233 research outputs found

    Children’s social and emotional behavior: Role of maternal emotion regulation, psychopathological symptomatology, and family functioning

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    Resumo: A investigação demonstra que as estratégias de regulação emocional maternas (autocrítica e autocompaixão), saúde mental e funcionamento familiar têm impacto no funcionamento da criança e do adolescente. Devido à escassez de estudos, temos como objetivos analisar: (1) as associações entre estratégias de regulação emocional materna, sintomatologia psicopatológica, funcionamento familiar, e a perceção materna do comportamento social e emocional dos filhos ; (2) as diferenças na perceção materna do comportamento social e emocional dos filhos consoante as características da mãe, dos filhos e da família; (3) o papel preditivo da regulação emocional materna na perceção materna do comportamento social e emocional dos filhos. Uma amostra de 431 mães (25-59 anos), com filhos de 4-17 anos (55,5% do sexo masculino), respondeu ao Questionário de Capacidades e Dificuldades, Systemic Clinical Outcome Routine Evaluation (SCORE-15), Inventário de Sintomas Psicopatológicos, Escala das Formas do Autocriticismo e Autotranquilização e Escala de Autocompaixão. Os resultados mostraram associações positivas entre o autocriticismo, a sintomatologia psicopatológica materna, pior funcionamento familiar e problemas sociais e emocionais dos filhos, e entre autocompaixão materna e comportamento prossocial dos filhos. Mães que relataram baixos rendimentos, educação escolar básica, história de doença psiquiátrica e cujos filhos tiveram alterações no comportamento precoce perceberam mais dificuldades sociais e emocionais nos seus filhos. O autocriticismo materno foi o principal preditor das dificuldades sociais e emocionais das crianças e adolescentes. Em conclusão, as estratégias de regulação emocional materna e a sintomatologia psicopatológica estão associadas ao funcionamento familiar e ao comportamento social e emocional dos filhos. / Research has demonstrated that maternal emotion regulation strategies (self-criticism and self-compassion), mental health, and family functioning impacts child functioning. Due to the paucity of studies, we aimed to analyze: (1) the associations between maternal emotion regulation strategies, psychopathological symptomatology, family functioning, and mother’s perceived child social and emotional behavior (SEB); (2) the differences in mother’s perceived child SEB, according to maternal, child and family characteristics; (3) the predictive role of maternal emotion regulation in mother’s perceived child SEB. A sample of 431 mothers (25-59 years), with children aged 4-17 years (55.5% male), answered the Strengths and Difficulties Questionnaire, the Systemic Clinical Outcome and Routine Evaluation, the Brief Symptom Inventory, the Forms of Self-Criticizing/Attacking and Self-Reassuring Scale, and the Self-Compassion Scale. The results showed positive associations between self-criticism, maternal psychopathological symptomatology, worse family functioning and child social and emotional problems, as well between maternal self-compassion and child prosocial behaviors. Mothers who reported low income, elementary school education, a history of psychiatric illness and whose children had early behavior changes perceived more social and emotional difficulties in their children. Maternal self-criticism was the main predictor of child social and emotional difficulties. In conclusion, maternal emotion regulation strategies and psychopathological symptomatology are associated with family functioning and child SEB

    Calcular e apresentar tamanhos do efeito em trabalhos científicos (2): Guia para reportar a força das relações

