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    LÂMIAS E EMPUSAS: MULHERES VAMPIRAS NA LITERATURA GRECO-ROMANA E NA POESIA ROMÂNTICA DE GOETHE E KEATS

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    Lâmias e Empusas têm uma longa tradição mitológica como uma espécie de protótipo da mulher vampira que mata suas vítimas envolvidas em um jogo de amor e sedução. Neste artigo, objetivamos apresentar essas personagens em textos da literatura greco-romana e, a partir disso, trazer elementos sobre sua recepção como inspiração para as personagens femmes fatales nas poesias A Noiva de Corinto, de Johann Wolfgang von Goethe e Lamia, de John Keats

    Representações da religiosidade romana no século II d.C.: o testemunho de Apuleio

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    O presente artigo constitui-se de reflexões sobre a religiosidade de Apuleio, intelectual romano que viveu no II século d.C. na África Romana. Neste sentido, apresentamos uma análise das características religiosas que cercaram este autor, tais como sua filosofia mística, o médio-platonismo, as práticas de cultos mistéricos próprias de sua filosofia, seu envolvimento com práticas de magia e a ocupação de cargo sacerdotal. Como fontes de pesquisa, utilizamos as obras do autor analisado: Apologia, Florida, O asno de ouro e O Deus de Sócrates. Ainda apresentamos a análise de uma sólida bibliografia a respeito de Apuleio e sobre o contexto abordado. Ressaltamos que Apuleio tem seu nome envolto em misticismo até hoje e foi acusado como praticante de magia em sua época, envolvendo-se em um processo jurídico.

    The Greek language as an element of the Roman order and integration with peoples outside the imperial administration in Flavius Philostratus’s work

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    O Império Romano estendeu sua administração e poder por diversos povos e comunidades de diferentes culturas ao longo de séculos. Entretanto, se sobrepondo ao mosaico cultural que o Império se constituiu, houve também a criação, legitimada e apoiada por grupos das elites locais e pela política imperial, de duas grandes áreas linguístico-culturais dentro do Império Romano, a área de predomínio do latim (pars occidentalis) e a área de predomínio do grego (pars orientalis). Da mesma forma, a língua grega, já reconhecida como língua de diplomacia nas regiões do antigo oriente, tornou-se um elemento fundamental para a integração e para os contatos com povos e impérios que não faziam parte da administração romana. A partir dessa observação, este artigo objetiva mostrar a importância da cultura grega, especialmente da língua grega, como elemento de ordem e de integração dentro e fora das fronteiras administrativas do Império Romano. Utilizaremos, para isso, as obras Vida de Apolônio de Tiana e Vidas dos sofistas, escritas em meados do século III EC pelo sofista grego Flávio Filóstrato. Visamos perceber as razões para Filóstrato apresentar sua visão ligadas ao grupo que ele fez parte, os sofistas gregos, e ao contexto em que ele viveu, o período da dinastia dos Severos (193-235), primeira dinastia oriental a governar o Império Romano e momento de intensos conflitos com os povos partos e persas. Nossa pesquisa foi realizada utilizando métodos e conceitos da Nova História Cultural, que nos permite pensar as relações de poder ligadas a elementos da cultura.This article aims to show the importance of the Greek language as an elementof order and integration within and outside the administrative boundaries of the RomanEmpire. To illustrate this we will show Flavius Philostratus’s view in his works Life ofApollonius of Tiana and Lives of the Sophists, written by the Greek sophist in the middleof the 3rd century CE. We also seek to understand the reasons for Philostratus’s view,linked to the group he was part of, the Greek sophists, and also related with the context inwhich he lived, the period of the Severan dynasty (193-235), the first Eastern dynasty torule the Roman Empire, and a moment of intense conflicts with the Parthian and Persianpeoples. Our research was developed using methods and concepts of the New CulturalHistory, which allow us to think about the relations of power linked to elements of culture

    Heliogábalo vestido divinamente: a indumentária religiosa do imperador sacerdote de Elagabal

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    Heliogabalus was a young Roman emperor from a Syriac origin and member of the Severan dynasty (193-235). Following a family tradition, Heliogabalus was the priest of the solar god Elagabal, from the city of Emesa, in Syria. Developing an analysis of the contemporary textual documentation of Heliogabalus, crossed with analyzes of the coins issued in the emperor's government, I will present elements about his priestly clothes of worship to Elagabalus, which were considered in the ancient textual documentation as cross-dressing, in other words, transitioning the normative gender boundaries of that time. I will analyze the representation of his religious dress and relate to this representation the idea brought by Cassius Dio about the attempt of Heliogabalus to make a surgery intervention in his body, seeking to build a vagina. Also related to his religious clothes, I will present the analysis on the possibility of what would be a priestly symbol found in the image of the emperor's head on some of his coins.Heliogábalo foi um jovem imperador romano de origem siríaca e membro da dinastia dos Severos (193-235). Seguindo uma tradição familiar, Heliogábalo foi sacerdote do deus solar Elagabal, da cidade de Emesa, na Síria. Diante de uma análise da documentação textual contemporânea de Heliogábalo, cruzada com análises das moedas emitidas no governo do imperador, apresentarei elementos sobre suas vestimentas sacerdotais de culto a Elagabal, consideradas na documentação textual antiga como cross-dressing, ou seja, transitando entre as fronteiras normativas de gênero da época. Analisarei a representação de sua indumentária religiosa e também relacionarei a essa representação a ideia trazida por Dião Cássio sobre a tentativa de Heliogábalo em fazer uma intervenção cirúrgica em seu corpo, buscando construir uma vagina nele. Também relacionado à sua indumentária religiosa, apresentarei a análise sobre a possibilidade do que seria um símbolo sacerdotal encontrado na imagem da cabeça do imperador em algumas de suas moedas.Heliogábalo foi um jovem imperador romano de origem siríaca e membro da dinastia dos Severos (193-235). Seguindo uma tradição familiar, Heliogábalo foi sacerdote do deus solar Elagabal, da cidade de Emesa, na Síria. Diante de uma análise da documentação textual contemporânea de Heliogábalo, cruzada com análises das moedas emitidas no governo do imperador, apresentarei elementos sobre suas vestimentas sacerdotais de culto a Elagabal, consideradas na documentação textual antiga como cross-dressing, ou seja, transitando entre as fronteiras normativas de gênero da época. Analisarei a representação de sua indumentária religiosa e também relacionarei a essa representação a ideia trazida por Dião Cássio sobre a tentativa de Heliogábalo em fazer uma intervenção cirúrgica em seu corpo, buscando construir uma vagina nele. Também relacionado à sua indumentária religiosa, apresentarei a análise sobre a possibilidade do que seria um símbolo sacerdotal encontrado na imagem da cabeça do imperador em algumas de suas moedas

