37 research outputs found

    A EDUCAÇÃO CONTEMPORÂNEA NA CONTRA-CORRENTE DA COMPLEXIDADE E O RESGATE DA AUTO-CONSTITUIÇÃO

    Get PDF
    O presente artigo foi organizado de forma a responder questões sobre o sofrimento dos alunos na escola em decorrência de ser esta uma instituição que não contempla necessidades fundamentais dos seres humanos. Parte-se dos pressupostos teóricos oriundos do Paradigma da Complexidade e, mais especificamente, aqueles que constituem a  Cibernética de Segunda Ordem que hoje estão embasando importantes pesquisas nas neurociências. Com base em dados empíricos coletados em escolas do Ensino Fundamental, levantam-se hipóteses sobre as conseqüências epistêmicas e ontológicas que se transformam em impedimentos de conhecer e de subjetivar-se. Palavras-chave: complexidade- cognição- subjetivação- autopoiesi

    Acoplamento tecnológico e autismo: o iPad como instrumento complexo de cognição/subjetivação / Technological coupling and autism: the iPad as a complex tool of cognition/subjetivation

    Get PDF
    O artigo trata de reflexões sobre um processo de pesquisa em andamento cujo foco é o acoplamento de crianças diagnosticadas com transtornos do espectro autista com o iPad. O grupo de pesquisa construiu um quadro teórico em torno dos pressupostos do paradigma da complexidade principalmente aqueles relacionados aos desdobramentos do movimento cibernético a partir da cibernética de segunda ordem. Assim,  os conceitos de autopoiesis e acoplamento estrutural da teoria da Biologia da Cognição de Humberto Maturana e Francisco Varela e o conceito de complexificação/aprendizagem pelo ruído de Henri Atlan nos sustentam para entendermos os processos cognitivos dos sujeitos envolvidos neste ambiente digital. Com isso, enfrentamos também os tradicionais modos de abordar a cognição em sujeitos desta síndrome que  priorizam rotinas ignorando os avanços das neurociências em neuroplasticidade. As evidências da pesquisa são muito significativas mostrando transformações cognitivas, afetivas e comunicacionais destes sujeitos

    Uma leitura bergsoniana da Biologia da Cognição: implicações para a educação

    Get PDF
    Departing from the identification of strong paradigmatic tendencies toward complexity, described here as a dynamic of all dimensions of reality functioning in an inseparable way, the author emphasizes the theory of Biology of Cognition by Humberto Maturana and Francisco Varela as a set of fundamental assumptions in this new construction. This importance is mainly due to the revolutionary assumptions that show the functioning of the life such as the principle of self-organization, the recursivity and networks. These scientists have followed a way already paved in the second cybernetics by Heinz von Foerster and, with that, they did a quantic jump in the sense of a being/ knowing inseparability. The Theory of Biology of Cognition reading in this text is made at the light of the epistemological assumptions of Henri Bergson in relation to the creative evolution and an inventive cognition. Key words: Biology of Cognition, autopoiesis, creative evolution, second cybernetics.A partir da identificação de fortes tendências paradigmáticas em direção à complexidade, definida aqui como uma dinâmica de imbricamento de todas as dimensões da realidade, a autora destaca a teoria da Biologia da Cognição de Humberto Maturana e Francisco Varela como um conjunto de pressupostos fundamentais nessa nova construção. Essa importância é devida principalmente aos pressupostos revolucionários que mostram ser os organizadores do funcionamento da vida tais como o princípio da auto-organização, da recursividade e das redes. Esses cientistas trilharam o caminho já pavimentado pela Segunda Cibernética de Heinz von Foerster e, com isso deram um salto quântico no sentido da inseparabilidadae ser/conhecer. A leitura da Biologia da Cognição nesse texto é feita à luz dos pressupostos epistemológicos de Henri Bergson no que se refere a uma evolução criadora e uma cognição inventiva. Palavras-chave: Biologia da Cognição, Autopoiesis, evolução criadora, segunda cibernética

