51 research outputs found

    Variabilidade do "upwelling" costeiro durante o holocénico nas margens atlânticas ocidental e meridional da Península Ibérica

    Get PDF
    Tese de dout., Ciências do Mar, Faculdade de Ciências do Mar e do Ambiente, Univ. do Algarve, 2005O estudo levado a cabo permitiu, pela primeira vez, identificar os eventos de frio 5 e 4 de Bond e o de 0,8 ka cal BP de deMenocal nos teores em radiocarbono das conchas e confirmá-los como fenómenos à escala global (circum-atlântico norte). Esses eventos revelam-se por valores positivos muito elevados de ΔR e são precursores de reorganizações climáticas. Os dois primeiros, datados de 7810±90 BP e de 5640±100 BP, respectivamente, foram apenas detectados na série de valores de ΔR (e de 13) determinados para a costa portuguesa, uma vez que as séries para a costa andaluza e para a costa galega se iniciam em 4580±110 BP, a primeira, e em 2440±29 BP, a segunda. O evento de frio de 0,8 ka foi determinado quer para a costa portuguesa quer para a costa galega com datas estatisticamente idênticas – costa portuguesa: 870±90 BP; costa galega: 860±90 BP. Além dos picos de ΔR correspondentes a estes três eventos, dois outros picos foram obtidos: um, datado por volta de 4000 BP e um outro cerca de 1100 BP. O primeiro, detectado quer para a costa portuguesa quer para a orla oriental do Golfo de Cádiz, deverá ser a tradução de um “upwelling” costeiro muito intenso, uma vez que o 13C das conchas analisadas apresenta valores positivos ao contrário do que sucede com os outros picos. Além disso, entre 4000 e 3200 BP terá havido uma época de secura, com expansão de espécies termomediterrâneas no noroeste alentejano, enquanto que no sudeste e, possivelmente, também no sudoeste espanhol, o intervalo de 4500 e 4000 BP, corresponderá a uma época de aridez e, por conseguinte, a uma insolação intensa, que se traduziu no aparecimento e intensificação do fenómeno do “upwelling” costeiro, como os valores positivos de ΔR que acompanham o pico de ca. 4000 BP da série andaluza sugerem. Então os dois picos aparentemente síncronos não o serão, tendo lugar, entre eles, uma reorganização climática cujo mecanismo forçador terá sido o evento 3 de Bond. O outro pico, em 1140±45 BP, foi só detectado na costa portuguesa, possivelmente ligado à reorganização climática que originou o Pequeno Óptimo Climático e o seu valor não resultará de qualquer intensificação do “upwelling” nesse momento. A análise das séries de valores de ΔR em função do tempo, conjugada com outros indicadores paleoclimáticos e paleoceanográficos, permitem ainda as seguintes conclusões: i) Entre o evento 8 de Bond (ca. 11100 cal BP) e o final do Pré-Boreal (até ao evento 7, ca. 10300 cal BP) terá existido na costa portuguesa um regime de “upwelling” costeiro, cuja intensidade terá aumentado ao longo desse período. ii) Durante o Boreal, a que corresponde um clima frio, terá ocorrido entre o evento 6 (ca. 9,4 ka cal BP) e o 5 (ca. 8,2 ka cal BP) um “upwelling” costeiro pouco activo ou mesmo inexistente, como os valores negativos para ΔR indiciam. iii) Os intervalos de tempo entre os eventos 5 e 4 (ca. 5,9 ka cal BP) e entre este e o 3 (ca. 4,2 ka cal BP ou ca. 4000 BP) encontram-se muito mal amostrados, pelo que quaisquer inferências deverão ser posteriormente validadas com mais dados. No entanto, com a reorganização climática associada ao evento “8,2 ka”, assiste-se a uma modificação