A cronologia de radiocarbono para a Idade do Ferro Orientalizante no território português. Uma leitura crítica dos dados arqueométricos e arqueológicos.

Abstract

Um levantamento exaustivo das datas de radiocarbono já publicadas para os contextos arqueológicos da Idade do Ferro orientalizante do território actualmente português permitiu a criação de uma sólida base de dados, que pode ser analisada também em função desses mesmos contextos e da própria constituição das amostras. O conjunto de datas selecionadas, justamente as que, juntamente com os respectivos contextos, têm uma fiabilidade aceitável, foi objecto de um tratamento estatístico bayesiano, de modo a determinar as fronteiras temporais do Período Cultural em causa. Foi possível concluir que a presença frequente de artefactos e, assim, de populações com origem no Mediterrâneo é uma realidade a partir do séc. IX a.C., acompanhando, muito provavelmente, as primeiras instalações fenícias no território actualmente português. Se compararmos os dados agora apresentados com os dados arqueológicos e outros de cronologia absoluta que têm sido obtidos para o sul e este peninsular, é possível admitir que o litoral atlântico português e alguns territórios do interior alentejano tenham iniciado o processo de orientalização numa fase antiga, mas ainda assim várias décadas mais tarde do que em Huelva e em La Rebanadilla (Málaga), e no actual território tunisino (Útica).An exhaustive survey of radiocarbon dates that have been published for the Orientalizing Iron Age archaeological contexts from the Portuguese territory allowed to build up a solid database, which can be analyzed not only in terms of these same contexts, but also in how the dated samples were made up. The set of selected dates namely those which, together with the respective contexts, have an acceptable reliability, has been the subject of a Bayesian statistical analysis in order to determine the temporal boundaries of the cultural period under consideration. It was concluded that the frequent presence of artifacts and consequently of populations with their origin in the Mediterranean are a reality from the IX century BC, most likely following the first Phoenician settlements or colonies in today's Portuguese territory. If we compare the data now presented with archaeological data and other absolute chronology that have been obtained to the southern and eastern Iberian Peninsula, it is possible to admit that the Portuguese Atlantic coast and some areas inland, in Alentejo, have started the process of orientalization in an old stage, but nevertheless several decades later than in Huelva and La Rebanadilla (Malaga) and in current Tunisian territory (Utica).info:eu-repo/semantics/publishedVersio

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