    Epistemologia complexa e autismo: novos horizontes

    Get PDF
    Trata-se de uma abordagem paradigmática baseada na complexidade dos indivíduos diagnosticados com Transtornos do Espectro Autista (TEA). Ao não separar a cognição da ontogênese dos sujeitos, este projeto de pesquisa assume uma posição complexa, rompendo com posições comportamentais hegemônicas que não atendem às condições biológicas autopoiéticas (autoprodução) dos seres humanos, ignorando também o potencial neuroplasticidade deles ao lidar com os sujeitos autistas com repetições, reforços e outras atitudes mecânicas. A partir da explicação dessa epistemologia, parte-se para a explicitação do arcabouço teórico que sustenta a pesquisa, cujo eixo gira em torno da aprendizagem como experiência pessoal, acoplada à realidade e não à adaptação. Os seres vivos em seu funcionamento mudam continuamente sua estrutura, que é plástica e conservam sua organização, que é autopoiética. Como instrumento de acoplamento, é utilizado um dispositivo de tecnologia touch, o iPad, que garante ao usuário um tipo de interação muito ativo, desencadeando ao mesmo tempo emoções/cognição, bem como o sistema háptico envolvido (toque). Isso pode desencadear mecanismos neurofisiológicos que ajudam as crianças diagnosticadas como autistas a encontrar outras vias neurais que não as comprometidas pela patologia em questão. O artigo apresenta no final breves ilustrações do processo empírico e as transformações desencadeadas nesses sujeitos ao longo do desenvolvimento do projeto. De acordo com a metodologia complexa, os pesquisadores do projeto atuam como parte do sistema observado, dando conta de suas próprias operações com seus sistemas autônomos

