Sherif’s theoretical concepts and intergroup relations studies: notes for a positive interdependence

Sherif’s theoretical concepts on intergroup relations are not merely a historical landmark for surpassing individualistic perspectives on that domain. They could also be, nowadays, useful theoretical tools for those who are interested in studying societal functioning. The main point of this article is to argue that social psychology can benefit from the discussion and use of Sherif’s concepts, in order to provide a more comprehensive analysis for the study of intergroup relations than those deriving from a strict use of the categorization model. This is illustrated here with two examples of supra-national identities (European identity and the lusophone community) studies which could benefit from the use of Sherif’s ideas, especially the notion of superordinate goals. However, despite the pertinence and utility of Sherif’s concepts, several weaknesses of realistic conflict theory of intergroup behaviour should also be noted, namely, the tendency to assume that conflict is always negative. This undermining idea is discussed here based not only on the perspective of disadvantaged groups but also on positive evidence from the benefits of socio-cognitive conflict provided by two fields of European social psychological studies: social developmental psychology and research on minority influence.Les concepts théoriques de Sherif dans le domaine des relations entre groupes ne sont pas tout simplement une importante référence historique pour surpasser les perspectives individualistes dans ce champ. Ils peuvent être aussi, actuellement, des instruments théoriques utiles pour les recherches qui s’intéréssent à l’étude du fonctionnement de la société. Dans cet article on soutient l’idée selon laquelle la psychologie sociale peut profiter de la discussion et de l’usage des concepts de Sherif pour produire une analyse plus compréhensive et intégrée dans l’étude des relations entre groupes que celle qui découle, parfois, d’une utilisation stricte du modèle de la catégorisation. Ce point de vue est ici illustré aves deux exemples d’identités supranationales (l’identité européenne et la communauté lusophone) dont l’étude peut gagner avec l’utilisation des idées de Sherif, en spécial la notion d’objectifs supra-ordonnés. Toutefois, malgré la pertinence et l’utilité des concepts de Sherif, certaines faiblesses de la théorie des conflits réels doivent aussi être signalées, notamment la préssuposition que le conflit est toujours et inévitablement négatif. On questionne ici cette idée prenant en compte le cas des groupes défavorisés qui se trouvent dans des situations d’injustice et aussi se fondant dans les données qui mettent en évidence les effets bénéfiques du conflit socio-cognitif et qui proviennent de deux champs de recherche dans les études européennes en psychologie sociale: la psychologie sociale du développement et l’étude de l’influence minoritaire.Os conceitos teóricos de Sherif no domínio das relações entre grupos não são um mero marco histórico no superar das perspectivas individualistas neste domínio. Podem ser também, actualmente, instrumentos teóricos úteis para quem se interessa pelo estudo do funcionamento da sociedade. Neste artigo defende-se que a psicologia social pode beneficiar com a discussão e uso dos conceitos de Sherif para produzir uma análise mais compreensiva e integrada no estudo das relações entre grupos que aquela que por vezes decorre de uma estrita utilização do modelo da categorização. Isso é aqui ilustrado com dois exemplos de identidades supranacionais (a identidade europeia e a comunidade lusófona) cujo estudo pode ganhar com a utilização das ideias de Sherif, em especial, a noção de objectivos supra-ordenados. Contudo, apesar da pertinência e utilidade dos conceitos de Sherif, também devem ser assinaladas algumas fraquezas da teoria dos conflitos reais, designadamente, o pressuposto de que o conflito é sempre e inevitavelmente negativo. Questiona-se esta ideia tendo em conta o caso de grupos desfavorecidos que se encontram em situações de injustiça e também com base nos dados que põem em evidência os benefícios do conflito socio-cognitivo, provenientes de dois campos de pesquisa nos estudos europeus de psicologia social: a psicologia social do desenvolvimento e o estudo da influência minoritária

Uma entrevista de Willem Doise com Xenia Chryssochoou (Março de 2009) e com Joaquim Pires Valentim (Setembro de 2009)

