177 research outputs found

    The impact of stronger patent protection on innovation’s level

    Get PDF
    O objetivo principal desta tese é estudar o impacto que uma maior protecção das patentes tem no nível de inovação, utilizando dados transversais para Portugal, Europa e Estados Unidos da América. Como medida do nível de inovação foi usado o número de pedidos de patentes e para avaliar o nível de proteção do sistema de patentes foram usados vários índices de direitos de patentes, como é o caso do Índice de Ginarte e Park e o Índice de Direitos de Propriedade Intelectual. Os resultados evidenciam um efeito positivo entre o nível de protecção das patentes e o nível de inovação.The main objective of this thesis is to study the impact of stronger patent protection on the innovation level using cross-sectional data for Portugal, Europe and United States of America. To measure the innovation level, this study uses the number of patent applications and for the strength of patent protection it uses a combination of patent rights index, including Ginarte and Park Index and Intellectual Property Rights Index. The results point to a positive effect between the level of patent protection and the innovation’s level

    Synthesis of nanostructured Ni(Co)/SiO2 composites from cellulose derivatives through sol-gel approach

    Get PDF
    Tese de mestrado integrado. Engenharia Química. Faculdade de Engenharia. Universidade do Porto. 201

    Porphyrins analysis in biological fluids: development and application of different methodologies

    Get PDF
    Tese de mestrado em Biologia Humana e Ambiente, apresentada à Universidade de Lisboa, através da Faculdade de Ciências, 2017A exposição a metais pesados, tais como o chumbo, arsénio e manganês, constitui uma potencial ameaça para a saúde humana. A persistência destes metais no meio ambiente, juntamente com o seu uso intensivo pelas sociedades modernas, tem ao longo dos anos vindo a aumentar significativamente. Esta exposição pode ocorrer através do ar, alimentos ou água contaminada, e varia com o tipo de metal e com o nível de exposição a que estamos sujeitos. A toxicidade dos metais pesados reside essencialmente na formação de espécies reactivas de oxigénio, que desempenham um papel determinante para o desenvolvimento de efeitos adversos, tais como efeitos neurotóxicos e cancerígenos. O desenvolvimento de biomarcadores, que possibilitem a detecção de exposições continuadas, e/ou elevadas a metais pesados, e que possam assinalar atempadamente o aparecimento de efeitos adversos na fase inicial, enquanto o efeito tóxico for ainda reversível, é essencial para a saúde humana. Alguns metais interferem em pontos-chave da via metabólica da síntese do heme, alterando a excreção de porfirinas e de ácido delta-aminolevulínico (ALA) na urina; e promovem a oxidação das porfirinas reduzidas (porfirinogénios), que irão acumular-se em tecidos alvo, causando efeitos tóxicos no organismo. Concentrações urinárias de ALA superiores a 15 mg/L urina, podem provocar danos cerebrais em trabalhadores expostos, alucinações e convulsões. Neste sentido, o perfil de porfirinas e a concentração de ALA na urina são considerados biomarcadores de exposição e efeito para metais pesados. As porfirinas são compostos macrocíclicos, que desempenham um papel preponderante no metabolismo dos organismos vivos, participando em processos como a fotossíntese e transporte de oxigénio. No organismo, uroporfirina (uro), heptaporfirina (hepta), hexaporfirina (hexa), pentaporfirina (penta) e coproporfirina (copro) são produzidas em excesso, e por isso excretadas normalmente pela urina e fezes, em determinadas concentrações. No entanto, a excreção de porfirinas urinárias pode ser anormalmente elevada devido a vários factores: doenças como as porfirias, ingestão de determinados fármacos, e exposição ambiental a químicos, em particular metais pesados. Considerando as características estruturais e químicas das porfirinas é possível desenvolver métodos que permitam a sua extracção dos fluidos biológicos, e a sua posterior identificação e quantificação, possibilitando obter o perfil de porfirinas de cada indivíduo. A detecção de porfirinas através de métodos espectrofotométricos é eficaz e frequentemente utilizada, uma vez que estas apresentam um espectro característico com bandas na região do visível (400 a 750 nm), correspondentes à banda de Soret e bandas Q. Posteriormente, através de cromatografia