1,301 research outputs found

    Maria Pia fecit / By Maria Pia: the observed and the observer. Some reflections on gender issues considering the case of Queen Maria Pia, the photographer

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    his article discusses some aspects of the status of women amateur photographers during the turn of the 19th to 20th centuries, considering the case of the Portuguese Queen Maria Pia of Savoy (1847-1911). We acknowledge the difficulties of making the historiography of women photographers in Portugal, due to the scarcity of sources and archives, and the lack of questions about these absences and their reasons. These facts have contributed to a history of photography in Portugal that consists of a succession of male names of “great photographers”. Asking questions about “the other half”, as well as broadening conceptions of photography to include the diversity of their practices may contribute to highlight the gender constructions raised by photographic practice. It also will help to understand the factors contributing to the limited  access of Portuguese women to this practice and the lack of their public visibility, during this period

    A paisagem pitoresca e o daguerreótipo no pensamento geográfico de Alexander Von Humboldt

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    Este artigo apresenta a discussão crítica do explorador Alexander Von Humboldt quanto ao papel cognitivo das imagens na constituição da moderna Geografia Física. Fá-lo a partir da análise compreensiva de alguns textos seminais deste cientista, bem como de fontes indiretas. O daguerreótipo, a forma fotográfica sobre a qual Humboldt foi convidado a pronunciar-se como especialista da Academia das Ciências francesa, assegurava a vantagem da automatização e do rigor descritivo, mas à custa de introduzir uma profusão de detalhes considerados perturbadores da visão da “massa do Todo”, o fenómeno que Humboldt procurou constituir como objeto de uma nova geografia naturalista, no contexto do pensamento romântico alemão. O nosso objetivo neste artigo é sublinhar a complexidade de discursividades com que se teceu a introdução da fotografia na atividade científica, com reflexos na receção cultural mais geral

    Maria Pia fecit / feito por Maria Pia: observada e observadora. Algumas reflexões sobre questões de género a partir do caso da rainha Maria Pia, fotógrafa

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    Este artigo discute alguns aspetos do estatuto das mulheres fotógrafas amadoras durante a viragem do século XIX para o século XX, a partir do caso da rainha portuguesa Maria Pia de Sabóia (1847-1911). Verificamos as dificuldades de proceder a esta historiografia de mulheres fotógrafas em Portugal, pela escassez de fontes e arquivos, e pela falta de interrogações sobre estas ausências e as suas razões. Estes factos têm contribuído para uma história da fotografia portuguesa que consiste numa sucessão de nomes masculinos de “grandes fotógrafos”. Colocar questões sobre “a outra metade”, alargar conceções de fotografia e incluir a diversidade das suas práticas poderá contribuir para percebermos as construções de género suscitadas pela prática fotográfica e as razões que dificultaram, neste período, o acesso das mulheres portuguesas a esta prática e à sua visibilidade pública

    Visualidades coloniais e processos de descolonização

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    UID/CCI/04667/2016publishersversionpublishe

    Campos e foras de campo nos álbuns fotográficos das fronteiras

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    PTDC/COM-OUT/29608/2017 UIDB/05021/2020 UIDP/05021/2020Este texto apresenta a produção fotográfica relacionada com o Arquivo de Fronteiras do Instituto de Investigação Científica Tropical (IICT) do Museu de História Natural e Ciência (MUNHAC) da Universidade de Lisboa, em particular os álbuns fotográficos. Partindo dos conceitos de campo e fora de campo, apresenta-se uma problematização sobre o significado destes álbuns e dos arquivos coloniais, numa perspetiva decolonial e tomando como exemplo os dois álbuns da Comissão de Delimitação de Fronteira de Lourenço Marques, 1890-91. This chapter presents the photographic production related to the Archives of Borders of the Institute for Tropical Scientific Research (IICT) of the Museum of Natural History and Science (MUNHAC) of the University of Lisbon, in particular the photo albums. Starting from the concepts of field and out-of-field, a problematization about the meaning of these albums and colonial archives is presented, in a decolonial perspective and taking as an example the two albums of the Commission of Border Delimitation of Lourenço Marques, 1890-91.publishersversionpublishe

    A representação das deputadas parlamentares na imprensa

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    Conferência final do projeto "Política no Feminino: Políticas de género e estratégias de visibilidade das deputadas parlamentares". Trata-se de um projeto de investigação de âmbito académico, financiado pela FCT, integrando uma equipa multidisciplinar e internacional com o objetivo de sistematizar a representatividade e o perfil das mulheres na Assembleia da República a partir de 1975 até à atualidade. Outro dos objetivos consistiu em analisar a presença das parlamentares nos media e compreender as respectivas estratégias de visibilidade no espaço público através da mediação dos jornalistas. A conferência reuniu especialistas nas diversas áreas incluídas na investigação, nomeadamente estudos dos media e do jornalismo, ciência política e sociologia da comunicação, bem como jornalistas, deputados, investigadores, docentes e estudantes destas áreas

