13 research outputs found

    Quebras dialéticas no continuum ditadura-mercado na literatura contemporânea sul-americana: três perspectivas de trabalho de luto

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    I Congresso Internacional América Latina e Interculturalidade: América Latina e Caribe: cenários linguístico-culturais contemporâneos, 07, 08 e 09 de novembro de 2013 - UNILAComo parte das pesquisas desenvolvidas em tese de doutorado sobre ficção contemporânea e continuum ditatorial no Cone­Sul americano, esta comunicação pretende levar à discussão diferentes perspectivas de trabalho de luto em três romances publicados na Argentina, Chile e Brasil na primeira década dos anos 2000. O estudo parte da ideia de que as ditaduras recentes nesses países, como transições violentas do Estado para o Mercado, impingiram uma quebra fundamental na relação entre experiência e representação literária, obrigando as Literaturas nacionais a buscar novos expedientes artísticos para representar um mundo fundamentalmente determinado pelo terrorismo institucional. Passado o deslumbramento neoliberal da década de 90, uma parte da produção literária, que emerge como extensão do trauma ditatorial, será obrigada a voltar­se novamente em direção à catástrofe na tentativa de entendê­la. As narrativas aqui em questão trazem alguns exemplos de operativos literários a partir dos quais se dá esse difícil trabalho de luto: as relações entre memória, trauma e resistência ao esquecimento passivo no romance Não falei, de Beatriz Bracher; a alegoria como representação do indizível ante atrocidades como a “apropiación”, em Dos veces junio, de Martin Kohan; a degradação do sujeito social na sociedade de consumo “pós­ditatorial” chilena, presente em Mano de obra, de Diamela Eltit. Recorrendo agora às políticas da memória e do esquecimento, aos fragmentos da totalidade destruída, à ética do luto – como conteúdo – e ao discurso de memória, à metaficcionalização da história, à alegoria – como forma – essas narrativas se somam a outras estratégias de reivindicação histórica que renunciam ao próprio continuum instaurado pelas ditaduras. Ao voltar seu impulso representacional em direção à perda, às ruínas ditatoriais, esse tipo de Literatura põe em movimento um conjunto de operações dialéticas que redimensionam o significado histórico dessas catástrofes. Parte da vontade que orienta este estudo é entender como isso acontece

    Linguagens, integração e culturas migrantes: construindo estratégias de acolhimento a partir da iniciação científica

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    Anais do V Encontro de Iniciação Científica e I Encontro Anual de Iniciação ao Desenvolvimento Tecnológico e Inovação – EICTI 2016 - 05 e 07 de outubro de 2016 – Sessão Linguística, Letras e ArtesRecobrando sua condição antiga de “terra de promessas”, o Brasil, ao longo das últimas décadas, tem recebido um crescente número de migrantes, especialmente vindos de outros países latino-americanos, de inúmeras nações africanas e de países do oriente médio atingidos por conflitos, como a Síria. Do mesmo modo, o país se transformou em destino para um extenso número de haitianos, desterritorializados pela grande catástrofe natural de 2010, pela degradação econômica oriunda das reincidentes investidas coloniais e pós-coloniais e pela ingerência das nações ocidentais. Esse novo contexto tem exigido, principalmente a partir da crise humanitária na fronteira norte, uma revisão profunda das políticas migratórias, até então delimitadas pela ótica ditatorial de segurança nacional, para um modelo orientado a partir do conceito dos direitos humanos. Além disso, ao passo que tais comunidades confluem e passam a interagir na sociedade brasileira, torna-se cada vez mais clara a precariedade de políticas públicas de inserção produtiva, social e cultural para essas pessoas. Entendendo o princípio da Universidade Pública de construir e compartilhar conhecimentos, este projeto de pesquisa tem o objetivo de investigar políticas linguísticas e culturais de acolhimento destinadas às comunidades migrantes a partir do espaço das IES. A partir do trânsito disciplinar com áreas como a sociologia, antropologia, estudos da linguagem e estudos culturais, a pesquisa procura levantar dados sobre a conjuntura migratória haitiana no Estado do Paraná e observar ações empreendidas por programas da IES da região orientados a essas comunidades, como proposição de políticas linguísticas de acolhimento e programas de ensino do português brasileiro, bem como o estabelecimento de redes de integração cidadã e promoção de diálogos culturais entre as comunidades migrantes e as locais