líquida de alta eficiência (HPLC), foram desenvolvidos métodos altamente sensíveis que permitem a separação e identificação das várias porfirinas e a determinação da sua concentração em amostras biológicas. Novos e mais eficientes métodos que permitam uma melhor extracção e quantificação das porfirinas em diferentes fluidos biológicos, são necessários. O desenvolvimento de condições e meios de conservação eficazes, sem exporem as porfirinas a ambientes que interfiram com a sua fluorescência e absorvência, são igualmente necessários. Estes métodos serão uteis para melhorar o diagnóstico diferencial das porfirias, e aumentar a sensibilidade e especificidade das porfirinas como biomarcadores. Este trabalho teve como objectivos determinar as melhores condições de preservação de porfirinas em amostras de urina e avaliar vários métodos de extracção e quantificação de porfirinas, tendo em vista a obtenção de resultados mais rigorosos. Também, através da análise do perfil de porfirinas e do nível de ALA na urina de cada indivíduo, propomos biomarcadores de exposição e efeito, em subpopulações expostas em diferentes contextos de exposição a metais Amostras de urina de voluntários saudáveis, foram recolhidas e guardadas nas mesmas condições de temperatura (4º, -20º e -80 ºC), armazenamento (em alíquotas ou pool) e sem ou com conservantes (Na2CO3 ou HCl) ao longo de 90 dias. O perfil urinário de porfirinas determinado por HPLC, de cada amostra armazenada na respectiva condição, foi obtido no dia de recolha (dia 0), ao fim de uma semana (dia 7), ao fim de um mês (dia 30) e três meses depois (dia 90). Ao comparar as concentrações de porfirinas nas mesmas amostras em diferentes condições de conservação, é possível identificar quando houve perdas/ganhos de concentração de uro, hepta, hexa, penta e copro, em relação ao dia 0. As condições que não revelem diferenças significativas (p>0.05) são consideradas condições óptimas de conservação. Copro conseguiu manter-se estável a -20ºC e hepta a -80 ºC durante 90 dias, sem a adição de conservantes às amostras de urina. Na presença de Na2CO3, a copro permaneceu estável a -20 ºC e -80ºC e a hexa a -80 ºC, ao longo de 90 dias. Quando se utilizou HCl, a fracção uro manteve-se estável a -80ºC durante 90 dias. As amostras conservadas com Na2CO3 e HCl apresentaram concentrações mais estáveis ao longo do tempo do que amostras sem conservante. As amostras armazenadas em alíquotas apresentaram menos diferenças significativas de concentração em comparação com as denominadas de pools de urina. O método de Soulsby (1974) permite quantificar a concentração total de copro em urina, enquanto que o método de Elder (2001) permite quantificar a concentração de porfirinas totais, ambos através de espectrofotometria UV-Vis. A principal diferença entre os métodos, é que o método Soulsby utiliza éter e vários passos de extracção, enquanto o método Elder apenas acidifica a urina com HCl, não havendo qualquer extração. De forma a estudar cada método, utilizámos padrões de copro I e copro III e uro I para obter os respectivos espectros em UV-Vis, quando aplicados em matriz de água e urina. Também analisámos uma mistura equimolar constituída pelos 3 padrões. Analisámos 55 amostras de urina de indivíduos saudáveis, pelos métodos de Soulsby, Elder e HPLC como forma de comparar os diferentes métodos e inferir sobre a qualidade de resultados. O método de Soulsby falhou na extracção e quantificação de uro I, mas foi bem-sucedido para a copro I e III. O método de Elder permitiu quantificar os padrões de copro e uro, individualmente e sob a forma de mistura de padrões. Os métodos de Soulsby e HPLC apresentaram uma relação linear, ainda que fraca (R2=0,268), para a determinação de copro total na urina. Quando comparados, os métodos de Elder e HPLC para a análise de porfirinas totais, estes também apresentaram uma fraca relação linear entre si (R2= 0,086). Na última parte do trabalho, foram voluntariamente cedidas amostras de urina de 63 indivíduos de uma amostra de população portuguesa, divididos em vários grupos de acordo com o nível e forma de exposição a metais pesados: pessoas que vivem numa cidade de uma ilha portuguesa (Grupo I), pessoas que vivem numa grande área urbana (Grupo L), mineiros (Grupo M), pessoas que vivem numa área rural (Grupo A), técnicos hospitalares de Raios-X (Grupo R), pessoas que vivem numa área urbana não-industrializada (Grupo S), pessoas que vivem numa área urbana