectual in society, that the great challenge posed to this figure today, involves construction of a Non-Fascist Life. This life is not the creation of a fascist polemic gesture that intensifies the challenge to all forms of oppression and fighting identity politics and forms of aggregation

    Fetichismos da carne: consumismo midiático no capitalismo contemporâneo

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    This article presents the results of a survey of students of a higher educational institution located in the state of Santa Catarina in which we sought to observe through open and semi structured interviews such students are affected by media consumption, especially from the notion of fetishism entered into the thinking of German intellectual Walter Benjamin. From the preparation of seven categories involving the opinion of respondents on advertisements assisted them, their consumer products, their relationship with the Internet, youth representation in major media productions, their knowledge about sustainable consumption and opinion about the advertising of beer and banks realize that fetishism is important producer of subjectivity modes orchestrated in governamentalidades modes responsible for making the only form of existence possible consumption in our society.Este artigo procura apresentar os resultados de uma pesquisa realizada junto a estudantes de uma instituição superior de ensino localizada no interior do estado de Santa Catarina em que buscou-se observar através de entrevistas abertas e semiestruturadas como esse estudantes são afetadas pelo consumismo midiático, sobretudo a partir da noção de fetichismo inscrita dentro do pensamento do intelectual alemão Walter Benjamin. A partir da elaboração de sete categorias que envolviam a opinião dos entrevistados sobre as propagandas assistidas por eles, os seus produtos de consumo, a sua relação com a Internet, a representação da juventude nas grandes produções midiáticas, o seu conhecimento acerca do consumo sustentável e a opinião acerca das propagandas de cervejas e de bancos percebe-se que o fetichismo  é importante produtor de modos de subjetivação orquestrados em modos de governamentalidades responsáveis por fazer do consumo a única forma de existência possível na nossa sociedade.  

    O Cuidado de Si em Michel Foucault

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    O presente artigo corresponde ao estudo teórico sobre a ética do cuidado de si em Michel Foucault. Na realidade, trata-se de uma minuciosa análise do cuidado de si do seu esplendor, ou seja, os dois primeiros séculos de nossa era. De acordo com Foucault, nesse período histórico houve uma profusão do que ele chama de “práticas de si” presentes em diversas prescrições elaboradas por pensadores como Sêneca e Marco Aurélio. Do diagnóstico histórico dessas práticas de si, o artigo dedica suas reflexões à tentativa de situar as ressonâncias desse cuidado na contemporaneidade, particularmente na experiência histórica e ontológica da amizade como modo de vida. Com base na bibliografia consultada, podemos afirmar ser necessário romper com o conceito de subjetividade pautado na abstração, em defesa de uma ética do sujeito respaldada em valores concretos, permitindo, assim, que criemos rotas de fuga, permitindo-nos novos modos de viver e pensar a nós mesmos

    Deleuze leitor de Kant: os labirintos da diferença

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    Kant não é, para Deleuze, aparentemente, um filósofo pertencente ao mais alto círculo de pensadores, da envergadura de Spinoza, Nietzsche ou Bergson. Contudo, não devemos enxergar nessa figura o real inimigo conceitual da filosofia da diferença. Estes seriam os artefatos que Deleuzemobiliza para empreender uma leitura da filosofia crítica sem colocar-se como mero comentador do filósofo alemão. Para além de qualquer hermenêutica, Deleuze exerce, de acordo com Craia (2009), uma apropriação filosófica que toma os conceitos da filosofia kantiana numa perspectiva que atravessa a ontologia e o transcendental, tendo como referência os conceitos de diferença e de repetição. O modo de operação construído por Deleuze nessa leitura perspectivista é composto pelo agenciamento. Esta ferramenta implica não o elogio, nem o comentário superficial, mas, sobretudo a problematização dos conceitos. Neste sentido, a problematização de um pensamento como o de Kant equivale à construção de uma argumentação que permite, posteriormente, a apropriação e a transposição, de modo que passa-se a percorrer cada campo aberto pelo kantismo, sem necessariamente ser sujeitado pelos dispositivos presentes no método transcendental, pois o pensamento deve ser visto como uma atividade que percorre esses campos inferindo os agenciamentos e decompondo suas articulações. Desta maneira, o que interessa para Deleuze (2008) é potencializar nessa decomposição, a emergência de novos conceitos e apropriações
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