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    Mantendo o conhecimento na conversação curricular, porém via discurso: um diálogo com Gert Biesta

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    Apresento neste artigo meu diálogo com Gert Biesta sobre as conexões entre conhecimento, poder, currículo e discurso. Defendo que esta forma de pensar não é relativista. A ausência de critérios que finalmente justifiquem de uma vez por todas uma decisão realizada entre diferentes possibilidades de solução para um problema - diferentes opções curriculares, assim como diferentes formas de educar - não é uma razão para que decisões não sejam realizadas. Concordo com Derrida e Laclau que tais decisões são tomadas em um terreno indecidível. Palavras-chave: Conhecimento. Currículo. Pragmatismo

    Por que somos tão disciplinares?

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    Com base na discussão acumulada no campo do currículo sobre organização do currículo escolar, reflito, neste artigo, sobre a disciplinarização do conhecimento que nos constitui como pesquisadores. Por que ainda somos tão disciplinares? Mesmo em um campo no qual o debate crítico sobre as disciplinas é tão acentuado, por que ainda organizamos nossos periódicos, congressos, processos de avaliação nas agências de fomento e aulas de maneira disciplinar? Analiso neste artigo que a resposta a essas questões não é encontrada nas dinâmicas gerais da organização do conhecimento científico, nem pode ser reduzida à dicotomia entre ser contra ou a favor das disciplinas. Defendo como a discussão sobre as disciplinas nos dirige a um debate sobre política e identidade.Based on the accumulation of discussion in the field of the curriculum regarding the school curricular organization itself, I am reflecting in this paper on the disciplinarization of the knowledge that constitutes us as researchers. Why are we still so disciplined in the actual organization of our research? Even in a field where critical debate on the subjects is so strong, why do we still organize our journals, congresses, development agency evaluation processes and classes in such a disciplinary way? I analyze in this paper that the answer to these questions is not found in a general dynamics of organizing scientific knowledge, nor can it be reduced to a dichotomy between being for or against the disciplines. I argue how the discussion on disciplines reminds us of a debate on politics and identities

    A teoria da atuação de Stephen Ball: E se a noção de discurso fosse outra?

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    The studies of curricular policies, and educational policies in general, based on Ball’s theoretical approaches produced at the end of the 1980s are still considered potent in a variety of research work carried out in Brazil and other countries in the world. Several studies incorporate the approach of the policy cycle into curricular research, thus contributing to deepen the understanding of curriculum and open up to other research agendas, especially those directed toward the connections between structural constraints and the possibilities of agency. For these reasons, in this article I focus on Ball’s theory of enactment, making it dialogue with the theory of discourse in the post-structural register constructed by Laclau and Derrida. I am interested in strengthening the post-structural register already present in Ball’s discussions, seeing his productivity as something positive for more complex views of the curriculum policies that question the separation between interpretation and translation, proposal and practice, structure and agency.Los estudios sobre políticas curriculares y políticas educacionales basadas, en general, en los enfoques teóricos de Ball difundidos a fines de 1980, continúan siendo considerados potentes en Brasil y en otros países del mundo en diferentes investigaciones. Diversos trabajos incorporan el enfoque de ciclo de políticas a la investigación curricular ayudando a incrementar el entendimiento sobre currículo y posibilitando otras agendas de investigación, particularmente aquellas dirigidas a las conexiones entre restricciones estructurales y posibilidades de acción. Es así como enfoco en este articulo la teoría sobre la actuación de Ball haciéndola dialogar con la teoría del discurso, de registro post-estructural, respaldada en Laclau y Derrida. Mi interés está puesto en reforzar el registro post-estructural presente en las discusiones de Ball, apostando en su productividad para visiones más complejas de políticas de currículo que cuestionan la separación entre interpretación y traducción, teoría y práctica, estructura y acción.Os estudos de políticas curriculares, e políticas educacionais de forma geral, com base nas abordagens teóricas de Ball difundidas no fim dos anos 1980, permanecem sendo considerados potentes, no Brasil e em outros países do mundo, em diferentes investigações. Diferentes trabalhos incorporam a abordagem do ciclo de políticas à investigação curricular, contribuindo para ampliar o entendimento de currículo e abrindo para outras agendas de pesquisa, particularmente aquelas dirigidas às conexões entre os constrangimentos estruturais e as possibilidades de agência. Focalizo, assim, neste artigo a teoria da atuação de Ball, fazendo-a dialogar com a teoria do discurso de registro pós-estrutural apoiada em Laclau e Derrida. Interessa-me reforçar o registro pós-estrutural já presente nas discussões de Ball, apostando na sua produtividade para visões mais complexas das políticas de currículo que questionem a separação entre intepretação e tradução, proposta e prática, estrutura e agência