industrializada (Grupo V) e fumadores (Grupo F). Determinámos o perfil urinário de porfirinas por HPLC e os níveis de ALA na urina por um método colorimétrico. Estes valores foram combinados usando análise discriminante para criar um modelo capaz de identificar se um individuo tem um contexto de exposição igual a uma área/grupo específico. Estes biomarcadores foram posteriormente integrados em procedimentos preditivos recorrendo a ferramentas estatísticas. Aplicaram-se 3 procedimentos preditivos: o primeiro combinando todos os grupos com excepção do grupo I; o segundo, combinando apenas os grupos expostos ambientalmente (Grupo L, A, S e V), e o terceiro considerando apenas os grupos expostos activamente (Grupo M, R e S). Pela combinação dos biomarcadores determinados, o primeiro procedimento, apenas conseguiu classificar correctamente 76,8% dos individuos. No segundo procedimento, já foi possível classificar correctamente 96,8% dos indivíduos expostos ambientalmente nos diferentes contextos, em áreas urbanas industrializadas e não-industrializadas, numa área rural e numa grande área urbana, de Portugal. No terceiro procedimento, a discriminação de indivíduos expostos activamente a metais pesados de forma ocupacional (mineiros ou técnicos de Raios-X) ou estilo de vida (fumadores), foi alcançada com uma classificação de 100%. Do nosso estudo podemos concluir que para garantir a conservação de todas as porfirinas, especialmente as copro e uro, é necessário adicionar um conservante. Enquanto o Na2CO3, aumenta o pH do meio e conserva os analitos sob a forma de porfirinogénios, o HCl, acidifica a urina e promove a conversão de porfirinogénios a porfirinas. Sugerimos ainda que as amostras sejam armazenadas em alíquotas para garantir uma maior estabilidade das porfirinas urinárias. Este trabalho veio confirmar que a uro não é solúvel em éter, e por isso os métodos espectrofotométricos que o utilizem na extração não o conseguem quantificar. No entanto, estes métodos já são eficazes para análises de copro. As porfirinas totais conseguem ser detectadas em urina acidificada com HCl por espectrofotometria UV-Vis, e estimadas quantitativamente. O método de preferência deve ser HPLC, uma vez que permite a separação de cada porfirina e a sua quantificação individual, mas os métodos espectrofotométricos podem ser utilizados para uma análise rápida e preliminar. A combinação dos perfis de porfirinas com os níveis de ALA na urina pode ser utilizada como biomarcador de exposição e efeito de metais pesados, na amostra de população estudada, uma vez que os resultados dos procedimentos preditivos foram satisfatórios. A aplicação destes biomarcadores pode ser uma ferramenta útil para prever o tipo de exposição e a magnitude dos efeitos tóxicos provocados pelos metais em populações expostas, sendo por isso necessário continuar a investir no estudo das porfirinas e nas suas aplicações em Toxicologia Preditiva.Throughout our lives we are simultaneously exposed to single or multiple sources of metal mixtures in environmental or occupational contexts. Lead (Pb), Arsenic (As) and Manganese (Mn) are classified as human carcinogens and may also cause neurotoxic effects. These metals induce porphyrins and delta-aminolevulinic acid (ALA) accumulation, that results from the interference at specific points of the heme synthetic pathway. For this, porphyrins and ALA can be used as biomarkers of exposure and effect, contributing to prevent the risk of neurotoxicity in human populations. The aim of this work was to determine the best preservation conditions of urinary porphyrins and the most accurate method of extraction and quantification of specific and total porphyrins. We also intended to provide biomarkers for heavy metals, through the characterization of urinary porphyrins profiles and urinary levels of ALA, in a Portuguese sub-population sample. We experienced various storage conditions (aliquots or pools subjected to freeze-thaw cycles), different temperatures (4ºC, -20 ºC and -80 ºC), and two different preservatives, over time. The addition of a preservative, like HCl or Na2CO3, to urine aliquots preserved at -80ºC succeeded to stabilize uroporphyrin (uro) and coproporphyrin (copro) for at least 90 days. Through the analysis of copro (I and III) and uro (I) standards we conclude that spectrophotometric methods, that use ether to extract the porphyrins from urine, are not effective for uro determination, while copro, uro