A parte principal desta entrevista foi publicada em Maio de 2009 no European Bulletin of Social Psychology2. Agradeço a Xenia Chryssochoou a sua imediata disponibilidade para a publicarmos agora aqui em português3, seguida do desenvolvimento de alguns pontos que foram retomados num prolongamento posterior dessa conversa que tive, em Coimbra, com Willem Doise

A formação profissional no mercado transicional em Portugal

A presente investigação incide sobre o impacte das novas características do mercado de trabalho sobre a saúde psicológica dos trabalhadores. E põe em jogo a hipótese segundo a qual a formação profissional, aumentando a empregabilidade, tem por efeito secundário a atenuação ou neutralização do mal-estar psicológico dos trabalhadores sujeitos à incerteza do mercado transicional. No plano teórico, estudou-se a evolução semântica do conceito de formação profissional imposta pela emergência do modelo de produção pós-fordista. A globalização e a expansão das tecnologias de informação, originando o mercado de trabalho transicional, obrigaram a formação profissional a assumir um espectro mais alargado de funções, conferindo uma nova ênfase ao desenvolvimento das qualidades relacionais do sujeito. Esta situação fez eco nas orientações internacionais para a formação profissional e, concretamente, nas reformas do ensino decretadas em Portugal. A revisão da literatura sobre o valor psicossocial do emprego reforçou a convicção da pertinência de uma investigação sobre o efeito de estabilização psicológica da formação profissional nas condições de precariedade do actual mercado de trabalho. O estudo empírico foi realizado na freguesia de Canelas do Concelho de Vila Nova de Gaia (n=210). Dos resultados obtidos, apurou-se que os trabalhadores com formação profissional tiveram pontuações médias de bem-estar psicológico significativamente mais favoráveis do que os seus homólogos sem formação profissional. Donde se conclui que esta modalidade de formação deve ser encarada como um valioso instrumento de moderação psicológica dos trabalhadores em situação de desemprego

Procedural Justice Rules in Teachers’ Moral Dilemmas at Work

The present study intends to contribute to the comprehension of morality in professional contexts, by investigating its relationship with justice perceptions. Sixty-nine elementary, middle and high school teachers were given a questionnaire with open questions. Content analysis demonstrated that the majority of participants (75%) spontaneously mentioned procedural justice rules (Leventhal, 1980), ethicality being the most referred rule. The most referred dilemmas involved reacting to transgressions (Wark & Krebs, 1996). These results are discussed considering the need for socially responsible and ethically concerned organizations to recognize the moral experiences and justice conceptions of their workers.O presente estudo pretende contribuir para a compreensão da moralidade em contextos profissionais, ao investigar a sua relação com as percepções de justiça. 69 professores do ensino básico e secundário preencheram um questionário contendo perguntas abertas. A análise de conteúdo mostrou que a maioria dos participantes (75%) mencionou espontaneamente regras de justiça procedimental (Leventhal, 1980), sendo a regra de ética a mais frequentemente referida. Os dilemas mais referidos envolviam a reacção a transgressões (Wark & Krebs, 1996). Estes resultados são discutidos considerando a necessidade de organizações socialmente responsáveis e orientadas por princípios éticos reconhecerem as experiências morais e as percepções de justiça dos seus trabalhadores

Questionário de Estilos e Dimensões Parentais – Versão Reduzida: Adaptação portuguesa do Parenting Styles and Dimensions Questionnaire – Short Form

