42 research outputs found

    Fronteiras de espaço e tempo em Vida e Morte de M.J. Gonzaga de Sá (1919) de Lima Barreto

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    Vida e Morte de M.J. Gonzaga de Sá (1919) foi o último romance publicado em vida por Lima Barreto. A ação da narrativa se passa na capital da República, no início do século XX, período das reformas urbanísticas, do apagamento das marcas do passado colonial brasileiro e do surgimento da cidade letrada. O presente trabalho pretende discutir a visão histórica de Lima Barreto nesse romance que destoa do corro progressista do início do século. Nesse sentido, o presente e o passado são fundidos no olhar lírico do protagonista Gonzaga de Sá e na escrita crítica do personagem-narrador Augusto Machado.Organização, execução e patrocínio: UNILA e Itaipu-Paraguay - Parceria: NELOOL/UFSC & Universidad de VIG

    Da janela do Clarimundo: a condição do intelectual em Erico Verissimo

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    In Caminhos cruzados (1934), the second novel written by Erico Verissimo, many different characters wander about the city of Porto Alegre. One of them is responsible for questioning dilemmas of the Brazilian intelligentsia: the school teacher Clarimundo Roxo. The aim of this paper is to discuss the role played by Clarimundo in relation to the representation of the man of letters and his dilemmas in the works of Erico VerissimoEm Caminhos cruzados (1934), segundo romance de Erico Verissimo, várias personagens transitam pela capital gaúcha. Uma delas problematiza dilemas da intelectualidade brasileira: o professor Clarimundo Roxo. Este artigo tem por objetivo debater a função desempenhada por essa personagem no que se refere à representação do intelectual e seus dilemas na obra de Erico Verissim

    Cenas da formação de professores de língua e literatura no Curso de Letras da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)

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    Com base na minha atuação como professor de Didática e Prática de Ensino de Português e Literaturas na UFRJ e em estudos sobre a mudança do perfil dos alunos de graduação, aponto alguns problemas relacionados à formação de professores num curso marcado pela valorização da formação do pesquisador em detrimento da formação do professor. Nesse contexto, as questões ligadas ao ensino ficam delegadas às disciplinas ofertadas pela Faculdade de Educação, que ainda guardam um caráter final, de complemento da formação. A constatação da ausência de discussões teóricas sobre o ensino de literatura é comprovada por meio de vários relatos escritos dos estudantes quando do ingresso na disciplina de Didática de Português e Literaturas. Esses mesmos relatos também trazem importantes informações sobre a mudança do perfil dos estudantes da Faculdade de Letras da UFRJ, que hoje são em sua maioria moradores da periferia do Rio de Janeiro e oriundos de famílias com pouca escolaridade. Em meio a essa realidade complexa, parecia importante recompor as trajetórias singulares desses jovens leitores e futuros professores. Foi nesse momento que o contato com o livro Os jovens e a leitura (2008), da pesquisadora francesa Michèle Petit, possibilitou pôr em cena várias percepções da leitura. Segundo Petit, a leitura pode tanto contribuir para gerar identidades complexas, objetivo que deve ser perseguido pelos formadores de leitores, como pode gerar problemas identitários, como o sentimento de achar a sua cultura de origem inferior. As principais conclusões deste trabalho apontam para a necessidade de as licenciaturas em Letras reverem suas práticas de formação de leitores nos próprios cursos