and total porphyrin can be detected in acidified urine by spectrophotometry, without extraction. However, HPLC should be the method of choice, once the various porphyrins are able to be separated and individually quantified through this method. We combined the urinary porphyrin profiles and ALA levels of 63 subjects, using discriminant analysis, to create a model aiming to identify whether an individual is in an exposure context according with a specific area/group. It was possible to correctly classify 96,8% of individuals environmentally exposed to metals in an urban, rural and industrial context, and 100% of the individuals actively exposed to metals (workers or smokers). The investigation of porphyrins and their precursors seems to provide tools for the development of Occupational Toxicology, highlighting predictive biomarkers of effect, and consequently the improvement of public health

    Tolerância térmica e capacidade de aclimatação da serradela Hediste diversicolor às alterações globais

    Get PDF
    Climate projections predict significant changes in ocean chemistry, salinity variations and the increase in ocean temperature by 2100. This has led to a substantial interest in the study of thermal ecophysiology, as temperature is a major factor shaping marine communities. Considering that most marine species are ectotherms, and thus cannot regulate body temperature, biochemical changes can occur with temperature variations. Moreover, salinity fluctuations can also induce physiological and metabolic changes in marine organisms. In this study, we experimentally evaluated the physiological and molecular responses of the ragworm Hediste diversicolor under predicted global change scenarios. Organisms were collected from the intertidal zone in Ria de Aveiro (Portugal) and subjected to an experimental trial under control (24 °C), and two treatment scenarios (ocean warming +3 ºC - 27°C and heat wave +6 ºC - 30°C) predicted by the Intergovernmental Panel on Climate Change, combined with salinity variations (20 and 30) in full factorial design. Environmental data (temperature, salinity and pH were collected during 60 days in the summer. Organisms were subjected an experimental acclimation trial during 29 days, and after 14 and 28 days of acclimation (D14 and D28 respectively), individuals were sampled (per time point) for molecular biomarkers analyses (heat shock protein 70kDa, ubiquitin, catalase, glutathione-S-transferase, superoxide dismutase activity, total antioxidant capacity, lipid peroxidation and glucose), fatty acid profiles and energy reserves (total protein, total lipid and glycogen content). At day 30, upper thermal limits (Critical Thermal Maximum - CTMax), thermal safety margins (TSM) and acclimation capacity were measured. In situ data collection, showed that H. diversicolor experiences wide temperature variations, but salinity showed no considerable variations during the sampling period. Higher acclimation temperatures led to higher thermal tolerance limits, confirming that H. diversicolor has some physiological plasticity, acclimation capacity and a positive thermal safety margin (CTMax > maximum habitat temperature – MHT). For biomarkers, the significant interaction of the three factors (temperature, salinity and day) indicates that the effect of one factor depends on the levels of the others factors. Particularly, significant temperature-salinity-time interactions were recorded for Hsp70, Ub and CAT, and all biomarkers except Ub were significant in factor day. The biomarkers that contributed most to the separation of the experimental treatments were glucose, glutathione S-transferase, ubiquitin, Hsp70 and catalase, and the differences between temperatures were more evident and prolonged when combined with low salinity. This suggests that glucose was mobilized to produce energy for cellular defenses, and antioxidant enzymes, ubiquitin and heat shock protein played an important role during hypo-osmotic and thermal stress, protecting cells from the toxic effects of reactive oxygen species (ROS) and managing the integrity of the protein pool, thereby allowing the proper management of cellular functioning. For the fatty acids (FA), the major saturated fatty acid (SFA) was palmitic acid (16:0), the dominant monounsaturated fatty acid (MUFA) was vaccenic acid (18:1n-7), in the polyunsaturated fatty acids (PUFA) the most abundant FA was linoleic acid (18:2n-6) and