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Entre feminilidade e histeria: um estudo psicanalítico a respeito do desejo sexual feminino na contemporaneidade
Diante das transformações sociais vivenciadas no último século que dizem respeito à
feminilidade, este trabalho busca investigar os impasses do desejo feminino na
contemporaneidade, a partir dos conceitos psicanalíticos de histeria e imperativo de gozo.
Para tal, a metodologia utilizada foi a análise do discurso e a pesquisa psicanalítica. O estudo
foi composto por duas etapas: um formulário acerca do desejo sexual feminino, que contou
com 31 respostas de mulheres com idade igual ou superior a 18 anos; e entrevistas
semi-estruturadas com três participantes que relataram queixas em relação ao seu desejo e
satisfação sexual. A discussão centrou-se em três eixos temáticos, que se constituíram
levando em consideração aspectos da construção subjetiva da feminilidade, dos ideais de
feminilidade na contemporaneidade e da histeria enquanto sintoma social. Concluiu-se que a
feminilidade é atravessada, atualmente, por ideais fálicos que a transformam em produto. O
desejo sexual, assim, é atravessado por uma exigência narcísica de desempenho e
performance. Pela via da insatisfação, a histeria nos revela, nesse contexto, uma falha na
lógica fálica que estrutura a contemporaneidade neoliberal, que exige um estado perpétuo de
produtividade e gozo.;
contemporaneidade; neoliberalism
O acompanhamento terapêutico como dispositivo clínico antimanicomial e sua importância para a formação de profissionais de psicologia
O presente trabalho discorre sobre mudanças necessárias para a formação do psicólogo em
relação à postura antimanicomial, pensando o Acompanhamento Terapêutico como possível
prática de extensão promotora da horizontalização do cuidado para a área da saúde mental. A
pesquisa é de enfoque qualitativo, abarcando processos complexos e dinâmicos dos sujeitos,
vistos como seres interativos e que são expressão da história e do contexto. Os dados foram
coletados a partir de entrevistas semiestruturadas com três psicólogos, que atuam com o
Acompanhamento Terapêutico. As entrevistas permitiram a investigação das vivências de
atores sociais e como essas são relacionadas a outros conteúdos da realidade social. A
metodologia para análise das informações qualitativas utilizada foi a Hermenêutica de
Profundidade, buscando compreender fenômenos complexos a partir de três eixos de análise,
que são: a análise sócio-histórica, a análise formal e a reinterpretação. A análise formal foi
constituída por seis categorias: experiência de formação em psicologia, a formação do
psicólogo e o desejo de mudança, o acompanhamento terapêutico e a formação
antimanicomial, o acompanhamento terapêutico e seus ensinamentos, o acompanhamento
terapêutico nos dispositivos públicos de saúde e acompanhamento terapêutico e a falta de
lugar. Para concluir, percebe-se que o Acompanhamento Terapêutico pode contribuir para a
formação do psicólogo em assimilar e vivenciar a ética antimanicomial, pensando na relação
horizontal de convivência entre profissional e usuário na atenção psicossocial
Espaço relacional: reflexões intercontinentais sobre cidade e sociedade
O conjunto aqui apresentado por instrumentos de conhecimento de natureza também distinta, foi estruturado
em três momentos de leitura que, dessa maneira, configuram o livro. Inicialmente, as reflexões trazidas no
Prólogo, de autoria de Laura Beatriz Lage, remetem a considerações sobre a Paisagem, tema suscetível a
múltiplas interpretações e em crescente valorização no mundo contemporâneo. Em seguida, na seção
Intercontinentais, que dá corpo ao livro, reflexões sobre referências culturais e ambientais manifestas em
cada um dos seis continentes do planeta são evidenciadas em seus capítulos, de autoria de Dirceu Rogério
Cadena De Melo Filho (África), Roland Lin Chih‐Hung, Padma Sundar Maharjan e Bai Jie (Ásia), Francesco
Rotondo e Giovanna Mangialardi (Europa), Luciana Sudar Klappenbach e Gabriel Romero (América), Paulette
Wallace (Oceania), Gustavo Alexandre Cardoso Cantuária (Antártica). Por fim, as reflexões que configuram o
Epílogo, de autoria de Fernanda Mingote Colares Luz, explicitam a emergência de atenção e sensibilização
quanto à Natureza e seus elementos que possibilitam (nada mais que) nossa vida em tal meio.