    Escola e produção de subjetividade

    Get PDF
    O eixo central desta tear reside na investigação da (des)construção da subjetividade no processo de escolarização. Ela representa uma denúncia e um anúncio na produção e projeção de um novo paradigma, embutido na proposta de um novo homem. Numa clara ruptura com o paradigma cartesiano que divide corpo, mente e emoções, e num profundo questionamento do paradigma do sujeito e da consciência, subjetividade, neste trabalho fo i entendida como um processo dialético entre subbjetiva e objetivo, envolvendo, assim, o mundo interno do indivíduo e as condições históricas que o envolvem. Este mundo interno é visualizado como um conjunto complexo e dinâmico, que se potencializa no orga nismo, na inteligência, no corpo, nas dimensões do afeto, de prazer, de consciente, de inconsciente, rompendo, como já dissemos, com o paradigmia cartesiano. Esta dimensão interna da sujeito está em contínua e viva relação com o mundo social na dialética d o ''eu e do outro''. É justamente nesta relação dialética que as subjetivídades são construídas no bojo do processo de conhecimento. O estudo da (des)construção de subjetividade se justifica, na nossa percepção, pelo profundo processo de globalização, fra gmentação e uniformização que vem caracterizando a conjuntura atual da modernidade . Mais do que em qualquer outra fase da história da humanidade, as histórias locais são fortemente influenciadas por este processo e, à esta globalizacão, dialeticamente, c omo defendem Gidden, Hall, McLaren, entre outros, as minorias desprívilegiadas respondem com movimentos de resistêncía e movimentos pela diferença. O ponto de clívagem neste estudo, incluindo o processo de globalização característico da modernidade, confi gura se como um processo hegemônico, fator estrutural da pesquisa que, fundado em Gramsci, delineia se com uma moldura ou marco referencial para a maior comprensão da fenômeno subjetividade. Neste sentido, subjetivídade foi explorada em suas conexões epistemológícas e na própria transição gnoseológica de seu entendimento que passa por autores como Kart, Hegel, Marx, Wallon, Freud, Fernandez, McLaren, Hall, Giddens e Chevallard. Para a análise do entendimento dos processos da modernidade, de construção de s ubjetividade como desvelamento à proposta denominada de "nova direita'', adotando um modelo neoliberal, que prega a implantação do “estado ausente'', que vem desmantelando o estado de bem estar social, abolindo os direitos dos trabalhadores , aumentando os índices de desemprego e diminuindo os padrões de qualidade nínima de vida nos apoiamos nos conceitos de hegemonia e contra hegemonia. Este esquema ideológico, altamente sofisticado e refinado em algumas condições, se funda na quebra de solidariedade e ntre os sujeitos, na falta de ação íntersubjetíva, via encolhimento do espaço público e na discíplinação do desejo, do corpo, do conhecimento, do real. Nossa ''leitura'', à qual denominamos ''revolução do olhar'', buscou nesta investigação estudar duas es colas da capital do Rio Grande do Sul, sendo uma pública e outra privada, durante mais de seis meses. Através de um estudo etnográfico, dirigimos nosso olhar à esta problemática a fim de tentar compreender como as subjetividades são construídas/desconstrui das, num ambiente social com tais caracteristicas. Pr'opomos que a escola atua neste esquema ideológico, através de múltiplos fatores, dentre os quais destacamos as instrumentações mecânico formais, como suporte empírico e legitimatórío, embora não homogén eo do processo como um todo. O trabalho se subdivide em oito blocos que se interligam e se complementam, tendo como foco o processo hegemônico na estrutura de modernízação capitalista. São eles: o primeiro e o segundo blocos tratam da exploraçao epistemo lógica da subjetividade e da modernidade; no terceiro, apresentamos o suporte hegemônico e contra hegemônico; no quarto, dos fundamentos e considerações teórico metodológícas; no quinto, descrevemos a contradição entre o real, o simbóllco e a reificacão, e ntre a ''vida'', os jacarandás floridos'' e as ''janelas e cortínas cerradas''; no sexto, analisamos as contradições deste procesoo de construção/desconstrução subjetividade; no sétímo, delineamos as ações, ainda indíviduais, ainda isoladas, embora reações , como processos de resistência e de proposta contra hegemônica e, finalmente, no oitavo bloco, tratamos da que denominamos como “amarrar os cabos'', buscando as conexões que fecham e entravam, assim como ao brechas que permitem ''içar velas e navegar'' em díreção a um novo homem e uma nova mulher, uma nova sociedade, na qual a liberdade ne funda no díreção a um novo homem e uma nova mulher, uma nova sociedade, na qual a liberdade ne funda no equilíbrio, sujeitoequilíbrio, sujeito--coletivo, partecoletivo, parte--todo, particulartodo, particular--universal.universal. Como depreendemos, os resultados apontam para uma tentativa fortemente marcada pela Como depreendemos, os resultados apontam para uma tentativa fortemente marcada pela busca de (dbusca de (des)subjetivação do suieito. No entanto, a luta pela liberdade, a procura de espaços abertos, es)subjetivação do suieito. No entanto, a luta pela liberdade, a procura de espaços abertos, mesma que contraditórios, se anunciam. É neste anúncio concreto que nos apegamos na luta pelo real mesma que contraditórios, se anunciam. É neste anúncio concreto que nos apegamos na luta pelo real crítico e reflexivo.crítico e reflexivo.The central axis of this thesis is the investigation of (de)construction of subjectivity in the schooling process. It represents a denounce and an announcement ín the production and projection of a new paradigm, inserted in the proposal of a new woman and a new man. In this paper, and in a profound questioning of the subject paradigm and the consciente one, subjectivity was understood as a dialectic process between subjective and objectíve, including the inner world of the individual and his historic conditions. Thís is an evident ruptu re of the cartesian paradigm, which divides body, mind and emotions. The inner world is seen as a complex and dynamic whole, which manifests itself in the organíc, in the intelligence, in the body, in the affective dimensions, in the pleasure, in the consc ience and in the unconscious. This inner dimension of the subject is in a permanent and very lively relationship with the social world, establishing a ''me and other'' dialectic. It is just in tais dialectic relationship that subjectivities are constructed , inside the knowledge process. The study of (de)construction of subjectívity justify itself, in our perception, by the deep process of globalization, frgmentation and equalization, that characterizes conjuncture of modernity. More than any other humaníty history period, the local histories are strongly influenced by this process. To this globalization, dialectically, the mínorities answer with resistance movements, as Giddens, Hall and MacLaren say. The turníng point of this study, based on Gramsci, is d esigned as a frame or reference mark to a better' understanding of the subjectivity phenomena. In this sense, subjectivity was explored in its epistenological connections and gnoseological transition by author as Kant, Hegel, Marx, Wallon, Freus, Fernandez , McLaren, Hall, Guiddens and We use the concept of hegemony and counter hegemony to analyze the process of modernity and construction of subjetivity, showing the 'new right' proposal, which uses a 'neo liberal' model. Thís model defends the absent state dismounting the 'welfare estate', abolishing the workers' rights, rising the unemployment levels and dímínishíng the basic living standard. This highly sophisticated ideological scheme is based on the lack of solídarity between subjects, in th e lack of inter sujectívity action, shrinkíng of public space and disciplinization of desire, body, knowledge and reality. We studíed two schools ín Porto Alegre, one public and the other private, during a period of approximately six months, using the method which we called ''revolutian of sight''. We tried to understand how the subjectivities are constructed and deconstructed through an ethnographic study. We found that the schools proceed ín the ideologícal scheme through many ways, among which the me chanical formal instrumentation. Thls study is divided in elght parts which are ínterleaved and complement each other', focusing the hegemonic process in the capítalist modernization structure. We found that the schools proceed ín the ideologícal scheme through many ways, among which the me chanical formal instrumentation. Thls study is divided in elght parts which are ínterleaved and complement each other', focusing the hegemonic process in the capítalist modernization structure. The first and second part are about the epistemologícal exlor ation of subjectivity and modernity; in the third one we present the hegemonic and counter hegemonic support; in the fourth the theoretical and methodological basis; in the fifth we describe the contradiction of the reality, the symbolic and the reífícatio n, between the 'blooming pose woods' and the 'closed curtains and windows'; in the sixth we analyze the contradiction of the process of construction deconstructlon of subjectivities; ín the seventh we delineate the actions, still individuals, still isola ted, as process of resístance and counter hegemony; and finally in the eighth part we do what we call mooring the ropes' searching the connection which close and block and the narrow space which allow to raise sail and navigate in direction of a new man an d new woman, a new socíety, in which freedom ís based on equilibrium sublect colectívíty, pars totum, particular totum, particular--universal.universal. The results point to a híghly marked tentatlve of searching of (de)subjectivation of subject. The results point to a híghly marked tentatlve of searching of (de)subjectivation of subject. The Struggle for líberty, the searchThe Struggle for líberty, the search for open spaces, even íf contradictory ones, already announced for open spaces, even íf contradictory ones, already announced themselves. It is in thls concrete announcement whlch we adhere in the flght for the real, the critic themselves. It is in thls concrete announcement whlch we adhere in the flght for the real, the critic and the reflexive.and the reflexive