eicosapentaenoic acid (EPA) (20:5n-3) was the FA with the highest value between all of the highly unsaturated fatty acids (HUFA). An increase in the different fatty acid classes was observed, as well as in Σn-3 PUFA, Σn-6 PUFA and in essential fatty acids over time in polychaetes exposed to salinity 30, contrary to what was observed in salinity 20. These results suggest that salinity 30 is an optimal condition for H. diversicolor, favoring its physiological condition. Temperature also significantly influenced fatty acids, interacting with salinity. At 14 days of exposure, under optimal salinity conditions (30), there was an increase in HUFA from 24 °C to 27 °C, followed by a decrease at 30 °C. Omega 3 and 6 fatty acids remained stable at 24 ºC and 27 ºC, with a decrease detected at 30 ºC. These decreases may relate to changes in the lipid composition of cell membranes in order to maintain homeostasis. At 28 days there were no differences, suggesting that polychaetes can acclimate to elevated temperatures when they are in optimal salinity conditions. If the temperature increase occurs under low salinity conditions (20), changes in fatty acids are more pronounced, with an increase in all fatty acid classes after 14 days of exposure to 27 °C and 30 °C, comparing with the control (24 °C). At 28 days, the difference remains only in HUFA. In general, when polychaetes are grown at low salinity, a moderate increase in temperature causes Σn-3 PUFA, Σn-6 PUFA, ARA, EPA and DHA fatty acids to increase. However, if the temperature increase is more extreme (30 °C), the concentrations of these fatty acids decrease, following the expected pattern. These results indicate that fatty acids may be important in providing energy (especially saturated ones) and may play an important role in osmotic balance and membrane fluidity (especially unsaturated ones). Energy reserves, namely lipids and glycogen were not significantly affected by the time of exposure to treatments. Since the organisms had glucose available for energy, they did not need to degrade the carbohydrate, keeping their energetic reserves. However, there was an increase of total protein over time in the treatments at 27 ºC, in both salinities, suggesting some growth of the polychaetes under this temperature during the month of the experimental trial. There was also a decrease in total lipids at 27 °C, potentially due to lipid mobilization to provide energy for protein synthesis. The main conclusion is that H. diversicolor can easily acclimate to increased water temperature and salinity fluctuations. Even when organisms are adapted to tolerate these extreme environments and populations are able to persist, the environmental variability characteristic of estuaries is potentially stressful to animals inhabiting these conditions, leading to certain molecular mechanisms being activated to maintain homeostasis. Future studies on the current topic are therefore needed in order to evaluate the physiological plasticity of organisms to new global change conditions. Moreover, longer experimental trials are necessary, including all life-cycle stages, as well as trans-generational experiments and the integration of physiology into ecological modelling, in order to identify vulnerable life stages, and detect changes at higher levels of biological complexity and on an evolutionary scale.As projeções climáticas preveem mudanças significativas na química do oceano, variações de salinidade, assim como um aumento na sua temperatura até 2100. Isso levou a um interesse substancial no estudo da ecofisiologia térmica, pois a temperatura é um fator importante para moldar as comunidades de organismos marinhos. Considerando que a maioria das espécies marinhas são ectotérmicas e, portanto, não podem regular a temperatura do seu corpo, poderão ocorrer alterações bioquímicas com as variações de temperatura no ambiente. Além disso, as variações da salinidade também podem induzir alterações fisiológicas e metabólicas nos organismos marinhos. Neste estudo, avaliamos experimentalmente as respostas fisiológicas e moleculares do poliqueta Hediste diversicolor sob cenários previstos de alterações globais. Os organismos foram amostrados da zona intertidal da Ria de Aveiro (Portugal) e submetidos a um ensaio experimental em condições de controlo (24 °C), e dois cenários de tratamento (aquecimento do oceano +3 ºC - 27 °C e onda de calor +6 ºC - 30 °C) previsto pelo Painel Intergovernamental para