no padrão de povoamento mesolítico na faixa costeira portuguesa, provavelmente relacionada com uma melhoria do clima (um aquecimento climático), pelo que será expectável um “upwelling” costeiro activo, embora fraco, como os dois únicos valores de ΔR determinados para o primeiro intervalo também sugerem. Para o segundo intervalo, para a costa portuguesa, para um momento próximo do seu final (4530-4830 cal BP), foi obtido um valor de ΔR negativo, ao contrário do que se obteve para o Golfo de Cádiz, o que sugere condições climáticas diferentes entre a fachada atlântica ocidental da Península (diminuição da temperatura, menor insolação das massas continentais) e o sudoeste espanhol (aridez, maior insolação). De qualquer modo, após a reorganização climática que o evento 3 terá provocado, num momento muito próximo, não possível de distinguir com as datas de radiocarbono obtidas, ter-se-á verificado uma intensificação do “upwelling” na costa portuguesa, que se traduziu por um máximo na série de ΔRs, enquanto que, com essa reorganização climática, terminou o período de cerca de 500 anos de existência de um “upwelling” activo na costa andaluza do Golfo de Cádiz, para não mais esse fenómeno voltar a ocorrer de um modo activo naquela orla costeira. iv) O período entre 4000 e 3000 BP, a que corresponderá um clima mais quente e seco do que o anterior para a costa portuguesa, com expansão de taxa termomediterrâneos, deverá caracterizar-se por um “upwelling” costeiro intenso e, por conseguinte, por valores altos de ΔR. No entanto, a inexistência da determinação de qualquer valor de ΔR para este intervalo de tempo, quer para a costa portuguesa, quer para a costa andaluza do Golfo de Cádiz, quer para a costa ocidental galega, torna impossível corroborar as inferências anteriores. v) Pelo contrário, a partir de 3000 BP dispôe-se de uma boa amostragem para a costa portuguesa e razoável para os outros troços de costa investigados. Verifica-se que, na costa galega, ao contrário do que sucede para a costa portuguesa, os valores de ΔR são todos negativos até ca. 1000 cal AD, o que sugere um “upwelling” inexistente ou, quando muito, de fraca intensidade. O mesmo acontecerá para a costa andaluza, embora aqui essa situação ocorra muito provavelmente desde 4000 BP e se prolongue até à actualidade. Para a costa portuguesa, a partir de 3000 BP terá existido um “upwelling” activo, mas menos intenso que o actual, excepto durante o Pequeno Óptimo Climático, quando se terá aproximado dos valores modernos. Por seu lado, na costa galega, a partir do pico de ca. 1000 cal AD, isto é, a partir da reorganização climática desencadeada por esse evento, observa-se o aparecimento e intensificação do “upwelling” costeiro, embora dentro de uma certa variabilidade como os valores positivos e negativos determinados para ΔR sugerem. A grande variabilidade climática do Holocénico, com uma dimensão insuspeitada até à poucos anos atrás (por ex., os eventos de frio foram apenas identificados e estudados a partir dos meados dos anos noventa), tem, como este estudo demonstra, reflexos profundos na intensidade do “upwelling” costeiro nas margens atlânticas ocidental e meridional da Península Ibérica. Deverá sublinhar-se que esta dissertação constitui o estudo mais completo até hoje efectuado sobre o efeito de reservatório oceânico e que este é o “proxy” que proporciona o sinal mais directo sobre a actividade do “upwelling” costeiro