    Reflexões sobre cognição/subjetivação no ciberespaço na perspectiva da complexidade

    Get PDF
    O artigo trata de reflexões teóricas como contribuição para ampliar a abordagem ao tema do processo de cognição no espaço digital e sua relação com os pressupostos do paradigma da complexidade. O foco do artigo é colocado na idéia de Substância Única de Espinosa com a justificativa que esse, sendo um pensamento integrador, e portanto, complexo, pode ajudar a romper com a herança cartesiana responsável por uma forte fragmentação. A partir dessas idéias seminais, o texto se desdobra nas considerações sobre a emergência da cibernética, com ênfase na II Cibernética, principalmente no que diz respeito à contribuição de Von Foerster para o desenvolvimento das teorias biológicas complexas de H. Atlan, H. Maturana e F. Varela. Os conceitos envolvidos nessas teorias como complexificação pelo ruído e autopoiesis são pensados à luz das idéias de Espinosa como também, considerando-se a experiência empírica da autora, são ilustrados por breves exemplos. Palavras-chave: substância única- espaço digital- complexidade- autopoiesis – complexificação pelo ruído Abstract: The article deals with theoretical reflections as a contribution to wide the approach to the theme of the cognition process in a digital space and its relationship with the assumptions of the complexity paradigm. The article focus is placed on the Idea of the Unique Substance from Espinosa with the argumentation that this philosopher had an integrative thought and, therefore, complex, can help in breaking with the strong Cartesians tradition of fragmentation. Departing from these seminal ideas, the text follows through the considerations on the emergency of cybernetics with the emphasis in the II Cybernetics mainly in relation to the contributions from von Foerster for the development of biological complex theories by H. Atlan and H. Maturana/F. Varela. The involved concepts in these theories such as complexification from the noise and autopoiesis are reflected at the light of de Spinoza ideas as well, considering the empirical experience of the author, are ilustrated with some examples. Key-words: unique substance- digital space- complexity- autopoiesis- complexifcation from nois