    ALEGORIA E NECROPOLÍTICA: O CADÁVER COMO EMBLEMA NA CONTRARREFORMA DO NEOLIBERALISMO

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    Based on Walter Benjamin's concept of allegory, this article proposes considerations about the links between the disappearance of human bodies by the Brazilian civil-military dictatorship and the death policies undertaken during the Covid-19 pandemic by its heirs, now in power. The argument starts from the allegorical expression of the corpse as emblem. In both contexts, such expression would be found in the very absence of these corpses. This absence prevents the work of collective mourning. Similarly, it provides a passive oblivion over which anti-democratic retrogressions, such as those that are taking shape now, in this other phase of neoliberalism, can be re-established.A partir do conceito de alegoria em Walter Benjamin, são propostas, neste artigo, considerações sobre os vínculos entre o desaparecimento de corpos humanos pela ditadura cívico-militar brasileira e pelas políticas de morte empreendidas, durante a pandemia de Covid-19, por seus herdeiros, hoje no poder. O argumento parte da expressão alegórica do cadáver como emblema. Em ambos os contextos, tal expressão se encontraria na própria ausência desses cadáveres. Essa ausência impede o trabalho de luto coletivo. Analogamente, propicia um esquecimento passivo sobre o qual podem se instaurar, novamente, retrocessos antidemocráticos, como os que tomam forma agora, nesta outra fase do neoliberalismo

    As ruínas e o condor : breves escritos sobre alegoria, memória e ausência

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    Orientadora : Profa. Dra. Marilene WeinhardtTese (doutorado) - Universidade Federal do Paraná, Setor de Ciências Humanas, Programa de Pós-Graduação em Letras. Defesa: Curitiba,10/07/2015Inclui referências : f.197-208Área de concentração : Estudos linguísticosResumo: Como tentativa de contribuir para os estudos da representação do trauma deixado pelas ditaduras do Condor no corpo social e cultural das coletividades do Cone Sul americano, este trabalho se concentra em quatro narrativas escritas na primeira década do século XXI na Argentina, Chile, Uruguai e Brasil. São elas, Dos veces junio, de Martin Kohan, Impuesto a la carne, de Diamela Eltit, Furgón de los locos, de Carlos Liscano e Não falei, de Beatriz Bracher. O estudo parte da ideia de que a violenta crise neoliberal argentina de 2001/2002 significou também uma quebra no contínuo econômico, social e cultural implantado pelas ditaduras e seguido pelos regimes conservadores ulteriores a elas. O que marcou também o declínio das táticas de esquecimento da terapia de choque neoliberal, abrindo espaço para um amplo movimento de revisão histórica e crítica do passado ditatorial. Como representações literárias desse processo, as obras elencadas neste estudo empreendem um retorno à perda imposta pelas ditaduras e recuperam o trabalho de luto sobre ela por meio de expedientes alegóricos ou mnemônicos. Ao representar a destruição ditatorial como imagem ruinosa do passado, e ao incidir sobre essa perda, tentando encontrar nela algum significado, pessoal, coletivo, estas narrativas contribuem para um processo dialético de releitura da experiência ditatorial e de recuperação da memória apropriada pelos regimes totalitários. As ruínas ditatoriais são assim expostas como representações literárias de uma falta fundamental que, no instante de cognoscibilidade do agora, se bifurca em dois sentidos históricos: como ausência e como ofensa. Palavras-chave: ruínas ditatoriais; alegoria; memória; ausênciaAbstract: As an attempt to contribute to the studies of the representation of the trauma left by the Condor Dictatorships in the social and cultural bodies of the American Southern Cone collectivities, this work concentrates on four narratives written in the first decade of the 21th century in Argentina, Chile, Uruguay and Brazil: Dos veces junio, by Martin Kohan, Impuesto a la carne, by Diamela Eltit, Furgón de los locos, by Carlos Liscano and Não falei, by Beatriz Bracher. The premise of the study is that the violent Argentinian neoliberal crisis of 2001/2002 also meant a rupture in the economic, social and cultural continuum implemented by the dictatorships and followed by the conservative regimes that came after them. It also marked the decline of the oblivion tactics of the neoliberal shock therapy, giving room for a broad movement of historical review and criticism of the dictatorial past. As literary representations of this process, the works featured in this study make a journey back to the loss imposed by these dictatorships and recover the mourning over it through allegorical and mnemonic expedients. When representing the dictatorial destruction as a ruinous image of the past and focusing on this loss, in an attempt to find meaning in it, these narratives contribute to a dialectic process of reinterpretation of the dictatorial experience and recovering of the memory expropriated by totalitarian regimes. The dictatorial ruins are thus exposed as literary representations of a fundamental deficiency, which, in the now of its recognizability, bifurcates in to two different historical meanings: as absence and as offense. Key words: dictatorial ruins; allegory; memory; absence