    Botones de cachalote con perforación en V de Galeria da Cisterna (Sistema Kárstico de Almonda, Torres Novas, Portugal)

    Get PDF
    During excavation of the prehistoric necropolis of Galeria da Cisterna in 1988-1989, the remains of several individuals were recorded. The direct dating of four attests to use of the cave for funerary purposes during Beaker times. Whilst no Beaker pottery was found, a small fragment of a golden spiral and a set of V-perforated ivory buttons are diagnostic of the period. These items can be securely associated with the human remains dated to the corresponding time range. Visual inspection identified sperm whale ivory as the raw-material the buttons were made of, which density measurements confirmed. This indicator was chosen because it is non-destructive and discriminates well between the different types of ivory found in the Chalcolithic of Iberia. The average obtained for the 13 specimens from Galeria da Cisterna is 2.32 ± 0.12, well outside the range for elephant and hippopotamus ivories and consistent with the average value (2.2) for sperm-whale ivory published by Schuhmacher et al. (2013). The gold object was most likely made from regional sources. These data reflect on the wide intra-regional networks in operation during the Chalcolithic of the Lisbon peninsula. They also suggest that extra-regional exchange was rather more limited, as the golds of the Alentejo sites usually are of a distinct composition and sperm-whale has never been identified among their ivories (which are of North-African elephant, a rare occurrence in the Lisbon peninsula).La excavación de la necrópolis prehistórica de Galeria da Cisterna (1988-1989) recuperó los restos de varios individuos. La datación de cuatro de ellos demuestra que la cavidad fue usada con fines funerarios en época campaniforme. No se ha encontrado ningún fragmento de la característica cerámica del periodo, pero un pequeño fragmento de espiral en oro y un conjunto de botones con perforación en V justifican la asignación cultural del contexto. Su asociación con los restos humanos fechados puede considerarse segura. La observación macroscópica de los botones concluyó que la materia prima usada había sido el marfil de cachalote, lo que confirmó el análisis de densidad. Este indicador se eligió debido a que el análisis es no destructivo y discrimina bien los diferentes tipos de marfil conocidos en el Calcolítico de la península ibérica. La densidad media obtenida para los 13 botones de Galeria da Cisterna es de 2,32 ± 0,12, claramente por encima del rango de variación de los marfiles de elefante y de hipopótamo y acorde con el valor medio (2,2) publicado por Schuhmacher et al. (2013) para marfil de cachalote. El oro usado para la espiral es probablemente de origen local. Estos datos revelan la amplitud de las redes intrarregionales del Calcolítico de la península de Lisboa y sugieren que los intercambios extrarregionales serían bastante más limitados, puesto que los oros de los yacimientos coevos del Alentejo suelen tener una composición distinta y el cachalote no se ha podido identificar nunca entre sus marfiles (los cuales son de elefante norteafricano, raro en la península de Lisboa).info:eu-repo/semantics/publishedVersio

    A calibração das datas de radiocarbono dos esqueletos humanos de Muge

    Get PDF
    As primeiras datas obtidas para os concheiros de Muge foram-no a partir de amostras de carvão (por conseguinte, da biosfera terrestre) nos anos cinquenta e sessenta do século passado e vêm eivadas de incertezas demasiado grandes, isto é, com desvios-padrão de 350 ou 300 anos 14C, o que as torna de muito pouca utilidade se se pretender construir uma cronologia precisa para estes concheiros mesolíticos. Actualmente, a maior parte das datas disponíveis para os concheiros de Muge foram determinadas a partir do colagéneo de amostras de ossos humanos provenientes de enterramentos que neles tiveram lugar. Embora se trate de amostras da biosfera terrestre, os valores das razões isotópicas das amostras datadas indicam que os indivíduos inumados tiveram uma dieta em que a percentagem dos alimentos de origem marinha/estuarina era elevada (Lubell e Jackes, 1988; Lubell et al., 1994; Umbelino, 2006). Por isso, as datas convencionais de radiocarbono obtidas a partir destas amostras terão de ser calibradas tendo em conta a percentagem de dieta de origem marinha/estuarina revelada pelas análises isotópicas e o valor do efeito de reservatório aplicável para aquela época, naquela área do estuário do Tejo, o que não tem sido feito

    Os mausoléus da villa romana de Pisões: a morte no mundo rural romano.