    A CONSTRUÇÃO DE UM PROJETO DE PESQUISA NA PERSPECTIVA DA COMPLEXIDADE

    Get PDF
    This article proposes the term ontoepistemogênese to designate the process of complexification of a subject, which, when coupled with its environment, becomes integrated with repercussions in all dimensions of the human being. The process of ontoepistemogênese in an autopoietic perspective, forced us to think in terms of self-construction as inseparable from processes and overlapping continuous vital flow of being, both in relation to internal and external processes. In this sense, the process for handling research data in the Project GAIA seeks always to address autopoietic cognitive/affective operations in each member of the group. Thus, humans build their inventive process of ontoepistemogênese in response to external disturbances and through a power, which is a result of the connections and belonging to the networks. To carry out such a task we searched mainly to the guidelines that are setting the paradigm of complexity, as has been expressed mainly by Edgar Morin (Morin, 1991) and Clara da Costa Oliveira, (1999, 2004, 2005). In addition, among other researchers in the same field, we used Humberto Maturana and Francisco Varela to construct a set of operative elements, which led us to the understanding of life, by bringing the principle of self-organization and, more specifically, the concept of autopoiesis to understand this dense web of relations that constitute the living system.En este artículo se propone el término ontoepistemogénese para designar el proceso de complejización de un sujeto, que, al se acoplar con su entorno, se transforma de manera integral con repercusiones en todas las dimensiones de su ser. El proceso de ontoepistemogênese, en la perspectiva autopoiética, nos obligó a pensar en términos de auto-construcción como inseparable de los procesos de flujo vital y imbricación continuo del ser, tanto en relación tanto con los procesos internos como externos. En este sentido, el proceso de gestión de datos de investigación en el proyecto GAIA (Grupo de Acciones e Investigaciones autopoiéticos) trata siempre de abordar las operaciones cognitivas / afectivas de cada miembro del grupo. Así los seres humanos construyen su ontoepistemogénese en el proceso de respuesta inventiva a las perturbaciones externas y a través de una energización que es un resultado de conexiones y de pertenencimiento a redes. Para llevar a cabo esta tarea apelamos principalmente a las directrices que están estableciendo el paradigma de la complejidad, como han expresado principalmente Edgar Morin y Clara Costa Oliveira centrándose principalmente en los presupuestos de la Segunda Cibernética y su desdoblamientos en la Biología de la Cognición a través de su concepto central: autopoiesis.Este artigo propõe o termo de ontoepistemogênese para designar o processo de complexificação de um sujeito, que, ao se acoplar com seu ambiente, transforma-se de forma integral com repercussões em todas as dimensões de seu ser. O processo de ontoepistemogênese, na perspectiva autopoiética, nos forçou a pensar em termos de auto-construção como inseparável dos processos de fluxo vital e imbricamento contínuo do ser, tanto no que se refere aos processos internos como externos. Nesse sentido, o processo de tratamento dos dados da pesquisa no Projeto GAIA (Grupo de Ações e Investigações Autopoiéticas) procura contemplar sempre as operações cognitivo/afetivas de cada membro do grupo. Assim, os seres humanos constroem sua ontoepistemogênese no processo de resposta inventiva às perturbações externas e através de uma energização que é resultado das conexões e pertencimento às redes. Para levar a cabo tal tarefa recorremos, fundamentalmente, às linhas mestras que estão configurando o paradigma da complexidade, como têm sido expressadas, principalmente, por Edgar Morin e Clara da Costa Oliveira, focando, basicamente, nos pressupostos da II cibernética com seus desdobramentos na Biologia da Cognição, através de seu conceito central-autopoiesis