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    In the first issue of the Portuguese Journal of Behavioral and Social Research, it was described the importance of calculating, indicating and interpreting the effect sizes for the differences between means of two groups. The PJBSR intends to continue to remind of the importance of reporting effect sizes for other statistical tests. The magnitude of the strength of the relationships was not indicated in the previous paper, and it may not be known that correlation is effect size. Thus, this paper intends to provide some guidelines to the authors on the procedures for calculating the Pearson correlation coefficient and some correlation coefficients for special data (Spearman Rho, Kendall’s Tau, Point-biserial, and biserial, Phi, Cramér’s V, and Eta). For this purpose, the formulas, steps in the SPSS (Statistical Package for the Social Sciences), assumptions and precautions, classification of values, and their interpretation will be presented. Since SPSS does not compute all the mentioned coefficients, five spreadsheets (3 ways of comparing correlations, point-biserial and biserial, and correction of correlations for samples < 60) were included in the article supplements.No primeiro número da Revista Portuguesa de Investigação Comportamental e Social foi descrita a importância de calcular, indicar e interpretar os tamanhos do efeito para as diferenças de médias de dois grupos. A RPICS pretende continuar a alertar para a importância de reportar os tamanhos do efeito para outros testes estatísticos. A magnitude da força das relações não foi indicada no artigo prévio e talvez não se saiba que a correlação é um tamanho do efeito. Assim, este artigo pretende fornecer algumas diretrizes aos autores sobre os procedimentos de cálculo do coeficiente de correlação de Pearson e alguns coeficientes de correlação para dados especiais (Ró de Spearman, Tau de Kendall, Ponto-bisserial e bisserial, Fi, V de Cramér e Eta). Com esse objetivo, serão apresentadas as fórmulas, os passos no SPSS (Statistical Package for the Social Sciences), pressupostos e precauções, classificação dos valores e sua interpretação. Uma vez que o SPSS não computa todos os coeficientes referidos, nos suplementos ao artigo são incluídas cinco folhas de cálculo (3 formas de comparar correlações, correlações ponto-bisserial e bisserial e correção de correlações para amostras < 60)

    Calculating and reporting effect sizes on scientific papers (3): Guide to report regression models and ANOVA effect sizes

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    No primeiro número da Revista Portuguesa de Investigação Comportamental e Social foi revista a importância de calcular, indicar e interpretar os tamanhos do efeito para as diferenças de médias de dois grupos (família d dos tamanhos do efeito). Os tamanhos do efeito são uma métrica comum que permite comparar os resultados das análises estatísticas de diferentes estudos, informando sobre o impacto de um fator na variável em estudo e sobre a associação entre variáveis. Depois de rever os tamanhos do efeito para as diferenças de médias entre dois grupos (Espirito-Santo e Daniel, 2015) e a maior parte da família r (Espirito-Santo e Daniel, 2017), faltava rever os tamanhos do efeito para a análise da variância. A análise da variância pode ser compreendida como uma extensão da família d a mais de dois grupos (ANOVA) ou como uma subfamília r em que a proporção da variabilidade é imputável a um ou mais fatores. Na subfamília r revista neste estudo, analisa-se a mudança na variável dependente que decorre de uma ou mais variáveis independentes. Esta análise debruça-se sobre os modelos lineares gerais, onde se incluem os modelos de regressão e a ANOVA. Este artigo fornece as fórmulas para calcular os tamanhos do efeito mais comuns, revendo os conceitos básicos sobre as estatísticas e facultando exemplos ilustrativos computados no Statistical Package for the Social Sciences (SPSS). As orientações para a interpretação dos tamanhos do efeito são também apresentadas, assim como as cautelas no seu uso. Adicionalmente, o artigo acompanha-se de uma folha de cálculo em Excel para facilitar e agilizar os cálculos aos interessados. / In the first issue of the Portuguese Journal of Behavioral and Social Research, the importance of calculating, indicating, and interpreting the effect sizes for the differences of means of two groups (d family of effect sizes) was reviewed. Effect sizes are standard metrics that allows the comparison of the results of statistical analyzes of different studies. Effect sizes also report on the impact of a factor on the variable under investigation and the association between variables. After reviewing the effect sizes for the mean differences between two groups (Espirito-Santo & Daniel, 2015) and most of the r family (Espirito-Santo & Daniel, 2017), the review of effect sizes for analysis of variance was lacking. Analysis of variance can be understood as an extension of the d family to more than two groups (ANOVA) or as an r subfamily in which the proportion of variability is attributable to one or more factors. In the r subfamily reviewed in this study, we analyse the change in the dependent variable that results from one or more independent variables. This analysis is focused on general linear models, including regression models and ANOVA. This article provides the formulas for calculating the most common effect sizes by reviewing the basic concepts of the statistics and providing illustrative examples computed in the Statistical Package for the Social Sciences (SPSS). The guidelines for the interpretation of effect sizes are also presented, as well as the cautions in their use. Also, the article is accompanied by an Excel spreadsheet to facilitate and expedite the calculations for interested readers

    Cognitive screening for elderly people in long-term care institutions in the Miranda do Corvo municipality, Portugal