    Get PDF
    Durante um longo período de tempo os mausoléus da vila romana de Pisões permaneceram ignorados na herdade da Almocreva (Beja), sem que lhe fossem dedicadas algumas linhas. Hoje, podemos reconstituir um pouco do sucedido a estes edifícios funerários destinados a receber os cadáveres dos proprietários da vila romana. Construídos em momento indeterminado a partir do século II d.C., estes monumentos representaram o prestígio e a riqueza das elites rurais da área sul da província da Lusitânia romana. A elevada variedade arquitectónica que ostentam acusa diferentes origens que permitem supor, além de outras, uma influência oriental. Seguramente constituíram marcos na paisagem romana alto-imperial, o que lhes terá permitido uma longa permanência. Essa continuidade de existência e funcionalidade está testemunhada pela conservação de determinados materiais e contextos arqueológicos que permitem perceber a manutenção que estes monumentos tiveram durante a antiguidade.Over a long time the mausolea of the Roman villa of Pisões (Beja) remained unknown without the possibility of any words to be dedicated to them. After archaeological excavations, we are now able to reconstruct, to some extension, what happened to these funerary buildings projected to receive the corpses of the owners of the Roman villa. The older ones built during the second century AD, these monuments represented the prestige and richness of rural elites from the southern area of the Roman province of Lusitania. The high architectural variety that monuments present points to different cultural influences, namely an oriental one. These monuments surely constituted milestones in Lusitanian high-imperial Roman landscapes, which guaranteed to themselves a long survival. This survival is witnessed by the conservation of certain materials and archeological contexts that allow realizing the maintenance that the monuments suffered during ancient times.info:eu-repo/semantics/publishedVersio

    Fases de ocupação e cronologia absoluta da fortificação calcolítica do Outeiro Redondo (Sesimbra)

    Get PDF
    Estes resultados cronométricos deverão ser comparados com a cronologia absoluta já determinada para outros sítios pré-históricos da região de Lisboa. Da análise estatística das datas de radiocarbono para Leceia, o sítio arqueológico do Neolítico Final/Calcolítico com mais datas e mais bem datado dessa região, verifica-se que os contextos atribuíveis ao Calcolítico Inicial são datáveis do intervalo de tempo 2830-2520 cal BC (1!) ou de 2870-2400 cal BC (2 !) e os do Calcolítico Pleno do intervalo de tempo 2660-2210 cal BC (1 !# ou de 2850-1950 cal BC (2 !) (CARDOSO & SOARES, 1996). A ocupação da Moita da Ladra, atribuível ao Calcolítico Pleno, e com um conjunto apreciável de datas de radiocarbono, é datável do intervalo 2440-1950 cal BC (1 !) ou de 2560-1820 cal BC (2 !) (SOARES, CARDOSO & MARTINS, e.p.). Datas isoladas ou em pequenos conjuntos existem para outros contextos das Penínsulas de Lisboa e Setúbal (SOARES & CABRAL, 1993), as quais se integram bem nas cronologias atrás referidas. Valerá a pena relembrar as datas determinadas para o Castro da Rotura, dada a sua proximidade espacial em relação ao Outeiro Redondo e ao paralelismo existente entre as cerâmicas dos dois povoados. Segundo GONÇALVES & SOUSA (2006), para “um nível com cerâmicas finamente incisas, incluindo taças caneladas, aproximável do que hoje chamamos «Calcolítico Inicial»”, com paralelos estreitos no Calcolítico Inicial de Outeiro Redondo, foi datado de 4110±50 BP (OxA-5538) e 4075±55 BP (OxA-5537), enquanto que um “nível onde dominam as cerâmicas com decoração em folha de acácia ou crucífera (Calcolítico médio?)” foi datado de 3810±50 BP (OxA-5540) e 3820±50 BP (OxA-5539). Também todas estas datas se integram bem e confirmam a cronologia determinada para o Outeiro Redondo.info:eu-repo/semantics/publishedVersio

    O povoado campaniforme fortificado da Moita da Ladra (Vila Franca de Xira, Lisboa)