    Autonarrativas no fluxo da pesquisa: operando com operações dos observadores

    Get PDF
    Os autores relatam o processo de investigação, em movimento, de um grupo de pesquisa transdisciplinar, constituído de cinco projetos de pesquisa vinculados, tendo como elemento organizador, o princípio de convergência, e, como eixo de convergência, o tema Educação e Complexidade.  A ênfase, aqui, é dada nas autonarrativas dos membros do grupo, que se constituem em dispositivos metodológicos de uma epistemologia complexa, considerando-se a necessidade de inclusão do observador na realidade observada. Nesse sentido, o que estamos fazendo com estas práticas é dar conta das operações dos próprios operadores, exercendo os pressupostos de segunda ordem, advindos da Segunda Cibernética. Palavras-chave: epistemologia da complexidade; autonarrativas, observador e observado

    O IPAD E OS APLICATIVOS DE JOGOS COMO INSTRUMENTOS COMPLEXOS DE COGNIÇÃO/SUBJETIVAÇÃO EM AUTISTAS

    Get PDF
    Ao conceber-se esta pesquisa, levou-se em consideração que cada ser humano aprende do seu modo pessoal e único e que os estilos de aprendizagem podem facilitar esse processo. Nesse contexto, o uso de um computador com tela sensível ao toque, com suas características de possibilitar autonomia, interconexões e invenção de caminhos, abre passagem para potencialização. Sendo assim, este projeto tem como objetivos investigar as implicações do uso do iPad em crianças autistas para entender como as tecnologias touch podem potencializar a construção do conhecimento e de subjetividade nestes sujeitos. Trata-se de uma pesquisa qualitativa pois se propõe a trabalhar com os aspectos subjetivos como uma dimensão inseparável de todo o processo cognitivo dos sujeitos. Foram 10 sujeitos de pesquisa, com faixa etária entre 6 e 10 anos, onde realizaram-se 10 sessões com cada sujeito, de forma que em cada encontro foram propostas tarefas desafiadoras a serem realizadas no iPad, levando-se em consideração o diagnóstico de cada sujeito. Foi possível constatar através dos dados gerados pela pesquisa, que a utilização do iPad pelas crianças que possuem autismo contribuiu em todos os casos estudados de forma positiva para o aprimoramento de questões referentes à sua interação social e aprendizagem

    William Blake e Fernando Pessoa: Poiesis e Complexidade

    Get PDF
    A partir do conceito de autopoiesis, núcleo central da teoria da Biologia da Cognição, desenvolvido por Maturana e Varela, o ensaio aproxima literatura e ciência para abordar a imaginação poética como fenômeno absolutamente capilar à trama interpretativa da vida. Tendo como referência os pressupostos onto-epistemológicos do paradigma da complexidade – fluxo, devir, emergência, não linearidade, abdução e abordagem holística – destaca fragmentos das obras de William Blake e Fernando Pessoa como duas forças poéticas que, em épocas diferentes, resistiram à simplificação da experiência de pensamento imposta pelo paradigma da ciência moderna. Ambos os poetas foram refratários à cultura da disjunção da experiência de pensamento respondendo com uma obra complexa nas quais buscam aproximar dimensões da realidade esquecidas pela racionalidade científica. Blake e Pessoa, ao negarem a objetividade calculável da vida, ousaram ir além do conhecimento do ser e do mundo para afirmar a potência poética da imaginação ao recusar a separação entre linguagem e vida. A atualidade renovadora dessa recusa está na abertura para outros modos de sentir e pensar a experiência de viver no mundo, como devires humanos auto-criadores no operar da vida na simultaneidade de existir em linguagem como modo particular de estarmos sendo humanos: outra inteligibilidade para o mistério da existência
    corecore