Breve reflexão sobre os desafios da epistemologia qualitativa para o pesquisador

Abstract

No presente trabalho pretendo discutir as implicações do estudo da subjetividade a partir da epistemologia qualitativa proposta por González Rey. A noção de epistemologia qualitativa enfatiza o conhecimento como produção. A investigação, nesses termos, apresenta um caráter processual que privilegia a plurideterminação dos fenômenos, evitando a linearidade de causa e efeito no estudo das configurações da subjetividade. A categoria subjetividade aqui discutida refere-se a um sistema que compreende o social e o individual constituindo-se mutuamente. O desenvolvimento dessa categoria nos permite a reflexão sobre a processualidade da experiência humana rompendo tanto com perspectivas psicologizantes ou sociologizantes. Os processos subjetivos devem ser estudados numa perspectiva que privilegie a pessoa como sujeito concreto que constitui e é constituído pelo social numa dimensão histórica e cultural. Dessa forma, a pessoa é vista em relação processual com o social, o psíquico não é causa que determina comportamento, e o social não representa causalidade externa. O seu estudo a partir da epsitemologia qualitativa possibilita compreender a subjetividade como um processo que se organiza ao longo da pesquisa assim como nos leva a refletir sobre sua implicação para o pesquisador como sujeito. Assumir um posicionamento de sujeito na pesquisa significa autoria, condição muitas vezes desvalorizada. Vejo como grande o desafio da epistemologia qualitativa, pois seus fundamentos nos instigam a assumir posicionamentos na produção teórica que vão além da reprodução do estabelecido em diferentes teorias. Pois estudar subjetividade significa refletir sobre como se configura experiência humana sem partir para as fórmulas fáceis que nos levam à simplificação teóricaResumo de trabalho submetido e aceito na VI Convención intercontinental de Psicología, Hóminis (2013

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