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    This study aimed to screen the cognitive profile elderly people living in long-term care institutions in the municipality of Miranda do Corvo by evaluating 174 participants with the Mini Mental State Examination (MMSE) (n=96) and the clinical dementia diagnosis (n=78). According to the MMSE, 41.7% of respondents had scores suggestive of cognitive impairment. The percentage rose to 67.8% (n=118) by adding the diagnosis of dementia reported in individual medical records to this result. The comparison of our results with those obtained nationwide showed that this proportion was significantly higher (p<0.001). The educational level was a predictive factor for MMSE scores (p=0.001). We can conclude that the high prevalence of suspected cognitive impairment and dementia revealed in our study should lead us to reflect on the quality of care provided and on the lack/scarcity of cognitive stimulation programs in long-term care institutions for seniors. Thus, it is imperative to implement regular cognitive assessment and to apply intervention programs for the preservation and improvement of the cognitive functioning of institutionalized elderly of deprived areas

    Impact of the COVID-19 Pandemic on Sleep and Dreams: Study in a Portuguese Sample

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    Research has shown that during the COVID-19 pandemic, there were significant changes in sleep quality and dream activity. An increase in dream and nightmare recall frequency and a predominance of aversive emotional and phantasmatic dream content were recorded. The objective ofthe study wasto analyzethe pandemic’s socio occupational, psychological and experiential impact, focusing on sleep quality, dream/nightmare recall, and the emotional content of dreamsin a sample of Portugal’s adult resident population.Online data collection involved 1,020 adults $ 18 years (67.1% women). The research protocol included several questions regarding demographics, subjective experience ofthe pandemic, and its perceived impact on respondents’ personal social networks, sleep habits, and dream content. The pandemic substantially affected participants’ social interactions and mental health, with17.2% reporting the death of a significant person. Overall sleep quality decreased during the pandemic, whereas dream/nightmare recall increased, and 27% of the respondents dreamed about COVID-19, reporting negative emotions and sensations in these dreams. Higher dream/nightmare recall was especially related to changes in sleep patterns, namely, increased nocturnal awakenings and sleep latency. Younger people, those belonging to a high-risk group, those reporting a higher subjective concern about the pandemic, those experiencing the death of a significant person, and those with self-reported employment and mental health problems were more likely to dream about COVID-19. Our findings add to psychological sleep and dream research regarding the function of dreams during collective stressful events. Considering the significant connection among mental health, sleep patterns, and dream content, research and clinical implications are discussed

    A etnografia na pesquisa em enfermagem: uma revisão integrativa

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    Objetivou-se sintetizar a produção científica nacional sobre o uso da etnografia nas pesquisas de enfermagem no período de 2009-2013. Trata-se de uma revisão integrativa que tem como questão “Como a etnografia vem sendo utilizada nas pesquisas de enfermagem?”. A busca foi realizada na base de dados LILACS. O corpus da pesquisa foi composto por sete artigos. Posteriormente, foram submetidos à análise temática, emergindo duas categorias. Identificou-se que a cultura influencia os modos de viver das pessoas, incluindo suas preferências, sentimentos e os significados que atribuem às suas vivências. A valorização da experiência e dos significados atribuídos pelos clientes no processo saúde-doença possibilita a aproximação profissional-cliente para a prática do cuidado culturalmente congruente. É importante o reconhecimento da situação cultural para o cuidado integral e significativo, onde os achados etnográficos contribuem no sentido de fornecer a descrição de uma realidade local.Se persiguió sintetizar la producción científica nacional sobre empleo de la etnografía en las investigaciones de enfermería entre 2009 y 2013. Se trata de una revisión integrativa que se plantea: “¿Cómo la etnografía viene utilizándose en las investigaciones de enfermería?”. La búsqueda se realizó en la base de datos LILACS. El corpus de la investigación lo forman siete artículos. Posteriormente se sometieron a análisis temático, emergiendo dos categorías. Se identificó que la cultura influye en los modos de vida de las personas, incluyendo sus preferencias, sentimientos y significados atribuidas a sus vivencias. La valorización de la experiencia y significados atribuidos por los clientes en el proceso salud-enfermedad permite una aproximación profesional-cliente para la práctica del cuidado culturalmente congruente. Es importante el reconocimiento de la situación cultural para el cuidado integral y significativo, de modo que los hallazgos etnográficos contribuyan a una mejor descripción de una realidad local.The aim was to produce a synthesis of the Brazilian scientific production on the use of ethnography in nursing research in the period 2009-2013. This is an integrative review, whose question is, ‘How has ethnography been used in nursing research?’ The search was carried out in the LILACS database. The research corpus comprised seven articles. At a later date, they were submitted to thematic analysis, and two categories emerged. We observed that culture influences the people’s lifestyles, which include their preferences, feelings and the meanings they attribute to their experiences. The appreciation of experience and meanings attributed by the clients in the health/disease process enables to bring the health professional and the client together, in order to practice culturally congruent care. The acknowledgement of the cultural status is essential for integral and significant nursing care, where the ethnographic findings contribute towards providing the description of a local reality