    Teorias pós-críticas, política e currículo

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    O texto focaliza as diferenças entre os registros pós-estruturais, pós-coloniais, pósmodernos, pós-fundacionais e pós-marxistas, usualmente englobados pelo mesmo rótulo de estudos pós-críticos em currículo. De forma a problematizar o impacto dessas teorias no campo do currículo, é desenvolvido, com base na teoria do discurso (pós-estrutural e pós-fundacional), um contra-argumento às usuais posições que consideram haver uma despolitização na contemporaneidade pós-oderna

    Maintaining knowledge on curriculum conversation, but through discourse: A dialogue with Gert Biesta

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    I present in this paper my dialogue with Gert Biesta about the connections among knowledge, power, curriculum and discourse. I argue that my way of thinking is not a kind of relativism. The absence of a criterion that once and for all justifies a decision making among different possible solutions to a problem – different curriculum options, as well as different ways to educate - is not a reason for the decisions not to be made. I agree with Derrida and Laclau that such decisions are taken in an undecidable terrain. Keywords: Knowledge. Curriculum. Pragmatism

    Conhecimento escolar: processos de seleção cultural e de mediação didática

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    First of all, in this article, we question the homology between erudite culture and dominant culture. We defend perspectives that admit the existence of the social division of knowledge: erudite culture, popular culture. Secondly, we analyse cultural selection processes, considering the school knowledge as a field of conflicts and agreements, that not necessarily define an universal knowledge, erudite and / or scientific. Finally, we question the interpretation of school knowledge as a "bridge" able to mask the rupture between everyday knowledge and scientific knowledge and therefore we defend that the processes of didactic mediation are themselves built on their own cognitive configurations which not always make public the private scientific knowledge to certain social groups.Neste artigo, iniciamos pelo questionamento da homologia entre cultura erudita e cultura dominante e defendemos perspectivas que admitem a existência da divisão social do conhecimento: cultura popular, cultura erudita. Em seguida, analisamos os processos de seleção cultural, considerando o conhecimento escolar como campo de acordos e conflitos, não necessariamente garantidores de um saber sistematizado universal, erudito e / ou científico. Por fim, questionamos a concepção do conhecimento escolar como uma "ponte" capaz de mascarar a ruptura entre conhecimentos cotidianos e científicos. Por conseguinte, defendemos que os processos de mediação didática são eminentemente produtores de configurações cognitivas próprias, mas nem sempre são capazes de tomar público o conhecimento científico privativo de determinados grupos sociais

