17 research outputs found

    A subjetividade social e a subjetividade individual no ensino de Psicologia: um desafio em processo

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    Nesse trabalho pretendo discutir os diferentes processos subjetivos envolvidos na aprendizagem de alunos de Psicologia e suas implicações para a prática e reflexão teórica nesse campo. A representação de teoria e prática como processos distintos, que não se articulam, implica na concepção da teoria como aplicada e apartada do pensamento da pessoa que está vivenciando a prática. O que significa muitas vezes que as teorias são direcionadas a um tipo de prática sem que se tenha nenhum tipo de reflexão sobre o que de fato representam como sistemas de pensamento. No curso de psicologia, vemos que muitas vezes os alunos representam a atuação como psicoterapeuta, por exemplo, como uma aplicação de teorias no âmbito privado da clínica. Na prática, isso implica em uma desconsideração da teoria como processo e sistema aberto que nos permite um diálogo com a realidade. O processo de aprendizagem converte-se em reprodução e a produção criativa de idéias se compromete nesse percurso. Ao assumir a aprendizagem a partir da teoria da subjetividade proposta por González Rey, baseada no enfoque histórico cultural, apresento esse processo como configurado por sentidos subjetivos que vão se constituindo nesse percurso. Dessa forma, tanto os aspectos sociais quanto os individuais são subjetivados e tornam-se elementos configuradores de processos de sentido que se refletem nos processos de aprendizagem. Da mesma maneira, tanto a subjetividade social quanto a subjetividade individual têm sua expressão nas nossas práticas posteriores como psicólogos. O desafio que nos apresenta é: como refletir teoricamente sobre a subjetividade que nos constituiResumo de trabalho submetido e aceito na VI Convención intercontinental de Psicología, Hóminis (2013

    Breve reflexão sobre os desafios da epistemologia qualitativa para o pesquisador

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    No presente trabalho pretendo discutir as implicações do estudo da subjetividade a partir da epistemologia qualitativa proposta por González Rey. A noção de epistemologia qualitativa enfatiza o conhecimento como produção. A investigação, nesses termos, apresenta um caráter processual que privilegia a plurideterminação dos fenômenos, evitando a linearidade de causa e efeito no estudo das configurações da subjetividade. A categoria subjetividade aqui discutida refere-se a um sistema que compreende o social e o individual constituindo-se mutuamente. O desenvolvimento dessa categoria nos permite a reflexão sobre a processualidade da experiência humana rompendo tanto com perspectivas psicologizantes ou sociologizantes. Os processos subjetivos devem ser estudados numa perspectiva que privilegie a pessoa como sujeito concreto que constitui e é constituído pelo social numa dimensão histórica e cultural. Dessa forma, a pessoa é vista em relação processual com o social, o psíquico não é causa que determina comportamento, e o social não representa causalidade externa. O seu estudo a partir da epsitemologia qualitativa possibilita compreender a subjetividade como um processo que se organiza ao longo da pesquisa assim como nos leva a refletir sobre sua implicação para o pesquisador como sujeito. Assumir um posicionamento de sujeito na pesquisa significa autoria, condição muitas vezes desvalorizada. Vejo como grande o desafio da epistemologia qualitativa, pois seus fundamentos nos instigam a assumir posicionamentos na produção teórica que vão além da reprodução do estabelecido em diferentes teorias. Pois estudar subjetividade significa refletir sobre como se configura experiência humana sem partir para as fórmulas fáceis que nos levam à simplificação teóricaResumo de trabalho submetido e aceito na VI Convención intercontinental de Psicología, Hóminis (2013

    A teoria e o empírico: desafios do método construtivo interpretativo

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    Refletir sobre método de pesquisa qualitativa leva a diferentes questionamentos sobre a forma como temos nos posicionado a respeito do tipo de pesquisa que aspiramos. A discussão epistemológica, tão debatida entre diferentes autores nesse campo, não tem produzido preocupação sobre o que essa reflexão implica em termos de produção de conhecimento. Nesse campo, ainda é recorrente a apresentação da entrevista como o próprio método, evidência da instrumentalização do próprio processo de pesquisa. Nesse trabalho, saliento a importância da reflexão teórica no percurso da pesquisa em que se utiliza o método construtivo interpretativo. A teoria aparece como marco de referência e não como um a priori capaz de significar o momento empírico sem a capacidade criativa do pesquisador. Pelo mau uso da teoria no processo de análise, as categorias tomam vida própria sem a reflexão daquele que faz a pesquisa. Um dos desafios na pesquisa a partir da epistemologia qualitativa assenta-se na relação entre a teoria, o momento empírico e as reflexões do pesquisador. É necessário assumir o compromisso com a teoria e ao mesmo tempo avançar com ideias próprias. Nesse sentido, o culto ao empírico, várias vezes enfatizado por González Rey, é problemático na medida em que não permite construção que aponte além da evidência. A teoria é um sistema aberto que nos permite gerar conhecimento sobre os diferentes fenômenos, é o início de um processo que não se encerra em si mesmo, mas que nos permite avançar a partir de diferentes reflexões que se implicam no processo de pesquisaResumo de trabalho submetido e aceito no Congresso Interamericano de Psicologia (2015