as Alterações Climáticas, combinado com variações de salinidade (20 e 30) de forma fatorial. Os dados ambientais (temperatura, salinidade e pH) foram monitorizados durante 60 dias. Os organismos foram submetidos a um ensaio experimental de aclimatação durante 29 dias e, após 14 e 28 dias de aclimatação (D14 e D28, respetivamente), os indivíduos foram amostrados, para quantificação de: biomarcadores moleculares (proteína de choque térmico 70kDa, ubiquitina, atividade de catálase, glutationa-S-transferase, e superóxido dismutase, capacidade antioxidante total, peroxidação lipídica e glicose), perfis de ácidos gordos e as suas respetivas classes e reservas energéticas (proteína total, lípido total e conteúdo de glicogénio). No dia 30, foram medidos os limites térmicos (máximo térmico crítico - CTMax), margens de segurança térmica (TSM) e capacidade de aclimatação. Os dados ambientais in situ revelaram que a espécie H. diversicolor está sujeita a variações de temperatura amplas, sendo que a salinidade não apresentou variações consideráveis durante o período de amostragem. As temperaturas mais altas de aclimatação promoveram limites de tolerância térmica mais altos, confirmando que H. diversicolor possui alguma plasticidade fisiológica, capacidade de aclimatação e uma margem de segurança térmica positiva (CTMax > temperatura máxima do habitat - MHT). Esta plasticidade ajuda os organismos a serem mais tolerantes a uma mudança repentina na temperatura da água. Para os biomarcadores, a interação significativa dos três fatores (temperatura, salinidade e dia) indica que os efeitos de cada fator estão dependentes dos níveis dos outros fatores. Particularmente, as interações significativas entre temperatura, salinidade e dia foram registadas para a Hsp70, ubiquitina e catálase. Todos os biomarcadores, exceto a ubiquitina, foram significativos no fator dia. Os biomarcadores que mais contribuíram para a separação dos tratamentos experimentais foram a glicose, glutationa S-transferase, ubiquitina, Hsp70 e catálase, sendo que as diferenças entre temperaturas foram mais evidentes e prolongadas quando combinadas com baixa salinidade. Este resultado sugere que a glicose foi mobilizada para produzir energia para as defesas celulares, sendo que as enzimas antioxidantes, a ubiquitina e proteína de choque térmico desempenharam um papel importante durante o stress térmico e hipo-osmótico, protegendo as células dos efeitos tóxicos das espécies reativas de oxigénio (ROS) e, controlando a integridade das proteínas, permitindo um adequado funcionamento celular. Relativamente aos perfis de ácidos gordos, o mais abundante dos saturados (SFA) foi o ácido palmítico (16:0), nos monoinsaturados (MUFA) foi o ácido vacênico (18:1n-7), nos polinsaturados (PUFA) o ácido linoléico (18:2n-6) e o ácido eicosapentaenóico (20:5n-3) nos altamente insaturados (HUFA). Observou-se um aumento nas várias classes de ácidos gordos, assim como nos Σn-3 PUFA, Σn-6 PUFA e ácidos gordos essenciais ao longo do tempo nos poliquetas expostos a salinidade 30, ao contrário do que se observou na salinidade 20. Estes resultados sugerem que a salinidade 30 representa uma condição ambiental preferencial para a espécie H. diversicolor, favorecendo a sua condição fisiológica. A temperatura também influenciou significativamente o perfil de ácidos gordos, interagindo com a salinidade. Aos 14 dias de exposição, em condições preferenciais de salinidade (30), verificou-se um aumento nos HUFA dos 24 ºC para os 27 ºC, seguido de um decréscimo aos 30 ºC. Os ácidos gordos ómega 3 e 6 mantiveram-se estáveis a 24 ºC e 27 ºC, sendo detetado um decréscimo a 30 ºC. Estas diminuições poderão estar relacionadas com alterações na composição lipídica das membranas celulares, de forma a manter a homeostasia. Aos 28 dias não se verificaram diferenças, sugerindo que os poliquetas terão conseguido aclimatar-se às temperaturas elevadas quando estão em condições preferenciais de salinidade. Um aumento de temperatura em condições de baixa salinidade (20) promove alterações mais pronunciadas no perfil de ácidos gordos, tendo sido registado um aumento em todas as classes destas moléculas após 14 dias de exposição a 27 ºC e 30 ºC, quando comparado com o controlo (24 ºC). Aos 28 dias, esta diferença é apenas percetível nos HUFA. No geral, quando os poliquetas são cultivados a baixa salinidade, um aumento moderado de temperatura leva a que os ácidos gordos Σn-3 PUFA, Σn-6 PUFA, ARA, EPA