    Apresentação: Uma alternativa às políticas curriculares centralizadas

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    In this text, we reaffirm our position contrary to the definition of a detailed national curriculum common-core and propose to think public curriculum policies, understanding curriculum as a significant practice, as a space-time for the production of meanings. We assume a theoretical commitment to respond to challenges that have been presented by instrumental rationality in the field of the curriculum. As an answer, we propose to think of educational intervention as a radical investment, arguing that it is much more productive to intervene in curriculum policies through the constitution of an intersubjective network in which in-service teachers participate, researchers at the University who are also professors, teachers in initial training who, in the space located at the school, they will be produced as subjects.En este texto, reafirmamos nuestra posición contraria a la definición de un currículo nacional común detallado y proponemos pensar las políticas curriculares públicas, entendiendo el currículo como una práctica significativa, como un espacio-tiempo para la producción de sentidos. Asumimos un compromiso teórico para dar respuesta a los desafíos que nos ha presentado la racionalidad instrumental en el ámbito del currículo. Como respuesta, proponemos pensar en la intervención educativa como un investimiento radical, argumentando que es mucho más productivo intervenir en las políticas curriculares a través de la constitución de una red intersubjetiva en la que participan docentes en servicio, investigadores de la Universidad que también son profesores, docentes en formación inicial que, en el espacio ubicado en la escuela, se producirán como sujetos.Neste texto, reafirmamos nossa posição contrária à definição de uma base nacional comum curricular pormenorizada e propomos pensar políticas públicas em currículo, entendendo currículo como prática significante, como espaço-tempo de produção de sentidos. Assumimos o compromisso teórico de responder a desafios que vêm sendo apresentados pela racionalidade técnica ao campo do currículo. Como resposta, propomos pensar a intervenção educativa como investimento radical, defendendo ser muito mais produtivo intervir nas políticas curriculares por meio da constituição de uma rede intersubjetiva da qual participem professores em serviço, pesquisadores da Universidade também formadores de professores, professores em formação inicial que, no espaço situado da escola, vão se produzir como sujeitos

    Different meanings for time in discourses for literacy

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    This article focuses on different discourses that, disseminated through the productions of researchers, on the websites of philanthropic institutions and educational programs, over a period of ten years (2012–2022), have been producing effects and constraints on curricular policies, especially for literacy (Brazil, 2012; Brazil, 2018; Brazil, 2019). Supported by the argumentation, according to the post-structural contribution, that a literal, single, homogeneous reading of any text is impossible, due to the breaking of the necessary relationship between the signifier and the signified, what has been produced about this name, time, in different areas of knowledge, is discussed. In addition, it is addressed the way in which the school and the curriculum, in a provisional and precarious way, incorporate these markings in the space of education. From the condition of vagueness of this meaning and the incessant production of meanings related to differing, the study points out the multiple meanings that this name articulates, pointing to markings that express a certain age, a method for literacy and a given teacher training, supposed to be capable of guaranteeing the consolidation of literacy in a previously established time interval.Este artigo se debruça sobre diferentes discursos que, disseminados por intermédio de produções de pesquisadores, em sites de instituições filantrópicas e de programas educacionais, em um intervalo de dez anos (2012–2022), vêm produzindo efeitos e constrangimentos nas políticas curriculares, especialmente, para a alfabetização (Brasil, 2012; Brasil, 2018; Brasil, 2019). Sustentado pela argumentação, segundo o aporte pós-estrutural, de ser impossível uma leitura literal, única, homogênea de qualquer texto, em razão da quebra da relação necessária entre o significante e o significado, é discutido o que tem sido produzido sobre esse nome, tempo, em diferentes áreas do conhecimento. Ademais, é abordada a maneira como a escola e o currículo, de maneira provisória e precária, incorporam essas marcações no espaço da educação. A partir da condição de vagueza desta significação e da incessante produção de sentidos atinente ao diferir, o estudo aponta os múltiplos sentidos que esse nome articula, acenando para marcações que expressam uma idade certa, um método para alfabetizar e uma dada formação docente, suposta como capaz de garantir a consolidação da alfabetização em um intervalo temporal previamente estabelecido.Este artículo se centra en diferentes discursos que, difundidos a través de las producciones de investigadores, en los sitios web de instituciones filantrópicas y programas educativos, a lo largo de un período de diez años (2012-2022), han venido produciendo efectos y limitaciones en las políticas curriculares, especialmente en materia de alfabetización (Brasil, 2012; Brasil, 2018; Brasil, 2019). Apoyado en la argumentación, de acuerdo con el aporte post-estructural, de que una lectura literal, única, homogénea de cualquier texto es imposible, debido a la ruptura de la necesaria relación entre el significante y el significado, se discute lo que se ha producido sobre este nombre, el tiempo, en diferentes áreas del conocimiento. Además, se aborda la forma en que la escuela y el currículo, de manera provisional y precaria, incorporan estas marcas en el espacio educativo. A partir de la condición de vaguedad de este significado y de la incesante producción de significados relacionados con la diferencia, el estudio señala los múltiples significados que este nombre articula, señalando marcas que expresan una determinada edad, un método de alfabetización y una determinada formación docente, que se supone capaz de garantizar la consolidación de la alfabetización en un intervalo de tiempo previamente establecido

