FIGURAÇÕES E REFIGURAÇÕES DO ESTÁGIO CURRICULAR DOCENTE EM PORTUGUÊS DA UFRJ

Abstract

O estágio curricular é uma importante etapa para construção da identidade docente; é o momento de efetivo contato com o campo de atuação profissional e da conexão entre as teorias construídas ao longo do curso de formação e a escola. Apesar dessa importância, constatamos a percepção recorrente entre muitos dos envolvidos no processo do estágio como um obstáculo a ser superado. Nessas circunstâncias, é comum o acionamento de uma série de estratégias para sua consecução. Dentre elas listamos um imaginário resultante do senso comum assumido pelos estagiários que acaba inviabilizando uma formação significativa e a construção de identidades docentes para o exercício do magistério comprometido com o processo de mudança social (FREIRE, 2014). Baseados em nossa atuação como formadores de professores – e nos saberes experienciais (TARDIF, 2002) da educação básica e do ensino superior como professores da UFRJ – pensamos em seis arquétipos de licenciandos em formação que se lhes aproximam das personagens planas na definição de E. M. Forster (2005). Trata-se de um estudo baseado em nossa observação direta do processo formativo de futuros professores, ao longo dos últimos anos, em conversas de orientação, na elaboração de materiais para sala de aula e relatórios de estágio entre outras práticas de formação docente. Para tanto, nos apoiamos nas contribuições de Tardif (2002) e Larrosa (2002) quando estes falam dos saberes da experiência e de sua relevância no campo do ensino. Além de analisar criticamente os fatores que levam à assunção dessas personagens planas por parte dos estagiários, procuramos apontar alguns caminhos trilhados para proporcionar estágios curriculares mais significativos e empodera os saberes construídos na escola sobre o fazer docente (NÓVOA, 2017).Referências:ADORNO, Theodor. Notas de literatura I. São Paulo: Duas Cidades; Editora 34, 2003.ALMUDRA, Benamê Kamu. “Parece revolução, mas é só neoliberalismo”. In: Revista Piauí, n. 172, p. 24, jan. 2021.BARRETO, Lima. Vida e morte de M. J. Gonzaga de Sá. Apresentação e notas Marcos Scheffel. Cotia: Ateliê Editorial, 2017.FORSTER, Edward Morgan. Aspectos do romance. Org. Oliver Stally Brass; trad. Sergio Alcides; prefácio de Luiz Ruffato. 4ª ed. rev. São Paulo: Globo, 2005.FREIRE, Paulo. Educação e mudança. 36ª ed. São Paulo: Paz e Terra, 2014.LARROSA, Jorge. Notas sobre a experiência e o saber de experiência. Revista Brasileira de Educação, n. 19, p. 20-28, jan.-abr. 2002. Disponível em https://www.scielo.br/scielo.php?pid=s1413-24782002000100003&script=sci_abstract&tlng=pt. Acesso em 6 jan. 2021.MELVILLE, Herman. Bartlebly, o escrivão: uma história de Wall Street. Trad. Irene Hirsch. São Paulo: Cosac Naify, 2005.NÓVOA, António. Um novo modelo institucional para a formação de professores na Universidade Federal do Rio de Janeiro. Perspectivas em Educação Básica, v. 1, p. 13-27, dez. 2017. Disponível em http://perspectivasemeducacao.blogspot.com/2017/12/um-novo-modelo-institucional-para.html. Acesso em 13 jan. 2021.ORLANDI, Eni; SARION, Maristela. Entrevista com Eni Orlandi. Pensares em Revista, n. 17, p. 8-17, 2020. Disponível em https://www.e-publicacoes.uerj.br/index.php/pensaresemrevista/issue/view/2245. Acesso em 13 abr. 2021.TARDIF, Maurice. Saberes docentes e formação profissional. Petrópolis: Vozes, 2002.TOLEDO, Demétrio; MACIEL, Regimeire; CARLOTTO, Maria; FRANCISCO, Flávio. “Uma visão nebulosa e conservadora”. In: Revista Piauí, n. 173, p. 26-29, fev. 2021.Recebido em 28-01-201Revisões requeridas em 31-03-2021Aceito em 27-04-202

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