    A Fotografia na Produção do Espaço e Outras Imagens. Investigação Sobre o Imaginário das Vistas de Cima na Cultura Visual Ocidental

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    Esta investigação é sobre a mediação visual do espaço. Nesta pesquisa proponho um percurso através do imaginário das vistas de cima, com o intuito de traçar a genealogia das fotografias aéreas e da sua recente utilização nos softwares dos globos virtuais. Em poucos anos, estas aplicações informáticas parecem estar a intensificar a nossa capacidade de habitar lugares onde, muito provavelmente, nunca iremos fisicamente. Este objectivo integra-se numa mais vasta problemática acerca das relações entre o espaço e as imagens. Numa perspectiva menos preocupada com os aspectos formais internos da composição do espaço interior às imagens e suas diferentes estéticas, beneficia-se uma abordagem cultural que as concebe enquanto práticas, questionando, neste contexto, a sua dimensão de práticas do espaço, como formas de produção do espaço, no interior de um complexo conjunto de mediações que o constituem historicamente. Segue-se de perto as abordagens de alguns autores da crítica do espaço que produziram os seus trabalhos desde os anos 60 e que aqui traremos para pensar a fotografia e a formulação das suas identidades. Dá-se particular atenção aos regimes visuais que a fotografia ajudará a constituir e às lógicas espaciais que promoveu, bem como às resistências que introduz. As utilizações cartográficas surgem como emblemáticas do espaço homogéneo moderno, sinónimo de «espaço fotográfico» e dos poderes de um olhar distanciado, um olhar apolíneo. Ao traçar a história e a génese do ponto de vista de cima fomos ao encontro das origens míticas do espaço e das divisões ancestrais entre céu e terra, deuses e homens. Mas nesse percurso constata-se que as imagens que efectivamente apresentam pontos de vista de cima são raras, sendo os mapas dos exemplos mais antigos. Este ponto de vista, específico do imaginário pois escapa às dimensões do nosso corpo e da nossa experiência, surge nas imagens de forma mais generalizada a partir do século XVI e corresponde a uma viragem decisiva na concepção das imagens e da cultura ocidentais. Desde aí, as imagens e a linguagem, enquanto representações do mundo, instituem a figura do sujeito como espectador, transformando o mundo num conjunto de quadros, infinito. As imagens que tinham a sua fundamentação no sobrenatural passam a ter a sua fundamentação no empírico, tanto visível como invisível, e o seu programa torna-se um programa de controlo das empiricidades, no contexto das sociedades europeias em expansão territorial e do início da globalização. Este programa das imagens ainda hoje prossegue sob modalidades diversas. Desde o século XVI, surgem «vistas» de cidades, mapas em perspectiva, pinturas cartográficas e outros géneros de paisagens que demonstram não ser nenhuma razão tecnológica, mas cultural, que explica estas imagens, uma vez que elas existem muito antes dos aviões e da fotografia, que contudo vão naturalizar e modificar essa visão. Isto significa que a fotografia, centrada no objecto e na objectualidade em virtude das suas características específicas, produz igualmente um regime de afecção e de memória, de intimidade com o objecto, completamente transformado numa visão subjectiva. Ao interrogarmos a história da fotografia «do ponto de vista do espaço» encontramos uma parte importante da sua identidade e da construção do espaço abstracto moderno, mas também da sua ultrapassagem. A fotografia surge de um «desejo» que é um «desejo de paisagem», o desejo de apropriar o mundo numa imagem: «Thank you very much for sending me such beautiful shadows!»1This research is about the visual mediation of space. In this research I propose an encounter with the imaginary of the views from above in order to trace a genealogy of aerial photography and its recent use by virtual globe softwares. In just few years, these applications seam to have been increasing our capacity of inhabiting places that, most probably, we will never visit physically. This goal is part of a larger questioning about the relations between space and images, in an approach less concerned with formal issues such as of image space composition and its different aesthetics, rather than the question of image practices as social space practices, ways of space production through multiple mediations, namely visual mediations. We follow closely some of the authors of the critique of space who published their works since the 1960’s. We bring their contributions to think photography in the production of space and its own identity as a medium, through a cultural perspective, aiming to understand the diverse visual regimes, as well as resistances and deviations that «automatic images» can easily bring along. Cartographic uses are emblematic of modern homogeneous space, a «photographic space» with the powers of a distant gaze, like the one of Apollo’s. By tracing the history and genealogy of the point of view from above we were confronted with the mythical origins of space and its ancestral divisions of «sky» and «earth», God’s place and human’s place. But in that path we noticed that, before modernity, there seem to be effectively few images which represent things viewed from above, maps being the most ancient examples. This point of view is specific to the imaginary as it escapes from our corporeal dimensions and experience. It clearly appears in images only since the XVI century, which corresponds to a decisive turn in image and cultural conceptions. Images and language, as representations of the world, create the subject as spectator, transforming the world into an infinite assemblage of frames. Images that once had their foundation in the supernatural begin to be founded in the empirical world, in the visible as much as in the material invisible, and their program becomes the surveillance of empirical world, in the context of the territorial expansion of European societies and the start of globalization. This program is still operating today through diverse modalities. At that time, city views, perspective maps, cartographic paintings and other forms of landscapes appear which proves that it is not a technological reason, but a cultural one, that explains these views, as they exist much before airplanes and photography. However, these will contribute to its naturalization and change. This means that photography, although centred in the object due to its features, in figurative uses, produces a visual regime based on affection and memory, in a subjective way. It produces an intimacy with the object completely transformed into a vision. As we address photographic history «through the point of view of space» we find a significant part of its identity and that of the construction of modern abstract space. As well as elements of its overcoming. Photography emerges out of a «desire of landscape», the desire of possessing the world through its image: «Thank you very much for sending me such beautiful shadows!»

