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    PAR e PIQCB: uma análise dos mecanismos automáticos de fomento à produção cinematográfica brasileira

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    O artigo busca descrever e analisar as características dos mecanismos automáticos de fomento à produção cinematográfica, implementados pela ANCINE, a partir de 2005: o Prêmio Adicional de Renda (PAR) e o Programa de Incentivo à Qualidade do Cinema Brasileiro (PIQCB), que reeditam antigos mecanismos existentes na relação entre Estado e Cinema, desde os anos de 1950. Através de uma análise da metodologia de cálculo dos dois mecanismos, busca-se apontar para alguns paradoxos do modelo de política pública implementado no período em foco

    Cinema e literatura: um exemplo de como os modos de produção fílmica podem influenciar as questões da adaptação

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    This paper discusses the issues of film adaptation, looking for relationships between cinema and literature beyond mere comparativism, which aims to establish “loyalty” as the centerpiece of a theory of adaptation. The paper points out that when transforming a book into film, the issues of adaptation are not just about a esthetic issues, but can also be influenced by its mode of production as an economic process, according to the marketplace on which this film is distributed, funding sources and its audiences. To this end this paper compares three different film adaptations of the book Alice in Wonderland, by Lewis Carroll.Key words: film and literature, theory of adaptation, Alice in Wonderland.Este trabalho procura discutir as questões da adaptação fílmica, tensionando as relações entre cinema e literatura para além do mero comparativismo, que busca uma “fidelidade” como ponto central de uma teoria de adaptação. Procura-se apontar que, quando se transpõe um livro para o cinema, as questões da adaptação não se resumem somente às questões estéticas, ou próprias da transposição da linguagem literária para a cinematográfica, mas podem também sofrer a influência de seu modelo de produção enquanto processo econômico, através do circuito mercadológico em que essa obra cinematográfica circula, seus modos de produção, suas fontes de financiamento e seus públicos-alvo. Para tanto, comparamos três distintas adaptações fílmicas do livro Alice no País das Maravilhas, de Lewis Carroll.Palavras-chave: cinema e literatura, teoria da adaptação, Alice no País das Maravilhas

    Mesa-redonda

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    Mesa-redonda organizada pelos editores do dossiê “Reconfigurações do campo cinematográfico nos anos 2010”, com a presença de Hernani Heffner, Kênia Freitas, Lúcia Ramos Monteiro e Pedro Butcher. Foram discutidos temas como: as características estilísticas do cinema dos anos 2010; a intensificação da relação dos filmes autorais com filmes de gênero, em particular no cinema brasileiro; cinemas negros; cinema indígena; novas formas de circulação e relação com o circuito dos festivais; cinema de militância; entrada dos streamings; arqueologia das mídias; ascensão conservadora e sua relação com o audiovisual brasileiro; e desafios de ensino das histórias do cinema

    O Modelo das leis de incentivo fiscal e as políticas públicas cinematográficas a partir da década de noventa

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    Esta dissertação tem como objetivo descrever e analisar as políticas públicas federais para o setor cinematográfico implementadas no Brasil a partir da década de noventa, com o processo da retomada da produção cinematográfica após o desmanche da Era Collor. Representando um projeto industrialista, de recuperação da participação do mercado interno, a participação do Estado na promoção das políticas cinematográficas ocorreu de forma distinta do período imediatamente anterior, passando a ser baseada num modelo de fomento indireto, cristalizado nas leis de incentivo fiscal, especialmente no binômio Lei Rouanet-Art. 1º da Lei do Audiovisual. A dissertação analisa as transformações no perfil da política cinematográfica implementada no período, primeiro associando-a às transformações do próprio papel do Estado em fins da década de noventa, refletindo a crise de um Estado intervencionista e a recuperação do ideário liberal. Em seguida, analisa o desenho do modelo institucional implementado no início deste século, com a formação de um novo órgão central federal a Agência Nacional do Cinema como órgão regulador, discutindo os paradoxos de sua constituição, apresentando limitações legais para sua plena atuação, de modo a atingir o ambicioso objetivo da consolidação de uma indústria audiovisual visando a autossustentabilidade. Desse modo, ao invés de uma robusta política industrial de ocupação do mercado audiovisual, houve basicamente uma política de produção de longas-metragens cinematográficos. O quarto capítulo analisa o impacto dessa política no mercado cinematográfico brasileiro (produção-distribuição-exibição), a partir de um extenso conjunto de tabelas e gráficos. Por fim, o quinto capítulo mostra outros paradoxos dessa política, com a implementação dos mecanismos automáticos de fomento (PAR e PIQCB), além da Lei nº 11.437/06, com alterações nos mecanismos de incentivo fiscal e a criação do Fundo Setorial do Audiovisual