    Get PDF
    O povoado calcolítico muralhado de Moita da Ladra implanta‑se no topo de uma elevada chaminé vulcânica, que domina todo o estuário do Tejo. O pretendido prosseguimento da exploração de uma pedreira de basalto no local determinou a sua escavação integral. As estruturas identificadas são de carácter defensivo e habitacional. As primeiras integram uma muralha de contorno elipsoidal, em parte desaparecida, mas cujo comprimento foi possível estimar em cerca de 80 m, possuindo a largura de cerca de 44 m, englobando duas torres maciças e uma entrada, voltada para o estuário do Tejo, que se estende do lado sul. O enorme esforço construtivo envolvido em tal operação explica‑se, sobretudo, pela preocupação de conferir visibilidade acrescida ao dispositivo implantado no topo da elevação, até pelo contraste oferecido com a coloração negra dos basaltos subjacentes. Esta evidência conduz a admitir que, a par da função defensiva corporizada pelo recinto muralhado – e talvez mais importante do que ela – estaria implícita, na sua construção, a necessidade de marcar fortemente o lugar, constituindo um verdadeiro marco construído na paisagem. Por outro lado, a implantação deste povoado calcolítico pode relacionar‑se com o controlo do acesso à vasta bacia interior correspondente à várzea de Loures, cuja rede de drenagem se articula, a montante, com a bacia hidrográfica do rio Sizandro, na parte vestibular da qual se localiza o povoado calcolítico fortificado do Zambujal. A única fase de ocupação identificada, condiz, por seu turno, com o facto de a edificação do dispositivo muralhado ter sido efetuada de uma única vez, correlativa de camada pouco potente contendo espólios arqueológicos escassos mas diversificados, caracterizados pela associação das cerâmicas decoradas do grupo «folha de acácia/crucífera» a produções campaniformes, de técnica pontilhada, integrando vasos marítimos e vasos com decorações geométricas. As datações de radiocarbono indicam que a ocupação do povoado se verificou na segunda metade do 3.º milénio a.C., tal como se observou noutros sítios altos e fortificados da região, como Penha Verde e Leceia, sendo coeva dos pequenos sítios abertos de encosta onde comunidades campaniformes de raiz familiar se dedicavam às atividades agropecuárias. As diferenças na qualidade dos recipientes campaniformes característicos de ambos os tipos de implantação indica que nos primeiros se sediaram as elites a quem caberia o controlo dos territórios respetivos, como foi o caso dos habitantes da Moita da Ladra. Por outro lado, a coexistência de produções campaniformes e não campaniformes do grupo «folha de acácia/crucífera», configura uma realidade cultural cuja importância foi devidamente valorizada no presente artigo

    A cronologia de radiocarbono para a Idade do Ferro Orientalizante no território português. Uma leitura crítica dos dados arqueométricos e arqueológicos.

    Get PDF
    Um levantamento exaustivo das datas de radiocarbono já publicadas para os contextos arqueológicos da Idade do Ferro orientalizante do território actualmente português permitiu a criação de uma sólida base de dados, que pode ser analisada também em função desses mesmos contextos e da própria constituição das amostras. O conjunto de datas selecionadas, justamente as que, juntamente com os respectivos contextos, têm uma fiabilidade aceitável, foi objecto de um tratamento estatístico bayesiano, de modo a determinar as fronteiras temporais do Período Cultural em causa. Foi possível concluir que a presença frequente de artefactos e, assim, de populações com origem no Mediterrâneo é uma realidade a partir do séc. IX a.C., acompanhando, muito provavelmente, as primeiras instalações fenícias no território actualmente português. Se compararmos os dados agora apresentados com os dados arqueológicos e outros de cronologia absoluta que têm sido obtidos para o sul e este peninsular, é possível admitir que o litoral atlântico português e alguns territórios do interior alentejano tenham iniciado o processo de orientalização numa fase antiga, mas ainda assim várias décadas mais tarde do que em Huelva e em La Rebanadilla (Málaga), e no actual território tunisino (Útica).An exhaustive survey of radiocarbon dates that have been published for the Orientalizing Iron Age archaeological contexts from the Portuguese territory allowed to build up a solid database, which can be analyzed not only in terms of these same contexts, but also in how the dated samples were made up. The set of selected dates namely those which, together with the respective contexts, have an acceptable reliability, has been the subject of a Bayesian statistical analysis in order to determine the temporal boundaries of the cultural period under consideration. It was concluded that the frequent presence of artifacts and consequently of populations with their origin in the Mediterranean are a reality from the IX century BC, most likely following the first Phoenician settlements or colonies in today's Portuguese territory. If we compare the data now presented with archaeological data and other absolute chronology that have been obtained to the southern and eastern Iberian Peninsula, it is possible to admit that the Portuguese Atlantic coast and some areas inland, in Alentejo, have started the process of orientalization in an old stage, but nevertheless several decades later than in Huelva and La Rebanadilla (Malaga) and in current Tunisian territory (Utica).info:eu-repo/semantics/publishedVersio