    El señor presidente : transculturação narrativa e construção simbólica da nação

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    Orientador: Prof. Dr. Rodrigo Vasconcelos MachadoDissertação (mestrado) - Universidade Federal do Paraná, Setor de Ciências Humanas, Letras e Artes, Programa de Pós-Graduação em Letras. Defesa: Curitiba, 09/04/2010Bibliografia: fls. 169-176Área de concentração: Estudos LiteráriosResumo: Diferentemente do que aconteceu na Europa, a irrupção do fenômeno artístico das vanguardas na América Latina representou, para muitos intelectuais e artistas, uma revisão crítica da herança colonial e do conceito de nação instaurado a partir dos movimentos de independência do século XIX. A obra do escritor guatemalteco Miguel Ángel Asturias de certo modo expressa essa transição e as mudanças operacionais que tal processo representou para a Literatura Latino-americana. Formado id ologicamente nos preceitos do liberal-positivismo, Asturias tem contato na Europa com o espírito renovador das vanguardas e com a moda primitivista que influenciou vários segmentos da intelectualidade metropolitana entre os anos 20 e 30. A influência dos movimentos de vanguarda, principalmente do surrealismo, passa a convergir com seus estudos das culturas indígenas mesoamericanas na construção de seu projeto artístico e literário. Seu primeiro romance: El Señor Presidente se encontra ainda no ponto de tensão gerado por esses contatos. Como documento literário, o romance escrito ainda no começo dos anos 30 tem valor singular. Por um lado, expressa o choque e intersecção entre o impulso renovador das vanguardas e a herança cultural local, pondo em movimento todo um conjunto de ações ransculturadoras dentro do texto literário. Por outro, marca uma crise de representação do Estado-nação, que se faz sentir através da desconstrução grotesca e caricatural da utopia do Estado Nacional hegemônico, e da denúncia de suas formas autoritárias e personalizadas de poder. Impulsionado pelo sucesso editorial de El Señor Presidente, Asturias desenvolveu seu projeto artístico por meio da assimilação literária de outros sistemas de representação, principalmente de procedência popular indígena. Atrás desse projeto, estava uma crítica ao pensamento ocidental e um perceptível desejo de construir simbolicamente a nação gua emalteca mediante a agregação de seus diferentes estratos culturais e étnicos. No começo do século XXI, tal projeto aparece problematizado por uma série de novas perspectivas teóricas e de transformações geoculturais advindas do processo de globalização ocidental, desde o desenvolvimento da ideia de universalidade pósnacional à contraposição das culturas subalternas frente às centralidades culturais. Essas novas configurações geoculturais e epistemológicas, no entanto, antes de superar as questões sobrevindas da obra asturiana, reforçam sua reavaliação crítica e histórica.Abstract: Unlike what happened in Europe, the eruption of the artistic phenomenon of avantgardes in Latin America represented, to many intellectuals and artists, a critical revision of the colonial inheritance and of the concept of nation established by the independence movements of the XIX century. The work of the Guatemalan writer Miguel Ángel Asturias in a sense expresses this transition and the operational changes that such process represented to the Latin-American Literature. Ideologically formed by the percepts of the liberal-positivism, Asturias came into contact in Europe with the spirit of renewal of the vanguards and with the vogue of primitivism that influenced several segments of metropolitan intellectuality between the 20s and 30s. The influence of the avant-garde movements, mainly surrealism, starts converging with his studies of mesoamerican indigenous cultures in the construction of his artistic and literary project. His first novel: El Señor Presidente still finds itself at the point of tension created by these two sources. As a literary document, the novel written as late as the beginning of the 30s is of out-standing value. On the one hand, it expresses the impact and intersection between the renovating impulse of the vanguards and the local cultural nheritance, which set in motion a whole series of transcultural movements in the literary text. Yet, on the other hand, it points to a crisis of representation of the Nation-state, which can be felt through the grotesque deconstruction and caricaturing of the utopia of the hegemonic Liberal State, and the denouncing of its authoritarian and personalized forms of power. Driven forward by the editorial success of El Señor Presidente, Asturias developed his artistic project through the literary assimilation of other systems of representation, principally from popular indigenous sources. Behind this project, was a criticism of western thought and a notable desire to symbolically construct the Guatemalan nation by incorporating its different cultural and ethnic strands. At the beginning of the XXI century, such project appeared problematic due to a series of new theoretical perspectives and geocultural changes resulting from the process of western globalization, from the development of the idea of pos-national universality in to the subaltern cultures stance against the dominant culture. These new geocultural and epistemological changes, however, rather than overcoming the questions arrived from the asturian work, reinforces its critical and historical reevaluation