The Parenting Styles and Dimensions Questionnaire – Short Form (Robinson, Mandleco, Olsen & Hart, 2001) is a self-report measure designed to assess the parenting styles of parents of school-age children, with good psychometric properties internationally established. Aiming to present the Portuguese version of this instrument, a sample of 344 fathers and mothers of 1st to 4th graders completed the questionnaire. Structural equation modelling procedures (confirmatory factor analysis) outlined a multidimensional and hierarchical factorial structure, similar to the original version, composed of first and second order factors, representing authoritative, authoritarian and permissive parenting styles, and corresponding dimensions. Generally, good model fit provides support to the theoretical model. Internal reliability scores were satisfactory and close to results of the original studies.Le Parenting Styles and Dimensions Questionnaire – Short Form (Robinson, Mandleco, Olsen & Hart, 2001) est un questionnaire conçu pour évaluer les styles parentaux, avec des bonnes propriétés psychométriques internationalement confirmées. Visant à présenter la version portugaise de cet instrument, le questionnaire a été traduit et soumis à un échantillon portugais de 344 pères et mères d’enfants fréquentant le premier cycle de l’enseignement (de la première à la quatrième année). La technique des modèles d’équations structurelles (analyse factorielle confirmatoire) a montré une structure factorielle similaire à l’originelle anglaise, multidimensionnelle et hiérarchique, composée par des facteurs de premier et de deuxième ordre, représentant les styles parentaux démocratique, autoritaire et permissif, aussi bien que leurs respectives dimensions. En général, les résultats obtenus présentent un bon ajustement du modèle théorique aux données empiriques. L’évaluation de la fiabilité interne présente des résultats satisfaisants et en accord avec les résultats originaux.O Parenting Styles and Dimensions Questionnaire – Short Form (Robinson, Mandleco, Olsen & Hart, 2001) é um questionário utilizado para avaliar os estilos parentais de pais e mães de crianças em idade escolar, cujas qualidades psicométricas estão bem estabelecidas internacionalmente. Com o objectivo de apresentar a versão portuguesa deste instrumento, o questionário foi aplicado a uma amostra de 344 pais e mães com filhos a frequentar o 1º Ciclo do Ensino Básico. A sua estrutura, evidenciada graças ao recurso à técnica de modelação de equações estruturais (análise factorial confirmatória), revelou-se semelhante à original: multidimensional e hierárquica, formada por factores de primeira e segunda ordem, que diferenciam os estilos parentais democrático, autoritário e permissivo, bem como as respectivas dimensões. Em termos gerais, os resultados finais revelam um bom ajustamento do modelo teórico aos dados. A consistência interna apresenta, igualmente, valores próximos da versão original, podendo ser considerada satisfatória

O que fazer face à crise?: representações sociais da disposição para agir

O que fazer face à crise? Representações sociais da disposição para agir. Adotando o quadro teórico das representações sociais, analisam-se as variações e a ancoragem da disposição para agir face às medidas de austeridade no âmbito da recente crise económica, com base nas respostas de 453 participantes portugueses a um questionário. Os resultados mostram três tipos de posições: nada fazer, resistência económica e participação cívica. A discussão centra-se na constatação de que as diferenças entre a intenção de agir e não agir se encontram associadas a variáveis ideológico-políticas (atribuição de responsabilidade pela crise, representações da União Europeia e posição política) ou pessoais (sentimentos), mas não à situação económica dos participantes, o que poderá dever-se ao facto de se tratar de uma amostra composta apenas por estudantes.What to do in the face of crisis? Social representations of the willingness to take action. Drawing on representations theory and the responses to a questionnaire from 453 Portuguese participants, we analyzed the variations and anchoring of the willingness to act against the austerity measures in the context of the recent economic crisis. The results reveal three main positions: doing nothing, economic resistance, and civic participation. The discussion is focused on the finding that the differences between the inclination for action or lack thereof are associated with ideological-political variables (attribution of responsibility for the crisis, representations of the European Union and political orientation), and personal variables (feelings), but not with respondents’ economic situation, which may be due to the fact that our sample is composed exclusively of students