    Problem Video Game Playing Scale Portuguese Version

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    An optimal control problem applied to a wastewater treatment plant

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    This paper aims to present a mathematical model that describes the operation of an activated sludge system during one day. Such system is used in the majority of wastewater treatment plants and depends strongly on the dissolved oxygen, since it is a biological treatment. To guarantee the appropriate amount of dissolved oxygen, expensive aeration strategies are demanded, leading to high costs in terms of energy consumption. It was considered a typical domestic e uent as the wastewater to test the mathematical model and it was used the ASM1 to describe the activated sludge behaviour. An optimal control problem was formulated whose cost functional considers the trade-o between the minimization of the control variable herein considered (the dissolved oxygen) and the quality index that is the amount of pollution. The optimal control problem is treated as a nonlinear optimization problem after discretization by direct methods. The problem was then coded in the AMPL programming language in order to carry out numerical simulations using the NLP solver IPOPT from NEOS Server.publishe

    QUALIDADE DE VIDA DE IDOSOS COM INSUFICIÊNCIA CARDÍACA

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    INTRODUÇÃO:A Insuficiência Cardíaca (IC) é uma patologia crônica que acomete milhões de pessoas no mundo inteiro, principalmente o idoso, sendo esta o último estágio de muitas patologias que acometem o coração Braunwald (1992, p.1375) a define  como: [...] um estado fisiopatológico em que alguma anormalidade de função cardíaca é responsável pela incapacidade do coração em bombear sangue numa freqüência proporcional às necessidades metabólicas dos tecidos e/ou só pode fazê-lo numa pressão de enchimento anormalmente elevada.                 O Brasil é hoje, o país que possui o envelhecimento mais rápido do mundo. Com isso surge a necessidade de que este esteja preparado para enfrentar a multiplicação dos casos de IC, já que em 2025, estima-se que o Brasil irá possuir cerca de 30 milhões de idosos (MESQUITA ET AL., 2002). É importante salientar que esta patologia acarreta altos custos econômicos para o país através das freqüentes internações e aposentadorias precoces, podendo ser considerada um grande problema de saúde pública no Brasil e em todo mundo.Apesar de todo o avanço terapêutico para a IC, esta enfermidade acarreta uma diminuição da qualidade de vida do seu portador.  Diante deste contexto há necessidade de pesquisas que busquem descobrir quais são os danos que esta patologia provoca na qualidade de vida, para que no futuro próximo possam ser descobertos métodos que amenizem estes danos.OBJETIVOS Conhecer os danos da IC à qualidade de vida do idoso e Descrever o conceito de qualidade de vida dos idosos portadores de ICMETODOLOGIAA pesquisa de campo com abordagem qualitativa do tipo descritiva, utilizando como método de pesquisa o estudo de caso.foi desenvolvida no Ambulatório de IC de um Hospital Universitário, localizado no Centro de Niterói, que atende a população mediante o Sistema Único de Saúde. Este ambulatório é composto por vários consultórios onde se realiza as consultas médicas que são marcadas previamente pelos clientesA coleta de dados foi realizada após a aprovação pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Faculdade de Medicina do Hospital Universitário Antonio Pedro da Universidade Federal Fluminense, sob o nº 217-05. Fizeram parte do estudo 10 idosos com Insuficiência Cardíaca (independente do grau), cuja escolha se deu pelo fato de estarem presentes no ambulatório para consulta médica nos dias que o entrevistador também ali se encontrava para realizar a pesquisa.  