    O TESTEMUNHO DA CARNE: UM PEQUENO TRATADO SOBRE A ALEGORIA EM UMA OBRA DE DIAMELA ELTIT

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    Em Impuesto a la carne, a escritora chilena Diamela Eltit expõe um quadro alegórico da nação chilena em seu bicentenário, representado por meio da relação simbiótica entre mãe e filha, personagens que compartilham, por duzentos anos, uma existência precária no micromundo de um hospital. Tendo por base teórica os apontamentos de Walter Benjamin sobre a alegoria e os estudos das alegorizações fundacionais e pós-ditatoriais de Doris Sommer e Idelber Avelar, se propõe aqui uma leitura parcial da obra, levantando algumas questões sobre sua operatividade alegórica, principalmente no que se refere às relações conflitivas entre sujeito e nação, história e testemunho, poder e resistência.  

    A ÁRVORE DO ESQUECIMENTO E AS TENTATIVAS DE DESTRUIÇÃO DA MEMÓRIA AFRODIASPÓRICA

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    O presente artigo aborda os processos de apagamento da memória dos povos africanos escravizados em território brasileiro. Este recorte surge a partir da pesquisa intitulada ‘Culto aos Orixás na América Latina - Cinema documental e trânsitos da memória’, na qual duas obras cinematográficas são tratadas comparativamente. Atlântico Negro (1998) e Pedra da Memória (2011) tratam da questão afrodiaspórica sob prismas semelhantes, buscando estabelecer elos entre os cultos e expressões de matriz afro-brasileira e os rituais praticados no Benin e em outras partes da costa oeste africana. No intuito de liquidar tais elos emerge uma força: a “Árvore do Esquecimento”, monumento erigido na costa do Benin, no local onde se situava a árvore, ao redor da qual os escravizados eram forçados a dar voltas antes de embarcar nos navios negreiros, para que assim apagassem suas memórias de seu povo e de suas divindades e com isso infringissem menos dor e castigo divino aos que ficavam. Aqui, a árvore do esquecimento é entendida também como símbolo das forças que historicamente tem se empenhado em “branquear” ou apagar definitivamente as culturas de matriz africana em solo brasileiro

    RELATO DO PROJETO “LITERATURA DE REFÚGIO: EXPRESSÕES HAITIANAS”