e DHA aumentem. No entanto, se o aumento de temperatura for mais extremo (30 ºC), as concentrações destes ácidos gordos diminuem, seguindo o padrão esperado. Estes resultados confirmam a importância dos ácidos gordos na provisão de energia (especialmente os saturados), assim como no balanço osmótico e fluidez da membrana (especialmente os insaturados). As reservas de energia, nomeadamente os lípidos e o glicogénio não foram significativamente afetadas pelo tempo de exposição aos diferentes tratamentos experimentais. A disponibilidade de glicose para obtenção de energia, evitou a degradação do hidrato de carbono, sendo assim possível os poliquetas manterem as suas reservas energéticas. No entanto, foi verificado um aumento de proteína total ao longo do tempo nos tratamentos a 27 ºC, em ambas as salinidades, sugerindo um crescimento dos poliquetas nessa temperatura durante o mês do ensaio experimental. Verificou-se também uma diminuição dos lípidos totais a 27 ºC, potencialmente devido a uma mobilização dos lípidos para providenciar energia para a síntese de proteínas. Em conclusão, pode afirmar-se que a poliqueta H. diversicolor pode aclimatar-se facilmente ao aumento da temperatura da água e a variações de salinidade. Mesmo quando os organismos estão adaptados para tolerar esses ambientes extremos e as populações são capazes de persistir, a típica variabilidade ambiental dos estuários é potencialmente stressante para os animais que habitam essas condições, levando a que certos mecanismos moleculares sejam ativados para manter a homeostasia. Futuramente será necessário desenvolver ensaios experimentais mais longos que, incluam todas as etapas do ciclo de vida deste poliqueta e, contemplem igualmente os aspetos transgeracionais, assim como é necessária a integração dos aspetos fisiológicos na modelação ecológica de modo a permitir detetar as fases de desenvolvimento mais vulneráveis, assim como alterações em níveis mais altos de complexidade biológica e numa escala evolutiva.Mestrado em Biologia Marinha Aplicad

    A prevalência do abuso sexual de crianças

    Get PDF
    Dissertação de Mestrado apresentada no ISPA – Instituto Universitário para obtenção do grau de Mestre na especialidade de Psicologia Clínica.O presente estudo tem como objetivo principal avaliar a prevalência do abuso sexual de crianças, bem como as suas características, numa amostra portuguesa de jovens com idades compreendidas entre os 18 e os 25 anos. A amostra recolhida é composta por 97 participantes, que realizaram um questionário online. Um total de 17,5% (n=17) dos indivíduos que participaram no estudo afirmam terem sido vítimas de pelo menos uma forma de abuso sexual antes dos 11 anos de idade. Relativamente ao abusador intrafamiliar, cerca de 35% dos participantes vitimizados afirmam que são os indivíduos pertencentes à categoria “Padrasto” os abusadores mais frequentes. Por sua vez, no que diz respeito ao abusador extrafamiliar, 18% dos participantes reportam que são os “amigos” os abusadores mais frequentes. A presente investigação fornece ainda dados importantes relacionados com o tipo de abuso sexual, tipo de abusador, idades médias associadas às vítimas e abusadores, e duração do abuso.The present study analyzes the prevalence of child sexual abuse, as well as its characteristics, in a Portuguese sample of young adults between the ages of 18 and 25 years. The sample was composed of 97 participants, who carried out an online questionnaire. A total of 17.5% (n = 17) of the individuals who participated in the study report having been victims of at least one form of sexual abuse before 11 years of age. Concerning the intrafamily abuser, about 35% of the victimized participants affirm that the most frequent abusers belong to the category "Stepfather". On the other hand, with regard to the extrafamilial abuser, 18% of the participants report that "friends" are the most frequent abusers. The present research also provides important data related to the type of sexual abuse, type of abuser, mean ages associated with victims and abusers, and duration of abus

    O equilíbrio na ginástica acrobática - O desempenho de ginastas bases e volantes

    Get PDF