Para cada um destes foi dado um nome fictício de pedra preciosa. Os critérios de inclusão desse estudo foram: idade superior ou igual a 60 anos conforme a Política Nacional do Idoso( BRASIL,1994); ser portador de Insuficiência Cardíaca; estar oficialmente cadastrado e em acompanhamento no ambiente onde será realizada a pesquisa; não possuir nenhuma incapacidade física ou mental que o impeça de expressar verbalmente o seu discurso; pertencer a qualquer sexo; pertencer a qualquer raça ou etnia; pertencer a qualquer classe social. Para realização das entrevistas foi elaborado um roteiro que foi utilizado em todas as entrevistas. Após a coleta, as entrevistas foram transcritas na íntegra em relatórios de forma que não se perdesse nenhum detalhe de seus discursos. Os dados receberam tratamento qualitativo através de análise de conteúdo, utilizando como técnica, a análise temática.RESULTADOS:                Para os idosos deste estudo, o conceito de qualidade de vida é influenciado por fatores sócio-econômicos, físicos, subjetivos, ou seja, dependente de experiências e situações vividas no dia-a-dia sendo desta forma algo muito particular, onde cada um possui o seu próprio conceito. A singularidade e as influências que o conceito de qualidade de vida sofre podem ser comprovadas nas falas dos sujeitos. É você poder pelo menos ter condição de comprar seus remédios e se alimentar de acordo com o que é necessário.(Senhor Tumalina, 62 anos)                Esta preocupação do indivíduo com a sua situação econômica é o reflexo da desigualdade social vivenciada pelo país. Brêtas e Oliveira E. (1999, p. 69) relatam que “[...] a realidade social em qualquer país capitalista é marcada pela desigualdade social, [...] que quanto maior a desigualdade social, maior será a repercussão na qualidade de vida da sociedade de uma forma geral e do indivíduo e sua família em particular.”                Para outros idosos, a valorização da temática saúde é tanta, que somente a presença dela já é o suficiente para se ter uma vida boa.Viver bem é se eu tivesse com a saúde perfeita, porque sem saúde a gente não pode viver bem né, você pensa que está tudo bem, mas um problema acontece e aí já viu.(Senhor Citrino, 63 anos)Rabelo e Padilha (1999) dizem que uma mesma pessoa pode mudar de opinião acerca da qualidade de vida, por exemplo, quando a pessoa se encontra doente, qualidade de vida para ela é saúde. É nítido que a definição de saúde proposta na fala do Senhor Citrino está marcada pela valorização do componente biológico. Esta valorização do componente biológico pode ser devido ao fato de considerarem saúde como apenas a ausência de sinais e sintomas de doença. Além disto, esta valorização pode ser pelo fato dos sinais e sintomas da doença influenciarem na realização de atividades diárias.Há ainda aqueles idosos que consideram o trabalho como algo muito importante na suas vidas.Significa o trabalho que a gente já teve que a gente conseguiu até agora e superar as necessidades. Só que os remédios eram uma coisa muito difícil e agora eu consegui porque tive que brigar [...].     (Senhor Olho de Tigre, 73 anos)Esta temática trabalho pode ter sido levantada pelo fato de que o envelhecimento e aposentadoria trazerem consigo a sensação errada de inutilidade. Com isso os idosos tendem a valorizar as fases da vida em que se considera ter sido um ser ativo, já que hoje já não se sentem e nem são vistos assim.  