A formação profissional no mercado transicional em Portugal

Abstract

A presente investigação incide sobre o impacte das novas características do mercado de trabalho sobre a saúde psicológica dos trabalhadores. E põe em jogo a hipótese segundo a qual a formação profissional, aumentando a empregabilidade, tem por efeito secundário a atenuação ou neutralização do mal-estar psicológico dos trabalhadores sujeitos à incerteza do mercado transicional. No plano teórico, estudou-se a evolução semântica do conceito de formação profissional imposta pela emergência do modelo de produção pós-fordista. A globalização e a expansão das tecnologias de informação, originando o mercado de trabalho transicional, obrigaram a formação profissional a assumir um espectro mais alargado de funções, conferindo uma nova ênfase ao desenvolvimento das qualidades relacionais do sujeito. Esta situação fez eco nas orientações internacionais para a formação profissional e, concretamente, nas reformas do ensino decretadas em Portugal. A revisão da literatura sobre o valor psicossocial do emprego reforçou a convicção da pertinência de uma investigação sobre o efeito de estabilização psicológica da formação profissional nas condições de precariedade do actual mercado de trabalho. O estudo empírico foi realizado na freguesia de Canelas do Concelho de Vila Nova de Gaia (n=210). Dos resultados obtidos, apurou-se que os trabalhadores com formação profissional tiveram pontuações médias de bem-estar psicológico significativamente mais favoráveis do que os seus homólogos sem formação profissional. Donde se conclui que esta modalidade de formação deve ser encarada como um valioso instrumento de moderação psicológica dos trabalhadores em situação de desemprego

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