    Estações de passagem da ficção de Lima Barreto

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    Tese (doutorado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Comunicação e Expressão, Programa de Pós-Graduação em Literatura, Florianópolis, 2011Esta tese procura problematizar as relações possíveis entre os escritos da intimidade e as crônicas de Lima Barreto com seu último romance publicado em vida: Vida e Morte de M.J. Gonzaga de Sá. A microleitura social, típica de Lima Barreto e praticada ao longo de anos nas páginas da intimidade e nas crônicas, atravessa Vida e Morte de M.J. Gonzaga de Sá (1919) e a estrutura deste romance quase sem enredo, composto de percepções do cotidiano e recordações memorialísticas. Não é um romance panfletário como Recordações do Escrivão Isaías Caminha (1909), nem tampouco um romance escrito dentro dos pressupostos realistas como Triste Fim de Policarpo Quaresma (1911/1915). Pelo contrário, em Vida e Morte, a percepção fragmentária da realidade, descolada da ação das personagens, que são meros expectadores do universo burguês-brasileiro em construção, é a forma assumida pelo romance para uma história que se escreve por outros caminhos. O bonde, o trem, os selos, a moda são pistas dos processos de modernização em que se inseria o país e se tornam tema das conversas aleatórias das personagens Gonzaga de Sá e Augusto Machado. E, ao contrário do que muitos críticos pensam, não se trata do desconhecimento das regras do romance realista, mas sim de uma potencialidade explorada pelo autor de escrever um romance que travasse, em sua forma fragmentária e difusa, um diálogo intertextual com aqueles tempos eufóricos e que se aproveitasse das matérias colecionadas ao longo dos anos no Diário Íntimo (1953) e nas crônicas.This thesis aims at questioning the possible relations between Lima Barreto#s personal writings and chronicles with Vida e Morte de M.J. Gonzaga de Sá (1919), his last published novel. Though widely considered as minor genres, the private writings and chronicles are here seen as points of connections and development of his fictional work, but they also can sometimes be seen as potential works of fiction.The social micro reading, which is typical of Lima Barreto and clearly seen in his personal writings and chronicles, pervades Vida e Morte de M.J. Gonzaga de Sá and it determines the novel#s structure with its uneventful plot, composed of insights into everyday life and of memory recollections. It is not a denunciatory novel as Recordações do Escrivão Isaías Caminha (1909) and neither a realist novel as Triste Fim de Policarpo Quaresma (1915). Thus, the streetcar, the train, the stamps, and fashion are trails of the modernization process that Brazil was going through and they become the subject of the aleatory conversations between Gonzaga de Sá and Augusto Machado. On the contrary, in Vida e Morte, the fragmentary perception of reality, separated from the characters# actions who are mere observers of the Brazilian bourgeois universe under construction, is the form taken by the novel to tell a story that is written in a different mode. And this is so not because Lima Barreto ignored the rules of the Realist novel, as many critics state, but because he explored a potentiality of writing a novel that, in its fragmentary and diffuse form, would propose a intertextual dialogue with those euphoric times and that would take advantage of the subjects collected over the years in his personal writings and chronicles

    Apresentação

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    Do registro diário à criação: o processo ficcional em recordações do escrivão Isaías Caminha e Vida e morte de M.J. Gonzaga de Sá

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    Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Comunicação e Expressão. Programa de Pós-Graduação em Literatura.Lima Barreto, a exemplo de outros escritores, valeu-se de seu diário não apenas como relato confessional, mas para o registro de impressões cruas da vida política, social e cultural dos primeiros anos do século XX - quando se consolidava no Brasil o sistema republicano - elementos que também serviram de base para seus mais importantes projetos ficcionais. Neste trabalho, procura-se mostrar que nas páginas do Diário já estavam esboços desses projetos, o que revela o esforço do escritor para que os dados colhidos no cotidiano se ajustassem à estrutura do romance, sendo sintetizados no processo narrativo e na ação do protagonista. Esse aproveitamento das anotações do dia a dia também se observa nas crônicas, confirmando o empenho do escritor por sua realização como romancista. É o que se discute no presente trabalho, seguindo o caminho da formação de Lima Barreto nas páginas do Diário, nas crônicas e nos seus primeiros projetos ficcionais realizados - os romances Recordações do Escrivão Isaías Caminha e Vida e Morte de M.J. Gonzaga de Sá - atentando para a reação do campo literário de então, que procurou silenciar as ousadias do escrivão mulato. Lima Barreto, as some other writers, wrote his book Diário using his own personal records together with his raw impressions of the political, social and cultural life of the early years of the twentieth century, the period when Brazil was establishing itself as a republic; these elements were later used on his most important fictional projects. This work aims to show that Diário already boasts a rough draft of these projects, which reveals the effort of the writer in finding a perfect match between his daily personal records and the structure of the novel, making a synthesis of the narrative process and the action of the characters. The usage of this notes are also observed in his chronicles which demonstrated him improving as a novelist. This works follows his steps from his pages of Diário, his chronicles and his first fictional projects - the novels Recordações do Escrivão Isaías Caminha and Vida e Morte de M.J. Gonzaga de Sá - paying close attention to the reactions to the literary field of that time which tried to silence the boldness of the mulatto writer

    O IDEAL DA IDADE DO OURO NA ESCRITA DE LIMA BARRETO

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    A crônica é um gênero intimamente ligado ao cotidiano urbano e, por isso, revela muito da ideologia de uma determinada época. No caso do Rio de Janeiro, nas primeiras décadas do século XX, o processo de modernização esteve entre os principais assuntos dos cronistas daquele período. Dentre eles, Lima Barreto, cronista renomado e contrário às reformas de fachada, participou do debate ao criticar alguns elementos ligados à modernização e ao projetar um tempo e um espaço mais harmoniosos, aderindo a uma idealização das idades do ouro, conceito elaborado por Raymond Williams (1973/2011). Neste artigo, discuto como uma idealização de uma suposta idade do ouro carioca atravessa uma fatia significativa da produção escrita de Lima Barreto, aparecendo tanto nas crônicas como nos principais romances barretianos