Theories on intergroup relations and emotions: A theoretical overview

The present manuscript is a theoretical revision of the major theories about intergroup relations and emotions, developed over the last decades in the field of social psychology. Following a general chronological order, we first revise the first individualistic approaches to the field of intergroup relations and social conflict. Afterwards, we revise the realistic group conflict theory and relative deprivation theory. Next, we discuss the social identity and the self-categorization theories and highlight some of the most studied dimensions of intergroup relations within this framework. To conclude, we present some of the most influential appraisal theories of emotions and the theory of intergroup emotions. We claim for an integration of several different approaches when studying intergroup relations and, more specifically, the role of different emotions in explaining instances of intergroup conflict.O presente artigo consiste numa revisão teórica das teorias mais influentes na área das relações entre grupos e das emoções, desenvolvidas ao longo das últimas décadas no campo da psicologia social. Seguindo uma ordem cronológica, primeiro apresentamos as abordagens individualistas no campo das relações entre grupos e do conflito social. Depois, revemos a teoria do conflito realista entre grupos e a teoria de privação relativa para, seguidamente, discutirmos as teorias da identidade social e da autocategorização e destacar algumas das dimensões das relações entre grupos mais estudadas dentro desta abordagem. Para concluir, apresentamos também algumas das teorias de avaliação (i.e. appraisals) das emoções e a teoria das emoções intergrupais. No presente artigo, defendemos a integração de várias abordagens e perspetivas diferentes ao estudar as relações intergrupais e, mais especificamente, ao analisar o papel das emoções na compreensão das relações entre grupos e do conflito social

Educational Gerontology

The aging population in the developed world has implied increasing age diversity in the workforce of organizations. Consequently, mutual perceptions about one’s coworkers and age discrimination are becoming increasingly important. This study aims to explore how perceptions about older workers’ work (un)adaptability, work effectiveness, and workplace age discrimination vary according to participants’ psychosocial factors, such as age group, gender, education level, and work sector. This study included a sample of 453 workers in Portugal, diverse in terms of age, gender, education level, and work sector. Four different instruments were used: (a) a sociodemographic questionnaire; (b) an older workers’ Work Adaptability scale; (c) an older workers’ Work Effectiveness Scale and; (d) the Workplace Age Discrimination Scale (WADS). Results: Middle-aged and older participants perceive older workers as more adaptable than younger participants. The oldest group of participants perceives older workers to be more workeffective and experience the highest levels of age discrimination in the workplace, when compared to the other age groups. Also, participants with lower levels of education tend to perceive higher levels of workplace age discrimination, when compared to participants with high school and higher education. Conclusions: Generational perceptions in the workplace are perceived by workers differently, hence organizations should implement age management strategies to address age discrimination, particularly due to the increasing proportion of older workers.info:eu-repo/semantics/publishedVersio

Socio-cognitive Elaborations and Reactions to Economic Crisis: Insights from Social Psychology

This special issue dedicated to the social psychological study of the economic crisis in four European Union countries along the Mediterranean includes six empirical papers discussing different aspects of the phenomenon. Four papers are part of a larger project that started in 2011, aiming to compare the social representations of the economic crisis in France, Greece, Italy, and Portugal. Starting from the study of the social representations of the causes of the crisis and the measures to overcome it, various social psychological parameters that interfere are examined. Thus, the political, ideological, and social positioning, and the axiological universe of the participants are considered as important predictors and mediators in the different papers. Additionally, possible political participatory activities in reaction to the crisis are considered. The presentation of the outcome of this research project is completed by a paper analyzing the way the crisis was depicted in the Italian press and a paper looking at the impact of the financial threat to political participation in France. The research presented here reveals the ways social subjects give meaning to a situation of crisis and thus provides social and political insights into social thinking and behavior with important policy implications for individual nations as well as Europe at large. In this paper, we present the general framework of the studies carried out and we introduce the collection of empirical papers of the special issue

Predictors of the perceived efficacy of actions against austerity measures

In this paper, we analyse the responses of 450 students from Greece, Portugal and Italy, who were asked to assess the efficacy of 32 actions as reactions against the austerity measures implemented to deal with the financial and economic crisis. These actions were organized into six types by a principal component factor analysis, and were ranked as follows from the most effective to the least effective: protectionism, civic participation, political resistance to government measures, individual financial protection, economic resistance to government measures and violence. Results showed that Greek respondents, who were in the most difficult socioeconomic situation, viewed all types of actions, except civic participation and individual financial protection, as more effective than the other respondents did. Regression analyses revealed, however, that crisis-related variables, in particular the attribution of responsibility for the crisis to internal factors and not to the people, and individual-related variables, such as political orientation and the intensity of depressive feelings, were strong predictors of the assessment of the efficacy of actions, in addition to the socioeconomic situation of the countries