    Caracterização de uma conta de vidro proveniente do povoado fortificado calcolítico da Moita da Ladra (Vila Franca de Xira)

    Get PDF
    The full excavation of the fortified Chalcolithic settlement of Moita da Ladra by one of us (J.L.C.) has shown the existence of a single archaeological layer corresponding to the occupation of the site during the second half of the 3rd millennium BC. Among the archaeological remains collected during the field campaigns there is a bead, with a spheroid shape, longitudinally fractured, presenting a black matrix with numerous whitish spots. The fracture presents a vitreous greasy surface, and exposes a suspension cylindrical bore. Various techniques were used to identify the material that was used in the manufacture of the artifact, including CHN elemental analysis, EDXRF, μ-PIXE and XRD, conducted by the other authors. It was found that the material is not organic (carbon is absent), presenting significant amounts of the elements Si, K, Ca, Ti, Fe, Sr, Zr, and Sb. The X-ray diffraction spectra indicates that the material has an essentially vitreous nature, being the whitish particles dispersed in the vitreous mass identified as quartz. μ-PIXE results show a chemical composition that is consistent with an artificial glass, which implies a much more recent chronology for the bead than that of the Chalcolithic archaeological layer where it was recovered. Thus, although the bead was recorded from a Chalcolithic context, its provenance must be ascribed to the Late Bronze Age occupation recorded nearby and resulting from the early Phoenician trade.info:eu-repo/semantics/publishedVersio

    O depósito metálico de Agro Velho-Montalegre e a sua relação com o Sudoeste Peninsular (?)

    Get PDF
    Identificação e caracterização arqueometalúrgica de um machado plano em bronze binário, de tipo Bujões-Barcelos, que integrou o depósito de Agro Velho, em Montalegre, importante região mineira rica em estanho, onde se tem encontrado uma das evidências mais antigas das produções bronzíferas do país, atribuídas ao Bronze médio, 2º quartel do II milénio a.C. Pelas vicissitudes do trabalho arqueológico, a biografia do nosso machado viria a cruzar-se com a história do quiçá mais importante complexo científico-museológico português, enraizado na segunda metade do século XVIII. Localizado nas primitivas instalações da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, foi quase totalmente destruído por vasto incêndio em 1978. Miraculosamente salvo do incêndio, o machado do depósito de Agro Velho aqui estudado encontra-se actualmente depositado no Museu de Arqueologia e Etnografia do Distrito de Setúbal (MAEDS).This paper presents and discusses the results of the archaeometallurgical study of a flat axe of Bujões/Barcelos type that belonged to the Agro Velho hoard, located in the Montalegre council, northern Portugal. This is an important tin mining region where has been identified one of the earliest evidence of binary bronze productions in the country, attributed to the Middle Bronze Age, second quarter of the 2nd Millennium BC. The biography of the studied axe crossed (by vicissitudes of the archaeological research process) the history of the main scientific and museological complex of Portugal, rooted in the second half of the eighteenth century. It was located in the old buildings of the Faculty of Sciences of the University of Lisbon that were mostly destroyed by a huge fire in 1978. Miraculously saved from the fire, the Middle Bronze Age axe of the Agro Velho hoard is kept today in the Museum of Archaeology and Ethnography of the District of Setúbal (MAEDS).info:eu-repo/semantics/publishedVersio

    O concheiro de Salamansa (Ilha de São Vicente, arquipélago de Cabo Verde) : nota preliminar

    Get PDF
    Cardoso, João Luís [et al.] - O concheiro de Salamansa (Ilha de São Vicente, arquipélago de Cabo Verde) : nota preliminar. "Portugalia" [Em linha]. ISSN 0871-4290. Nova Série, vol. 23 (2002), p. 221-23
    corecore