    Reflexões sobre os desdobramentos da subjetividade social nos processos de saúde e doença

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    O tema da saúde tem sido relevante para diferentes reflexões mas configura-se como um processo que nos permite refletir sobre o social e o individual na sua constituição numa visão sistêmica e processual. O objetivo do presente trabalho é discutir as formas diferenciadas e diversas em que os aspectos da subjetividade social têm impacto no posicionamento e representações das pessoas com relação aos processos de saúde e doença. A subjetividade social se organiza a partir de diferentes significados e sentidos subjetivos produzidos no contexto histórico e cultural do qual tomamos parte. Nesse aspecto é importante sua compreensão como fenômeno de constituição complexa que nos possibilita refletir sobre as diferentes formas em que processos diversos são impactados pela sua configuração. A discussão se pauta a partir da teoria da subjetividade desenvolvida por González Rey, baseada no enfoque histórico-cultural, pois privilegia uma visão que integra os aspectos sociais e individuais, assim como recupera a pessoa na condição de sujeito nos processos de saúde e doençaResumo de trabalho submetido e aceito no Congresso Interamericano de Psicologia (2015

    El momento final del trabajo de Vygotsky: implicaciones para la psicoterapia

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    Diferentes teóricos del enfoque histórico cultural han enfatizado su valor como una teoría que amplía nuestra comprensión de los procesos psicoterapéuticos. Aunque la preocupación de Vygotsky no estaba relacionada con la psicoterapia, sus reflexiones sobre la compleja constitución de los procesos humanos posibilitan diferentes enfoques que no se limitan a las discusiones sobre la educación. La práctica clínica todavía se centra en la perspectiva individual de los fenómenos humanos y relega a un segundo nivel de importancia la constitución social y cultural. Por lo tanto, la constitución histórico- cultural de los diferentes fenómenos no parece tan importante para las reflexiones teóricas lo que implica muchas veces explicaciones clínicas, deterministas y reduccionistas. El enfoque histórico cultural nos permite representar la psicoterapia como un espacio de diálogo donde los participantes están involucrados en un proceso constante de expresión y producción de sentidos. La categoría sentido rompe con una visión racionalista y determinista de los procesos humanos, y nos permite entender los aspectos sociales e individuales configurados en este espacio. El sentido está constituido por las emociones producidas por la persona y nos permite reconocer la configuración de los procesos organizados en su historia y así romper con la noción causa y efecto lineales. Por otra parte, el espacio de la psicoterapia se orienta hacia la producción de sentidos de la persona, lo que lleva a las producciones simbólicas emocionales que pueden servir como base para nuevos momentos de desarrollo. En este sentido, la calidad del diálogo en este contexto es esencial para facilitar las conversaciones y permitir que la persona sea sujeto en el proceso de la psicoterapia. Es importante destacar que esta perspectiva rompe con la noción del psicoterapeuta como aquél que define a priori lo que se configura en el espacio de la psicoterapia

    A saúde como processo subjetivo: um estudo de caso

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    O tema da saúde tem sido relevante para diferentes reflexões além de uma visão centrada no hospital ou no adoecimento em si, mas configurando-se como um processo que nos permite refletir sobre o social e o individual na sua constituição numa visão sistêmica e processual. Nesse sentido, a discussão sobre saúde a partir da teoria da subjetividade desenvolvida por González Rey, baseada no enfoque histórico-cultural, privilegia uma visão que integra os aspectos sociais e individuais, assim como recupera a pessoa na condição de sujeito nos processos de saúde e doença. O objetivo do presente trabalho é discutir as formas diferenciadas e diversas em que os aspectos da subjetividade individual e social têm impacto nos processos de sentido de uma pessoa com hipertensão. A produção de sentidos subjetivos nos processos de saúde e doença nos permite refletir sobre as diferentes configurações da subjetividade social; assim como, refletir sobre a promoção de saúde como um dos aspectos da subjetividade social O processo de investigação nesta pesquisa está orientado por metodologia qualitativa que nos permite visualizar o problema a partir de perspectiva construtivo-interpretativa centrada no diálogo como momento de produção de conhecimentoResumo de trabalho submetido e aceito na VI Convención intercontinental de Psicología, Hóminis (2013

    Rotina docente, adoecimento e suas implicações nos processos subjetivos com base na análise construtivo interpretativa