Esta valorização ao trabalho é evidenciada por Castro e Rodriguez (1992, p. 276) quando citam que: “[...] a ruptura do trabalho, para alguns, é sentida como uma perda, tanto do “status” social com das amizades. As oportunidades de fazer novos amigos tornam-se menores, porque a interação entre eles vai decrescendo em razão da falta de convívio.”                Percebe-se nas falas dos entrevistados de um modo geral que o conceito de qualidade é muito amplo e que o seu significado envolve várias diversidades e visões que estão de acordo com a pessoa ou a situação vivida.  Isso é comprovado quando Rabelo e Padilha (1999, p. 255) relatam que:Qualidade de vida diz respeito aos atributos e às propriedades que qualificam a vida, e ao sentido que cada ser humano dá a ela. Neste sentido, inclui-se a expressão de qualidade de vida, suas possibilidades e limitações individuais e coletivas, enquanto satisfações de necessidade, como Ter comida, trabalho, [...].          CONCLUSÕES: O mundo vive hoje o fenômeno do envelhecimento, ou seja, cada vez mais pessoas alcançam a terceira idade. O Brasil vivencia este fenômeno, sendo necessário estar preparado para enfrentar as dificuldades e os problemas que acompanham esta mudança demográfica.                 Percebe-se também uma mudança no predomínio das doenças, sendo as doenças crônico não-transmissíveis as que ocupam lugar principal no cenário nacional.     Dentre as doenças crônico não-transmissíveis, a Insuficiência cardíaca merece destaque por sua incidência, prevalência, gastos econômicos aos governos e principalmente pelas influências negativas na qualidade de vida dos seus portadores.                Diante deste contexto, esta pesquisa procurou-se conhecer o idoso com Insuficiência Cardíaca, evidenciando que o seu conceito de qualidade de vida é bastante influenciado pela doença e pela situação econômica do país.                 Diante disso, torna-se necessário que as autoridades públicas, os profissionais de saúde e a sociedade de maneira geral voltem os olhos e os sentidos para esta população que além de possuírem em sua grande maioria baixas aposentadorias, ainda se deparam com uma doença crônica que influencia a sua vida de maneira negativa, fazendo aumentar ainda mais o seu sofrimento e a sua angústia.REFERÊNCIAS:BRASIL. Lei n° 8.842, de 4 de janeiro de 1994. Dispõe sobre a Política Nacional do Idoso, cria o Conselho Nacional do Idoso e dá outras providências. Disponível em: Acesso em: 25 nov.2005.BRAUNWALD, E. Insuficiência Cardíaca. In: WILSON, J. D.; BRAUNWALD, E.; ISSELBACHER, K. J.; PETERSDORF, R. G.; MARTIN, J. B.; FAUCI, A.S.; ROOT, R.K. HARRISON Medicina Interna.12°ed.v.1. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1992. 1499 p. pt. 6-56, cap. 182, p.1375 -1386.BRÊTAS, A.C.P.; OLIVEIRA, E.M. Envelhecimento, Saúde e Trabalho: Um estudo com Aposentados e Aposentadas. Revista Acta Paulista de Enfermagem, São Paulo: UNIFESP/EPM, v.13, n.1, p.66-79, jan/abr.2000.CASTRO, C.R.N. de; RODRIGUES, R.A.P. O idoso e aposentadoria. Revista Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo, São Paulo: USP, v.26, n.3, p.275-287, dez.1992.MESQUITA, E. T. et al; Revisão das II Diretrizes da Sociedade Brasileira de Cardiologia para o Diagnóstico e tratamento da Insuficiência Cardíaca. Disponível em: www.sbc.org.br> Acesso em: 18 mar. 2005.RABELO, S.E.; PADILHA, M. I. C. de S. A qualidade de vida e cliente diabético: um desafio para cliente e enfermeira. Revista Texto e Contexto Enfermagem, Florianópolis: UFSC, v.8, n.3, p.250-262, set/dez. 1999              

