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MPB e voz popular dos anos de 1980: Hibridismos no álbum Luz (1982) de Djavan
The long play as a sound product, which brings with it a documentary value in recording processes and contexts, is the subject of research of this work. MPB music would move from the 1970s to the 1980s by a transition observed for all global urban popular music, in wich an organic approach of musical?s production would increasingly shift to a synthetic approach, with a certain hegemony of the sound product such as music itself, reordering [rearranging] the initial high-fidelity concept beyond the product recorded as a representation of live performances. The Djavan?s album Luz (1982) took with it many of the relationships that are theoretically pointed out, as well as other conditions and cultural ties that are not necessarily bounded by this theory for early 1980?s. Djavan's compositional activity proved to be indexed to MPB that emerged in the 1960s, being one of the last artists to be connected to the "catalog?s artists” of the primary MPB and counting in this album with other industrial standards of systematization inserted in a network of international cultural production quite accurate in relation to identity, reference to the live performances and diffusion generated in the Djavan?s album Luz. Systematization and balance of tracks in relation to vinyl support, international pop stars and categorical soloists, international musical production linked to North American musicians of soul music and studio, more wide diffusion sales are added to the activities of Djavan and his brazilian group Sururu de Capote, that already came in this direction conceptually, before that international production that resulted in this album. The analysis of the recorded product, along with the use of linguistics and Peircean semiotics, present good adaptability for the analysis of the popular music and the voice of the singer, taking the pattern of auditory diffusion. Luz presents some hybrid characteristics in itself, points out the vocal malleability of the brazilian popular song, indicates a new layer of international romanticism that would enter the MPB in lyrics and music, and ended with a production perspective more on support for long game and broadcasting not yet linked to the audiovisual production that would sustain the hegemony for the musical diffusion of the 1980s. The acronym MPB and its hybrid music character, who already established dialogues with pop music in the 1970s, also add possibilities for dialogue with an international (neo) romantic pop song and cosmopolitan cultural activities.Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - CAPESO long play (LP) enquanto um produto sonoro, que carrega consigo valor documental no registro de processos e contextos, é o objeto de pesquisa desse trabalho. A MPB passaria dos 1970 para os 1980 por uma transição observada para toda a música popular global, na qual, contextos orgânicos de produção cultural passam a contextos ditos de caráter sintético. Há direcionamentos acerca de certa hegemonia do produto sonoro tomado como música em si, reordenando o conceito inicial de alta fidelidade para além do produto gravado como sendo a estrita representação das performances musicais ao vivo. Observados contextos de internacionalização e práticas transculturais de produção do período de interesse, o álbum Luz de Djavan (1982) carregou consigo muitas das relações que são apontadas teoricamente, e também outras condições e laços culturais que surgem em observação de pesquisa. A atividade de cantautoria de Djavan revela-se vinculada à MPB surgida nos anos 1960, sendo ele um dos últimos artistas a se vincular aos chamados “artistas de catálogo” da MPB inicial. Conta-se, nesse álbum, com outros padrões industriais de sistematização inseridos numa rede de produção cultural internacional bastante apurada em relação à identidade, referenciação às performances ao vivo e difusão geradas por via do álbum Luz. Sistematização e equilíbrio de faixas em relação ao suporte vinil, participações internacionais de pop stars e solistas categóricos diversificados, produção musical internacional vinculada a músicos de estúdio da soul music norte americana dos 1970, e ampla difusão/vendas somam-se às atividades de Djavan e da banda Sururu de Capote que já operavam nessa direção conceitual A análise do produto gravado, juntamente com a utilização de recursos da linguística e apontamentos da semiótica demonstram boa adaptabilidade para análise da música popular e da vocalidade desse cantautor. Tomando o padrão de difusão aural e o produto cancional híbrido (letra e música) em adequação às observações, indica-se a pertinência na relação teoria e método categórica da etnomusicologia. Luz apresenta caracteres híbridos, aponta a maleabilidade vocal do canto popular brasileiro, indica uma nova camada de romantismo internacional que adentraria a MPB em letra e música, e encerra, por fim, uma perspectiva de produção musical mais detida sobre o suporte long play combinada à difusão em rádio, sem vinculação ainda à produção áudio-visual que passaria a deter a hegemonia para a difusão musical a partir da década de 1980 e definitivamente dos anos de 1990 à contemporaneidade. A sigla MPB e seu caráter cancional híbrido, que já estabelecera diálogos com a música pop na década de 1970, agrega também possibilidades de diálogo com uma música de padrão pop (neo)romântico para o movimento. Esse padrão sendo gestado a partir de atividades musicais cosmopolitanas categoricamente transnacionais, que observáveis em diferentes escalas em relação aos artistas da MPB, são sistematizados, ilustrados e demonstrados a partir da produção internacional do álbum Luz de Djavan no ano de 1982