    O papel da Ancine nas políticas públicas para o audiovisual brasileiro

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    Este artigo apresenta um amplo panorama das políticas para o setor audiovisual implementadas pela Agência Nacional do Cinema em 20 anos de atividade (2001-2021). Em primeiro lugar, serão analisadas sua criação como uma agência reguladora e as limitações para sua atuação, impostas na lei que a formou. Em seguida, será avaliada a ampliação do escopo da agência sob a gestão de Manoel Rangel, com a aprovação das Leis nº 11.437/06, 12.485/11 e 12.599/12, e serão discutidos os impasses das gestões Leitão-Castro e Braga. Por fim, serão comentados os principais desafios à gestão pública do audiovisual para os próximos anos.Este artículo presenta un amplio panorama de las políticas para el sector audiovisual brasileño desarrolladas por la Agencia Nacional de Cine (Ancine) en sus veinte años de actividad. Primero, se analizarán la creación de Ancine como agencia reguladora y los límites a su desempeño que impone su ley de formación. Enseguida, se evaluará la ampliación del alcance de la agencia bajo la dirección de Manoel Rangel, con la aprobación de las Leyes n.º 11.437/06, 12.485/11 y 12.599/12, y se discutirán los impasses de las administraciones de Leitão-Castro y Braga. Por último, se comentarán los principales retos para la gestión pública audiovisual en los próximos años.This article presents a broad overview of the policies for the Brazilian audiovisual sector developed by the Brazilian National Film Agency (Ancine) in its twenty years of activity (2001-2021). First, the article analyzes how Ancine was created as a regulatory agency and the limits imposed by its foundational law to its actuation. Then, the article analyzes the expansion of Ancine’s scope under the management of Manoel Rangel, with the approval of Laws nº 11.437/06, 12.485/11 and 12.599/12, and the stalemates reached by the Leitão-Castro and Braga administrations. Afterwards, the main challenges for public audiovisual management in the coming years are discussed

    Em busca de uma “imagem crítica”: memória, ausências e dor em A imagem que falta, de Rithy Panh

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    O objetivo deste artigo é explorar a relação entre imagem, identidade e memória na obra do cineasta cambojano Rithy Panh, em especial a partir de um dos seus filmes, A imagem que falta (2013). Procuramos analisar as opções éticas e estéticas do realizador, ao buscar representar a experiência de sobreviver aos campos de trabalho forçado no regime do Khmer Vermelho, como modo de conviver com a dor e o sofrimento. O realizador Rithy Panh parte do cinema em primeira pessoa, ou seja, de suas memórias singulares, para buscar não simplesmente um método de cura, mas uma forma de prolongamento de sua experiência pessoal, visando a uma memória coletiva, em busca das ruínas ou dos vestígios no presente da identidade do povo cambojano. Seu sofrimento individual se transforma, então, em uma poética de uma dor coletiva. A partir dos conceitos de “imagem crítica” e “imagem aurática”, conforme desenvolvidos por Didi-Huberman, em seu livro O que vemos, o que nos olha (2010), o artigo pretende examinar as opções do realizador,ao aproximar o espectador do que foi o massacre, ao mesmo tempo em que o mantém a certa distância, preservando-nos de nos aproximar em demasia do horror

    Observando o Silêncio do Mundo: A trilogia de Lisandro Alonso

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    Em profundo diálogo com inquietações que norteiam boa parte do cinema contemporâneo mundial, a obra de Lisandro Alonso se destaca por questionar, com estilo próprio e inconfundível, vários dos parâmetros narrativos e das possibilidades abertas pela linguagem cinematográfica. Este artigo analisa os três primeiros longas do diretor, reconhecidos como uma espécie de trilogia, verificando as conexões e desdobramentos que interligam seus filmes. La Libertad, Los Muertos e Fantasma, são abordados especialmente no que deslocam da sociedade que filmam e da linguagem que usam: sentimentos de crise, esgotamento do sujeito, mal-estar dos tempos modernos, são tônicas de um tratamento que prioriza as novas formas do espaço e da narrativa contemporâneos. Uma reflexão sobre o silêncio e a discreta forma como Alonso o percebe
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