    QUALIDADE DE VIDA DE IDOSOS COM INSUFICIÊNCIA CARDÍACA

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    INTRODUÇÃO: A Insuficiência Cardíaca (IC) é uma patologia crônica que acomete milhões de pessoas no mundo inteiro, principalmente o idoso, sendo esta o último estágio de muitas patologias que acometem o coração Braunwald (1992, p.1375) a define  como: [...] um estado fisiopatológico em que alguma anormalidade de função cardíaca é responsável pela incapacidade do coração em bombear sangue numa freqüência proporcional às necessidades metabólicas dos tecidos e/ou só pode fazê-lo numa pressão de enchimento anormalmente elevada.                   O Brasil é hoje, o país que possui o envelhecimento mais rápido do mundo. Com isso surge a necessidade de que este esteja preparado para enfrentar a multiplicação dos casos de IC, já que em 2025, estima-se que o Brasil irá possuir cerca de 30 milhões de idosos (MESQUITA ET AL., 2002). É importante salientar que esta patologia acarreta altos custos econômicos para o país através das freqüentes internações e aposentadorias precoces, podendo ser considerada um grande problema de saúde pública no Brasil e em todo mundo. Apesar de todo o avanço terapêutico para a IC, esta enfermidade acarreta uma diminuição da qualidade de vida do seu portador.  Diante deste contexto há necessidade de pesquisas que busquem descobrir quais são os danos que esta patologia provoca na qualidade de vida, para que no futuro próximo possam ser descobertos métodos que amenizem estes danos. OBJETIVOS Conhecer os danos da IC à qualidade de vida do idoso e Descrever o conceito de qualidade de vida dos idosos portadores de IC METODOLOGIA A pesquisa de campo com abordagem qualitativa do tipo descritiva, utilizando como método de pesquisa o estudo de caso.foi desenvolvida no Ambulatório de IC de um Hospital Universitário, localizado no Centro de Niterói, que atende a população mediante o Sistema Único de Saúde. Este ambulatório é composto por vários consultórios onde se realiza as consultas médicas que são marcadas previamente pelos clientes A coleta de dados foi realizada após a aprovação pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Faculdade de Medicina do Hospital Universitário Antonio Pedro da Universidade Federal Fluminense, sob o nº 217-05. Fizeram parte do estudo 10 idosos com Insuficiência Cardíaca (independente do grau), cuja escolha se deu pelo fato de estarem presentes no ambulatório para consulta médica nos dias que o entrevistador também ali se encontrava para realizar a pesquisa.  Para cada um destes foi dado um nome fictício de pedra preciosa. Os critérios de inclusão desse estudo foram: idade superior ou igual a 60 anos conforme a Política Nacional do Idoso( BRASIL,1994); ser portador de Insuficiência Cardíaca; estar oficialmente cadastrado e em acompanhamento no ambiente onde será realizada a pesquisa; não possuir nenhuma incapacidade física ou mental que o impeça de expressar verbalmente o seu discurso; pertencer a qualquer sexo; pertencer a qualquer raça ou etnia; pertencer a qualquer classe social. Para realização das entrevistas foi elaborado um roteiro que foi utilizado em todas as entrevistas. Após a coleta, as entrevistas foram transcritas na íntegra em relatórios de forma que não se perdesse nenhum detalhe de seus discursos. Os dados receberam tratamento qualitativo através de análise de conteúdo, utilizando como técnica, a análise temática. RESULTADOS:                 Para os idosos deste estudo, o conceito de qualidade de vida é influenciado por fatores sócio-econômicos, físicos, subjetivos, ou seja, dependente de experiências e situações vividas no dia-a-dia sendo desta forma algo muito particular, onde cada um possui o seu próprio conceito. A singularidade e as influências que o conceito de qualidade de vida sofre podem ser comprovadas nas falas dos sujeitos. É você poder pelo menos ter condição de comprar seus remédios e se alimentar de acordo com o que é necessário.(Senhor Tumalina, 62 anos)                 Esta preocupação do indivíduo com a sua situação econômica é o reflexo da desigualdade social vivenciada pelo país. Brêtas e Oliveira E. (1999, p. 69) relatam que “[...] a realidade social em qualquer país capitalista é marcada pela desigualdade social, [...] que quanto maior a desigualdade social, maior será a repercussão na qualidade de vida da sociedade de uma forma geral e do indivíduo e sua família em particular.”                 Para outros idosos, a valorização da temática saúde é tanta, que somente a presença dela já é o suficiente para se ter uma vida boa. Viver bem é se eu tivesse com a saúde perfeita, porque sem saúde a gente não pode viver bem né, você pensa que está tudo bem, mas um problema acontece e aí já viu.