    FIGURAÇÕES E REFIGURAÇÕES DO ESTÁGIO CURRICULAR DOCENTE EM PORTUGUÊS DA UFRJ

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    O estágio curricular é uma importante etapa para construção da identidade docente; é o momento de efetivo contato com o campo de atuação profissional e da conexão entre as teorias construídas ao longo do curso de formação e a escola. Apesar dessa importância, constatamos a percepção recorrente entre muitos dos envolvidos no processo do estágio como um obstáculo a ser superado. Nessas circunstâncias, é comum o acionamento de uma série de estratégias para sua consecução. Dentre elas listamos um imaginário resultante do senso comum assumido pelos estagiários que acaba inviabilizando uma formação significativa e a construção de identidades docentes para o exercício do magistério comprometido com o processo de mudança social (FREIRE, 2014). Baseados em nossa atuação como formadores de professores – e nos saberes experienciais (TARDIF, 2002) da educação básica e do ensino superior como professores da UFRJ – pensamos em seis arquétipos de licenciandos em formação que se lhes aproximam das personagens planas na definição de E. M. Forster (2005). Trata-se de um estudo baseado em nossa observação direta do processo formativo de futuros professores, ao longo dos últimos anos, em conversas de orientação, na elaboração de materiais para sala de aula e relatórios de estágio entre outras práticas de formação docente. Para tanto, nos apoiamos nas contribuições de Tardif (2002) e Larrosa (2002) quando estes falam dos saberes da experiência e de sua relevância no campo do ensino. Além de analisar criticamente os fatores que levam à assunção dessas personagens planas por parte dos estagiários, procuramos apontar alguns caminhos trilhados para proporcionar estágios curriculares mais significativos e empodera os saberes construídos na escola sobre o fazer docente (NÓVOA, 2017).Referências:ADORNO, Theodor. Notas de literatura I. São Paulo: Duas Cidades; Editora 34, 2003.ALMUDRA, Benamê Kamu. “Parece revolução, mas é só neoliberalismo”. In: Revista Piauí, n. 172, p. 24, jan. 2021.BARRETO, Lima. Vida e morte de M. J. Gonzaga de Sá. Apresentação e notas Marcos Scheffel. Cotia: Ateliê Editorial, 2017.FORSTER, Edward Morgan. Aspectos do romance. Org. Oliver Stally Brass; trad. Sergio Alcides; prefácio de Luiz Ruffato. 4ª ed. rev. São Paulo: Globo, 2005.FREIRE, Paulo. Educação e mudança. 36ª ed. São Paulo: Paz e Terra, 2014.LARROSA, Jorge. Notas sobre a experiência e o saber de experiência. Revista Brasileira de Educação, n. 19, p. 20-28, jan.-abr. 2002. Disponível em https://www.scielo.br/scielo.php?pid=s1413-24782002000100003&script=sci_abstract&tlng=pt. Acesso em 6 jan. 2021.MELVILLE, Herman. Bartlebly, o escrivão: uma história de Wall Street. Trad. Irene Hirsch. São Paulo: Cosac Naify, 2005.NÓVOA, António. Um novo modelo institucional para a formação de professores na Universidade Federal do Rio de Janeiro. Perspectivas em Educação Básica, v. 1, p. 13-27, dez. 2017. Disponível em http://perspectivasemeducacao.blogspot.com/2017/12/um-novo-modelo-institucional-para.html. Acesso em 13 jan. 2021.ORLANDI, Eni; SARION, Maristela. Entrevista com Eni Orlandi. Pensares em Revista, n. 17, p. 8-17, 2020. Disponível em https://www.e-publicacoes.uerj.br/index.php/pensaresemrevista/issue/view/2245. Acesso em 13 abr. 2021.TARDIF, Maurice. Saberes docentes e formação profissional. Petrópolis: Vozes, 2002.TOLEDO, Demétrio; MACIEL, Regimeire; CARLOTTO, Maria; FRANCISCO, Flávio. “Uma visão nebulosa e conservadora”. In: Revista Piauí, n. 173, p. 26-29, fev. 2021.Recebido em 28-01-201Revisões requeridas em 31-03-2021Aceito em 27-04-202
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