    O presente estudo teve como objetivo averiguar o desempenho de ginastas em testes de equilíbrio gerais e específicos de Ginástica Acrobática, tendo em conta a especificidade da função desempenhada no par/grupo (base ou volante) e a execução com o membro preferido (MP) e com o membro não preferido (MNP).Foram avaliadas 25 ginastas do sexo feminino, praticantes de ACRO, com idades compreendidas entre os 8 e os 23 anos. O estudo foi dividido em duas partes, uma direcionada ao estudo do volume de migração dos pontos anatómicos de ginastas bases e volantes (3 pares: 3 bases e 3 volantes) e a outra onde as 25 ginastas foram avaliadas segundo vários testes gerais de equilíbrio estático (teste do Flamingo, Balance Error Scoring System e Standing Stork Test) e dinâmico (Star Excursion balance Test). Na primeira parte do estudo, os três pares realizaram 5 figuras de equilíbrio (teste específico de equilíbrio estático de ACRO), usando marcadores refletidos em vários pontos anatómicos do corpo.Os procedimentos estatísticos (SPSS, versão 21.0) usados foram a média, desvio padrão e os valores mínimos e máximos obtidos em cada um dos testes, tendo sido aplicado o teste não paramétrico Mann-Whitney para a comparação entre o desempenho das bases e das volantes e o teste Wilcoxon para comparar o desempenho entre o MP e o MNP. Para o tratamento dos dados do teste específico de equilíbrio estático, utilizamos rotinas em ambiente Matlab, obtendo-se deste modo a área de migração dos pontos anatómicos analisados.Concluiu-se que as ginastas bases apresentam melhores resultados nos testes gerais de equilíbrio do que as volantes e que as ginastas que praticam a modalidade há mais tempo também apresentam melhores resultados. Concluiu-se ainda que tanto as ginastas bases como as volantes obtiveram melhores resultados com o MP do que com o MNP, na maioria dos testes. As ginastas (base e volante) que treinam juntas há mais tempo são as que apresentam na maioria das figuras de ACRO menores valores de volume de migração dos pontos anatómicos estudados, ou seja, melhor estabilidade durante a execução das figuras.The purpose of this study is to analyze the performance of gymnasts in some balance tests and a set of particular ones from acrobatic gymnastics, considering the specific work made by any pair/group (base or top) and the execution with a preferred limb (PL) and a non-preferred limb (NPL).25 feminine gymnasts were evaluated, ACRO players, all of them with ages between 8 and 23 years old. The data gathered was composed in two parts, one focused on the volume of anatomic points migration of bases and top gymnasts (3 pairs: 3 bases and 3 top) and another where 25 gymnasts were evaluated following plural static balance tests (Flamingo test, Balance Error Scoring System and Standing Stork Test) and dynamics (Star Excursion balance Test). In the first part, the three pars executed 5 balance pyramids (specific test of static balance of ACRO), using reflective markers in different anatomic points of human body.Statistical processing of the data (SPSS, version 21.0) used were the average, standard deviation and minimum and the maximum values obtained in each test, where the non parametric Mann-Whitney to compare the performance of the base and top and the Wilcox test to compare the performance between the PL and the NPL were applied. To treat the data from the specific static balance test, ruts in Matlab environment were used and in doing so the area of migration of the anatomic points was analyzed.It was conclude that the base gymnasts had better results in the general balance tests when compared to the top ones and the gymnasts who have practiced for a longer time also presented better results. It was further more concluded that the base gymnasts had higher results with the PL than with the NPL, as did the top gymnasts in most of the tests. The gymnasts (base and top) who had been training together for a longer period of time had the lower volume valors of anatomic points' migration studied. In other words, there was better stability throughout the execution of the pyramids

    33 anos depois

    Get PDF
    Com trinta e três anos de existência, o jornal Correio da Manhã, desde cedo se tornou num jornal de referência, hoje é o jornal líder no seu segmento, em Portugal. Nasceu em 1979 com a ajuda de Vítor Direito (primeiro director) e Carlos Barbosa, cresceu com Agostinho Azevedo e João Marcelino, e mantém-se com Octávio Ribeiro. Muitas histórias partilhadas, muitas mudanças (equipa, edifícios, design, etc) , muito empenho faz do Correio da Manhã o jornal de referência para muitos, um jornal verdadeiramente popular, um jornal que muitos portugueses sentem seu
    corecore