    : Por la porosidad de las fronteras

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    A partir da desconstrução, revisitamos a crítica, tantas vezes já realizada, à hierarquia entre natureza e cultura, tendo em vista que, apesar das críticas, tal hierarquia permanece sendo discursivamente afirmada. Diferentemente, buscamos defender o quanto as fronteiras entre natureza e cultura são borradas e o quanto a não admissão dessa porosidade entre fronteiras traz efeitos excludentes sobre as práticas culturais. Na medida em que a cultura não é estanque nem está limitada a costumes e localização geográfica, sendo um fluxo discursivo plural impossível de ser congelado, sempre différance, relação e constituição mútua de significados, procuramos pensar as implicações dessa visão desconstrutivista de cultura para um debate sobre a violência colonial. Entendemos essa violência como praticada por uma filosofia e uma política que, em muitos momentos, acredita poder definir e subjugar o outro - a cultura do outro -, afirmando-a como primitiva, selvagem e de pouca complexidade. A essa postura de subjugar o outro, contrapomos a filosofia ubuntu. Concluímos apontando possíveis implicações da desconstrução para pensar a herança dessa colonialidade que espectra os sentidos de escola, currículo e qualidade da educação.From the deconstruction, we revisit the critic, so often made, of the hierarchy between nature and culture, considering that, despite the criticisms, this hierarchy remains discursively affirmed. Differently, we seek to defend how much the borders between nature and culture are blurred and how the non-acceptance of this porosity among borders brings exclusionary effects on cultural practices. As culture is neither sealed nor limited to customs and geographic location, being a plural discursive flow impossible to be frozen, always différance, relationship and mutual constitution of meanings, we tried to think about the implications of this deconstructivist view of culture for a debate about colonial violence. We understand this violence as practiced by a philosophy and a policy that, in many moments, believes it can define and subjugate the other - the culture of the other -, affirming it as primitive, wild and of little complexity. Against to this posture of subjugating the other, we present the ubuntu philosophy. We conclude by pointing out possible implications of deconstruction to think about the legacy of this coloniality that speculates the meanings of school, curriculum and quality of educationDesde la deconstrucción, revisamos la crítica, tantas veces realizada, a la jerarquía entre naturaleza y cultura, considerando que, a pesar de las críticas, esta jerarquía permanece afirmada discursivamente. De otra manera, buscamos defender hasta qué punto se confunden las fronteras entre naturaleza y cultura y cómo la no aceptación de esta porosidad entre fronteras trae efectos excluyentes sobre las prácticas culturales. Como la cultura no está sellada ni limitada a las costumbres y la ubicación geográfica, siendo un flujo discursivo plural imposible de congelar, siempre différance, relación y mutua constitución de significados, buscamos reflexionar sobre las implicaciones de esta visión deconstructivista de la cultura para un debate sobre violencia colonial. Entendemos esta violencia como practicada por una filosofía y una política que, en muchos momentos, cree que puede definir y subyugar al otro - la cultura del outro -, afirmándolo como primitivo, salvaje y de poca complejidad. Contra a esta postura de subyugar al otro, apresentamos a la filosofía ubuntu. Concluimos señalando las posibles implicaciones de la deconstrucción para pensar en el legado de esta colonialidad que espectra los significados de la escuela, el currículo y la calidad de la educación
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