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    Como parte do projeto de extensão universitária PBMIH (Português Brasileiro para Migração Humanitária) da UFPR, em 15 de setembo de 2016, no Sesc Paço da Liberdade, em Curitiba, foi promovido o evento Literatura de Refúgio: Expressões Haitianas. Foi a segunda edição de um evento que por enquanto teve cinco edições. O evento promoveu a literatura haitiana através de traduções de Frankétienne (Dialecte de Cyclones); Jacques Roumain (Sales Nègres, Bois d’Ebène); Georges Castera (Pitit Malere); Dany Laferrière (Pays sans Chapeau); Dominique Batraville (Les Flâneries du Voyant); Jeanie Bogart (le Cri). As traduções foram feitas por alunos da UFPR e professores, e recitadas no idioma original (créole, francês) por um poeta haitiano que vive em Curitiba, e em português por um aluno da Universidade. A apresentação dos escritores, com uma pequena biografia, foi feita pelo apresentador do evento. O relato procurará adaptar o evento mostrando os textos originais e as traduções além de mostrar também um depoimento em prosa poética e dois poemas do autor haitiano Rei Seely que vive em Curitiba e participou do evento recitando seus poemas. Dará também o depoimento do editor brasileiro, Luciano Mendes, de poesia haitiana

    As ruínas e o condor : breves escritos sobre alegoria, memória e ausência

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    Orientadora : Profa. Dra. Marilene WeinhardtTese (doutorado) - Universidade Federal do Paraná, Setor de Ciências Humanas, Programa de Pós-Graduação em Letras. Defesa: Curitiba,10/07/2015Inclui referências : f.197-208Área de concentração : Estudos linguísticosResumo: Como tentativa de contribuir para os estudos da representação do trauma deixado pelas ditaduras do Condor no corpo social e cultural das coletividades do Cone Sul americano, este trabalho se concentra em quatro narrativas escritas na primeira década do século XXI na Argentina, Chile, Uruguai e Brasil. São elas, Dos veces junio, de Martin Kohan, Impuesto a la carne, de Diamela Eltit, Furgón de los locos, de Carlos Liscano e Não falei, de Beatriz Bracher. O estudo parte da ideia de que a violenta crise neoliberal argentina de 2001/2002 significou também uma quebra no contínuo econômico, social e cultural implantado pelas ditaduras e seguido pelos regimes conservadores ulteriores a elas. O que marcou também o declínio das táticas de esquecimento da terapia de choque neoliberal, abrindo espaço para um amplo movimento de revisão histórica e crítica do passado ditatorial. Como representações literárias desse processo, as obras elencadas neste estudo empreendem um retorno à perda imposta pelas ditaduras e recuperam o trabalho de luto sobre ela por meio de expedientes alegóricos ou mnemônicos. Ao representar a destruição ditatorial como imagem ruinosa do passado, e ao incidir sobre essa perda, tentando encontrar nela algum significado, pessoal, coletivo, estas narrativas contribuem para um processo dialético de releitura da experiência ditatorial e de recuperação da memória apropriada pelos regimes totalitários. As ruínas ditatoriais são assim expostas como representações literárias de uma falta fundamental que, no instante de cognoscibilidade do agora, se bifurca em dois sentidos históricos: como ausência e como ofensa. Palavras-chave: ruínas ditatoriais; alegoria; memória; ausênciaAbstract: As an attempt to contribute to the studies of the representation of the trauma left by the Condor Dictatorships in the social and cultural bodies of the American Southern Cone collectivities, this work concentrates on four narratives written in the first decade of the 21th century in Argentina, Chile, Uruguay and Brazil: Dos veces junio, by Martin Kohan, Impuesto a la carne, by Diamela Eltit, Furgón de los locos, by Carlos Liscano and Não falei, by Beatriz Bracher. The premise of the study is that the violent Argentinian neoliberal crisis of 2001/2002 also meant a rupture in the economic, social and cultural continuum implemented by the dictatorships and followed by the conservative regimes that came after them. It also marked the decline of the oblivion tactics of the neoliberal shock therapy, giving room for a broad movement of historical review and criticism of the dictatorial past. As literary representations of this process, the works featured in this study make a journey back to the loss imposed by these dictatorships and recover the mourning over it through allegorical and mnemonic expedients. When representing the dictatorial destruction as a ruinous image of the past and focusing on this loss, in an attempt to find meaning in it, these narratives contribute to a dialectic process of reinterpretation of the dictatorial experience and recovering of the memory expropriated by totalitarian regimes. The dictatorial ruins are thus exposed as literary representations of a fundamental deficiency, which, in the now of its recognizability, bifurcates in to two different historical meanings: as absence and as offense. Key words: dictatorial ruins; allegory; memory; absence
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