    1884/88

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    UID/CCI/04667/2016Este artigo propõe uma análise ao Álbum Etnográfico da expedição portuguesa ao Muatiânvua, potentado Lunda, no interior de Angola. As fotografias foram produzidas durante a expedição, chefiada pelo major Henrique Dias de Carvalho, entre 1884 e 1888. Procura-se situar a atividade fotográfica no contexto desta expedição, nas suas diversas dimensões políticas e científicas e compreender as políticas de imagem e algumas das retóricas visuais que foram usadas neste contexto colonial. Dado o amplo uso das fotografias para produzir as gravuras da extensa obra científica de Henrique Dias de Carvalho, examinamos as suas propostas metodológicas no campo da etnografia. Este artigo apoia-se sobretudo em conceitos semióticos, na teoria e história da fotografia, na epistemologia das ciências e em pesquisas da documentação da expedição e do seu contexto. Contudo, deve ser lido à luz dos debates em Cultura Visual sobre as imagens como construções políticas. De facto, mostramos que a defesa vigorosa e sincera que Henrique Dias de Carvalho atribui ao estudo das culturas africanas, e até ao respeito por elas, existe tendo subjacente um desígnio colonial, mais abrangente e inquestionado: o de conhecer para melhor dominar.publishersversionpublishe

    uma estereoscopia de Aurélio da Paz dos Reis

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    UID/CCI/04667/2016Aurélio da Paz dos Reis (1862-1931) gostava de fotografar multidões. São surpreendentes as suas fotografias apinhadas de gente que se acotovela, que parece movimentar-se a fim de encontrar lugar e posição num espaço invariavelmente apertado de uma praça ou de uma rua, seja por ocasião festiva ou por razões de protesto ou apoio político. Nestas imagens de multidões, Paz dos Reis transforma as suas chapas fotográficas num terreiro, num campo de forças. Força política da multidão. Força política da imagem.publishersversionpublishe

    Female politics in Parliament: addressing questions about political and journalistic representation

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    This article draws upon the project “Feminine Politics” (PTDC/CCICOM/102393/2008), which addresses political representation and media visibility strategies of Portuguese female deputies, across various periods of the Portuguese democracy, from 1975 to 2002. Three major parliamentary discussions regarding gender issues were taken as case studies, namely: the debate on equality and the universality of rights during the Constituent Assembly (1975); the debates on reproductive rights and abortion in 1984 and 1997; the “Parity Parliament”, an initiative put together in 1994, which intended to raise awareness to gender inequalities in politics, considered to be the precursor of the parity law approved in 2006. An integrated content analysis of the journalistic text and visual analysis of the photographs published in four Portuguese daily and weekly newspapers (Diário Popular, Diário de Notícias, Correio da Manhã and Expresso) was used to assess how the participation of female deputies during the three analysed debates was perceived and presented by the journalists. A total of 15 semi-structured in-depth interviews were conducted with parliamentary reporters and female deputies, in order to explore media professionals and politicians perceptions regarding media visibility strategies and approaches towards gender issues. An historical evolution of the representativeness of female parliamentary deputies is briefly introduced to provide context and to strengthen the articulation we wish to demonstrate between political ideologies, progressive gender policies and press coverage framings
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