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    Atualmente, as atuais exigências que restringem a rotina do professor universitário estão quase que exclusivamente vinculadas aos processos de avaliação estabelecidos pelos órgãos de fomento. Neste contexto, tem-se se dado um excessivo valor à produção de artigos em revistas indexadas. Assim, a grande maioria das atividades docentes tem perdido o seu valor em detrimento as exigências severas de publicação. Observa-se que esse processo de avaliação tem gerado um grande desafio ao docente, já que a sua manutenção nos programas de pós-graduação e o acesso a recursos financeiros estão diretamente vinculados a sua produção e qualificação científica. Acrescenta-se, ainda, que a concorrência entre docentes tem se tornado rotina no contexto dos cursos de pós-graduação tanto entre docentes do mesmo programa como de diferentes programas da mesma universidade e de forma mais abrangente entre diferentes centros de pesquisas. Assim, considerando essa rotina intensa de trabalho e as exigências impostas nas carreiras docentes, percebe-se que a rotina acadêmica está conduzindo os professores ao adoecimento: a um permanente quadro de estresse, à depressão, ao esgotamento físico. Esta condição certamente leva a pensar quais seriam os aspectos mais relevantes no contexto da rotina docente e os consequentes efeitos no adoecimento docente. Neste contexto, o objetivo desta pesquisa e avaliar o processo de adoecimento docente no contexto das novas exigências vinculadas à atividade acadêmica e avaliar como os docentes têm vivenciado de forma saudável ou não está nova rotina acadêmica, tanto em termos das novas exigências como na consequente intensificação da atividade docente. A metodologia proposta consiste na realização de pesquisas a respeito do contexto organizacional dos programas de pós-graduação e a sua vinculação aos processos avaliativos dos órgãos de fomento e bem como nas atividades esperadas e desempenhadas pelos docentes. Estas análises visam perceber os efeitos deste contexto no processo de subjetivação do adoecimento. O estudo proposto baseia-se nos pressupostos da epistemologia qualitativa que enfatiza a produção de conhecimento na pesquisa como um processo construtivo interpretativo, sendo o fundamento principal das análises propostas. Com base nos resultados obtidos a partir do processo dialógico realizado foi possível estabelecer alguns efeitos da atual rotina docente nos processos de adoecimento. Assim, pensar sobre os processos de saúde e doença tende a conduzir uma construção teórica que possibilita a articulação de diferentes registros da organização do fenômeno humano. Essa articulação nos permite visão mais complexa e plurideterminada dos aspectos sociais e individuais e consequente compreensão processos de adoecimento. Isto é como o individual se processa no social e articula dando significado ao seu modo de viver as novas experiencia

    A PRODUÇÃO DO FRACASSO ESCOLAR: A EXPERIÊNCIA SINGULAR NA PRÉ-ADOLESCÊNCIA

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    A presente pesquisa aborda o fracasso escolar, presente nas preocupações dos profissionais da educação. O chamado fenômeno da não aprendizagem vem sendo tratado como uma patologia, algo fora do que seria considerado normal no desenvolvimento de uma criança ou de um adolescente. Contudo, a pesquisa busca compreender o fracasso escolar como um fenômeno que se mostra permeado de significados coletivos e de sentidos pessoais. Para isso, é essencial compreender os significados que permeiam o desenvolvimento dos sujeitos, e investigar como ocorrem os processos em cada indivíduo, resultando em diferentes ações, pensamentos e afetos. A pesquisa será realizada com quatro pré-adolescentes, com idades entre 9 e 13 anos, estudantes de uma escola da rede pública do Distrito Federal, reconhecidos pela equipe de coordenação como tendo um desempenho abaixo do esperado no contexto escolar. Será utilizada uma dinâmica conversacional, com a intenção de que os participantes se sintam mais à vontade para expor suas experiências. Também será utilizado o recurso “complemento de frases”, a fim de se compreender o sentido das expressões escolhidas na vivência do pré-adolescente. O presente projeto de pesquisa será apresentado ao Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos do Centro Universitário de Brasíli

    Las representaciones sociales como proceso subjetivo: un estudio de caso de hipertensión

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    In the present paper, we discuss the subjective configurations and the different social representations related to a patient with hypertension. Through the analysis, it is possible to understand distinctive subjective processes that are organized by the experience of patients with hypertension, and the way in which social representations exert influence over their way of life, as well as the subjective sense associated to the disease and illness.En el presente trabajo discutimos las configuraciones subjetivas, y las diferentes representaciones sociales, de una paciente con hipertensión. En el análisis realizado es posible comprender los diferentes procesos subjetivos que se organizan en la experiencia de esos pacientes con hipertensión, así como la manera en que las representaciones sociales influyen en el modo de vida de los mismos y en los sentidos subjetivos asociados a la enfermedad y a la salud
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