(Senhor Citrino, 63 anos) Rabelo e Padilha (1999) dizem que uma mesma pessoa pode mudar de opinião acerca da qualidade de vida, por exemplo, quando a pessoa se encontra doente, qualidade de vida para ela é saúde. É nítido que a definição de saúde proposta na fala do Senhor Citrino está marcada pela valorização do componente biológico. Esta valorização do componente biológico pode ser devido ao fato de considerarem saúde como apenas a ausência de sinais e sintomas de doença. Além disto, esta valorização pode ser pelo fato dos sinais e sintomas da doença influenciarem na realização de atividades diárias. Há ainda aqueles idosos que consideram o trabalho como algo muito importante na suas vidas. Significa o trabalho que a gente já teve que a gente conseguiu até agora e superar as necessidades. Só que os remédios eram uma coisa muito difícil e agora eu consegui porque tive que brigar [...].     (Senhor Olho de Tigre, 73 anos) Esta temática trabalho pode ter sido levantada pelo fato de que o envelhecimento e aposentadoria trazerem consigo a sensação errada de inutilidade. Com isso os idosos tendem a valorizar as fases da vida em que se considera ter sido um ser ativo, já que hoje já não se sentem e nem são vistos assim.  Esta valorização ao trabalho é evidenciada por Castro e Rodriguez (1992, p. 276) quando citam que: “[...] a ruptura do trabalho, para alguns, é sentida como uma perda, tanto do “status” social com das amizades. As oportunidades de fazer novos amigos tornam-se menores, porque a interação entre eles vai decrescendo em razão da falta de convívio.”                 Percebe-se nas falas dos entrevistados de um modo geral que o conceito de qualidade é muito amplo e que o seu significado envolve várias diversidades e visões que estão de acordo com a pessoa ou a situação vivida.  Isso é comprovado quando Rabelo e Padilha (1999, p. 255) relatam que: Qualidade de vida diz respeito aos atributos e às propriedades que qualificam a vida, e ao sentido que cada ser humano dá a ela. Neste sentido, inclui-se a expressão de qualidade de vida, suas possibilidades e limitações individuais e coletivas, enquanto satisfações de necessidade, como Ter comida, trabalho, [...].          CONCLUSÕES: O mundo vive hoje o fenômeno do envelhecimento, ou seja, cada vez mais pessoas alcançam a terceira idade. O Brasil vivencia este fenômeno, sendo necessário estar preparado para enfrentar as dificuldades e os problemas que acompanham esta mudança demográfica.                  Percebe-se também uma mudança no predomínio das doenças, sendo as doenças crônico não-transmissíveis as que ocupam lugar principal no cenário nacional.     Dentre as doenças crônico não-transmissíveis, a Insuficiência cardíaca merece destaque por sua incidência, prevalência, gastos econômicos aos governos e principalmente pelas influências negativas na qualidade de vida dos seus portadores.                 Diante deste contexto, esta pesquisa procurou-se conhecer o idoso com Insuficiência Cardíaca, evidenciando que o seu conceito de qualidade de vida é bastante influenciado pela doença e pela situação econômica do país.                  Diante disso, torna-se necessário que as autoridades públicas, os profissionais de saúde e a sociedade de maneira geral voltem os olhos e os sentidos para esta população que além de possuírem em sua grande maioria baixas aposentadorias, ainda se deparam com uma doença crônica que influencia a sua vida de maneira negativa, fazendo aumentar ainda mais o seu sofrimento e a sua angústia. REFERÊNCIAS: BRASIL. Lei n° 8.842, de 4 de janeiro de 1994. Dispõe sobre a Política Nacional do Idoso, cria o Conselho Nacional do Idoso e dá outras providências. Disponível em: Acesso em: 25 nov.2005. BRAUNWALD, E. Insuficiência Cardíaca. In: WILSON, J. D.; BRAUNWALD, E.; ISSELBACHER, K. J.; PETERSDORF, R. G.; MARTIN, J. B.; FAUCI, A.S.; ROOT, R.K. HARRISON Medicina Interna.12°ed.v.1. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1992. 1499 p. pt. 6-56, cap. 182, p.1375 -1386. BRÊTAS, A.C.P.; OLIVEIRA, E.M. Envelhecimento, Saúde e Trabalho: Um estudo com Aposentados e Aposentadas. Revista Acta Paulista de Enfermagem, São Paulo: UNIFESP/EPM, v.13, n.1, p.66-79, jan/abr.2000. CASTRO, C.R.N. de; RODRIGUES, R.A.P. O idoso e aposentadoria. Revista Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo, São Paulo: USP, v.26, n.3, p.275-287, dez.1992. MESQUITA, E. T. et al; Revisão das II Diretrizes da Sociedade Brasileira de Cardiologia para o Diagnóstico e tratamento da Insuficiência Cardíaca. 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