    IDENTIDADE GREGA E PODER IMPERIAL ROMANO EM REPRESENTAÇÕES DA ÍNDIA: REFLEXÕES A PARTIR DA VIDA DE APOLÔNIO DE TIANA, DE FILÓSTRATO

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    This article presents our interpretations of representations from India and from the contacts established by the philosopher Apollonius of Tyana. This is mentioned in the biography “Life of Apollonius of Tyana” written by Flavius Philostratus in the first half of III century AD. Our aim is to show, how your author, a Greek sophist, inserted in the structures of the Roman Imperial Power  during  Severan Dinasty (193-235), when the work was written, realizes India in these established relationships by your character, the wise Apollonius, in his trips around this region.  We attempt to show how in these excerpts there is a construction of boundaries identities and the identity affirmation and of the Greek paideia from the author, Philostratus. That was projected in the protagonist of the work and amid your representations of the “other”.  Furthermore, we intend to reflect about the perspective and possible aspirations of Philostratus related to features of the Severan background that author lived and written.Este artigo apresenta nossas interpretações das representações da Índia e dos contatos estabelecidos pelo filósofo Apolônio de Tiana na biografia Vida de Apolônio de Tiana, escrita por Flávio Filóstrato na primeira metade do século III d.C. Visamos, com isso, mostrar como seu autor, um sofista grego inserido nas estruturas de poder do Império Romano na época da dinastia dos Severos (193-235), período em que a obra foi escrita, percebe a Índia nas relações estabelecidas por seu personagem, o sábio Apolônio, em viagem por essa região. Buscaremos mostrar como nessas passagens há a construção de fronteiras identitárias e a afirmação da identidade e da paideia grega do autor, Filóstrato, projetadas no protagonista da obra e em meio a suas representações do outro. Além disso, pretendemos refletir sobre a ótica e os possíveis anseios de Filóstrato relacionados com características do contexto severiano em que o autor viveu e escreveu

    "Por que de galo, então, chamamos quem se castra [...]?" Interseccionalidade em representações de sacerdotes castrados no Império Romano

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    This article aims to analyze textual representations of the priests who have been considered practitioners of rituals that involved cutting off their genitals. Such interventions, treated here as castrations, were considered as a loss of virility and a practice of transgenderization from masculine to feminine in the Greco-Roman literature of the imperial period. Castrated priests can be seen in the myth of Attis (the consort of the Phrygian goddess Cibele, Magna Mater), in the literature on the priests of this goddess (the galli) and in the textual representations of the priests of the Syrian goddess Atargatis and of the Emperor Elagabalus (218–222).  Reports of these practices left by their practitioners are non extant. Thus, much of the documentation we have about castrated priests refers to representations made by their critics. Therefore, the sources used for this study are composed of Greeco-Roman literary texts. In this article, such texts will be analyzed through an intersectional perspective, considering the description of the priests from the construction of the other non-Greco-Roman and under the gender norms for the uir, the citizen of the Roman Empire’ high social groups.O objetivo deste artigo é analisar representações textuais de sacerdotes considerados praticantes de rituais que envolviam cortes de seus órgãos genitais. Tais intervenções, tratadas aqui como castrações, foram vistas como perda da virilidade e transgenerização para o feminino na literatura greco-romana do período imperial. Sacerdotes castrados podem ser percebidos no mito de Átis (o consorte da deusa frígia Cibele, a Magna Mater), na literatura sobre os sacerdotes dessa deusa (os galli) e nas representações textuais dos sacerdotes da deusa síria Atargátis e do imperador Heliogábalo (218–222). Como não há relatos dessas práticas deixados por seus praticantes, grande parte da documentação que temos sobre os sacerdotes castrados se refere às representações feitas por seus críticos. Diante disso, as fontes utilizadas para o estudo que se apresenta são compostas de textos literários greco-romanos. Neste artigo, tais textos serão analisados à luz de uma perspectiva interseccional, pensando a descrição dos sacerdotes a partir da construção do outro não greco-romano e das normativas de gênero para o uir, o cidadão das camadas abastadas do Império Romano
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