Com mais este livro colaborativo de acesso livre da série Espaço, intitulado Espaço Relacional:
reflexões intercontinentais sobre cidade e sociedade, apresentamos, sobretudo, uma breve síntese de conceitos entrelaçados como os da cultura, patrimônio cultural, paisagem e meio ambiente, amplamente
estudados, debatidos e ressignificados na contemporaneidade – assim como, nos últimos anos, vêm
emergindo novos e instigantes conceitos afins marcados, principalmente, por um caráter sistêmico, como
os conceitos de “paisagem cultural”, “cidade esponja”, de “infraestrutura verde e azul” (IVA) ou “trama
verde azul” (TVA), “soluções baseadas na natureza” (SbN), “direitos da natureza” (RoN), entre outros. A
partir desses conceitos, por meio dos referidos textos (em palavras e imagens) produzidos por
pesquisadores vinculados a diversos campos profissionais e espaços territoriais também distintos, se
encontram aqui evidenciadas para o leitor, essencialmente, considerações sobre ‘valores atribuídos’ a
alguns temas e lugares que, distantes ou aproximados, diferentes ou similares, pelos significados
relacionais a eles incorporados de algum modo, nos auxiliam, dessa maneira, em nossas interpretações e
conhecimentos sobre este mundo que compartilhamos
Dificuldades de Aprendizagem Específicas e o Transtorno do Espectro Autista: estratégias de intervenção psicopedagógica
Neste trabalho, o objetivo é estudar e aprofundar o conhecimento sobre o Transtorno do
Espectro Autista (TEA) e abordar as Dificuldades de Aprendizagem Específica (DAEs), além de
buscar estratégias de Intervenção Psicopedagógica. Observa-se que o Transtorno do Espectro Autista
é de grande complexidade, e por esse motivo há uma necessidade significativa de ampliar o
conhecimento sobre as DAEs no contexto do TEA, fornecendo meios e estratégias efetivas de
intervenção psicopedagógica. Com a identificação e abordagem precoce das dificuldades, é possível
criar um ambiente de aprendizagem mais adequado, contribuindo para a autonomia e qualidade de
vida das pessoas com TEA. Trata-se de uma pesquisa realizada por meio de análise bibliográfica, na
qual os autores discutem os pontos apresentados. A observação do objeto de estudo identifica que os
meios de intervenção psicopedagógica surgem eficazmente para o desenvolvimento das crianças com
TEA. Além disso, fatores como empatia também desempenham um papel significativo no processo
de ensino e aprendizagem
Microagressões Raciais: um estudo de caso sobre seus impactos na saúde mental e a necessidade de uma formação racializada em Psicologia
O presente trabalho tem como objetivo geral compreender de que forma uma pessoa negra,
em processo de psicoterapia individual enxerga o atravessamento dos efeitos subjetivos das
microagressões raciais em seus processos de saúde mental. Além disso, este estudo busca
compreender os efeitos subjetivos das microagressões raciais no processo psicoterápico de
uma pessoa negra; e promover reflexões a respeito da necessidade de mudança no ensino e na
prática da psicologia em relação a questões raciais, evidenciando as urgências envolvidas na
abordagem dessa temática no ensino em Psicologia e na formação de terapeutas
Educação Não Formal: desafios e oportunidades para o desenvolvimento educacional
Esse estudo buscou analisar as características da educação não formal e sua importância no
contexto educacional. O objetivo da pesquisa é apresentar como a educação não formal dedica-se a
despertar valores como autonomia, responsabilidade, criatividade, respeito pela diversidade,
colaboração e pensamento crítico, por meio de experiências educativas fora do contexto formal da
sala de aula. A temática "Educação Não Formal: desafios e oportunidades para o desenvolvimento
educacional" foi abordada por meio de uma revisão bibliográfica abrangente com base em vários
autores, sendo os principais os teóricos Gadotti (2005), Gohn (2006a, 2006b, 2014), Moreira
(2013), Quadra e D’Ávilla (2016) e Catini (2021). O objetivo é obter uma compreensão
aprofundada dos desafios, oportunidades, características e importância da educação não formal.
Destaca-se que a educação não formal está relacionada com a educação formal e busca preencher
lacunas e ter impactos positivos, identificando interesses individuais e coletivos da sociedade. Os
autores envolvidos na pesquisa têm uma contribuição significativa para apoiar profissionais da área
de educação, educadores formais e não formais, e pesquisadores interessados em explorar e
promover a educação não formal como uma ferramenta
Os impactos do preconceito no acesso de travestis e mulheres transexuais aos serviços de saúde
A transfobia trata-se de uma leitura binária acerca da existência humana, que exclui qualquer
vivência dissidente da cisnormatividade. Uma vez que a pesquisa objetivou compreender os
efeitos desse preconceito no acesso à saúde de travestis e mulheres transexuais e os impactos
disso na saúde mental dessas pessoas, foi feita uma discussão ao longo dos capítulos referente
às mudanças que aconteceram na área da saúde ao longo da história do Brasil e a forma que as
políticas públicas - que visam assistir a comunidade trans - são insuficientes frente ao
contexto de vulnerabilidade social no qual essas pessoas estão inseridas. Nesse sentido, foi
argumentada a maneira que a transfobia estrutura a nossa sociedade, obstaculizando o acesso
da comunidade trans aos seus direitos expressos pela Constituição Federal de 1988, que
coloca como dever do Estado garantir a saúde a todos(as) brasileiros(as). Dessa forma,
visando compreender os aspectos vivenciais que a marginalização acarreta na vida dessa
minoria social, foi utilizada a metodologia qualitativa e a Hermenêutica de Profundidade para
a análise das informações. Os instrumentos utilizados para a coleta dos dados foram o recurso
de duas entrevistas narrativas e um grupo focal, totalizando a participação de três mulheres
transexuais, que auxiliaram na construção desse trabalho. A partir das contribuições das
participantes, concluiu-se que, apesar das políticas de saúde voltadas para essa população,
ainda persistem obstáculos significativos no acesso aos serviços de saúde e na promoção de
um cuidado inclusivo e respeitoso, sendo evidente a necessidade de uma perspectiva mais
abrangente acerca das possibilidades de subjetivação humana, para a criação de uma
sociedade que não desumanize a comunidade trans e, como consequência, não a coloque à
margem da civilização, possibilitando então que estas possam verdadeiramente viver, e não
apenas sobreviver